Noll
Vallois
Desde
que Noll se dá como gente ele sente o enorme desejo de estar no trono de
Baellys. Aliás, sua família – a Casa Vallois, ajudou a Casa Baellys a acabar
com o Reino Dragh – antigo reino que existia na região. Noll não se conformava
em ser apenas um protegido do Rei Henry, ele se sentia-se no direito de sentar
no trono. E é isso que ele tenta fazer desde o primeiro capítulo. Com sua
frieza, calculismo e psicopatia ele se tornará um personagem cruel e sangrento
que tentará tirar o rei do trono a qualquer custo. Suas provocações, seus
assassinatos, suas loucuras e surtos são apenas parte do que vimos ou veremos
dele. Mas será que um psicopata é capaz de amar? E quem ama tem coragem de
matar o amante para conseguir algo? Isso nem ele sabe. Mas é o que conheceremos
dele nos capítulos seguintes.
CAPÍTULO
V
O
Quarto da Tortura
Georgei Baellys, tentou assassinar o próprio pai,
o Rei Henry Baellys, colocando veneno no vinho. Georgei foi trancar a porta e
quando voltou o pai já havia bebido toda a taça, quando de repente o rei
começou a tossir e a se engasgar com o vinho.
Henry se retorceu todo na cadeira e ficou
agonizando por alguns segundos. Georgei não fez nada, não queria matar o pai
mas foi induzido e sugerido a isso com a promessa de receber o trono de
Baellys, então, ele estava em cima do muro.
Henry foi se acalmando aos poucos até que se
encontrou em estado normal. Disse:
- Me engasguei. Não deveria ter bebido tão
rápido.
Henry se levantou e foi até a porta. Mas antes de
abrir Georgei o chamou:
- Pai, espere!
Henry virou e disse:
- Georgei, eu tenho responsabilidades no reino!
Me diga o que quer logo! – exclamou com arrogância o pai
- Pai, eu queria falar com o senhor a respeito de
seu sucessor no reino. Sou seu filho... Eu creio que eu mereça o trono após sua
morte.
- Minha morte? – Henry riu. Nunca, nem aqui e nem
além do Mar Tenebroso que eu daria meu trono para um irresponsável como você. Tire
essa ideia da sua cabeça e procure outro rumo na sua vida por que o meu trono
nunca será seu!
Na escada estreita do Castelo Baellys, Aldith
subia para seu quarto e o do rei quando para no meio da escuridão da escada e
levanta seu vestido. Suas mãos passavam por cima de enormes hematomas de
violência na coxa. Aldith fechou os olhos com força e uma lágrima escorreu de
seus olhos.
Na catedral, Templo da Mãe em Baellys, Amé, o
Primeiro Mestre Kadosh estava folheando o Livro Santo na catedral que estava fechada
e escura. Enquanto lia as leis e sábias palavras da sua deusa uma mulher
apareceu atrás dele. E era Amy, a idosa que ele sentiu uma atração enquanto
dava o sermão. Amé foi virar de costas e levou um susto com a idosa.
- Você me deu um susto. Poderia me chamar da
próxima vez. – disse o Mestre Kadosh
- Desculpe, Mestre. Eu só queria ter uma conversa
com a Vossa Santidade. Preciso muito ser ouvida.
- Mas é claro! Estamos aqui para isso. Os Mestres
recebem de Hyarah o dom de saber ouvir e aconselhar. Vamos em minha sala nos
fundos.
Amy sorriu e seguiu Amé até a sala nos fundos da
catedral. Sentaram em cadeiras, uma de frente para a outra.
- Sinto em você uma grande tristeza... Uma perda
antiga talvez. Senti isso desde a primeira vez que a vi.
Amy ficou sem reação e logo começou a chorar.
- Sim, Primeiro Mestre... Perdi meu filho muitos
anos atrás...
Amé se arrepiou nesse momento. Amy começou a chorar.
- Não precisamos falar disso se não quiser. Se é
que não veio até mim para falar sobre isso.
Amy parou de chorar e enxugou as lágrimas.
- Eu só queria alguém para ouvir meus problemas, saber
pelo que estou passando.
- Seja o que for que está passando Mãe Hyarah vai
te ajudar.
- Faz muito tempo que perdi tudo em minha vida.
Meu filho, meu marido, minha casa. Essa carência por amor vem me consumindo
cada dia mais. Tem dias que me encontro chorando nos cantos da cidade sem
motivo aparente. Eu confesso que... que pequei diante de Hyarah. Não consigo me
segurar e acabo me tocando...
Amy chora mais
- Não sei se entende, Primeiro Mestre. Mas eu
necessito me satisfazer. Como não tenho um homem o que me resta é me tocar. Sei
que sou velha e ninguém nunca vai me querer mas...
Amé a beijou pegando em sua nuca. Nenhum deles
resistiu. Amy começou a beijá-lo com ternura. Eles se levantaram da cadeira e
começaram a se beijar em pé. Mas o fogo logo acabou quando bateram na porta da
sala. Eles pararam e um frio na barriga os dominou. Amé e Amy ficaram sem o que
fazer, parados, olhando sem reação para a porta.
Quem batia na porta era uma sacerdotisa. Amé
pegou Amy pelos braços e a colocou debaixo de uma mesa coberta com pano branco.
Quando ele terminou a sacerdotisa abriu a porta com a chave e ficou olhando.
- Onde estão as vestes sacerdotais? Vim pegá-las.
– disse a sacerdotisa
Amé congelou nessa hora.
- Estão... debaixo da mesa. – respondeu tremulo o
Primeiro Mestre
A sacerdotisa andou rapidamente em direção à mesa
e deu de cara com Amy. Os três ficaram sem reação.
- Quem é esta mulher? – perguntou a sacerdotisa
olhando para Amé
- Não... não sei, Segunda Mestra. Não faço a
mínima ideia de como esta mulher veio parar ai. Precisamos reforçar a segurança
em nossa sala.
- Venha querida. Não entre mais aqui. Se quiser
moedas para comer é só falar pessoalmente com um Mestre Kadosh. Não precisa
entrar para roubar alimento.
A Segunda Mestra a pegou cuidadosamente e a tirou
da sala.
No Castelo Baellys, Noll estava subindo as
estreitas escadas para chegar ao seu quarto. Chegou na frente de seu quarto e
abriu com a chave, entrou e viu o corpo da serva que ele havia estrangulado. Noll
então começou a ouvir vozes, começou a surtar. Ele começou a chorar, pegou o
corpo da serva e jogou na cama. Noll pegou o corpo e começou a abraçar sentado.
Noll abraçou forte o corpo da serva, seus olhos jorravam lágrimas inexplicáveis.
Ele pegou os braços da serva e entrelaçou entre seu corpo como se o abraçasse.
Chorou ainda mais.
Noll levantou da cama e arrastou o corpo até uma
porta que havia no fundo do seu quarto. Ele carregou o corpo morto nos ombros e
abriu com outra chave a porta do quarto secreto. Enquanto ele abria chegavam
calmamente aos ouvidos dele gritos e choros de homens e mulheres. Quando ele
abriu a porta por completo, o que se via era uma cena de horror. Homens e
mulheres amarrados em postes de madeiras presos ao chão. Estavam sangrando, completamente nus. Noll
deixou o corpo da serva no canto e olhou para os objetos de tortura chorando.

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