O Brasil encerrou o primeiro dia de competições nos Jogos Olímpicos do Rio 2016 com uma medalha de prata, o difícil triunfo da equipe feminina de handebol e a vitória tranquila no vôlei, mas com a eliminação de dois de seus judocas mais cotados para subir ao pódio. Nas vitórias e derrotas, surpreendeu e emocionou até os atletas a força da torcida brasileira, que esperou horas de filas sob o sol para poder acompanhar os jogos. “Essa torcida só tem aqui. Não tenho palavras para explicar como é jogar uma Olimpíada em casa”, disse emocionada Deonise, uma das vitoriosas jogadoras de handebol.
A primeira medalha do Brasil veio de Felipe Wu, um dos brasileiros que mais pressão sentiu nas últimas semanas, como se não se esperasse outra coisa do sargento paulista. Ouro nos Panamericanos de Toronto em 2015 na categoria pistola de ar de 10 m, conquistou a primeira prata com um total de 202,1 pontos. Wu, a quem o público ovacionou durante a prova toda, ficou muito perto do seu rival vietnamita Xuan Vinh Hoang que somou 202,5 pontos. O sargento era uma das apostas quase certas do Exército brasileiro para contribuir com seus atletas militares ao quadro de medalhas.
Horas antes, a seleção feminina de handebol derrotava (28-31) a forte Noruega, que busca seu terceiro ouro olímpico. As norueguesas foram “fulminantes”, nas palavras de Deonise, mas as brasileiras não deram trégua e mantiveram a vantagem no marcador durante todo o segundo tempo. A seleção brilhou no ataque, com uma agressiva e flexível Ana Paula, que marcou 12 dos 31 gols brasileiros, mas sobretudo na defesa, com protagonismo das goleiras Barbara e Mayssa, que neutralizaram boa parte das tentativas de gol das rivais. “Eu mesma teria medo de atacar o Brasil com a defesa que a gente teve”, afirmou Ana Paula.
Depois do bom início de primeiro dia, a decepção brasileira aconteceu na Arena Carioca 2 quando a judoca Sarah Menezes, ouro em Londres, tentava a chance de repetir sua medalha na categoria de peso-ligeiro (até 48 quilos). Sarah era uma das favoritas para conseguir o ouro para o Brasil, mas perdeu de manhã para a cubana Dayaris Mestre, nona no ranking olímpico, e teve que ir para a repescagem. A piauiense, que nem foi na cerimônia de abertura para descansar antes do combate, tentou à tarde disputar pelo menos o bronze, mas acabou eliminada por Urantsetseg Munkhbat, da Mongólia, que havia ficado na sétima posição em Londres. Derrotada no chão, com uma luxação no braço, Sarah saiu do tatame com expressão de dor e sob os aplausos e ovações da torcida, que vaiou sem trégua todos os avanços da adversária. A lesão foi mais grave do que parecia, e mesmo em caso de vitória de Sarah, teria tirado a brasileira da competição, segundo o gestor de alto rendimento da Confederação Brasileira de Judô, Ney Wilson.
Na hora de Felipe Kitadai, também lutando contra o uzbeque Diyorbek Urozboev na repescagem para disputar o bronze no peso-ligeiro (até 60 quilos), a torcida tentava levantar seu atleta do chão. Kitadai, porém, foi derrotado e ficou fora da Olimpíada apenas dois dias depois de chegar na Vila dos Atletas.
0 Comentários