A China aprovou uma lei que proíbe a venda de
alimentos provenientes de espécies em risco de extinção, embora autorize alguns
produtos derivados, segundo a imprensa estatal. A medida, que foi votada no
sábado pelo parlamento chinês, "reforça a legislação em matéria de uso de
animais selvagens e se seus produtos derivados", indicou a agência de
notícias oficial Xinhua. Em 1989, a China adotou uma lei de proteção a animais
selvagens, em parte para proporcionar um marco às exportações de produtos
derivados. A norma foi revisada em 2004.
A nova lei, que entrará em vigor em 1º de janeiro de
2017, proíbe a produção e a venda de qualquer alimento feito a partir de
espécies ameaçadas, segundo uma versão do texto publicada no site da Assembleia
Nacional Popular (ANP). A lei prevê, no entanto, que poderão ser obtidas
autorizações para "criadouros e espetáculos" e para "a venda,
compra e uso" de produtos derivados de espécies em risco de extinção. O
texto não especifica as eventuais diferenças entre um "alimento" e um
"produto", e não explica como as autorizações mencionadas poderão ser
obtidas. Ativistas dos direitos dos animais afirmam que esta lei pode vir a ser
utilizada como cobertura legal para a caça clandestina. Com a nova lei, "o
uso de animais selvagens e produtos derivados dependerá principalmente de
animais em cativeiro, e não deve prejudicar as populações silvestres e seus
habitats", disse Yue Zhongming, um funcionário do governo citado pela
Xinhua. O número de tigres criados em cativeiro na China aumentou
consideravelmente nos últimos anos, e já ultrapassa os 6.000. No país, também
se cria ursos em cativeiro para extrair sua bílis - utilizada na medicina
tradicional - com métodos considerados cruéis pelas ONGs.
Fonte: Yahoo
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