Amazônia, a lenda - Capítulo 02.



AMAZÔNIA
A
LENDA
CAPÍTULO 02
PERSONAGENS DESTE CAPÍTULO:
JACIRA……………………………………………………………………………………………………DIRA PAES
BOTO………………………………………………………………………………………………MARCO PIGOSSI
MÃE D'ÁGUA………………………………………………………………………………LAURA CARDOSO
TINA………………………………………………………………………………………MARIA CASADEVALL
VICTOR……………………………………………………………………………………….RODRIGO SIMAS
MILÚ…………………………………………………………………………………………ANA LÚCIA TORRE
LADY GAGA………………………………………………………………………………………BELLA PIERO
DIOGO…………………………………………………………………………………ANDERSON DI RIZZI
BEYONCÉ/VALDO……………………………………………………MATHEUS NACHTERGAELE
NO CAPÍTULO ANTERIOR.
Jacira é obrigada por sua mãe a se casar com seu primo, Valdo. Ela reluta em não aceitar, contrariando sua mãe. Após uma discussão ela se joga no rio, e é surpreendida pelo boto.
Após isso, Jacira vira alvo de falatório na cidade, e sua mãe a repreende.
Após alguns meses, Jacira se descobre grávida de um filho do Boto. O bebê nasce morto, para desespero dela. Então ela intercede pela seu filho a mãe D'Água. A Mãe diz ao Boto que é dever dele dar a sua vida pela do filho. Então é feita uma troca, o Boto morre em favor de seu filho; Mas ao completar 30 anos o rapaz deverá assumir o lugar do pai como guardião do rio, ou do contrário morrerá.
FIQUE AGORA COM O CAPÍTULO DE HOJE...
CENA 01. APARTAMENTO DE JACIRA. INTERIOR. QUARTO. DIA.
Ela olha para o calendário.
VOLTA À CENA
JACIRA - Minha mãezinha, é daqui a 2 dias. E agora? Como irei contar essa história a ele? Ele nunca soube minha história, nem sabe que é filho do boto. Nunca contei isso, mas agora não há como fugir, tenho que contar a verdade e salvar a vida de meu filho.
CORTA PARA:
CENA 02. BALADA. INTERIOR. NOITE.
Victor e Tina se divertem na noite.
VOLTA À CENA
TINA - Sabe Victor, eu tava pensando... A gente já namora a tanto tempo, a gente se gosta, nos damos tão bem. Porque que você nunca me pediu em casamento , hein?
VICTOR - Ah Tina, de novo com essa história? A gente se dá tão bem assim, pra que casar e estragar tudo? Você não vê como as pessoas casadas vivem? É só reclamação, encheção de saco.
TINA - Ah Victor, pelo amor de Deus... Não usa a história dos outros pra fugir da nossa. E outra, quem diz que será assim conosco? Se as outras pessoas tem problemas, isso é delas, não significa que vamos ter também. Pra mim isso é história sua, para fugir das suas obrigações. Ou então é porque você não me ama.
VICTOR - É claro que eu te amo!
TINA - Ah é? Então se eu fosse você eu me ajoelharia aqui mesmo, e me provava que me ama me pedindo em casamento.
VICTOR - Esse seu argumentozinho não vai me convencer não gata.
TINA - Então você não me ama?
TINA - Eu vou te mostrar então!
INSERT
Eles se beijam loucamente.
CORTA PARA:
CENA 03. APARTAMENTO DE JACIRA. INTERIOR. SALA. DIA.
JACIRA - Eu estava mesmo te esperando. A gente precisa conversar.
VICTOR - O que foi mãe? Aconteceu alguma coisa?
JACIRA - Senta aqui que eu vou te explicar tudo.
VICTOR (SENTANDO)- Fala!
JACIRA - Filho, eu queria que você me acompanhasse hoje em uma viagem que irei fazer até Atlânntinópolis.
VICTOR - Atlântinópolis mãe? Onde é que fica isso?
JACIRA - É uma cidade no interior do estado, praticamente no meio da Amazônia.
VICTOR - Mas o que você quer fazer lá?
JACIRA - Ainda não posso lhe dizer.
VICTOR - Como não mãe? Que segredo todo é esse?
JACIRA - Filho, eu só preciso que você me acompanhe até Atlântinópolis. Chegando lá, você irá entender o motivo da minha ida até aquele fim de mundo.
VICTOR - Eu tenho escolha?
JACIRA - Se você não for, nem escolha mais você terá na vida.
VICTOR - Tá bom, não precisa ameaçar.
JACIRA - Não é uma ameaça. Quando você entender o porque você irá me agradecer por estar insistindo tanto nisso.



CORTA PARA:
CENA 04. APARTAMENTO DE JACIRA. QUARTO DE VICTOR. INTERIOR. DIA.
Victor liga para Tina.
VOLTA À CENA.
VICTOR - Tina, eu tô ligando pra te avisar que eu tô saindo de viagem com minha mãe.
TINA - Você não me disse nada.
VICTOR - Pois é, ela me avisou de última hora.
TINA - Pra onde vocês vão?
VICTOR - Para o interior do estado, Atlântinópolis.
TINA - O que vocês vão fazer nesse fim de mundo?
VICTOR - E eu lá sei. Minha mãe tá esquisita, inventou essa viagem de última hora para esse fim de mundo, e me disse que eu não preciso saber o motivo. Disse que quando eu estiver lá saberei.
TINA - Ah Victor, deve ser algum negócio que ela tá fechando; Ela deve querer guardar segredo.
VICTOR - É, deve ser isso.
TINA - Ó, você vai mas não se esqueça de mostrar que tá vivo, odeio quando você deixa o telefone desligado.
VICTOR - Ok, Beijo!
TINA - Outro!
CORTA PARA:
ATLÂNTINÓPOLIS - AM.
CORTA PARA:
CENA 05. ATLÂNCITINÓPOLIS. PRAÇA. EXTERIOR. NOITE.
VICTOR - Já está escuro.
JACIRA - Melhor assim, pelo menos ninguém irá me ver.
VICTOR - A senhora já conhece essa cidade?
JACIRA - Já disse, logo você saberá.
VICTOR - Aff.
JACIRA - Essa cidade... pequena e feia. Olha só pra essa pracinha mixuruca…
CORTA PARA:
CENA 06. POUSADA. INTERIOR. NOITE.
JACIRA - Dois quartos por favor!
MILÚ - É claro. Vou mandar meu filho levar as malas!
JACIRA - Eu vou dar uma volta pela cidade, mais tarde eu voltarei para repousar.
MILÚ - Á vontade.
JACIRA - Vamos Victor. Eu vou te mostrar o motivo de estarmos aqui.
CORTA PARA:
CENA 07. RIO. MARGEM. EXTERIOR. NOITE.
Eles chegam até a beira do rio.
VOLTA À CENA

VICTOR – A gente vai ficar parado aqui, olhando para essa água?
JACIRA – Tenha calma meu filho, ela já está vindo.
VICTOR – Ela quem?
JACIRA – A minha mãezinha, a mãe desse rio e de tudo o que há no mundo.

A Mãe d'água aparece.
VOLTA À CENA
MÃE D'ÁGUA – Então esse... me dá um abraço meu filho! Finalmente você chegou, você voltou para comandar esse rio ao meu lado.
JACIRA – Sim, eu compri com o prometido mãezinha.
MÃE D'ÁGUA – E aqui está ele, o filho dessas águas.
VICTOR – O que está acontecendo?
MÃE D'ÁGUA – Ele não sabe de nada?
JACIRA – Não. Eu tive medo de contar a ele, tive medo de como ele reagiria. Eu sei que se passou muito tempo, e que eu deveria ter contado. Mas eu sempre tive medo da reação dele. Me perdoe mãe, mas eu prefiro que ele saiba pela senhora. Eu sei que será um choque, mas também sei que se a senhora mostrar o caminho será melhor.
MÃE D'ÁGUA – Vem filho. Venha, vou lhe mostrar a tua história.

A Mãe D'Água  coloca a mão sobre a cabeça dele, e em uma visão lhe mostra o passado... Ela então mostra a ele o boto:
VOLTA À CENA
MÃE D'ÁGUA – Você meu filho, é filho de Boto. A sua mãe era uma moça daqui da vila. Seu pai era uma lenda, uma lenda literalmente. Teu pai era o guardião dessas águas, ao meu lado. O Boto cor de rosa. Assim como ele, você também é filho dessas águas, desse rio.
Meio homem, meio peixe, a ponte entre dois mundos, e eu vou te mostrar essa história.
Ele fica sem entender nada, não consegue sequer esboçar uma resposta.
VOLTA À CENA
MÃE D'ÁGUA – Aqui nessa cidade sempre existiu uma lenda. A lenda de que se uma mulher se banhasse no rio durante a noite, ela seria atraída pelo boto cor de rosa. E foi assim que aconteceu com vossa mãe. Durante uma noite há 30 anos atrás ela entrou no rio durante a noite, e o Boto o seu pai, apareceu para ela. Segundo a lenda, o encanto do boto é tão poderoso que nenhuma mulher resiste. Desse encontro nasceu você, a ponte entre nossos reinos, o filho das águas e da terra. O tempo passou e sua mãe teve você. você nasceu morto, e sua mãe estava desesperada, estava sem ter o que fazer. Até que ela veio pedir ajuda ao seu pai. Seu pai ao ver você, aquele bebezinho mirradinho, morto fez a escolha de ceder a vida dele em troca da sua. foi então que teu pai entregou a vida dele nas minhas mãos, morrendo, em troca de eu entregar a vida dele para que você pudesse voltar a vida. Só que com isso nosso rio ficou sem o boto guardião, que o protegia juntamente comigo. Mas para que você votasse a vida foi feito um acordo com sua mãe. Nesse acordo ela garantiria que 30 anos depois, naquela mesma data ela deveria trazer você de volta nesse mesmo rio, para você tomar posse do seu lugar de direito, como guardião das águas. É isso o que ela veio fazer hoje. Hoje chegou o seu dia de assumir o comando desse rio como guardião mor, ao meu lado e zelar pela existência da vida do rio.
No mesmo instante ela retira sua mão sob a cabeça de victor. Ele olha para sua mãe , ele não pergunta, mas seu rosto evidencia sua dúvida. Sua mãe responde.
VOLTA À CENA
JACIRA – Sim, é verdade.
VICTOR – Então me diz. Como pode? Isso não faz nenhum sentido, não tem a menor lógica. Me diz, como eu posso acreditar que isso seja mesmo de fato verdade? Como? Porque se essa loucura toda é verdade, porque você nunca me disse nada disso? Porque você escondeu essa história de mim todos esses anos?

JACIRA – Como eu iria dizer para um menininho que ela era filho de um peixe? Filho de uma união entre humano e peixe. Como você iria ter uma infância saudável com essa informação?

VICTOR – Tá, mas agora eu tenho 30 anos. Você teve tempo de sobra para me contar o que não disse quando eu era uma criança. Porque você continuou a mentir?

JACIRA - Porque eu tive medo de te perder. Medo de acharem que eu era maluca. Como eu iria te contar isso sem mostrar que era verdade? Iria parecer maluquice. Essa é a única maneira de você crer, vendo. Por isso eu preferi que você descobrisse por si. Fiz isso para te proteger. Te proteger de crescer confuso, de achar que era filho de uma louca.
MÃE D'ÁGUA – Não culpe sua mãe. Tudo isso é real, e você está vendo. Ela te contou de última hora por medo de você crescer achando que iria morrer caso não aceitasse virar boto. Mas agora você está aqui, e irá recuperar o seu lugar.

VICTOR – Mas eu não quero. Eu não quero virar Boto. Eu tenho uma vida lá fora, tenho uma noiva que me ama. Eu não quero perder minha vida pra virar peixe nesse rio.
MÃE D'ÁGUA – Tá, você não quer. Mas você pode mudar de ideia.

VICTOR - Não, eu não vou mudar de ideia.

MÃE D'ÁGUA – Pelo menos se permita. Se permita à chance de saber a tua história, de conhecer a nossa origem. Como você pode dizer que não quer algo se não conhece? Depois que você conhecer, você poderá decidir se quer ou não assumir o seu lugar de direito. Eu vou mudar nosso pacto. Você não irá morrer essa noite. Eu vou te dar 6 meses para conhecer sua origem. Depois de 6 meses você irá decidir, se quer ou não esse destino. Caso você se negar, sairá daqui da maneira que entrou, vivo. Aceita?


JACIRA – Aceite!

VICTOR – Tá, eu aceito.

Ela desaparece
CORTA PARA:
CENA 08. POUSADA. INTERIOR. NOITE.
JACIRA - Boa noite dona Milú.
MILÚ - Boa noite. Precisa de alguma coisa?
JACIRA - Ah sim, eu preciso fazer um telefonema urgente para a capital. A senhora me permitiria usar o telefone?
MILÚ - Ah minha filha, eu sinto muito. Aqui na cidade não há nenhum telefone, o mais próximo é lá em Ventura.
DIOGO (INTERROMPENDO) - Ah mãe, deixa de mentir. Moça, há sim um lugar com telefone na cidade.
MILÚ - Não se intrometa moleque. Ela não vai querer entrar naquele antro de perdição.
JACIRA - Eu não tô entendendo...
DIOGO - É que o único telefone disponível na cidade fica no cabaré. A casa da Luz vermelha.
MILÚ - Por isso eu disse que não tem telefones aqui. Quem vai querer entrar naquele lugar de vagabundagem?
JACIRA - Dona Milú, a senhora me desculpe. Mas o telefonema que eu tenho pra dar é urgente e vou ter que entrar nesse cabaré. Onde é que fica?
DIOGO - É ali perto da beira do rio. É uma casa com uma luz vermelha forte na frente, é a única assim na cidade, não há como errar.
JACIRA - Obrigada.
CORTA PARA:
CENA 09. CASA DA LUZ VERMELHA. INTERIOR. NOITE.
Beyoncé e suas meninas dançam para os clientes. Jacira entra.
VOLTA À CENA
LADY GAGA - Espie só patroinha, uma mulher aqui na casa.
BEYONCÉ - Deixe de ser curiosa Lady Gaga, vou lá saber o que essa mulher quer em minha casa!
Ela vai até Jacira e abre seu leque na cara dela.
VOLTA À CENA
JACIRA - Poxa, que susto.
BEYONCÉ - O que você quer aqui na minha casa de entretenimento?
JACIRA - Eu vim aqui no seu cabaré...
BEYONCÉ (INTERROMPE) - Alto lá, aqui não é um cabaré. Aqui é uma casa de entretenimento adulto.
JACIRA - É claro. Me perdoe.
BEYONCÉ - Então o que você quer? É caminhoneira?
JACIRA - Não, não sou lésbica. Eu só fiquei sabendo que aqui você tem telefone, e queria usar.
BEYONCÉ - Ah, sim. É ali nos fundos (Aponta). Qual o seu nome? Percebi que é nova aqui na cidade.
JACIRA - Eu já morei aqui a muito tempo, agora voltei. Meu nome é Jacira.
Beyoncé olha bem para ela, e se lembra dela.
VOLTA À CENA
BEYONCÉ - Desgraçada!
JACIRA - Como?
BEYONCÉ - DESGRAÇADA! Não se lembra de mim não Jacira? Não se lembra do teu noivo que você abandonou?
JACIRA - Não, eu não tô acreditando... Valdo? É você?
BEYONCÉ - Sou eu sim, Jacira. O que você veio fazer aqui, hein?
JACIRA - Vim visitar a cidade.
BEYONCÉ - Vai embora!
JACIRA - Você é dono da cidade agora Valdo?
BEYONCÉ - Meu nome não é Valdo, é Beyoncé! Eu vou permitir que você destrua a minha, como fez no dia em que me recusou.
JACIRA - Eu não tô entendendo hein Valdo. Por que você se dói tanto com o fato de eu ter te abandonado no altar? Por que ao que parece você é gay, e nem de mulher gosta.
BEYONCÉ - Eu me doouo, é pela rejeição que eu sofri. Você tá certa, eu não gosto de mulher; Mas a vergonha que você me fez passar, eu nunca vou esquecer.
JACIRA - Ah, valdo vá catar coquinho. Agora deixa eu fazer minha ligação!
BEYONCÉ - Eu já disse e repito. Não vai fazer ligação porra nenhuma. Vá embora daqui.
JACIRA - Escuta rapaz, essa ligação que eu tenho que fazer é muito importante.
BEYONCÉ - Ah é? Azar o seu.
JACIRA - Viado, me deixa entrar.
BEYONCÉ - Não, e aprenda a ter respeito Jacira. Pare de encher, eu já te pus para fora, aceita de uma vez.
JACIRA - (Pega 200 reais) Toma, é todo seu! Agora me deixa ligar.
BEYONCÈ - Ligue rápido, e saia já daqui. Lady Gaga, fique de olho.
Ela liga para Tina.
VOLTA À CENA
JACIRA - Tina, eu preciso da sua ajuda.
TINA - O que houve dona Jacira? Algum problema?
JACIRA - Eu não posso lhe explicar pelo telefone, é um assunto do qual você só acreditaria vendo. Mas se você ama meu filho e quer ajudá-lo, venha para Atlânctinóplis o mais rápido possível.
TINA - Eu vou dona Jacira, eu vou. Se aconteceu alguma vocsa como Victor eu vou.
JACIRA - Venha sozinha, por favor.
CORTA PARA:
CENA 10. POUSADA. INTERIOR. DIA.
Tina chega à cidade.
VOLTA À CENA
TINA - O que houve dona Jacira? Eu vim o mais rápido que pude, a senhora me assustou.
JACIRA - Minha filha, só você pode ajudar o Victor, e me ajudar. Vem comigo, você irá entender do que se trata.
FIM DO CAPÍTULO.



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