

Ellen sai da casa de Bárbara e antes de voltar pra casa resolve encontrar Manoel.
Manoel: Minha filha, entre.
Ellen: Com licença. Olá, dona Vera.
Vera: Olá, Ellen. Tudo bem? Quer um café?
Ellen: Obrigada, mas eu estou evitando para ver se minha azia
diminui.
Vera: Tudo bem, se quiser algo me fale.
Ellen: Pode deixar.
Vera se retira.
Manoel: Foi lá na sua mãe?
Ellen: Fui. Já peguei o remédio pro Vitor. Vai ajudar, mas ele
precisa muito de avaliação nutricional.
Manoel: Já conversei com a Iná e vamos ver isso. Esse menino tem
que ter uma ajuda. E como sua mãe te recebeu?
Ellen: Daquele jeito doce da dona Bárbara.
Vera: Igual coice de mula... (diz
Vera sussurrando de longe)
Ellen: Sabe o que eu achei mais estranho? A Diarista vai as vezes
lá em casa. Ela não parou de ir mesmo depois que saímos de lá e quando eu
cheguei vi a pia de louça muito cheia pra ter sido só a mãe que sujou.
Manoel: Você acha que a sua mãe tem recebido pessoas lá?
Ellen: Talvez.
Vera volta com
um suco para Ellen e serve para a entiada.
Vera: Deve ser essas madames de nariz empinado.
Ellen: Pode até ser, mas a mãe parou de dar jantares para os
outros quando eu ainda era pequena.
Manoel: Quando eu e ela começamos a brigar com frequência.
Ellen: E duvido que em meio a uma separação ela iria se expor
assim.
Vera: Bom, se ela estiver conhecendo alguém, que bom. Assim ela
não pega no nosso pé.
Manoel: Vai nessa... A Bárbara é rancorosa. O que ela puder fazer
pra nos encher o saco ela fará. Escreva o que eu te digo, Vera.
Ellen: Bem, eu vou dar um oi pro Tiago no quarto dele e depois vou
embora.
Vera: Pode ir, ele está estudando. Pra variar.
No dia seguinte
Bárbara combina de encontrar Mateus em um bistrô, pois tinha um assunto para
tratar com ele. Chegando no local, Mateus é ríspido ao se dirigir à dondoca.
Mateus: Qual é a encheção de saco da vez?
Bárbara: Boa tarde pra você também, Mateus.
Mateus: Fala logo, Bárbara. Deixei a minha mulher gravida para vir
aqui. Olha, se ela não estivesse tão entretida lá com a “Maria do Socorro” - diz Mateus, mexendo as mãos em sinal de
aspas – ela já estaria bem desconfiada das minha saídas.
Bárbara: Ela ainda está lá?
Mateus: Está e espero que você tenha um plano para nos livrarmos
dela.
Bárbara: Na verdade eu não tenho, mas eu vou pensar em algo. Te
chamei aqui hoje, pois eu acho muito perigoso sua mãe estar namorando com o
Manoel.
Mateus: Perigoso ou você está com ciúmes? Sim, porque até hoje
você não se tocou que o Manoel já não é mais teu marido.
Bárbara: De papel passado ele ainda é, mas eu não estou aqui pra
ouvir deboche seu, estou aqui pra dizer que isso pode colocar todo nosso plano
água abaixo. Fora a situação da Vânia na casa de vocês.
Mateus: Olha, nisso eu tenho que concordar. E minha mãe
praticamente sabe que a Lívia é filha do Manoel e da Iná, mas não consegue
provar e eu não confirmei nada a ela.
Bárbara: Entende o que estou dizendo?
Mateus: Entendo. Mas, como separar os dois?
Bárbara: Deixa comigo. O Manoel é fraco pra bebida e você vai
fazer exatamente o que eu te disser.
Mateus: Lá vem roubada...
Bárbara: Claro que não. Presta atenção, garotão.
Bárbara dá as
instruções a Mateus.
E enquanto os
dois conversavam, Bruno, que estava em horário de café, passava de carro pelo
local. Bruno avistou Mateus e Bárbara no restaurante e estacionou o carro uma
quadra antes e ficou ali até Mateus e Bárbara se despedirem.
Bárbara: Então combinamos assim?
Mateus: Eu acho uma ideia ruim, mas eu não tenho uma melhor, então
vamos tentar esta mesmo.
Bárbara: Ok. Combinados. Tchau, até mais.
Mateus: Até.
Bruno se
certifica que Mateus já está fora da área e aproveita para abordar a mulher com
quem Mateus estava conversando.
Bruno: Boa tarde, poderia me dar uma informação?
Bárbara: Não tenho moeda, moço. Só uso cartão.
Bruno: Eu não te pedi dinheiro, te pedi uma informação.
Bárbara: Não pediu dinheiro, mas está tomando meu tempo e tempo é
dinheiro, meu querido.
Bruno: Então a sua relação com o Mateus deve ser bem lucrativa,
por que só depois que eu vi vocês se passaram 20 minutos. Imagina o tempo
antes.
Bárbara: Você conhece o Mateus?
Bruno: Sim. E presumo quem você seja.
Bárbara: O Mateus falou de mim pra você?
Bruno: Não, mas eu ouvi. Você é a tal Bárbara. Deve estar de união
com ele pra evitar o reencontro da Lívia com os pais.
Bárbara: O Mateus é muito idiota de deixar os outros ouvirem. O
que você quer comigo?
Bruno: Tenho uma proposta.
Bárbara: Proposta?
Bruno: Sim. Acredito que você e o Mateus devem saber de segredos
um do outro e meio que está 1 a 1 o jogo de vocês. Mas, eu posso dar o passe
pra você virar este jogo.
Bárbara: Eu não entendo nada de futebol. Vá logo ao ponto, rapaz.
Bruno: Eu tenho um segredo do Mateus que pode colocar ele em suas
mãos.
Bárbara: E o que seria?
Bruno: Bom, por 5 mil reais eu posso te contar.
Bárbara: E quem me garante que este segredo vale tudo isso?
Bruno: O fato de que você precisa garantir que o Mateus não vai te
ferrar lá na frente caso algo dê errado?
Bárbara: Vamos a um lugar mais reservado. Aqui está meio cheio.
Bruno: Certo.
Bruno e Bárbara
entram no carro de Bárbara que a leva para sua casa para que conversem sobre a
proposta de Bruno.
Focada em
investigar a rotina de Bárbara, especialmente após Ellen comentar da louça
suja, Vera novamente aproveita um momento em que não há ninguém em casa e vai à
casa da vilã.
Vera: Moço, pode parar aqui mesmo. Você poderia me esperar?
Uber: Desculpe, mas eu já confirmei a próxima corrida. Tudo bem?
Vera: Tudo bem, eu desço e peço outro. Muito obrigada pela
corrida, merece cinco estrelas só pela dica de como sua vó finalizava o porco
na cachaça.
Uber: Que é isso, foi um prazer. Eu é que agradeço e tenha um bom
final de tarde.
Vera sai do
carro e fica escondida atrás de uma árvore em frente à casa de Bárbara. Sem
perspectivas e quase desistindo e indo embora, ela se surpreende com uma cena
inusitada.
Vera: O que é isso? Não pode ser. A Bárbara e o Bruno? Eu não
estou entendendo nada.
Para não ser
vista, Vera fica de costas e assim que fica tranquilo ela vai embora.
HÁ UMA PASSAGEM
DE UM MÊS
A cada dia que
se passava no hospital, Mateus sentia mais ódio de Bruno, não apenas pela
chantagem financeira, mas, especialmente, pelo que Tatiana estava passando nas
mãos do namorado. Não bastasse toda esta situação, Bruno não se dava por
satisfeito. A ambição dele começou a fazer com que ele pensasse que não tinha o
suficiente do “cunhado” pelos segredos que escondia.
Bruno: Mateus, eu preciso conversar com você.
Mateus: Fala logo.
Bruno: Meu salário este mês não bate com o que combinamos. Veio
50% maior e não 70%.
Mateus: Você já ouviu falar numa coisa chamada imposto de renda
retido na fonte e INSS? Não sabe ler o seu próprio holerite.
Bruno: E você quer ouvir eu falar pra Lívia sobre todas as coisas
que sei? Ou talvez pra polícia?
Mateus: O que mais você quer de mim?
Bruno: 70% limpo a mais. Veja isso para o mês que vem e para esse
mês eu quero a diferença em dinheiro vivo.
Mateus estava
irritado e pronto para negar, mas com um diabólica ideia em mente, resolveu
acatar o pedido de Bruno.
Mateus: Ok, Bruno. Você venceu. Me encontre às 22h naquele lugar
para eu te entregar o dinheiro.
Bruno: É assim, que se fala, Mateuzinho. Pode deixar, estarei lá.
Bruno sai
sorrindo de sala.
Mateus: Vamos ter uma noite muito quente, cunhadinho.
No meio do
expediente, Manoel recebe uma ligação.
Manoel: Alô.
Mateus: Alô, Manoel? Aqui é o Mateus, filho da Vera.
Manoel: Olá, Mateus. Tudo bem?
Mateus: Tudo sim. Peguei o seu telefone com a minha mãe.
Manoel: Mas você tinha o meu telefone porque te passei aquela vez
em que fui ao hospital.
Mateus na
verdade tinha jogado o papel fora.
Mateus: Claro, mas eu esqueci e acabei falando com a minha mãe.
Manoel: Certo. O que deseja?
Mateus: O que acha de irmos a um happy hour? Conheço um ali na
Praça da Espanha que vai te agradar.
Manoel: Olha só, aceito sim. Chamamos o Tiago também? Só não chamo
o filho da Iná, o Vitor, porque ele descobriu não poder ingerir glúten e aí
fica difícil com a cerveja.
Mateus: Não, meu irmão está estudando demais. Vamos só nós dois.
Quero conhecer melhor você. Aquele dia minha esposa estava passando mal, então
não tivemos chance de conversar.
Manoel: Certo, no fim da tarde te ligo pra te encontrar lá na
“Espanha”.
Mateus: Obrigado, Manoel. Até depois.
Enquanto Mateus
falava com Manoel, Lívia lia uma correspondência muito esperada. Ao terminar de
ler a correspondência, ela grita sozinha na sala.
Lívia: Vadia! Me enganou este tempo todo.
Vânia sai do
quarto de hospedes e finge estar preocupada com a Lívia.
Vânia: Tudo bem, minha filha?
Lívia: Como você tem coragem de bancar este teatrinho?
Vânia: Eu não sei do que você está falando, Lívia.
Lívia: Vai se fazer de sonsa, agora, Maria do Socorro? Ou melhor,
Vânia! Você achou mesmo que eu ia colocar uma mulher em minha casa e não iria
me certificar quem você é? Olha aqui o exame de DNA que eu mandei fazer, sua
piranha falsa!
Lívia joga o
envelope na cara de Vânia.
Lívia: Confesse agora, quem é você e com quem você está unida,
pois sozinha você não iria fazer tudo isso!
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