

Lívia dá uma bronca em Mateus pela sujeira que ele fez ao quebrar as garrafas deixando-as cair no chão.
Lívia: Meu
Deus, Mateus! Olha só a sujeira que você fez no chão!
Mateus:
Desculpa, amor. Maria do Socorro?
Lívia: Tudo
bem, eu vou lá na lavanderia pegar um pano e já venho. Fique fazendo companhia
pra Maria enquanto isso.
Lívia sai da sala de jantar.
Mateus: Você
ficou louca, mulher? O que pensa que está fazendo?
Vânia:
Conhecendo a minha filha e...
Mateus: Para de
me fazer de idiota! O combinado era você sumir das nossas vidas e você aparece
pra jantar na minha casa?!
Vânia: Se você
não falar nada nós dois continuamos com os nossos objetivos intactos. Eu vou
sair da vida da Lívia, mas agora eu quero ganhar mais um pouco com isso e você
não ouse me atrapalhar.
Mateus: Você
vai colocar tudo a perder, sua ameba!
Vânia: Não se
você continuar de bico calado!
Lívia volta.
Lívia: Desculpa
te deixar esperando, Maria. Mateus, sente-se. Vamos jantar.
Vânia: Deixa
que eu limpo essa sujeira. Meu trabalho é este mesmo.
Lívia:
Negativo! Hoje você é minha convidada aqui.
Mateus: Eu me
lembrei que esqueci minha carteira na sala do hospital. Eu vou lá e já volto.
Lívia: Sério?
Não dá pra pedir pra alguém trazer?
Mateus: Não
gosto das pessoas mexendo nas minhas coisas. Eu vou lá.
Lívia: Ok.
Volte bem, amor.
Mateus dá um beijo em Lívia. Olha torto para Vânia e sai de casa.
No hospital, Iná era chamada pelo médico que atendeu Vitor.
Iná: E então,
doutor? O que o meu filho tem.
Médico: Vocês
são os pais?
Manoel: Eu sou
apenas um amigo da família.
Médico: Bem...
Eu ainda vou precisar de mais alguns exames, mas tudo leva a crer que ele é
portador da doença celíaca.
Iná: O que é
isso? É grave.
Manoel: É
quando a pessoa não pode ingerir glúten. Eu tive uma amiga na infância que
tinha intolerância a glúten mesmo. Vivia com intestino preso.
Médico: Sim,
estes são sintomas da intolerância, mas o que ele tem é a doença celíaca, ou
seja, ele permanentemente não pode ingerir glúten. Não pode comer coisas com
farinha de trigo, por exemplo. Pães, bolos e tortas são os principais
alimentos.
Iná: E agora?
Como vai ser a alimentação dele?
Manoel: Vai ter
que ser controlada, Iná. Vai ter que passar por avaliação nutricional.
Iná: E isso vai
custar, não é?
Médico: Sim,
mas o plano de saúde cobre.
Iná: Pois é...
Manoel: Bom,
obrigado pela atenção, doutor. Vamos fazer tudo o que for recomendado.
Bárbara atende a campainha de sua casa.
Bárbara:
Mateus? Não entendi o porquê da sua ligação.
Mateus: Bela
cumplice você foi nos arranjar.
Bárbara: A
Vânia? O que tem ela?
Mateus: O que
tem é que ao invés de ela desaparecer do mapa, passou a ter contato com a
Lívia. Agora mesmo está lá na minha casa jantando com a Lívia e estão “se
conhecendo melhor”.
Bárbara: O que?
Aquela acéfala fez isso? Ela não tem medo de brincar com o perigo?
Mateus: Pelo
jeito não. Eu quero saber o que vamos fazer agora. Ela pelo jeito quer tirar
mais proveito desta história.
Bárbara: Não
temos o que fazer agora, mas eu vou pensar em algo. Que vontade de matar aquela
infeliz!
Mateus: Imagina
eu quando a vi na minha casa. Olha, não gosto nem de lembrar.
Bárbara: Bom,
preciso comer algo. Já jantou?
Mateus: Eu ia
jantar, mas depois que vi aquela cena...
Bárbara: Quer
jantar? Pedi filé argentino e pudim de doce de leite.
Mateus: Eu vou
aceitar. Depois eu dou uma desculpa pra Lívia.
Bárbara: Vou
preparar a mesa.
Mateus janta com Bárbara e volta pra casa tarde e é questionado
por Lívia.
Lívia: Mateus,
porque demorou tanto?
Mateus: Olha,
Lívia... vou ser sincero. Eu fui jantar num barzinho perto do hospital e fiquei
por lá mesmo. Não gostei dessa presença da Maria do Socorro.
Lívia: Mas,
Mateus, por que? Ela é minha mãe.
Mateus: Por que
ela se negou a te ver e agora vem na nossa casa normalmente? Ela está te
fazendo de palhaça. E mãe você só pode ter certeza depois de um exame de DNA!
Lívia: Calma,
amor. Vamos dar tempo a ela e a mim. Tudo vai se ajeitar.
Mateus: Tá.
Vamos ver... agora só quero me deitar.
Lívia: Eu
também. Só estava te esperando. Mas antes vou terminar de ler o capítulo de hoje de "Como Curar Seu Coração".
Mateus: É aquela webnovela das 19h do Webmundi, não é? Mas você tá viciada nela, não é?
Lívia: Já mostrei pra Maria do Socorro e ela maratonou tudo.
Lívia e Mateus dão uma risada. Da parte de Mateus era uma risada sincera, diante de um mar de falsidade que ele transformou a própria vida.
Mateus: É aquela webnovela das 19h do Webmundi, não é? Mas você tá viciada nela, não é?
Lívia: Já mostrei pra Maria do Socorro e ela maratonou tudo.
Lívia e Mateus dão uma risada. Da parte de Mateus era uma risada sincera, diante de um mar de falsidade que ele transformou a própria vida.
No dia seguinte, na casa de Iná.
Priscila:
Vitor, já está melhor?
Vitor: Estou
sim. Ainda dói minha barriga, mas nada comparado a ontem.
Priscila: Eu
vou comprar alguma coisa sem glúten pra você.
Vitor: Não
acredito que não posso mais comer o pão francês da padaria do bairro. Que saco.
Priscila: Pois
é, mas agora é se cuidar.
Ellen: Bom dia
para vocês.
Vitor: Bom dia,
Ellen. Você disse que tinha um remédio pra aliviar dores abdominais decorrentes
de ingestão de glúten. Você pode me dar um pouco?
Ellen: Sim, eu
tenho uma intolerância à glúten, mas não sou celíaca como você. Mas esse
remédio tá lá na casa da minha mãe.
Priscila: Então
não precisa pegar. Nós compramos.
Ellen: Amor,
ele é caro. Não me custa nada passar lá. Assim eu também vejo como a dona
Bárbara está. Apesar de tudo, ainda me preocupo com ela.
Priscila: Bom,
se isso não for te atrapalhar, tudo bem.
Ellen: Eu passo
lá e depois te encontro na faculdade.
Vitor:
Obrigado, Ellen. É só pra estes próximos dias, pra eu não sentir tanto com
estas dores.
Mateus chega ao hospital e logo é abordado por Bruno.
Mateus: Ah não,
lá vem você entrando na minha sala sem avisar.
Bruno: E aí,
qual vai ser.
Mateus: Qual
vai ser o que?
Bruno: Tá me
tirando? Você sabe do que estou falando.
Mateus: Eu já
decidi.
Bruno: E então?
Mateus: Eu vou
aumentar seu salário. 50%, pode ser?
Bruno: Poderia
dobrar, não?
Mateus: 70% e
não se fala mais nisso.
Bruno: Me
parece razoável.
Mateus: Agora,
não fica espalhando pra ninguém isso aí, pois vão achar estranho esse aumento
repentino.
Bruno: Pode
deixar. Eu sei cumprir acordos e você bem sabe disso.
Mateus: Agora,
pode sair da minha sala?
Bruno: Claro,
cunhadinho. Com licença.
Ellen vai até a casa de Bárbara e entra sem bater na porta.
Bárbara: Mas o
que é isso? Por que não apertou a campainha?
Ellen: Ué, eu
ainda tenho a chave.
Bárbara: Bom,
ao menos você veio me ver. Achei que tinha esquecido que tem mãe.
Ellen: Não
exagera, você sabe muito bem que só está isolada porque quer.
Bárbara: Queria
que eu convivesse com a sapatona e aquela família dela? Obrigada, mas não.
Ellen: Olha,
não vou responder pra não começarmos a discutir. Só vim ver um remédio que eu
tinha pra reação à glúten.
Bárbara: Teve
aquelas crises de intolerância de novo? Você sabe que quando isso acontece você
tem que ficar tempos sem comer glúten, não sabe?
Ellen: Sim,
mãe, mas não é pra mim. É pro Vitor, o irmão da Priscila.
Bárbara: Aquele
que me chamou de burra por tabela quando eu fui lá?
Ellen: Sim. Ele
mesmo. Descobriu ter a doença celíaca, bem mais grave que o meu problema.
Bárbara:
Imagino a Iná que não tem onde cair morta tendo filho pobre com doença de rico.
Vai ter que lavar panela em dobro.
Ellen: Tá aí a
explicação do porquê de eu nunca vir aqui, não é? Além do mais o pai está
disposto a pagar um plano de saúde pra Iná, Vitor e Priscila.
Bárbara: Oi? Eu
ouvi direito? Pagar um plano?
Ellen: Sim.
Bárbara: Ele
nem tem nada com aquela lá. Resolveu fazer caridade?
Ellen: Ele se
sente culpado pela forma como tratou a Iná no passado. E quer saber? Tá certo
ele. É um belo jeito de pedir desculpas. E você deveria fazer o mesmo. Tratou
muito mal a Iná indo na casa dela aquela vez.
Bárbara: Não
brinca comigo com essa história de eu pedir desculpas pra Iná.
Ellen: Mãe, que
louça toda é essa na pia?
Bárbara balbucia por um momento.
Bárbara: Ué, a
minha louça.
Ellen: É muita
louça.
Bárbara: Você
nem mora mais comigo e vai fiscalizar a minha louça? Quer lavar? Não? Então
pega logo o que você veio pegar e saia.
Ellen: Já
encontrei na gaveta dos remédios. Com licença, dona Bárbara.
Ângela bate na porta da sala de Mateus.
Ângela: Posso
entrar, senhor Mateus?
Mateus: Pode.
Ângela: Com
licença.
Mateus: Algum
problema na recepção?
Ângela: Não. E
também estou no meu intervalo. Eu vim aqui porque tem um assunto que há dias me
incomoda.
Mateus: Bom,
então fale. O que seria?
Ângela: Há
alguns dias eu sinto a Tatiana estranha. Sabe? Não sei explicar.
Mateus: Bom,
não vou negar. Eu também. Mas não sei o que é.
Ângela: Olha,
não quero me intrometer, mas pela reação dela eu acho que ela está com o mesmo
problema que a minha irmã estava no passado.
Mateus: E qual
seria?
Ângela: Eu acho
que ela está sendo vítima de violência doméstica.
Mateus muda seu comportamento instantaneamente.
Mateus: Como?
Aquele merda do Bruno batendo na minha irmã?
Ângela: Eu não
estou afirmando isso, mas ela tem um comportamento muito parecido com o que
minha irmã tinha. Olha, eu gosto muito da Tatiana. Ela quando entrou aqui era
alegre, solar, radiante. Agora parece que está num velório constante. Não estou
garantindo que seja isso, mas eu acho que o senhor deveria ver o que é. Tem
algo de estranho nela.
Mateus: Eu vou
ver sim, Ângela. Obrigado pela amizade. Não se preocupe, não vou comentar nada.
Ângela: Com
licença.
Mateus: Toda.
Mateus aproveita e convida Tatiana para almoço.
Mateus: Vamos
almoçar, Tati?
Tatiana: Vamos.
Eu vou chamar o Bruno enquanto você chama o a Lívia.
Mateus: Não.
Vamos só nós dois. Tenho que conversar sobre a nossa mãe.
Tatiana:
Aconteceu algo grave?
Mateus: Não,
mas não é assunto para Bruno e Lívia estarem perto.
Tatiana: Tudo
bem. Vamos lá então.
Tatiana e Mateus vão a um restaurante e começam a conversar sobre
o passado deles, mas Tatiana queria saber o que tinha acontecido com Vera para
Mateus querer falar da mãe.
Tatiana: Então,
Mateus. O que aconteceu com a nossa mãe?
Mateus: Na
verdade nada. Eu quero falar sobre você.
Tatiana: Sobre
mim? Como assim.
Mateus:
Tatiana, quando o nosso pai morreu eu jurei que nunca deixaria ninguém fazer
algo de mal para a mãe ou pra você e o Tiago.
Tatiana: E
nunca deixou. Lembro que queriam zoar o Tiago por ele ser sempre CDF e nerd e
você sempre o defendeu e nunca deixou que fizessem mal a ele.
Mateus: Pois é.
Você eu nunca precisei, pois sempre foi independente, forte e soube se virar.
Tatiana: Sim,
mas aonde você quer chegar?
Mateus: Eu
tenho te notado nas últimas semanas. Você está apagada. Cadê aquela Tatiana
forte que eu sempre conheci? Você está apagada. Cadê seu brilho?
Tatiana: Estou
cansada por causa do trabalho. Mas logo eu me acostumo.
Mateus: Vamos
ser sinceros como você sempre foi comigo? O Bruno está te batendo? Ele está
fazendo algo com você e te ameaçando?
Tatiana mexe os lábios, mas não responde. Olha para o irmão
fixamente e começa a chorar aos poucos, num choro que vai crescendo a cada
segundo, que é quando Mateus a abraça.
Mateus: Aquele
filha da puta está te tratando mal, Tati?
Tatiana: Eu
juro que não queria. Ele não era assim no começo.
Mateus: Minha
irmã, olha pra mim. Quanto tempo isso já?
Tatiana:
Algumas semanas. Ele ameaça me bater se eu o deixar. Na verdade ele já me bateu
algumas vezes, mas ameaça fazer algo contra a nossa família. Eu não sei o que
fazer, Mateus. Como ele é seu amigo, eu pensei que...
Mateus: Ele é
só meu conhecido.
Tatiana: ... eu
pensei que ele fosse de confiança. Eu não sei o que fazer. Me ajuda meu irmão.
Não quero dar mais dor de cabeça pra nossa mãe.
Mateus: Eu vou te ajudar. Esse bosta vai se arrepender de encostar a mão em alguém da minha família!
Mateus abraça Tatiana e a moça fica meio assustada com as palavras do irmão (foco na cara de ódio de Mateus para o gancho)
------------------------------- GANCHO: FÉ CEGA, FACA AMOLADA (EMMERSON NOGUEIRA) ------------------------
0 Comentários