DESTINO - Capítulo 24: "Apesar de tudo, ainda te amo"

Lívia vai ao encontro de Mateus.

Lívia: Mateus, olha isso aqui.

Mateus: Amor, me mostra os papeis depois. Chega de negócios, vamos pra casa e parar de falar de trabalho por hoje.

Lívia: Não é trabalho. Olha o nome completo da nova copeira.

Mateus: Deixa eu ver. Maria do Socorro dos SANTOS?

Lívia: Exatamente. O mesmo nome que você encontrou naquela ficha antiga do dia do meu nascimento.

Mateus: Amor, vamos com cautela, você sabe que eu não quero que você...

Lívia: Que eu me decepcione? Chega, Mateus. Vamos levar estes dados para o detetive, queira você ou não.

Mateus: Tudo bem. Você está certa. Quem vai dizer se você está certa em suas suspeitas ou não será o detetive Mauro. Amanhã mesmo vamos cedo no escritório dele.

Lívia: Obrigado, amor. É sempre bom saber que eu posso contar com você.

Enquanto isso, Vera e Manoel tinham uma noite de amor como há anos eles não tinham.

--- MÚSICA DE AMBIENTAÇÃO: A SUA (MARISA MONTE) --------------------

Vera: Me perdoe por eu ter sido tão ridícula e...

Manoel: Esquece isso e me beija. Vamos gastar nossos lábios só para isso hoje.

Enquanto isso acontecia, Bárbara armava barraco na casa de Iná.

Iná: O que te faz achar que o Manoel estaria aqui?

Bárbara: Não se faça de sonsa, acha que eu não sei que ele já te procurou recentemente?

Iná: Sabe? Como assim, você sabe? Como pode ter tanta certeza.

Bárbara percebendo que estava quase falando demais, faz uma breve pausa e acaba arranjando uma desculpa rápida.

Bárbara: Depois daquele dia que a sua filha foi desmoralizar a minha casa eu sei que ele veio aqui com este papinho de desculpas e com certeza você deu uma chave de coxa nele de novo!

Iná: Bárbara, a sua falta de autoconfiança é incrível. Não que você tenha algo do que orgulhar de si mesma, mas achar que eu, uma empregada, como você sempre faz questão de lembrar, tenho o poder de tomar seu marido depois de mais de duas décadas sem o ver é muita baixa auto estima pro meu gosto.

Bárbara: Onde ele está?

Iná: Eu já falei que ele não está aqui!

Bárbara: Então deixa eu ver. Deve estar neste quarto aqui.

Priscila: Este aí é o meu quarto! Sai daí, sua louca!

Iná: Filha, deixa. Eu vou mostrar pra ela que o Manoel não está aqui.

Priscila: Mãe, ela não pode entrar no meu quarto.

Bárbara: Que pouca vergonha é esta? Uma foto da Ellen quase pelada? Tinha que ser o quarto da sapatão mesmo.

Iná: Sua perua depenada! Meça suas palavras pra falar da minha filha!

Bárbara: Aqui este desgraçado não está. Vamos ver neste quarto.

Vitor: Este é o meu quarto! Mas, pode entrar. Só por favor não mexa na primeira gaveta.

Bárbara: O que você guarda aqui? O que é isso?

Vitor: Um livro de Fernando Sabino. Já leu “O Grande Mentecapto”?

Bárbara: Não.

Vitor: Pois é, a elite brasileira econômica não é a intelectual mesmo.

Bárbara: O que você quis dizer com isso?

Iná: Vamos indo. Este é o meu quarto. Pronto, viu que não tem nenhum Manoel aqui, né? Então vai embora sua louca! E não me faça descer a mão na sua cara que nem eu fiz há algumas semanas atrás!

Bárbara sente o nervosismo de Iná e resolve ir embora, frustrada por perceber que sua intuição falhou.

Enquanto isso no hotel...

Vera: Manoel, eu quero que você venha morar comigo.

Manoel: Olha, Vera. Andei pensando e sei que você quer as coisas mais bem definidas e eu aceito esperar...

Vera: Eu não quero mais esperar. Não tem o porquê de esperar. Você pode vir pra minha casa a hora que você quiser.

Manoel: Você tem certeza?

Vera: Tenho!

Manoel: Então você me ajuda a fazer as malas?

Dizendo isso eles se beijam e arrumam as malas de Manoel e vão para a casa de Vera.

Vera: Tiago? Tatiana?

Tiago: Tatiana não vem dormir. Parece que vai passar a noite na casa do Bruno.

Vera: O que? Eu sabia que esta menina estava aprontando algo.

Tiago: Mãe, ela já é maior de idade. Deixa ela voar com as próprias asas. Se ela quebrar a cara é problema dela.

Vera: Você tem razão.

Tiago: E como foi a conversa com o Manoel? Se acertaram.

Manoel entra pela porta da sala de Vera.

Manoel: Você pode me emprestar seu pijama, Tiago?

Tiago dá um sorriso e abraça o novo padrasto e diz: Claro, Manoel. Mas você está um pouco gordinho, vamos ter que ver se acho um pra você.

Tiago e Manoel dão risada e Vera fica feliz com a cena e senti que fez a coisa certa.

No dia seguinte Ellen tem uma conversa séria com a mãe.

Ellen: Mãe, que história é essa de invadir a casa da Priscila atrás do papai?

Bárbara: Fui ver onde seu pai estava se enfiando.

Ellen: Ele não está lá e mesmo se estivesse isso não é mais da sua conta.

Bárbara: Ellen, não enche meu saco que eu estou com dor de cabeça.

Ellen: A senhora não tem vergonha de fazer o que fez?

Bárbara: Vergonha? Eu? Não era a minha foto seminua que estava no quarto daquela mocinha.

Ellen: A Priscila me disse no whats que você invadiu o quarto dela. Não está vendo este papel ridículo que você está fazendo, dona Bárbara?

Bárbara: Você já se olhou no espelho pra falar de ridicularidade?

Ellen: Sim, já me olhei e o que eu vi foi uma mulher linda, bem decidida que a única coisa que faz é estudar e amar quem a ama. Já você não sabe passar um dia da sua vidinha miserável sem humilhar os outros, sem ter que rebaixar os outros pra ver se chega no mesmo nível deles, uma vez que você está num nível abaixo. Você é fria, Bárbara Pierini, você é frígida como uma pedra de gelo. Ninguém te quer e você está cada vez mais desesperada vendo isso. Quer saber? Meu pai demorou e muito pra se separar de você!

Bárbara se descontrola e desfere um sonoro tapa em sua única filha, fazendo, inclusive com que Ellen se desequilibre e caia no chão machucando a mão direita.

Bárbara: Você deve ter puxado ao seu pai. Adora uma decadência. Uma vergonha ter tido estrias por sua causa!

Dizendo isso, Bárbara se retira da sala de jantar.

Ellen desconcertada vai para a universidade chorando e chegando lá desabafa com a namorada e Tiago.

Priscila: Ela fez e disse tudo isso.

Ellen: Minha mãe está descontrolada. Está insustentável continuar morando com ela.

Priscila: Imagina quando ela ficar sabendo...

Ellen: Sabendo do que?

Priscila: Digo, ficar sabendo quem é a namorada atual do seu pai.

Ellen: Nem deve ter namorada nenhuma. Minha mãe é louca, Pri!

Tiago: Na verdade tem.

Ellen: Como assim?

Priscila: Você sabe de alguma coisa?

Tiago: Gente, não quero ser fofoqueiro e não quero que esta conversa chegue até os ouvidos da Bárbara, mas eu sei quem é a namorada do seu pai, Ellen.

Ellen: Então fale logo.

Tiago: É a minha mãe. E seu pai está morando lá em casa desde ontem.

Ellen: O que?

Priscila: Dona Vera?

Ellen: Você a conhece?

Priscila: Não, mas a minha mãe disse que conversou com ela depois que elas foram bater boca com a sua mãe naquele domingo de manhã e elas se apresentaram e se deram bem.

Ellen: Meu Deus, meu pai só conhece gente que já se encrencou com a minha mãe. Cruzes!

Tiago: Vamos combinar que a sua mãe pediu aquele dia. Eu tentei controlar a minha mãe.

Priscila: Eu também, mas a dona Iná é uma fera com quem mexe com os filhos dela e pelo jeito a dona Vera também.

Tiago: Sim. Uma vez o dono de uma mecânica queria bater no Mateus porque ele quebrou o vidro de uma janela da oficina com uma bola de bets e a minha mãe foi tirar satisfações com ele e deu uns tapas na cara dele. Minha tia Terezinha e mais uns vizinhos tiveram que separar, se não ela ia marcar de unha a cara do moço.

Ellen: Bom, minha mãe cavou a própria cova. E eu tenho que sair logo daquela casa. Depois de hoje a situação ficou insustentável.

Neste mesmo instante Mateus abordava Vânia do hospital.

Mateus: Ela já viu a sua ficha e vai te investigar. Na verdade ela vai mandar um detetive te procurar e puxar conversa. Aja naturalmente, mas deixe claro que você já teve uma filha e teve que abrir mão. Isso não pode faltar!

Vânia: Ok. Estamos combinados.

Mateus: Aproveitando, você viu a minha irmã hoje? Sabe se ela está na sala de Bruno?

Vânia: Sim, só cuidado pra não abrir e pegar eles se agarrando.

Mateus: Agarrando?

Vânia: Ué, sua irmã pelo jeito tem caso com o chefe dela. Bom, isso é assunto de família e eu não tenho nada a ver com isso. Com licença.

Mateus se dirige até a sala de Bruno e encontra Tatiana sozinha.

Mateus: Tatiana, tudo bem?

Tatiana: Oi, maninho. Tudo e com você?

Mateus: Tudo bem. Escuta, como está a mãe e o Tiago.

Tatiana: Estão bem. A mãe está namorando.

Mateus: Já fiquei sabendo desta história, mas não sei quem é este cara. Vou falar com ela amanhã mesmo.

Tatiana: Também não vi ele pessoalmente, mas enfim.

Mateus: Tatiana, você está tendo um caso com o Bruno?

Tatiana: Quem te disse isso? Foi o boca aberta do Tiago?

Mateus: Não, vocês não sabem nem disfarçar pelo hospital.

Tatiana: Sim, estamos nos conhecendo.

Mateus: Toma cuidado com o Bruno.

Tatiana: Como assim? Ele é super gentil.

Mateus: Até a hora que você disser não para ele. Depois não diga que eu não te avisei.

Dizendo isso, Mateus sai da sala de Bruno e Tatiana fica com uma cara de assustada olhando para uma marca roxa em sua coxa esquerda.

No fim da tarde Priscila chama Ellen para conversar.

--- MÚSICA DE AMBIENTAÇÃO: THE CURE (LADY GAGA) ------------------

Priscila: Você já sabe para onde vai?

Ellen: Não sei. Talvez eu alugue um quarto aqui perto da faculdade, mas quero sair o mais rápido de casa.

Priscila: Eu telefonei para a minha casa na hora do café da tarde.

Ellen: E?

Priscila: Já tenho a solução para você. Aliás, para nós.

Priscila cochicha no ouvido de Ellen que sorri e dá um abraço e selinho na namorada.

Ellen volta para casa e começa a arrumar uma mala com roupas e pedi um carro pelo aplicativo e vai embora. Bárbara ainda não tinha chegado em casa e quanto chega se depara com um bilhete que Ellen deixou em cima do escritório da casa:

“Mãe, me perdoa pelas ofensas, mas já não conseguimos manter uma convivência civilizada. Estou saindo de casa. Apesar de tudo, ainda te amo. Assinado: Ellen.”

Bárbara fica em prantos, começa a arremessas objetos contra a parede, começa a subir as escadas procurando Ellen, mas ela já não estava mais lá.

- Como eles puderam fazer isso comigo? Eu dei minha vida por eles! Ingratos!

Percebendo a veracidade do bilhete da filha, Bárbara senta no chão do corredor e começa a chorar desesperadamente e gritando: Nããããão! Elleeeen! Manoeeeeeeel!!!!

------------------ MUSICA DE ENCERRAMENTO: RESPOSTA (SKANK) -----------------