DESTINO - Capítulo 25: Um pouco de ciúmes



Enquanto Bárbara quebrava parte do seu patrimônio num acesso de raiva, Ellen chegava à casa de Priscila.
Priscila: Mãe, chegamos.
Iná: Olá, meninas. Tudo bem, Ellen?
Ellen: Tudo, dona Iná (diz a menina com um pouco de vergonha).
Iná: Deixe suas coisas aqui e venha jantar conosco. Preparei strogonoff de frango, você gosta?
Ellen: Claro, gosto muito.
Todos se sentam à mesa e Iná percebe um pouco de vergonha da parte de Ellen com toda aquela situação.
Iná: Ellen, você está um pouco estranha. Está com vergonha?
Ellen: Ah, dona Iná, não vou mentir não, estou sim. Não planejava isso agora, mas a situação lá em casa estava insustentável. Depois do que a minha mãe fez aqui na casa de vocês eu não conseguia mais manter um convívio civilizado com ela.
Iná: Ellen, a partir de agora você também vai ser tratada como minha filha. Se você faz bem à Priscila, também faz bem a mim e quero que você se sinta bem aqui.
Ellen: Obrigada, dona Iná. Prometo que vou me comportar.
Iná: Pode me chamar de Iná. E seu pai, já sabe que você está aqui?
Ellen: Vou contar a ele ainda, mas quero fazer isso pessoalmente. Daqui a pouco vou na casa do Tiago conversar com ele.
Iná: Casa do Tiago? É aquele amigo de vocês?
Priscila: Sim. O Manoel está namorando a mãe dele, a dona Vera.
Iná: A Vera que eu conheci aquele dia na casa da Bárbara?
Priscila: Ela mesmo.
Iná: Eles começaram a namorar naquela época?
Priscila: Não, parece que eles se conheceram totalmente de forma aleatória.
Iná: Gente, o destino é curioso mesmo, não é? Eu adorei a Vera, achei ela bem honesta e pelo pouco que vi é trabalhadora.
Ellen: É sim, Iná. Criou os três filhos sozinha, perdeu o marido cedo, abriu o próprio restaurante junto com a cunhada. Tiago sempre fala da mãe com orgulho. Ela é igual a senhora, uma guerreira.
Iná: A gente faz o que pode, né? Ao menos pra ver se os filhos tem um destino melhor do que o nosso.
Vitor: Gente, desculpa interromper o papo de vocês, mas o Tiago me mandou mensagem no whatsapp perguntando o porquê de nenhuma de vocês terem respondido ele ainda.
Priscila: Meu celular está descarregado.
Ellen: Eu não vi meu celular desde a hora em que cheguei. Deixa eu ver aqui... ele perguntou que horas a gente vai chegar lá.
Priscila: 08h. É só o tempo de terminarmos e sairmos.
Ellen: Já confirmei a ele.
Priscila e Ellen terminam de jantar e se deslocam em direção à casa de Tiago, Vera e agora Manoel também.

- MÚSICA DE TRANSIÇÃO COM IMAGENS DAS AVENIDAS VISCONDE DE GUARAPUAVA E CÂNDIDO DE ABREU À NOITE EM CURITIBA - DON'T STOP THE MUSIC (RIHANNA) -

Chegando lá, Ellen vê uma cena inusitada: Tiago e Manoel jogando vídeo game juntos.
Ellen: Pai?
Manoel: Filha! Venha cá. Tudo bem com você?
Ellen: Tudo. Estou atrapalhando algo?



Manoel: Imagina, claro que não. Estávamos jogando vídeo game e...
Vera: Ellen! Priscila! Tudo bem com vocês?
Priscila: Tudo bem, dona Vera. Minha mãe mandou um abraço pra senhora.
Vera: Mande outro pra ela. Vocês querem jantar?
Ellen: Já jantamos, muito obrigada.
Vera: E uma sobremesa, aceitam? Fiz pudim de leite condensado.
Ellen: Bom, neste caso eu aceito. Você quer, Pri? Posso pegar pra você também.
Priscila: Pega lá. Eu já vou com vocês.

Priscila chama Manoel num canto e pergunta:
Priscila: Manoel, você já contou pra Vera sobre o seu passado com a minha mãe?
Manoel: Eu tenho que contar?
Priscila: Não sei, você combinou com a minha mãe de não sair por aí divulgando coisas sobre a busca por esta filha que vocês tiveram?
Manoel: Sim. Só vou contar para Vera quando a Iná autorizar. Afinal de contas, esta história é de nós dois.
Priscila: Espero que ela entenda que vocês não tem mais nada hoje em dia.
Manoel: A Vera tem uma cabeça boa. Ela vai entender. E como a Iná recebeu a Ellen na casa de vocês?
Priscila: Recebeu bem. Minha mãe apesar de simples é desprendida de preconceitos.
Manoel: Já a Bárbara...
Priscila: Esta aí deve estar possessa e odiando todo mundo naquela casa de vocês.

Enquanto isso, Bárbara chama Mateus para sua casa.
Bárbara: Você sabe onde fica, já te disse outras vezes.
Mateus: Ir aí pra seu marido chegar e me ver? Tá louca?
Bárbara: Não tem ninguém aqui, estou morando sozinha temporariamente.
Mateus: O Manoel te deu um pé na bunda? Até que demorou.
Bárbara: Pare de falar bobagens e venha logo, garotão.
Mateus: Ok, mas espero que seja algo importante, tenho muito o que fazer ainda.

Enquanto isso, Ellen conversava com Vera na cozinha.
Ellen: E como está você e o meu pai?
Vera: Estamos nos dando bem. Foi tudo meio repentino, mas deixar passar muito tempo nesta altura da vida acho meio desnecessário pra mim.
Ellen: Mas a senhora está super bem.
Vera: Obrigada, minha filha.
Ellen: O Tiago pelo jeito se deu super bem com meu pai.
Vera: Você está com um pouco de ciúmes, né?
Ellen: Está tão na cara assim?
Vera: Uhum.
Ellen: Me perdoa, dona Vera. É que eu nunca tive que dividir meu pai com ninguém e pelo visto meu pai viu no Tiago o filho que ele não teve. Juro que não é por maldade minha.
Vera: Tudo bem, Ellen. Eu te entendo. Mas, olha... fica despreocupada, o Tiago não quer em nenhum momento que o Manoel preencha o lugar que era pra ser do pai dele. Eles apenas são bons amigos e estão se aproximando.
Ellen: Sim, eu entendo, é apenas um sentimento diferente com o qual nunca tive que lidar. Mas, eu conheço meu pai e conheço o Tiago e acho que eles devem mesmo se conhecerem e terem uma boa amizade.
Vera: Ellen, você disse que nunca teve que dividir seu pai com ninguém, mas, engraçado que quando conheci seu pai ele me disse que tinha duas filhas. Você teve alguma irmã que morreu quando jovem?
Ellen: Não, sou filha única e a minha mãe nem queria mais engravidar depois de mim. Tem certeza de que o meu pai disse isso?
Vera: Absoluta. Inclusive cheguei a achar que era filha de algum outro casamento, mas esqueci de perguntar e só me lembrei agora.

Mateus chega na casa de Bárbara.
Mateus: Quando você me ligou eu não pude acreditar. O que eu viria fazer na sua casa a esta hora?
Bárbara: Entra logo que tá entrando vento.
Mateus: Ok. O que você quer?
Bárbara: Conversar. Quer alguma bebida?
Mateus: Conversar sobre?
Bárbara: Quer ou não?
Mateus: Me serve qualquer coisa aí.
Bárbara: Qualquer coisa não tem. Tem vinho branco, merlot, espumante...
Mateus: Quer saber? Me serve um energético. Pronto. Ou vai dizer que não tem?
Bárbara: Tem sim, a Ellen gosta disso. Nossa, você é suburbano raiz mesmo, né? Quer uma 51 pra misturar com o energético?
Mateus: Você tem Velho Barreiro?
Bárbara: Melhor eu parar de fazer perguntas e trazer logo o energético porque a conversa só piora.

Manoel e Priscila adentram novamente a cozinha de Vera e ela dispara a pergunta.
Vera: Manoel, lembra de quando a gente se conheceu?
Manoel: Claro, eu derrubei um monte de papel naquele dia.
Vera: Lembra da nossa conversa?
Manoel: Inteira não, não tenho a memória que você tem, por que?
Vera: Você me disse que tinha duas filhas. Uma é a Ellen. Quem é a sua outra filha?
Manoel fica pálido com a pergunta.

----------------------- MÚSICA DE ENCERRAMENTO: LINGER (THE CRANBERRIES) ---------------------------------

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