BRASIL, DIAS ATUAIS
CENA 1: ROSA DO BARÃO, EMPRESA MARINO GOUVEIA, ESTACIONAMENTO, EXTERIOR, TARDE
Denis quer entender o motivo de Ricardo acusar o próprio irmão de assassinato. Os dois continuam se encarando.
RICARDO: – Sim, claro, o Eduardo estava fazendo coisa melhor. Ele estava na cadeia e isso era melhor do que cuidar de uma empresa. – Diz se aproximando um pouco mais de Denis. – O Eduardo é o assassino de seu pai, e era isso que eu queria que você tivesse visto. – Afirma ele jogando para Denis um jornal da época que relata o assassinato de Paulo, e tem uma foto de Eduardo em destaque.
Denis fica abismado, logo começa a chorar enquanto em sua memória vem vagas lembranças do enterro de seu pai.
CENA 2: ROSA DO BARÃO, CASA DE HELENA, SALA, INTERIOR, TARDE
Gerusa está aflita ao ver a amiga de um jeito arrasador e tenta entender o que se passa para dar seu apoio. As duas estão sentadas no sofá, e Gerusa percebe que sua amiga não está nada bem.
GERUSA: – O que houve, Helena?
HELENA: – Não consigo acreditar, Gerusa!
GERUSA: – No que amiga?
HELENA: – O Ricardo ia entregar o Eduardo para o Denis. E você sabe como o Denis é com relação a esse assunto. Ele é capaz de tudo para vingar a morte do pai.
GERUSA: – Você acha mesmo?
HELENA: – Certeza, tenho certeza que se o Denis souber, a vida do Eduardo vai virar um inferno.
GERUSA: – O Ricardo está se mostrando muito cruel. Até onde ele vai com tudo isso?
HELENA: – Ele tem medo, Gerusa! Medo de me perder, medo que eu volte para o Eduardo. E pra piorar tudo, hoje eu ví uma notícia que me deixou horrorizada.
GERUSA: – Qual notícia?
HELENA: – Minhas amigas daquela época em que o Eduardo foi preso, apareceram mortas. A polícia acredita em assalto, mas algo me diz que não foi isso realmente.
GERUSA: – Você acha que o Eduardo tem algo a ver com isso, minha amiga?
HELENA: – Deus me livre! Não quero nem pensar nisso. Mas que tem algo de muito estranho nisso tudo, isso tem.
GERUSA: – Tudo isso é muito maluco, Helena. O Eduardo não me pareceu nenhum assassino ou coisa do tipo.
HELENA: – Eu nem sei mais em que acreditar, Gerusa! Amanhã vou falar com ele.
GERUSA: – Tem certeza disso, Helena?
HELENA: – Sim. É hora de eu contar toda verdade.
Gerusa segura a mão de Helena.
GERUSA: – Dará tudo certo, minha amiga.
CENA 4: ROSA DO BARÃO, CASA DE EDUARDO, QUARTO, INTERIOR, NOITE
Eduardo teve um dia cheio e ao se deitar pensa se deveria ou não confiar em Isaque.
EDUARDO: – Não sei se posso confiar nele. Confiei no Demétrio e olha o que houve! Mas pensando bem, acho a melhor coisa pra se fazer. Vou dar uma chance pra ele!
Eduardo se deita na cama, e estranhamente vem em sua mente a imagem de Helena.
CENA 5: ROSA DO BARÃO, CASA DE DENIS, SALA, INTERIOR, MANHÃ
Outro dia chega, e com ele a fúria de Denis. Ele não conseguiu dormir direito, pois ficou a noite toda pensando no que viu e ouviu de Ricardo. Denis se senta no sofá, está pensativo.
DENIS: – Não posso acreditar que o Eduardo seja isso! Ele não é nada disso. Vou descobrir se tudo isso é verdade ainda hoje, tenho que saber qual é a verdade.
CENA 6: ROSA DO BARÃO, CASA DE ISAQUE, QUARTO/BANHEIRO, INTERIOR, MANHÃ
Isaque acorda sentindo a falta de Vitória, caminha até o banheiro para lavar o rosto. A raiva ee tanta que Isaque soca o espelho do banheiro com muita força.
ISAQUE: – Se ele fez isso, meu amor. Eu vou me vingar! Juro que vou me vingar! – Ele promete enquanto olha para o espelho rachado pela força de seu soco.
CENA 7: ROSA DO BARÃO, CEMITÉRIO, MANHÃ
Assim que Isaque se apronta, um carro chega para levá-lo até o cemitério onde Vitória será enterrada. Quando chega no cemitério, Isaque se depara com Emanuel que faz parte da cerimônia de despedida de Manuela. Isaque fica incomodado com aquilo e chama Emanuel em um canto reservado.
ISAQUE (Indignado): – O que você faz aqui, Emanuel?
EMANUEL: – Vim despedir de minha esposa, amigo.
ISAQUE: – Não se faça de preocupado, Emanuel. Esse teatro todo é para o que mesmo?
EMANUEL: – Não estou entendendo!
ISAQUE: – Está entendendo, sim. Você acha que eu não sei o que se passa? Eu sei de tudo, Emanuel, de tudo.
Emanuel desvia o olhar por um curto instante.
EMANUEL: – Continuo sem entender, Isaque!
ISAQUE: – Estou perdendo as paciências com você, Emanuel.
Isaque se aproxima de Emanuel e o segura pelo colarinho da camisa.
EMANUEL: – Me solta, Isaque ou..
Isaque não deixa que Emanuel termine.
ISAQUE: – Ou o que? Vai contar tudo pro seu cúmplice? Eu sei quem é ele, Emanuel. – Ele afirma encarando aquele que um dia foi seu amigo.
Emanuel vê o ódio no olhar de Isaque.
CONTINUA
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