BRASIL, DIAS ATUAIS
CENA 1: ROSA DO BARÃO, APARTAMENTO DE DEMÉTRIO, SALA, INTERIOR, NOITE
Emanuel se mostra assustado enquanto olha para Demétrio, até que ele se põe a falar.
EMANUEL: – Eu preciso falar com você.
DEMÉTRIO: – O que aconteceu? Deve ter sido algo muito grave para que você venha me procurar depois de ter prometido que não iria aparecer mais.
EMANUEL: – Tudo saiu do meu controle, tudo! Eu nem sei se deveria estar aqui, se isso era o que eu faria mesmo em outra situação. Acho que eu mesmo poderia resolver isso tudo sozinho, mas eu tinha que avisá-lo.
Demétrio se aproxima um pouco mais de Emanuel e o toca no braço esquerdo.
DEMÉTRIO: – O que você está querendo me dizer?
EMANUEL: – Não encosta, Demétrio. Eu já passei daquela fase.– Ele diz enquanto se afasta de Demétrio.
DEMÉTRIO: – Será que passou mesmo, Emanuel? Duvido disso, pois se fosse verdade você não estaria aqui.
EMANUEL: – Pois que duvide, mas que é verdade, isso é. Não estou tendo recaídas.
Demétrio recua um pouco enquanto observa a preocupação de Emanuel.
DEMÉTRIO: – Tudo bem, tudo bem! O que você veio me contar então?
EMANUEL: – A Manuela e a Vitória sabem de tudo, de tudo, Demétrio!
DEMÉTRIO: – Como isso foi acontecer, Emanuel? Como? – Ele se irrita.
EMANUEL: – Eu não sei, Demétrio. Eu não sei! Achei que esse segredo ficaria guardado por muito tempo, mas não foi isso que aconteceu.
Demétrio volta a se aproximar de Emanuel que continua a encará-lo com uma expressão indecifrável.
DEMÉTRIO: – Pode deixar que eu vou dar meu jeito nisso tudo, Emanuel. Nada sairá do seu ou do meu controle.
CENA 2: ROSA DO BARÃO, CASA DE HELENA, SALA, INTERIOR, MANHÃ
Ricardo não gosta nada quando sabe que foi Eduardo quem salvou Felipe de ser atropelado, e percebe um esfriamento por parte de Helena desde o acontecido, e aproveitando que ela está em casa, ele procura esclarecer tudo de uma vez. Helena vê Ricardo sentado no degrau da escada, os dois se olham. Ricardo se levanta do degrau.
RICARDO: – Qual o motivo pra você não ter me contado nada do que estava acontecendo, Helena? Eu pelo menos acho que ainda sou seu marido.
HELENA: – É meu marido, sim. Mas não é meu dono, Ricardo. E não considere tudo isso como uma traição, pois não foi.
RICARDO: – Eu te amo, sempre te amei, Helena. Nunca cobrei nada de você, nunca! Não estou achando que isso foi uma traição, fique tranquila!
HELENA: – Me responda uma pergunta, Ricardo?
RICARDO: – Sim, pode fazer a pergunta que quiser.
HELENA: – Esse seu amor que você diz sentir por mim, você seria capaz de tudo pra me ter ao seu lado?
RICARDO: – Eu sei onde você quer chegar, Helena, por isso é melhor terminarmos essa conversa por aqui.
Ricardo começa a descer pela escada.
HELENA: – Responda, Ricardo! Você teria sido capaz de incriminar seu irmão?
Ricardo pára no meio do caminho e encara Helena com uma expressão de ofendido.
RICARDO: – Eu já disse que essa conversa não tem cabimento, Helena. Eu não seria capaz de uma barbaridade dessas, nunca.
CENA 3: ROSA DO BARÃO, CASA DE EDUARDO, VARANCA, EXTERIOR, MANHÃ
Denis está feliz em ter feito uma amizade com Eduardo, mas nem imagina o que se esconde. Eduardo nem esperava a visita de Denis , então fica surpreso quando vê ele chegar. Denis se senta em uma cadeira ao lado de Eduardo, que por sua vez fecha o livro que lia.
EDUARDO: – O que houve, Denis?
DENIS: – Sei que não devia pedir isso pra você já que nos conhecemos há poucos dias, mas acredite ou não, você me traz segurança. Desde que meu pai foi assassinado, o Ricardo e a tia Helena me ajudam em quase tudo, por isso tenho enorme gratidão à eles.
EDUARDO: – Aonde você quer chegar com isso tudo, Denis?
DENIS : – Eu acho que todos escondem algo de mim, eu não sei se é paranoia minha, mas sempre quando toco no nome de meu pai, sempre quando quero saber quem foi o desgraçado que tirou a vida dele, eles desviam o assunto. – Os olhos dele começam a ficar marejados, ele volta seu olhar para Eduardo. – Você sabe quem matou o meu pai?
A Pergunta cai como uma bomba no colo de Eduardo, que fica paralisado.
CONTINUA
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