Pobre Chique
Web Novela de EVERTON BRITO
Escrita Por EVERTON BRITO
Colaboradores FAILON TEIXEIRA
STHEFANI
CLAUDINO
Capítulo 05
PERSONAGENS DESTE CAPÍTULO:
MARIA
TADEU
BELA
SHEILA
FERDINANDO
NÁDIA
DOMINIQUE
RODRIGO
BENÍCIO
PLÍNIO
DÉSIRÉE
VALENTINA
PARTICIPAÇÕES ESPECIAIS:
FUNCIONÁRIO
CENA 01. MORRO AZUL- CASA DE TADEU
[INT./DIA]
Plano
aéreo do Morro, os raios do sol, com traços fortes e amarelados ilumina toda a
região. INT. Tadeu encontra-se deitado no sofá, largado. Percebemos a casa
arrumada e organizada. Risos vindos da cozinha. Ele vai acordando lentamente.
Levanta-se e estranha a casa. Olha em direção a cozinha e dirigi-se a ela.
Avista Nádia e Maria, rindo.
NÁDIA-
Ah, acordou a Margarida. Notou a diferença, a Maria conseguiu deixar esse
moquifo num lugar decente.
MARIA- A Nádia me emprestou uma roupa dela.
TADEU- O que você veio fazer aqui a essa hora do dia?
NÁDIA- Olha, eu não sei se você se lembra, mas existe um certo clube em que trabalhamos...
TADEU- Ai, meu Deus, o clube! Maria... Você vem com a gente.
MARIA- Tadeu, Tadeu. Eu não quero ficar encostada aqui na sua casa. Eu vou arranjar um emprego qualquer, visse? Acho melhor eu sair e tentar achar alguma coisa. Você já me ajudou bastante. Que isso... Abrigou uma desconhecida... Eu não quero ser um estorvo.
NÁDIA- O clube não está precisando de uma faxineira?
TADEU- Imagina se a Maria vai querer limpar chão no Rio de Janeiro.
MARIA- É perfeito! Eu quero sim. Vôte, nunca tive medo de trabalho, não.
MARIA- A Nádia me emprestou uma roupa dela.
TADEU- O que você veio fazer aqui a essa hora do dia?
NÁDIA- Olha, eu não sei se você se lembra, mas existe um certo clube em que trabalhamos...
TADEU- Ai, meu Deus, o clube! Maria... Você vem com a gente.
MARIA- Tadeu, Tadeu. Eu não quero ficar encostada aqui na sua casa. Eu vou arranjar um emprego qualquer, visse? Acho melhor eu sair e tentar achar alguma coisa. Você já me ajudou bastante. Que isso... Abrigou uma desconhecida... Eu não quero ser um estorvo.
NÁDIA- O clube não está precisando de uma faxineira?
TADEU- Imagina se a Maria vai querer limpar chão no Rio de Janeiro.
MARIA- É perfeito! Eu quero sim. Vôte, nunca tive medo de trabalho, não.
Nádia
sorri.
TADEU-
Ótimo... Deixa eu só me arrumar e já, já saímos.
Tadeu,
ao sair, atrapalhado, tropeça e quase cai. Maria sorri, serenamente.
CENA 02. TERMINAL [INT./DIA]
Um
ônibus acaba de estacionar. Pessoas descem. Um rapaz sai com uma mala em mãos.
Revela Ferdinando, em êxtase, encantado.
FERDINANDO-
Então aqui é o Rio de Janeiro (Sorri). Eu cheguei! (Angustiado) Grande, né?
Ferdinando
avista um homem vendendo algodão doce e caminha em sua direção, sorridente.
FERDINANDO-
Quanto tempo eu não como um algodão doce? Desde pequeno talvez? Pois bem, seu
moço, eu vou querer... Eu ainda tenho que encontrar a doida da Maria.
Ferdinando
sorri, de canto a canto, observando toda a cidade maravilhosa.
CENA 03. CLUBE- ACADEMIA [INT./DIA]
Rodrigo
e Carlos malham. Rodrigo pratica o exercício na bicicleta. Sua ofegante.
RODRIGO-
Eu preciso encontrar a garota de ontem. Eu não sei o que aconteceu ou que
mudou, mas eu não consigo parar de pensar nela um só minuto.
CARLOS- Já pensou que isso pode se chamar ego ferido?
RODRIGO- Pode ser, mas enquanto eu não tiver certeza, eu vou ter que procurá-la e descobrir.
CARLOS- Tá... Mas você está se esquecendo de um pequeno detalhe codinome Dominique.
RODRIGO- Eu e a Dominique não somos nada.
CARLOS- Mas ela e a imprensa pensam que sim.
RODRIGO- Eu nunca disse que tínhamos.
CARLOS- Mas também nunca fez questão de discordar.
CARLOS- Já pensou que isso pode se chamar ego ferido?
RODRIGO- Pode ser, mas enquanto eu não tiver certeza, eu vou ter que procurá-la e descobrir.
CARLOS- Tá... Mas você está se esquecendo de um pequeno detalhe codinome Dominique.
RODRIGO- Eu e a Dominique não somos nada.
CARLOS- Mas ela e a imprensa pensam que sim.
RODRIGO- Eu nunca disse que tínhamos.
CARLOS- Mas também nunca fez questão de discordar.
Rodrigo
para. Respira. Desce da bicicleta e sai andando, Carlos o acompanha.
CARLOS-
Então por que você está com a Dominique se não gosta dela?
RODRIGO- Talvez por que no fundo eu morro de ficar sozinho. Eu vou tomar uma ducha, que por falar na Dominique, ela me espera para uma sessão de fotos.
RODRIGO- Talvez por que no fundo eu morro de ficar sozinho. Eu vou tomar uma ducha, que por falar na Dominique, ela me espera para uma sessão de fotos.
Carlos
para, Rodrigo vai andando.
MUSIC FADE: Primeira Semana- Luan Santana.
CENA 04. RUA [EXT./DIA]
CAM
SUBJETIVA. BENÍCIO, alto, forte, cabelos pretos, olhos castanhos. 30 anos.
Traja uma camiseta regata branca e uma calça. Desce do ônibus, que acabara de
parar no ponto. Imediatamente, ele percebe que está sendo seguido, que alguém o
observa.
BENÍCIO-
É impressão minha, ou estou sendo seguido?
Subitamente,
três bandidos armados aparecem e surpreendem Benicio, que começa a correr.
BANDIDO
01 – Vamos cambada!
Benício
corre fugindo dos bandidos, ele passa perto das barracas de feira,
derrubando-as
e pula por cima de algumas delas, os bandidos continuam a correr atrás dele. Uma perseguição acontece.
Benício corre e entra em um Beco. Ele encosta-se em um muro. Respira ofegante.
e pula por cima de algumas delas, os bandidos continuam a correr atrás dele. Uma perseguição acontece.
Benício corre e entra em um Beco. Ele encosta-se em um muro. Respira ofegante.
BENÍCIO-
Meus deus do céu, eu tenho que dar um jeito de fugir desses bandidos.
Os
bandidos reaparecem, e Benício sai correndo em disparada. CHICOTE. Os bandidos
atiram contra Benicio, os tiros pegam nas paredes do beco. Benício corre até
uma outra Rua, onde ele vê um ônibus que está de saída. Benício corre atrás do
ônibus, persegue-o a toda velocidade. Bate na lataria, na lateral, desesperado.
BENÍCIO–
Para! Para o ônibus. Por favor!
O
motorista do ônibus abre a porta do mesmo e Benício entra, o ônibus segue. Os
bandidos chegam no local, mas o ônibus já partiu. Benício respira, aliviado ao
vê-los da janela.
[ABERTURA]
CENA 05. VAN [INT./MANHÃ]
MARIA-
Então os dois trabalham nesse clube, garçom e cozinheira. E seu sonho é ser
cantor... Carreira difícil tu escolheu em bichinho?
O
sol forte estava iluminando o interior da van, mesmo sendo manhã. Tadeu
assentiu.
NÁDIA-
E como você veio parar aqui no Rio?
MARIA- Saí fugida do meu casamento. Vim ver meu "amor" aqui. Teria sido melhor se eu tivesse me casado. Pfff. De amor aquele Rodrigo não tem nada! Vim viver meu sonho e dei de cara com aquilo!
NÁDIA- Fugiu do seu casamento?!
MARIA- Ele nem queria também... Não gosta de mulheres desse jeito, e o pai dele é um cão quando o assunto é esse. Foi meu noivo que me ajudou a fugir. Fui prometida pra ele antes mesmo de nascer.
MARIA- Saí fugida do meu casamento. Vim ver meu "amor" aqui. Teria sido melhor se eu tivesse me casado. Pfff. De amor aquele Rodrigo não tem nada! Vim viver meu sonho e dei de cara com aquilo!
NÁDIA- Fugiu do seu casamento?!
MARIA- Ele nem queria também... Não gosta de mulheres desse jeito, e o pai dele é um cão quando o assunto é esse. Foi meu noivo que me ajudou a fugir. Fui prometida pra ele antes mesmo de nascer.
Nádia
arregalou os olhos enquanto colocava a redinha em seu cabelo, antes de chegar
ao clube. Tadeu ouvia com atenção e olhava para Maria de vez em quando, enquanto
dirigia.
NÁDIA-
Esse aqui perdeu a chance dele, ó.
Nádia
apontou com a cabeça para Tadeu, que ficou desconfortável.
MARIA-
Como?
TADEU- Eu...
NÁDIA- Você conhece aquela música lá? "A Cada Dez Palavras"?
MARIA- Posso não gostar mais daquele cantor, mas é impossível não amar aquela música!
NÁDIA- Então... Foi Tadeu que compôs!
MARIA- Sério? Ahhh! Você... Vendeu pro Rodrigo?
TADEU- Eu...
NÁDIA- Você conhece aquela música lá? "A Cada Dez Palavras"?
MARIA- Posso não gostar mais daquele cantor, mas é impossível não amar aquela música!
NÁDIA- Então... Foi Tadeu que compôs!
MARIA- Sério? Ahhh! Você... Vendeu pro Rodrigo?
Maria
olhou para Tadeu, que a olhava de soslaio. Tadeu assentiu.
MUSIC
FADE: Shape of You - Ed Sheeran
MARIA-
(Sussurra) Ah meu Deus! Ah meu santíssimo Deus! Ahhhhh! Você pode cantar pra
mim um dia desses?
TADEU- A música não é mais minha. E acho que você já deve ter ouvido muito ela, não?
TADEU- A música não é mais minha. E acho que você já deve ter ouvido muito ela, não?
Tadeu diz, irônico. Maria murcha, mas logo depois se mostra irritada. A música continua.
MARIA-
Já, mas não sabia que a melhor música nem era dele! Quero ouvir do verdadeiro
compositor!
Tadeu
olhou-a, questionando.
TADEU-
Você já sabe a música inteira. Não vou cantar.
MARIA- Por quê?
TADEU- Eu...
MARIA- Você...?
MARIA- Por quê?
TADEU- Eu...
MARIA- Você...?
Maria
olhou para Tadeu, sorridente, sabendo que tinha ganhado aquela batalha.
TADEU-
Ok, eu canto. Mas só depois do expediente.
Tadeu
apontou com a cabeça para o clube em que estava estacionando na frente. Maria
ficou o olhando enquanto saia da van. Sorriu para si mesma.
MARIA-
Vamos ver se você canta bem...
Murmurou
para ninguém em especial.
Tadeu sorriu e esperou as duas na recepção. Maria sorriu de volta, inconscientemente.
Tadeu sorriu e esperou as duas na recepção. Maria sorriu de volta, inconscientemente.
CENA 06. HOTEL APPLAUSE- QUARTO DE
DÉSIRÉE [INT./DIA]
VALENTINA-
Eu não acredito que você vai fazer isso, Désirée! Onde é que foi parar o seu
juízo?
As
duas encontram-se tomando café da manhã. Désirée come freneticamente. Fala de
boca cheia.
DÉSIRÉE-
Claro que vou, tá pensando o quê? Que eu vou ficar jovem por toda a vida? Meu
relógio biológico está, oh, tick-toc, tick-toc, tick-toc! Passando e meu prazo
de validade está expirando. Eu preciso engravidar. Eu quero uma família. Levar
ele ou ela no colégio, dançar Xuxa, essas coisas que mãe faz. Poxa, Valentina,
eu cansei de ficar esperando o príncipe encantado. Tô muito velha para isso.
VALENTINA- E como você fazer isso?
DÉSIRÉE- Como acha que eu vou fazer? Com o dedo? Claro que não.
VALENTINA- Inseminação artificial? De novo?
DÉSIRÉE- Não. Isso só se meu plano não der certo. Eu não quero um filho artificial. Eu vou procurar um pai de aluguel.
VALENTINA- Oi?
DÉSIRÉE- É... Vou anunciar nos jornais, na internet, se preciso em todos os outdors da cidade "Procura-se alguém que queira fazer um filho em mim". Claro, sem o compromisso de paternidade. Ele estaria livre disso. Eu vou criar o meu filho sozinha. Faz o filho, recebe o dinheiro e tchau.
VALENTINA- No caso, você está procurando um garoto de programa que aceite uma grana alta para fazer sexo sem camisinha, te engravidar e depois sumir no mundo. E se ele tiver alguma doença?
DÉSIRÉE- Ele passaria por exames que comprovassem que ele não tem nenhuma sexualmente transmissível.
VALENTINA- Você não acha que seria mais dolorido quando essa criança nascesse saber que foi encomendado? Que foi praticamente comprado?
DÉSIRÉE- E eu? Você sabe o quanto é dolorido fazer todos aqueles procedimentos e depois perder o bebê? Quantas inseminações foram fracassadas. Talvez no método natural funcione. E eu vou fazer isso. Um pai de aluguel. Vou ligar para os jornais da cidade e anunciar. Quero começar com isso o mais rápido possível.
VALENTINA- E como você fazer isso?
DÉSIRÉE- Como acha que eu vou fazer? Com o dedo? Claro que não.
VALENTINA- Inseminação artificial? De novo?
DÉSIRÉE- Não. Isso só se meu plano não der certo. Eu não quero um filho artificial. Eu vou procurar um pai de aluguel.
VALENTINA- Oi?
DÉSIRÉE- É... Vou anunciar nos jornais, na internet, se preciso em todos os outdors da cidade "Procura-se alguém que queira fazer um filho em mim". Claro, sem o compromisso de paternidade. Ele estaria livre disso. Eu vou criar o meu filho sozinha. Faz o filho, recebe o dinheiro e tchau.
VALENTINA- No caso, você está procurando um garoto de programa que aceite uma grana alta para fazer sexo sem camisinha, te engravidar e depois sumir no mundo. E se ele tiver alguma doença?
DÉSIRÉE- Ele passaria por exames que comprovassem que ele não tem nenhuma sexualmente transmissível.
VALENTINA- Você não acha que seria mais dolorido quando essa criança nascesse saber que foi encomendado? Que foi praticamente comprado?
DÉSIRÉE- E eu? Você sabe o quanto é dolorido fazer todos aqueles procedimentos e depois perder o bebê? Quantas inseminações foram fracassadas. Talvez no método natural funcione. E eu vou fazer isso. Um pai de aluguel. Vou ligar para os jornais da cidade e anunciar. Quero começar com isso o mais rápido possível.
Désirée
suspira e sorri.
CENA 06. MORRO AZUL- CAFOFO DE BENÍCIO
[INT./DIA]
Benício
adentra no cafofo, ofegante e bastante assustado. Seu amigo, PLÍNIO, alto,
magro, cabelos castanhos e olhos da mesma cor. 21 anos, encontra-se sentando
numa mesa, com o computador ligado. Benício corre até a pia e pega água.
PLÍNIO-
Que foi? Até parece que viu um fantasma.
BENÍCIO- Quase viro um... Os caras vieram atrás de mim de novo e quase conseguiram me matar dessa vez.
PLÍNIO- Eu falei pra ti que isso ia dar rolo. Nóia da tua cabeça querer continuar.
BENÍCIO- Eu não tenho como pagar a dívida e não sei se consigo fugir por muito tempo. Eu tô perdido.
PLÍNIO- Calma, eu já sei como você pode arranjar todo esse dinheiro.
BENÍCIO- Quase viro um... Os caras vieram atrás de mim de novo e quase conseguiram me matar dessa vez.
PLÍNIO- Eu falei pra ti que isso ia dar rolo. Nóia da tua cabeça querer continuar.
BENÍCIO- Eu não tenho como pagar a dívida e não sei se consigo fugir por muito tempo. Eu tô perdido.
PLÍNIO- Calma, eu já sei como você pode arranjar todo esse dinheiro.
Plínio
gira a tela do computador para Benício, que lê o anuncio.
BENÍCIO-
Pai de aluguel? Como assim?
PLÍNIO- Ué, num tá vendo? Você vai fazer um filho na dona aqui e receber o dinheiro.
BENÍCIO- Mas isso é prostituição.
PLÍNIO- Pai de aluguel. Coisa fina, rapaz. Dos states. E o melhor, vai receber 500 mil só pra transar.
BENÍCIO- 500 mil?! Pode ligar para esse tal mulher e avisar que ela já pode parar de procurar. O pai do filho dela acabou de aparecer.
PLÍNIO- Ué, num tá vendo? Você vai fazer um filho na dona aqui e receber o dinheiro.
BENÍCIO- Mas isso é prostituição.
PLÍNIO- Pai de aluguel. Coisa fina, rapaz. Dos states. E o melhor, vai receber 500 mil só pra transar.
BENÍCIO- 500 mil?! Pode ligar para esse tal mulher e avisar que ela já pode parar de procurar. O pai do filho dela acabou de aparecer.
Benício
sorri e Plínio festeja.
CENA 07. QUARTO DE BELA [INT./DIA]
Bela
ajeita o batom vermelho forte frente ao espelho, enquanto Sheila conta um
dinheiro e ao terminar, põe em cima da mesa.
SHEILA-
Aqui, oh... Minha parte no aluguel.
Bela
vira-se para Sheila, feliz.
BELA-
É hoje!
SHEILA-
Eu heim, primeira pessoa que vejo feliz em pagar as contas no fim do mês.
BELA-
Não é isso. Hoje é o dia do sorteio das marcas que eu havia te falado. Esqueceu?
SHEILA-
Ah, do tal concurso?
BELA-
Isso! Hoje a noite a minha vida pode mudar, você tem idéia do que pode
acontecer se a “Boca Loka” for sorteada?
SHEILA-
Amiga... Você já pensou que essa marca aí que você inscreveu pode não ser uma
das sorteadas para participar desse concurso?
BELA-
Eu heim, como você é negativa! Sai daqui!
SHEILA-
Eu sou realista, é diferente!
Bela
vira-se para o espelho novamente.
BELA-
Fale o que quiser, mas hoje a noite, eu sinto, que a minha vida vai mudar... E
pra melhor. Escreve o que eu to de dizendo.
Sheila
dá de ombros. Bela volta a retocar o batom.
CENA 08. CLUBE [INT./DIA]
Tadeu,
Maria e Nádia andam pelo Clube. As pessoas olham para Maria e Tadeu. Eles não
entendem.
TADEU-
É impressão minha ou essas pessoas estão olhando para a gente como se
estivéssemos no The Voice?
MARIA- Então estamos em sintonia, visse? Por que eu também tenho essa mesma impressão.
MARIA- Então estamos em sintonia, visse? Por que eu também tenho essa mesma impressão.
Um
dos funcionários passa por eles e grita.
FUNCIONÁRIO-
Olha só quem está aqui, a dupla famosa do momento. Eu vou querer um autógrafo,
heim?
NÁDIA-
Do que eles estão falando?
TADEU-
É isso que eu estou querendo saber.
Eles
andam até o
TÉRREO,
onde
Dominique faz seu ensaio fotográfico. Todos olham para eles quando chegam.
Imediatamente Dominique levanta-se da espreguiçadeira em que fazia as fotos,
pega um jornal e a passos firmes anda até Tadeu. Chegando, para frente a ele e
joga o jornal em seu rosto. Maria estremece.
DOMINIQUE-
Eu posso saber que palhaçada é essa, baixa renda?! Como você teve coragem? Quem
você pensa que é?
Dominique
continua a falar. Tadeu lê o noticiado em que informa a discussão de ontem a
noite, na qual Tadeu dá um soco em Rodrigo. A foto do momento está exposta em
todas as edições do jornal que circula por toda a cidade.
TADEU-
Dominique eu... Desculpa.
DOMINIQUE-
O Rodrigo devia te processar por agressão, sabia? É crime! Mas do que se
esperar. É bem típico. Pobre, mora no morro e ainda é criminoso.
Maria
observa Dominique humilhar Tadeu e ele, de cabeça baixa, ouve tudo, sem dizer
nada.
TADEU-
Eu não queria. Eu sou um burro mesmo. Tolo, mas... Me escuta/
Tadeu
tenta pegar o braço de Dominique, mas ela se esquiva, grita e lhe dá uma
bofetada. Maria se surpreende.
DOMINIQUE-
Nunca mais encoste em mim! Entendeu? Eu tenho nojo de você e medo de me
contagiar com essa tua pobreza!
Dominique
vira as costas e Maria, não se segurando, fala.
MARIA-
Escuta aqui, você não pode tratar as pessoas dessa maneira!
Dominique
vira-se e encara Maria. Olha-a de cima a baixo.
DOMINIQUE-
Quem você pensa que é?
MARIA-
Pessoa, gente. E você, é o que?
DOMINIQUE-
Olha pra mim e me diz o que você vê?
MARIA-
O que eu vejo? Uma pessoa podre, por dentro e por fora infeliz consigo mesma e
que humilha as pessoas para se sentir melhor. Arrogante, preconceituosa sim!
DOMINIQUE-
(Aponta o dedo no rosto de Maria)Baixa o tom para falar comigo!
MARIA-
Tira o dedo do meu rosto!
DOMINIQUE-
Baixa renda, invejosa!
MARIA-
Arrogante. Mal amada!
Um
garçom ia passando com uma bandeja em mãos, carregando um suco. Maria pega.
MARIA-
Sabe o que dizem na minha cidade sobre esse suco?
DOMINIQUE-
(Irônica) Humm...
MARIA-
Que ele limpa a alma!
Maria
joga o suco em Dominique, que grita. Todos olham, alguns riem. Dominique grita
e encara Maria, raivosamente. As duas se encaram. Rodrigo e Carlos caminham em
direção a eles e conversam, quando Rodrigo avista Maria de longe.
RODRIGO-
Olha lá, Carlos! E a garota de ontem, olha! É ela... Eu encontrei.
Rodrigo
sorri e tira os óculos escuros. Encantado.
FIM DO CAPÍTULO
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