Pobre Chique | Cap. 004 #PobreChiqueNoWM






DE
EVERTON BRITO

COLABORAÇÃO
FAILON TEIXEIRA
STHEFANI CLAUDINO

CAPÍTULO 04

CENA 01. BALADA VIP [INT./NOITE]

Som alto. Apenas convidados vips estão presentes na balada pós-show de Rodrigo Alarisse.

SONOPLASTIA: How Deep Is Your Love- Calvin Harris & Disciples.

Rodrigo dança e bebe bastante. Bloqueia qualquer tipo de aproximação que Dominique tenta.

DOMINIQUE- Rodrigo… Rodrigo me escuta! Eu acho que você bebeu demais. Rodrigo/
RODRIGO- Me deixa, Dominique… Me esquece. Hoje é o meu dia, eu quero aproveitar…

Rodrigo quase cai em cima de Dominique, que segura-o.

DOMINIQUE- Carlos… Me ajuda aqui! Ai.

CARLOS, alto, forte, cabelos castanhos, olhos azulados, ajuda a segurar Rodrigo.

RODRIGO- Eu tô bem… Calma (Ri). Eu tô ótimo.
CARLOS- Cara, você mal tá se segurando em pé.
DOMINIQUE- Carlos, leva ele de carro até em casa. Ele não está podendo dirigir.
RODRIGO- (Alterado) Ah, que saco! Deixa de ser chata!

Rodrigo empurra o ombro de  Dominique, que acaba metendo a mão num copo de drink no bar e se corta.

DOMINIQUE- Ai! A minha mão…
CARLOS- Rodrigo! Vamos logo antes que você faça mais alguma besteira, vem!

Carlos arrasta Rodrigo e os dois somem dentre todas as pessoas da balada. Luque avista Dominique, com a mão sangrando.

LUQUE- Dominique, eu vi o que o Rodrigo fez. Ele te agrediu. Vem, vamos à delegacia da mulher. Isso não pode ficar assim.
DOMINIQUE- Não! Ficou louco? Pirou? Ele estava bêbado… E isso seria péssimo, para nós dois.
LUQUE- Mas Dominique!
DOMINIQUE- Ai, para de falar e me leva daqui. Eu preciso fazer um curativo nisso.
LUQUE- Tá… Vem.

Luque e Dominique saem.

CENA 02. RUA [EXT./NOITE]

ÂNGULO BAIXO. O vestido de noiva molhado e agora sujo arrasta no chão. Ainda chove bastante. Ela sente frio. Revela Maria, esfregando os braços com as mãos. Para e olha os lados. Está perdida.

MARIA- O que é que eu fui fazer da minha vida?

= = CORTE DESCONTÍNUO = =

Carlos dirige o carro. Rodrigo, ainda muito elétrico, canta a música que toca no carro. Carlos abaixa o som.

CARLOS- Quer parar com essa barulheira toda? Já é tarde da noite, sabia?
RODRIGO- Você é um pé no saco! Você e aquela chata da Dominique. Quer saber? Abre o carro, eu quero sair. Abre. Abre. Abre.

Rodrigo abre a porta com o carro em movimento.

CARLOS- (Alterado) Para com isso! Fecha essa porta agora!

Rodrigo fecha a porta. E se acalma. Avista Maria de longe.

RODRIGO- Peraí… Aquela não é maluca que invadiu o meu show? (Ri) Alcança ela e encosta.
CARLOS- O que você vai fazer?
RODRIGO- Faz o que eu tô mandando.

A chuva cessa. Carlos encosta o carro. Rodrigo desce.

RODRIGO- Ei! Garota!

Maria olha para Rodrigo.

CENA 03. RESTAURANTE [INT/NOITE]

Désirée e Valentina acabam de chegar num restaurante. As duas se escondem.

DÉSIRÉE- À lá, não disse. Cafajeste. Com outra… Eu vou lá.
VALENTINA- Désirée! Olha lá o que você vai fazer amiga. É melhor voltarmos e vocês dois conversam em outra ocasião, não acha?
DÉSIRÉE- E pagar de chifruda conformada? Jamais. Ele vai ver só uma coisa…

Désirée sai do esconderijo e passa a andar em passos firmes na direção de RICARDO, alto, magro, cabelos pretos, olhos verdes e a moça com quem está acompanhado. Ricardo a avista de longe e imediatamente fica desconfortável e inquieto na cadeira. Ela grita.

DÉSIRÉE- Ricardo! Quanto tempo!

Désirée puxa a cadeira e se senta.

DÉSIRÉE- E então? O que tem a me dizer?
MOÇA- Ricardo… Quem é essa daí?
DÉSIRÉE- Essa daí?
RICARDO- Essa daí?
DÉSIRÉE- É Ricardo diz quem é essa daqui.
MOÇA- Fala Ricardo!
RICARDO- Ela…
DÉSIRÉE- Eu…
MOÇA- Ah, meu Deus, Ricardo!
DÉSIRÉE- Deixa que eu mesmo me apresento. Eu sou/

E é interrompida por um garotinho de 08 anos que vem correndo em direção a Ricardo.

GAROTINHO- Papai…
RICARDO- (Nervoso) Filho…
DÉSIRÉE- Papai?
MOÇA- Filho, agora não. Deixa a mamãe e o papai conversarem.
DÉSIRÉE- (Pasma) Vocês são pais dele?

Ricardo engole em seco.

MOÇA- Sim, eu mãe, Ricardo pai… Enfim, quem é você?
DÉSIRÉE- Eu… (Chora) Não, espera, deixa eu… Uff! Não acredito… Eu não sou ninguém… Eu não… Desculpa.

Désirée levanta-se e sai. Valentina a espera do lado de
FORA do restaurante.

VALENTINA- O que aconteceu amiga?
DÉSIRÉE- Aconteceu que eu sou a outra, Valentina… A outra. Cachorro… E no prato da mulher dele tinha rúcula e tomate seco.
VALENTINA- E daí?
DÉSIRÉE- E daí que ele dizia que odiava rúcula e tomate seco.

Désirée dirigi-se ao seu carro, chorando.

SONOPLASTIA: Amante Não Tem Lar- Marília Mendonça.

CENA 04. RUA. INT. DIA.

Maria ignora Rodrigo, depois de encará-lo fixamente.

RODRIGO- Ei, ei! Volta aqui!

Carlos observa a cena de longe sem entender o que acontecia. Atrás de um muro, um paparazzo de plantão registra toda a cena com a câmera.

MARIA- Sai daqui!
RODRIGO- Você não estava louca para falar comigo hoje no show? Vem cá, vamos conversar…

Rodrigo tenta agarrar Maria, mas ela lhe dá uma bofetada.

MARIA- Me solta. Você é uma fraude! Eu fantasiei alguém que não existia, visse? E pensar que eu fugi da minha cidadezinha para vir atrás de uma mentira!

Maria sai caminhando. Em Rodrigo, inconformado.

RODRIGO- Esse sonho pode se tornar real!

Nesse mesmo instante, no carro, Carlos deixa a chave cair e se abaixa para procurá-la. Enquanto na cena central, Rodrigo agarra Maria e a encurrala na parede.

MARIA- Me solta!
RODRIGO- Você devia agradecer! Eu sou Rodrigo Alarisse. Todas as garotas queriam passar uma noite comigo.
MARIA- Eu não sei que tipo de pessoa você acha que eu sou, mas eu não vim aqui atrás disso. Me solta!

Rodrigo beija Maria, ela o empurra. Rodrigo ia avançar, mas é surpreendido por Tadeu, que passava por ali e viu toda a cena.

TADEU- Ei! Larga ela seu covarde!

Tadeu dá um soco em Rodrigo, que vai ao chão, na lama. A câmera do paparazzo registra tudo. Tadeu encara Rodrigo. Toda a sua raiva descontada naquele soco.

= = CORTE DESCONTÍNUO= =

Carlos consegue achar a chave e quando volta para cima, avista Rodrigo no chão, meio atordoado. Sai do carro e corre até lá.

= = CORTE DESCONTÍNUO = =

Rodrigo tenta levantar, sem sucesso. Maria se encontra ofegante.

CARLOS- Rodrigo! Cara, levanta daí! Olha o teu estado.
TADEU- Deixa ele no chão que é onde esse verme deve estar… Na lama!

Tadeu só notou a presença de Maria quando virou-se para ir embora.

TADEU- Você está bem?
MARIA- Não.
TADEU- De onde você é. Vem, eu te levo pra casa.
MARIA- Eu não tenho para onde ir, eu… Eu tô perdida, ferrada. Eu não sei nem onde eu estou.

Tadeu passa a mão pela testa, pensativo.

TADEU- Você… Você pode passar a noite lá em casa. Eu moro um pouco longe, mas…
MARIA- Eita, de jeito nenhum! Eu nem te conheço.
TADEU- Eu acabei de te defender de sei lá que esse cara ia fazer. Eu não vou te fazer mal.

Maria pensa um pouco, assente.

MARIA- Eu vou! Mas, oh… Eu sei me defender.

Os dois passam a andar. Carlos levanta Rodrigo e com muita dificuldade o arrasta para carro. Parte. O paparazzo olha as fotos que tirou do famoso Rodrigo Alarisse. Pega o celular e liga.

PAPARAZZO- Alô? Eu tenho furo que vale muito. Te interessa? Nada mais, nada menos que Rodrigo Alarisse.

CENA 05. MORRO AZUL- CASA DE TADEU [INT./NOITE]

Tadeu adentra com tudo em casa depois de ter empurrado a porta enferrada.

TADEU- Olha… Não repara a bagunça.

Maria olha em volta. Tudo um caos. Mal dava para se mexer.

TADEU- Eu vou pegar uma toalha. Você vai dormir no meu quarto.
MARIA- Não, eu não quero incomodar. Imagina, a casa é sua/
TADEU- Justamente por ser minha que eu te dou meu quarto. Por favor… Eu pouco durmo lá mesmo. Meu sofá vem sendo meu companheiro há um bom tempo.

Maria avista uma caixinha de música e corre até ela, encantada.

MARIA- Ah… É sua?

Maria abre e a caixinha começa a tocar. Maria entra em transe. Segundos depois a música acaba. Ela abre os olhos e sorri.

MARIA- Desculpa. Essas coisas sempre me deixam assim.
TADEU- Eu mal lembrava… Acho que ela estava aí empoeirada há um tempão.

Maria olha timidamente para Tadeu e põe o cabelo atrás da orelha.

= = CORTE DESCONTÍNUO = =

SONOPLASTIA: Sangue Bom Instrumental Esperança (Oficial)- Victor Pozas.

Tadeu adentra no quarto. Maria dorme com a caixinha de música continua a tocar. Tadeu fecha, a música cessa. Tadeu puxa o lençol e cobre Maria. Sorri. Sai.

CENA 06. APARTAMENTO DE RODRIGO [INT./DIA]

A música continua. O grande apartamento sem divisão de cômodos se encontra escuro. O apartamento é grande e luxuoso. Chove lá fora. Rodrigo dorme e se encontra inquieto, sem camisa. Acorda. Desce da cama, descalço. Abre as grandes janelas de vidro que dá para uma vista ampla de copacabana, da praia, do Cristo Redentor. Respira. Exala o ar leve da chuva. Pensa na garota que invadiu seu show e que ele a seguiu. Seu olho, ainda roxo do soco que Tadeu lhe deu.

CENA 07. MANSÃO DE DOMINIQUE- QUARTO [INT./NOITE]

A música continua. Dominique encontra-se na cama, com o celular em mãos, cujo há um pequeno curativo. Liga para Rodrigo. Sem retorno. Balança negativamente a cabeça. Decepcionada.

CENA 08. ÔNIBUS [INT./NOITE]

A música continua. O ônibus se encontra em movimento. Bela se encontra dormindo, abraçada em si própria. Com frio. Encosta sua cabeça na janela. ZOOM-OUT. Câm vai afastando lentamente de Bela, mostrando que só resta ela dentro do ônibus.

FIM DO CAPÍTULO



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