Paraíso Perdido | Capítulo 29 #ParaísoPerdidoNoWebMundi




CENA 1: CIDADE DE TEMEDO | HOSPITAL | EXTERIOR | MANHÃ
A imagem se descongela devagar.
Aura continua confusa diante da mulher na sua frente que se parece muito com uma outra que ela conheceu e destruiu a vida somente por ser pobre. Manuela por sua vez continua a encarar Aura com muita raiva enquanto se lembra de tudo que descobriu.
AURA (Transtornada): – Me dá o Carlinhos, me dá! – Ela exige, avançando em Manuela.
Manuela não pensa duas vezes para defender seu filho. Ela desfere um forte tapa no rosto de Aura que no mesmo instante para.
MANUELA (Irritada): – Não se atreva a pôr as mãos em meu filho, sua louca, não se atreva. – Ela grita, perdendo a paciência.
Luis corre para perto de Talles, que por sua vez protege o garoto. Carlos se coloca ao lado de Manuela.
CARLOS: – Você não vai mais fazer isso com quem quer que seja, ouviu? Fique longe, Aura, bem longe de todos nós. Você não vai repetir a mesma coisa que fez comigo. Me tirou da minha mãe e depois de minha vó, mas isso não vai se repetir, garanto. – Esbraveja, encarando Aura, que recua.
Aura parece voltar à lucidez e então olha diretamente para Carlos. Um embate gigantesco apenas pelo olhar.
AURA: – Você é um infeliz, um ingrato… e se pensa que pode comigo, está muito enganado, pois não desisto fácil do que quero. – Ela afirma se afastando aos poucos.
CARLOS: Você ainda vai pagar muito caro pelos crimes que cometeu nessa vida, Aura, ah se vai! – Diz, observando ela se afastar deles.
Aura olha para o táxi e abre a porta, entrando rapidamente cheia de raiva. Carlos nem mesmo desconfia do que Aura estava fazendo no hospital e parece não interessar. Aura segue no táxi que à pedido dela, arranca rapidamente de frente do estacionamento. Carlos, Manuela, Talles e Luis ficam observando o veículo seguir em frente. Carlos olha para Manuela, que se encontra meio paralisada diante de tudo que aconteceu. Ela olha para Carlos, meio cabisbaixa.
MANUELA: – Ela fez mesmo isso com você? Ela não é a sua mãe de verdade? – Indaga demostrando grande curiosidade e preocupação.
Carlos olha rapidamente para Talles que não olha para ele com bons olhos. Ele volta o olhar para Manuela.
CARLOS: – Longa história, Manuela. – Ele responde, deixando o semblante cair.
Os quatros rumam para dentro do hospital depois de tudo que acabou de acontecer. Assim que eles entram, Rodrigo se aproxima de carro, falando ao celular, demonstrando estar bem preocupado com o sumiço da mãe. A imagem escurece lentamente enquanto ele coloca o celular no bolso da calça e abre a porta do veículo.



CENA 2: TEMEDO | CASA DOS VILA | INTERIOR | TARDE
A imagem se restabelece enquanto mostra a sala da casa onde Bárbara vive com sua mãe e filha.
Bárbara olha alguns documentos que estão em uma pasta azul. A porta da sala se abre e Catarina entra. Catarina depois de fechar a porta, caminha até o outro sofá e larga sua bolsa para então se sentar. Ela olha para a filha.
CATARINA: – Você não acreditar no que eu descobri! – Ela diz, instigando a curiosidade da filha.
BÁRBARA: – Quem morreu dessa vez? – Indaga tirando os olhos dos documentos por um instante e olhando para a mãe.
CATARINA: – Que jeito de falar, filha! – Diz parecendo incomodada. – Ninguém morreu, mas aconteceu algo extremamente preocupante (T) A Aura sofreu um acidente e depois disso sumiu do hospital. – Conta, encarando a filha.
Bárbara deixa a pasta de documentos de lado e encara a mãe, incrédula com o que ela acaba de contar.
BÁRBARA: – Verdade isso, mãe? – Questiona, impressionada.
CATARINA: – Eu nunca inventaria algo assim, Bárbara. A Aura está desaparecida e quem me contou foi o próprio Rodrigo. – Afirma, demostrando certeza.
Bárbara se levanta, caminhando devagar até a janela. Catarina a observa com curiosidade, tentando adivinhar no que a filha pensa. Bárbara esboça um leve sorriso após saber o que houve com Aura. A imagem se desfaz rapidamente.

CENA 3: TEMEDO | CASA DOS ASSUNÇÃO | INTERIOR | TARDE
A imagem se restabelece lentamente mostrando o escritório aconchegante da casa do pai de Manuela.
Manuela está bem próxima da janela, observando o Jardim que fica bem em frente da janela quando Talles abre a porta e entra devagar. Ele se aproxima da esposa se colocando ao lado dela.
TALLES: – Como você está meu, amor? – Questiona assim que se coloca ao lado dela.
MANUELA: – Estou ainda sob o efeito de tudo que me aconteceu essa manhã, Talles. Por um momento eu achei que aquela mulher iria levar meu filho, que eu ficaria sem o Luís, mas graças à Deus isso não aconteceu. – Responde, olhando devagar para Talles.
TALLES: – Se algo acontecesse à ele, eu não me perdoaria, Manuela. Eu fui um completo idiota me exaltando por puro ciúmes e não dando conta que isso pudesse afetar diretamente o Luis (T) Mas somente pensar em te perder, me deixa de cabeça quente. – Diz, cabisbaixo.
Manuela abraça Talles com um carinho imenso.
MANUELA: – Nós sempre estivemos um do lado do outro, e de maneira alguma vou deixar isso acabar. Eu quero que você se tranquilize quanto ao sentimento que tenho por você, Talles. O Carlos é passado, e mesmo que esse passado esteja na mesma cidade que a gente, não há como ele retornar, garanto. – Afirma com uma certeza estampada em seu olhar.
Talles se permite sentir o abraço caloroso de Manuela, que encosta a cabeça no ombro dele. Eles sorriem, parecendo melhores. A cena escurece devagar enquanto o casal se beija.

CENA 4: TEMEDO | CASA DE LARISSA | INTERIOR | NOITE
A imagem retorna devagar mostrando Larissa em seu quarto, mexendo em algumas coisas.
A porta do quarto de Larissa então se abre devagar e ela se levanta deixando o que estava mexendo em cima da cama. Alzira está parada, um pouco cabisbaixa.
ALZIRA: – Desculpa ter contado para ele sem sua autorização. Eu agi errado e peço que me perdoe por essa idiotice que fiz. – Ela diz enquanto Larissa se aproxima dela.
LARISSA: – Eu sei que você fez o que achou ser o certo, mãe, e eu não posso desculpar a senhora por isso… não há nada para ser desculpado, acredite (T) O Mateus uma hora ou outra teria que saber e eu não poderia impedir que isso acontecesse. – Diz, demostrando compreensão.
Larissa abraça a mãe, que também faz o mesmo. A emoção toma conta do momento. Larissa encosta a cabeça no ombro da mãe e deixa as lágrimas caírem, tem a sensação de ter tirado um grande peso dos ombros.
LARISSA: – Eu só peço uma coisa, minha mãe. – Diz, deixando um certo suspense.
As duas se afastam um pouco, mas as mãos estão juntas.
ALZIRA: – Diga, filha! – Pede, curiosa para saber o que filha irá falar.
LARISSA: – Por favor, não deixe o Olavo enganar a senhora. Se a senhora continuar ajudando ele como sempre ajuda, pode acabar se complicando e muito. – Pede, olhando nos olhos da mãe. – Eu sei que pode parecer que eu não me importo com meu irmão, mas eu me importo sim, e muito. – Completa com os olhos marejados.
Alzira torna a abraçar a filha, deixando claro no abraço dado, que vai fazer de tudo para cumprir o pedido dela. Uma chora no ombro da outra devido à grande emoção. A imagem se desfaz devagar enquanto se afasta da cena.

CENA 5: PARAÍSO AZUL | HOTEL PARAÍSO | NOITE
A imagem volta rapidamente enquanto mostra Valentina sentada em sua cama, pensando em tudo que passou.
Valentina olha um álbum de fotografia de família e chora, algo inevitável para lembranças tão doloridas.
VALENTINA (pegando uma foto): – Aquela mulher vai pagar por ter tirado meu neto de mim, vai pagar caro por ter tirado minha filha de mim de um modo tão cruel, tão sórdido. Foi capaz de trair a própria irmã e me colocar em um sanatório. – Diz, enquanto olha para uma foto de Aura. – Se ela não teve pena de mim, eu é que não terei dela, jamais! – Conclui olhando de forma dura para a foto que tem em mãos.
Valentina começa a rasgar a foto, deixando ela em pedacinhos. A senhora tem um olhar de extremo ódio. A imagem escurece rapidamente.

CENA 6: PARAÍSO AZUL | CASA DE SORAIA | EXTERIOR | MANHÃ
A imagem se refaz devagar mostrando um forte vento que vem do mar.
Soraia caminha devagar até chegar na areia da praia. Mirela observa a senhora que para ela tem sido como uma avó, com dúvidas. Soraia não liga para o vento forte, apenas continua a caminhar, parando apenas quando os pés tocam a água do mar.
SORAIA (olhando para a lua): – Hoje o destino de muitos mais uma vez estará nas mãos do senhor. – Ela afirma, abaixando a cabeça lentamente. – Não permita que o que eu vi, aconteça, eu lhe peço humildemente. – continua enquanto fecha os olhos.
Soraia chora enquanto parece pensar. Mirela se aproxima devagar e toca a mão de Soraia.
MIRELA: – Será como Deus quiser. – Afirma, fazendo Soraia abrir os olhos.
Elas se olham e se abraçam. O vento continua forte, anunciando uma forte tempestade. Mirela e Soraia caminham para fora da água. A imagem escurece lentamente enquanto a lua é encoberta pelas nuvens.

CENA 7: TEMEDO | MANSÃO DOS TERRAFORTE | EXTERIOR | NOITE
A imagem retorna rapidamente mostrando Aura dentro de um carro.
Aura parece ter uma parte do rosto desfigurada por conta do acidente. Ela olha de maneira atenta para a casa que até então morava. Ela observa um carro chegar e parar em frente ao portão, logo quem sai dele é Manuela. Manuela entra rapidamente assim que o portão se abre. Aura sai do carro lentamente com uma arma empunhada. Ela aproveita que o portão ainda não se fechou totalmente e entra. Manuela é pega de surpresa e recebe uma forte pancada na cabeça.
AURA: – Você vai me servir de alguma coisa, tenho certeza. – Ela diz, esboçando um leve sorriso.
Aura arrasta Manuela para fora, levando ela até seu carro. No momento em que Aura coloca Manuela desacordada em seu carro, Talles se aproxima de táxi e vê o que acontece. Ele salta do táxi rapidamente e Aura o vê. A criminosa não pensa duas vezes e atira contra Talles, que por sua vez é atingido. O tumulto chama a atenção e Carlos sai da casa, percebendo logo o que está acontecendo. Assim que Carlos ssi aproxima, Aura arranca com o carro, levando Manuela com ela. Carlos vê Talles ferido na calçada e se aproxima. Talles de súbito, segura na mão de Carlos.
TALLES: – Eu vou ficar bem. – Afirma enquanto olha nos olhos de Carlos fazendo uma pequena expressão de dor. – Salva ela, salva a Manuela. – Pede abaixando o olhar. – Aquela louca da sua mãe a levou. – Completa, voltando a olhar para Carlos.
CARLOS: – Você tem certeza de que vai ficar bem? – Indaga, preocupado.
TALLES: – Tenho sim, agora vai! – Ele responde, tentando passar o máximo de segurança na resposta. – A Manuela corre perigo, então vai e não deixa que nada aconteça com ela,por favor. – Finaliza, apertando a mão de Carlos.
A imagem escurece devagar enquanto Carlos ajeita Talles na calçada e segue para o carro logo em seguida.

CENA 8: TEMEDO | EXTERIOR | NOITE
A imagem se restabelece mostrando Aura em alta velocidade.
Aura sorri enquanto olha rapidamente para Manuela. Ela volta o olhar pars a frente, depois para o retrovisor, percebendo que há um carro vindo em alta velocidade também. O sorriso de Aura desaparece. Manuela parece despertar devagar e sente uma forte dor no local em que levou uma pancada. Aura desvia dos outros veículos sem se importar com absolutamente nada. Carlos se aproxima pisando fundo. Manuela não sabe o que fazer diante do que constata. Uma chuva intensa começa logo após longas trovoadas e a visibilidade de Aura fica um pouco prejudicada, mas mesmo assim ela continua em alta velocidade. Aura percebe que Manuela despertou.
AURA: – Você não tem como fugir. – Ela diz, percebendo que Manuela olha para todos os lados.
MANUELA: – Você não vai conseguir ir muito longe, não vai! – Ela esbraveja repleta de raiva. – Você está totalmente louca se acha que vai sair livre dessa, Aura (T) tudo está contra você, tudo, não importa para onde você vá. – Completa.
Aura se vira e olha para Manuela, que por sua vez arregala os olhos diante do que vê à sua frente. Aura volta o olhar para a frente e se depara com a mureta da ponte muito próxima, logo perde o controle do volante devido à pista escorregadia. Carlos que vem logo atrás em seu carro, freia e sai depressa do veículo, momento em que vê o carro que Aura conduz, levando Manuela, decolar e ir em direção ao rio. O veículo atinge com força o rio que passa logo abaixo da ponte. Carlos não pensa duas vezes e pula na água.
A imagem congela em Carlos já dentro d’água tentando fazer o possível para tirar Manuela de dentro do veículo que afunda à cada segundo.
CONTINUA…

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