Cena 1. Casa dos ribeiros. Quarto de Aurora. Noite. Externa
Aurora está deitada em sua cama, observando o colar em suas mãos. Analisando cada detalhe com bastante cuidado.
Aurora - De onde... De onde veio isso?
Aurora encara seu celular, que marca meia noite e meia.
Uma voz estranha vinda do lado de fora chama sua atenção.
Voz - Venha... Venha ver a lua... Venha, venha ver! Venha ver a lua!
Aurora rapidamente troca de roupa e sai de casa.
Cena 2. Vila Dourada. Noite. Externa
Aurora sai descontrolada de casa, percebendo que a cidade está inteiramente vazia,a jovem permanece perseguindo a voz que lhe assombra.
Voz - isso, minha filha... Venha ver. A lua tá a coisa mais bela hoje. Você? Você vai adorar. Eu vou matar seus segredos, vou matar!
Aurora permanece caminhando.
Cena 3. Delegacia. Interno. Noite
Moreira - Não estou vendo nada de mais nesta mala, apenas um bando de roupas velhas. Dona Valquíria, eu sinceramente não estou entendendo tamanho motivo de seu descabelo em fazer aquele show lá fora, com direito a seguranças. Até onde eu saiba os moradores desta cidade apenas estavam fazendo uma caridade ao doar essas roupas.
Valquíria - Não seja tola. Vocês estão mentindo. Mostrem pra mim a verdade. Onde está o objeto?
José Alfredo - Eu não sei! Eu não sei de nada.
Valquíria - Ah não sabem? Mas tem plenos conhecimentos da Ordem, e sabem muito bem quem eu sou. E quem é essa menina aí? Contrataram mais uma pro bando?
Helena - Não!
Valquíria - Ainda bem que não contrataram. Porque ter uma mocinha como você diante das coisas que eles mexem, de fato não é nada conveniente.
Mariana - Olha o que você tá falando. Essa mulher é louca. Delegada...
Valquíria - Louca o escambal. Mostra o que vocês pegaram lá naquela maldita floresta! (grita) Agora!
Cena 4. Serras. Noite. Externo
Sonoplastia: Música de tensão que permance até a abertura.
Aurora chega até a ponta de uma pedra e encara a lua.
Voz - Finalmente, você chegou! Você está bem aqui, na minha frente.
Aurora - Quem é você?
Voz - A lua! Eu sou a lua! Abra seus braços, bela moça, e me conceba a sua presença! Venha. Abra os braços.
Os olhos de Aurora se encadeiam e a pupila dilata.
Aurora abre os braços.
A forte luz da lua atravessa seu corpo.
A lua puxa lentamente Aurora para si.
A moça adormece enquanto é puxada.
Cena 5. Lua. Externo
Aurora acorda aos poucos.
Maria se aproxima da jovem, que se assusta.
Maria - Calma, meu bem. Não precisa se assustar. A voz lá embaixo era minha. Prazer, me chamo Maria!
Aurora - Onde estamos?
Maria - Na lua! Estamos na lua! Mas não se preocupe, essa área é um pouco segura. Quase a mesma que quando o homem chegou aqui.
Aurora - E por que eu tô aqui? Meu Deus, é um sonho. Sim! é um sonho.
Aurora se levanta e caminha lentamente pelo local.
Maria - Se prefere acreditar que é um sonho, eu não posso responder suas dúvidas, tal como a desse colar aí.
Aurora se aproxima.
Aurora - Você sabe sobre o colar?
Maria - Eu que o fiz a alguns anos atrás. Sei muita coisa sobre ele. Função, motivo da criação... Tudo! E principalmente, a dúvida que anda perpetuando pela sua cabecinha: quem é o seu amado!
Close no semblante assustado de Aurora.
Cena 6. Delegacia. Interno. Noite
Moreira - Que Ordem você está falando? Eu não estou entendendo mais nada!
Valquíria - O casal infame sabe muito bem do que eu estou falando. Ou vão se fingir de vítima agora?
Moreira - Se ela está certa, vocês precisam me contar o que significa essa tal de Ordem, e qual o envolvimento de vocês?
José Alfredo - A Ordem é uma central nos Estados unidos. E eu e Mariana antes de vimos para Vila Dourada, passamos alguns meses estudando ao lado desta mulher.
Valquíria - Eles tinham um desempenho incrível na principal matéria da central, observação especializada. Mostraram um potencial incrível em comparação dos demais alunos, e como eu precisava de auxiliadores, chamei esssas beldades para trabalharem comigo. O que eu não esperava, era que eles roubariam as minhas fórmulas, e viriam parar nesse fim de mundo!
Moreira - Ela está certa disso, José e Mariana?
Mariana - Não foi bem assim...
Moreira - Ela está certa disso?
Alguns segundos de silêncio.
José Alfredo - Sim. Ela está certa!
Valquíria - Parabéns por afirmarem a verdade, agora, que a vida de pesquisador de vocês estão nas minhas mãos...
Mariana - Como assim na suas mãos?
Valquíria - Como são ingênuos. Vocês infringiram uma das principais regras da Academia de pesquisadores, roubo de fórmulas. E como eu acho que não querem que eu suspenda a licença de vocês, terão que me entregar o que pegaram na floresta, e principalmente me acompanhar até os states. Lá receberão os devidos mandados para trabalho junto a mim, uma última chance...
Moreira - E eu como delegada dessa cidade, estou super de apoio com esta ideia. Vocês façam suas malas e se mandem com a dondoca.
Valquíria - Partimos ainda hoje!
Close no casal.
Cena 7. Casa dos ribeiros. Quarto de Aurora. Noite. Externa
Antônia adentra o quarto com cuidado.
Antônia - Filha? Meu Deus! Minha filha! (Grita)
Cena 8. Casa dos ribeiros. Sala principal. Noite. Externa
Antônia coloca um casaco e se prepara para sair.
Américo sai do quarto rapidamente.
Américo - Eu ouvi os gritos lá de fora. O que tá acontecendo?
Antônia - A minha filha sumiu do quarto, e a desgraçada da Elis já afirmou que faria de tudo pra acabar com a nossa família, ela ameaçou tirar a minha filha da gente.
Américo - E onde você pensa que vai?
Antônia - Eu vou acabar com aquela desgraçada. Vou invadir aquela casa e enfrentar.
Sonoplastia: Música de tensão que permanece até o final do capítulo.
Cena 9. Casa dos Anastácios. Sala principal.
Antônia adrenta a sala rapidamente.
Elis se assusta.
Elis - Que palhaçada é essa? Entrar na minha casa sem eu mandar?
Antônia - Eu estou cansada de você. Onde tá a minha filha?
Elis - E por acaso virei mãe Dinah? Eu acho que não. Não sei onde tá e nem quero saber, o que ratinha da sua filha me interessa? De nada me interessa!
Antônia - Você acha mesmo que pode comigo... Acha que é a grande vilã da história? (Risos) Olha pra minha cara!
Elis - Estou olhando e não vi ainda nada de mais. Nada de mais! Apenas essa tua boca nojenta espumando de raiva. O posto de Vila Dourada deveria distribuir vacinas contra raiva. Ou mandar logo uma carrocinha!
Antônia - Você... Você! Sabe que matou o seu primeiro namorado?
Elis fica impactada.
Antônia - Eu matei! Sabe quem matou o maldito do papai? Eu, eu que matei, coloquei veneno! Vi ele se debatendo naquele carpete maldito. E o seu melhor amigo, sabe o Flávio? Sabe como ele caiu naquele rio misteriosamente? Eu estava lá! Eu que joguei ele da ponte. E o Adamastor? E... Não, esse caso é um dos melhores. E quem matou o marido da Verena e ainda colocou a culpa na irmãzinha?
Close em Elis.
Elis - Você!
Antônia - Exatamente! Eu! Eu matei! Eu!
Close em Antônia.
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