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Lívia
de maneira totalmente emotiva começa a chorar ao ver Maria do Socorro.
Vânia: Dona Lívia, tudo
bem? Algum problema com o bebê?
Lívia: Não, está tudo
bem... Está tudo ótimo.
Vânia
sai correndo da sala de Lívia e vai até Mateus.
Vânia: É agora.
Mateus: Agora o que,
criatura?
Vânia: Aquele detetive já
está lá na sala da Lívia e pelo jeito já disse que eu posso ser mãe dela, pois
a mesma me olhou e começou a chorar..
Mateus: Era pra ele vir
mais tarde, mas eu vou lá.
Mateus
sai de sua sala e adentra a sala de Lívia.
Mateus: O que foi amor? A
Maria do Socorro me disse que você estava chorando. Detetive Fragoso? O senhor
não viria mais tarde?
Lívia: É ela, Mateus!
Nossas suspeitas se confirmaram. Tudo indica que a Maria do Socorro é a minha
mãe.
Mateus: É sério isso,
Fragoso? Eu não quero mais uma mentira na vida da minha esposa.
Fragoso: Tudo indica que
sim, Mateus. Mas, vocês devem fazer um exame de DNA para terem certeza, claro.
Lívia: Cadê ela? Ela saiu
daqui assustada com o meu estado.
Mateus: Ela foi me avisar
que você estava mal.
Vânia
adentra a sala de Lívia com a desculpa de levar embora o carrinho do café e do
chá.
Vânia: Com licença, só
preciso levar esse carrinho embora, pois tenho que servir as outras salas ainda
neste andar.
Lívia: Você teve uma filha
aqui neste há 25 anos?
Vânia: Desculpa, dona
Lívia. Eu não sei o que a senhora está falando.
Mateus: Amor, calma. Você
vai assustar a Maria!
Detetive Fragoso: Lembra
que eu a abordei na rua para fazer uma pesquisa sobre ser mãe jovem a senhora
me respondeu que tinha engravidado, mas não conseguiu levar a diante a
maternidade?
Vânia: O senhor está
expondo minha vida para os outros? Isso é crime, não é?
Lívia: Eu e o Mateus
contratamos o detetive Fragoso para tentar coletar informações sobre sua vida
pessoal no passado, pois tínhamos uma suspeita e ela se confirmou.
Vânia: Suspeita? O que eu
fiz de errado?
Lívia: Não fez nada.
Vânia: Então que suspeita é
essa?
Lívia: Tudo indica que você
é a minha mãe, biológica, Maria do Socorro. Eu sou a menina que você deixou
neste hospital em 1992 quando entrou em depressão pós parto.
Tatiana
chega muito atrasada ao trabalho e chama a atenção de Bruno.
Bruno: Eu falei pra você
sair comigo e que mesmo de Uber chegaria atrasada.
Tatiana: Eu sei, mas não
estava bem pra sair da cama aquela hora e ainda não estou bem.
Bruno: Então trate de ficar
bem, pois não quero ver nem seu irmão e nem sua família daqui a pouco me
enchendo o saco.
Tatiana: Não se preocupa,
em breve eu volto pra casa da minha mãe.
Bruno: Vai voltar o
escambau! Você já sabe o que te acontece se tu fizer algo.
Tatiana
com medo sai da sala de Bruno e vai se “refugiar” na cabine do banheiro.
No
banheiro estava Ângela, a atendente do hospital.
Ângela: Você está chorando
novamente, Tatiana.
Tatiana: É só uma cólica.
Ângela: Eu tenho remédio,
você quer?
Tatiana: Não precisa, eu já
tomei.
Ângela: Se precisar de mais
é só me pedir. Vou lá voltar pro atendimento, porque pedi pra sair rapidinho
pra usar o banheiro.
Tatiana: Até mais, Ângela.
Obrigada pela atenção.
Ângela: De nada, Tati.
Ângela
sai do banheiro e fala para si mesma:
- Essa menina não está bem
faz algum tempo.
Enquanto
estava no restaurante cuidando da comida, Vera algumas vezes deixou o arroz
queimar e errou a dose de sal em outros pratos, o que despertou uma irritação
em Terezinha.
Terezinha: Vera, já é a
segunda panela de arroz que vamos ter que jogar fora. Você sabe melhor do que
eu quanto custa cada coisa aqui no restaurante.
Vera: Desculpa, comadre.
Estou sem cabeça hoje.
Terezinha: Brigou com o
Manoel?
Vera: Manoel não me dá
trabalho algum. O problema são meus filhos.
Terezinha: Tatiana ou
Mateus? Sim, porque o Tiago nunca é.
Vera: Desta vez é o Mateus,
mas eu estou sentindo a minha filha meio estranha também. Olha, parece que
aquele ditado faz todo sentido: “Filhos criados, trabalho dobrado”.
Terezinha: Com certeza, até
porque sem a gente por perto eles fazem mais “cagada” do que com a gente junto
deles. Ainda bem que o Lucas soube se virar fora da cidade.
Vera: E ele não volta mais,
Terezinha? Estou com saudades do meu sobrinho. Sabe que apesar do Mateus ser
parecido com o Marcos, eu acho que o Lucas é que puxou mais a família do Marcos
e do Marcelo.
Terezinha: Aquele piá é um
xerox do pai dele, dá até raiva, parece que eu pari um clone do falecido.
Vera: Ai, comadre, você não
existe. Fala cada coisa.
Terezinha: Mas não é? E o
Mateus é quase a mesma coisa também. Se colocar uma foto do Marcos, do Mateus,
do Marcelo e do Lucas com a mesma idade, não dá pra saber quem é quem. Aquela
família tem sangue forte. Não sei como a Tatiana e o Tiago não pegaram isso.
Bom, desculpa...
Vera: Não, tudo bem. Eles
realmente são mais parecidos comigo. Pena que não tanto o Tiago, que por sinal
é tão correto, né? Acho que a parte meio torta ficou com a Tatiana. Mas, apesar
de tudo, eu amo aquela destrambelhada. Deus me livre acontecer algo como
aconteceu com a Iná. Ter uma filha tirada dos braços, sabe? Não ver ela dando
os primeiros passos, indo no primeiro dia na escola. Olha, apesar da Iná ter
tido outros filhos, um filho nunca é igual ao outro.
Terezinha: Com certeza.
Quem fez esta maldade tem que pagar muito caro.
Vera: Mas foi a tal da mãe
do Manoel que arquitetou tudo e ela já morreu faz anos.
Terezinha: Sabe uma coisa
que pensei?
Vera: O que?
Terezinha: Do jeito que
aquela Bárbara é tinhosa, não duvido que ela sempre soube disso e não contou
pra não perder o Manoel.
Vera: Será? Olha, me dá
arrepios só de pensar.
Terezinha: Tem cada monstro
que vive com a gente. Mesmo comendo um quilo de sal com a pessoa nós
descobrimos coisas horríveis dela. Comadre, estou sentindo cheiro de queimado
de novo.
Vera: Ai meu Deus, de novo
o arroz. Desisto. Eu fico com a salada e as sobremesas hoje.
Terezinha: Melhor, por que
se não serão semanas pra cobrir este prejuízo.
Alguém
toca a campainha de Bárbara.
Bárbara
abre a porta.
Bárbara: Manoel? A que devo
a honra da visita?
Manoel: Eu quero saber o
porquê de você não retornar as ligações sobre o nosso divórcio.
Bárbara: Não estou sabendo
de nada.
Manoel: Não seja cínica.
Bárbara: Não me estressa,
Manoel.
Manoel: Então vamos partir
para o litigioso.
Bárbara: Já devia ter
começado com o litigioso antes.
Manoel: Já que é guerra que
você quer ter, então é isso que você terá.
Bárbara: Nossa, que lindo a
luta pra ficar com a família de comercial de margarina. Agora com a filhinha
amada vai ficar “oh” uma beleza!
Manoel
acha estranho a última frase da ex esposa e coloca Bárbara contra a parede.
Manoel: Filhinha amada? A
quem você está se referindo?
Vânia
(Maria do Socorro) sai correndo da sala de Lívia e se trancafia numa sala de
dispensa, fingindo estar assustada com a situação.
Lívia: Espera, Maria...
Mateus: Amor, eu falei que
se esse dia chegasse você teria que ser sutil. Ela se assustou. Ela teve
depressão pós parto e por isso te abandonou, fora outros motivos.
Fragoso: Concordo com o
Mateus. Acho que você se precipitou, dona Lívia.
Lívia: Eu sei, mas eu não
pude segurar a emoção. E agora? Como será que ela está?
Mateus: Eu vou vê-la e já
te informo. Me espera aqui.
Mateus
vai em direção à dispensa onde Vânia está.
Mateus: Muito bem, melhor
que a Fernanda Montenegro, heim? A Globo está perdendo um Emmy de melhor atriz
sem você no Elenco deles.
Vânia: Obrigada, Mateus. O
que eu faço agora?
Mateus: A gente finge que
conversamos longos minutos e voltamos pra lá e você desenrola toda a história
que combinou com a Bárbara. Você lembra certinho, não é?
Vânia: Lembro sim. Sabe,
estou me sentindo naquela novela, qual o nome mesmo? Ah sim, Vale Tudo. Sou a
própria Maria de Fátima.
Mateus: Nem estava neste
Mundo ainda quando passou. Você é velha mesmo.
Vânia: Velha não, você que
é moleque demais. Voltamos já pra sala da sua esposa?
Mateus: Não, espera um
pouco. Temos que dar a entender que estou tentando te convencer a falar com
ela.
Vânia: E o que fazemos
enquanto isso? Vou morrer de tédio aqui.
Mateus: Sei lá. Olha, vou
te mostrar uns vídeos engraçados que recebi no whatsapp. Olha esse, o gato anda
de lado.
Vânia: Esse eu já vi. Olha
esse da ovelha.
Mateus: “hahahaha” muito
engraçado.
Bárbara
fica sem reação por segundos, mas logo inventa uma desculpa.
Bárbara: A Vera tem uma
filha, não tem? Então, já deu uma irmãzinha pra Ellen, olha que beleza.
Manoel: Como você sabe que
a Vera tem uma filha?
Bárbara: E você acha que
depois que aquele projeto de mulher selvagem me atacou na minha própria casa eu
não iria pesquisar pra saber quem ela é? Faça meu favor, parece que não me
conhece.
Manoel: Pior que eu
conheço. E muito bem, infelizmente. Bom, espere uma intimação do juiz. Tchau,
Bárbara.
Bárbara: Tchau, falecido!
Manoel
fica de boca aberta com o termo usado por Bárbara para se referir a ele.
Depois
de dez minutos Mateus e Vânia voltam à sala de Lívia.
Mateus: O detetive Fragoso
já foi embora?
Lívia: Já, ele tinha outros
compromissos. Podemos conversar, Maria do Socorro?
Vânia: Podemos, dona Lívia
(diz Vânia de cabeça baixa).
Lívia: Por favor, só me
chama de Lívia. Eu só quero entender o que aconteceu naquele dia em 1992.
Vânia: Você não vai querer
saber.
Lívia: Olha, eu sei que
você teve depressão pós parto, mas eu gostaria de saber se é só isso. Quem é o
meu pai? Eu tenho mais irmãos.
Vânia: Eu não sei te
responder...
Lívia: Não sabe nem quem é
o meu pai?
Vânia: Não.
Lívia: Como não sabe? Que
tipo de mulher não sabe quem é o pai da sua filha?
Vânia: EU FUI ESTUPRADA!
NÃO TEM COMO EU SABER QUEM É O SEU PAI (Diz Vânia em voz altíssima).
Lívia
fica pasma com a revelação da zeladora.
------------------------------------ GANCHO: EYE OF NEEDLE (SIA) ---------------------------------------------------------------
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