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Vera
não conseguiu pregar os olhos e estava exausta logo pela manhã. Manoel achou
estranho e resolveu perguntar.
Na casa de Lívia e Mateus, o casal recebia
uma ligação importante vinda do detetive contratado por eles para investigar
“Maria do Socorro”.
Lívia: Alô. Detetive
Fragoso? Sim, sou eu. E aí, qual conclusão? Está certo. Até mais.
Mateus: Alguma novidade
daquela tal de Maria do Socorro?
Lívia: Parece que sim, mas
ele gostaria de conversar pessoalmente conosco. Marquei com ele no hospital.
Mateus: Ótimo, vamos para
lá então?
Lívia: Vamos, amor.
Mateus
e Lívia vão de carro ao hospital e ao chegarem cada um vai para sua respectiva
sala. Quando estava entrando na sala, Mateus é abordado por Ângela.
Ângela: Doutor Mateus, tem
gente lhe esperando em sua sala.
Mateus: Você deixou uma
pessoa entrar na minha sala sem eu estar presente?
Ângela: É a sua mãe, ela
disse que era urgente.
Mateus: Tudo bem, mas da
próxima vez me avise pelo celular. Peça para que ninguém me interrompa até ela
ir embora.
Ângela: Tudo bem, com
licença.
Mateus
entra na sala.
Mateus: Bom dia, mã...
Mal
dá bom dia para a mãe e é recebido com um tapa na cara.
Mateus: Mãe?! Por que isso?
Vera: A Lívia é filha da
Iná e do Manoel, não é? Confessa, Mateus!
Mateus: Que absurdo é este?
Do que você está falando?
Vera: Você acha que eu sou
idiota? Alguma palhaça? Eu te conheço antes de te parir, piá! Eu vi o quanto
você ficou desconfortável na presença do Manoel. Ele me contou que você o
atendeu aqui nesta sala, se fazendo de bom moço! Que vergonha que o Marcos
sentiria de você!
Mateus: Não tem nada a ver
o que a senhora está dizendo.
Vera: É bom que você
resolva esta situação, pois se você não resolver, eu resolverei.
Mateus: Como assim? Não tem
nada a ser resolvido.
Vera: Eu vou atrás da Iná e
do Manoel e contarei tudo. Estou te dando uma chance para arrumar o que você
iniciou. Você escolhe o destino desta história.
Mateus: A senhora não pode
se meter nesta hist... mãe, volte aqui.
Vera: Tchau, Mateus. Já
disse tudo o que eu tinha que dizer a você.
Vera
sai da sala de Mateus e cumprimenta Bruno ao encontrá-lo no corredor.
Vera: Bruno, você estava
aí? Não te vi.
Bruno: Olá, dona Vera.
Acabei de chegar. Olha, desculpa não ter ido ontem. É que eu...
Vera: Tudo bem, a Tatiana
me contou que você tinha compromisso com a sua família. Vá jantar algum dia
qualquer lá em casa. Estou de portas abertas. Agora estou com pressa.
Bruno: Claro, irei com
maior prazer. Tenha uma boa semana, dona Vera.
Vera: Você também, meu
filho.
Ao
virar no corredor, Vera dá de cara com Lívia.
Lívia: Dona Vera!? Que
surpresa. Veio visitar o Mateus?
Vera
começa a suar frio. A vontade de consertar a burrada que Mateus fez começava a
falar dentro da sua mente, enquanto Lívia questiona a sogra.
Lívia: Tudo bem, dona Vera?
Vera: Tudo, minha filha. E
com você? Está melhor?
Lívia: Estou sim. Desculpa
não ter ido ontem, achei por bem ficar em casa descansando.
Vera: Fez bem, cuida bem do
meu netinho. Eu preciso ir agora para comprar coisas para o restaurante. Fique
bem, minha filha.
Lívia: A senhora também, vá
em paz.
Vera: Obrigada.
Enquanto
tentava ficar calmo com um copo de café na mão, Mateus tem sua sala invadida
por Bruno que não bateu na porta para entrar.
Mateus: Bruno, já te disse
o quanto eu odeio que entrem na minha sala sem bater. Até minha esposa sabe
disso e você também deveria saber.
Bruno: Nossa, Mateuzinho,
que bravo você! Pra quem tem segredos bem guardados comigo você até que está me
tratando um pouco mal.
Mateus: Ambos temos
segredos e estamos zerados. Você me livrou e eu paguei tua divida e te dei este
emprego. Por que tocar neste assunto agora?
Bruno: Agora temos uma
“parada” nova na jogada.
Mateus: Cala a boca, Bruno
e saia da minha sala. Já está falando coisa com coisa.
Bruno: Eu ouvi o que a sua
mãe disse. Aliás, bem que a Tatiana me disse que a dona Vera fala meio alto
quando fica alterada.
Mateus: O que você quer
dizer com isso?
Bruno: O que eu vou ganhar
por manter em segredo o fato de que você estar fazendo de tudo para que a Lívia
e os pais dela não se reencontrem?
Enquanto
isso, na sala ao lado.
Lívia: Detetive Fragoso?
Fiquei surpresa quando a Ângela anunciou o senhor. Pensei que viesse mais
tarde, como havíamos combinado.
Detetive Fragoso: Pois é,
Lívia, mas surgiu um outro compromisso com uns colegas da polícia e resolvi
passar antes. Fiz mal?
Lívia: Imagina. Fez muito
bem! Estou num poço de ansiedade.
Detetive Fragoso:
Imagino... mas a sua ansiedade acabará agora mesmo.
Lívia: E aí, detetive. A
Maria do Socorro pode ou não ser a minha mãe?
Bárbara
liga para Vânia e pergunta sobre o “clima” no hospital.
Bárbara: E aí, Vânia? A
Lívia já sabe que você é a mãe dela?
Vânia: Acho que deve estar
sabendo agora, pois eu vi de relance o detetive que me abordou subindo pro
andar dela.
Bárbara: Ótimo! Se depender
de mim nunca que o Manoel e aquela empregadinha vão encontrar a filha deles! E
o Mateus? Está lá dentro também?
Vânia: Não. Está
trancafiado com um colega de trabalho aqui do hospital dentro da sala dele.
Bárbara: Mas que diabos
eles faz? Ele deveria estar lá incentivando a Lívia a acreditar de vez que você
é a mãe dela!
Mateus: Você está me
chantageando pela segunda vez, Bruno?
Bruno: Estou sendo justo.
Eu tenho uma informação valiosa sobre você, que pode colocar você e todo o
dinheiro que você tem em risco. Ou você não sabe que eu sei que você e a Lívia
se casaram em separação total de bens?
Mateus: Estou perdendo minha
paciência com você, Bruno. (Diz Mateus, pegando Bruno pelo pescoço e o
prensando contra a parede).
Bruno: Me solta agora, seu
bosta, se não eu vou entregar todos os seus podres nem que eu vá junto!
Mateus
solta Bruno.
Bruno: Pense bem na minha
proposta. Ela é bem razoável. E não se esqueça que somos praticamente cunhados
agora.
Mateus: É bom você não
vacilar com a Tatiana, porque se você vacilar, você já sabe do que eu sou
capaz.
Bruno: Para de falar e vai
cuidar da minha recompensa. Dinheiro, um cargo maior neste açougue ou algum
imóvel. Pensa e depois me dê responda. Bom dia pra você, Mateuzinho.
Fragoso
olha fixamente Lívia que fica ansiosa.
Lívia: Fala logo, Fragoso.
Há esta possibilidade?
Detetive Fragoso: Se as
informações dadas por esta mulher estiverem corretas e cruzando com o que vocês
me passaram de dados, não há dúvidas. Ela é a sua mãe biológica.
Lívia
fica em choque e bem na hora (dando a entender que foi coincidência), Vânia
adentra a sala de Lívia.
Vânia: Bom dia, dona Lívia.
Trouxe um chá recém feito como a senhora gosta. Desculpa o atraso, mas perdi
meu ônibus do bairro hoje cedo por que ele passou antes no meu ponto. Ué, eu
conheço este moço.
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GANCHO: OLHOS CERTOS (DETONAUTAS) --------------------------
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