DESTINO - Capítulo 26: Cuidado com os estranhos




Priscila: Como assim, quem é a outra filha dele? Sou eu, obviamente!
Ellen: Como assim? Pirou, Pri?
Priscila: Nós acabamos de falar sobre isso ali fora. Manoel disse pra mim que mesmo antes de me conhecer já me tinha como filha dele.
Manoel: Ellen, eu te disse que eu já sabia da sua sexualidade e já tinha para mim que seria uma segunda filha a sua namorada.
Vera: Por isso que você também disse que era complicado explicar?
Manoel: Lógico, imagina falar isso com alguém que a gente acabou de conhecer? Sem saber das opiniões dela em relação à homossexualidade fica difícil mesmo falar de primeira.
Vera: Te entendo, amor. Bom, vou confessar que no passado tive sim meus preconceitos, mas, depois de tanta coisa ter acontecido na minha vida e com a ajuda, especialmente do Tiago, que é mente aberta, acho que hoje posso dizer que me curei dessa doença que é o preconceito.
Manoel: E é por isso que eu te amo, Vera.
Vera: Aproveitando, queremos desde já convidar vocês para um almoço no domingo. Vou aproveitar e convidar o Mateus e exigir a presença da Tatiana, já que ela está mais na casa do Bruno do que na nossa.
Manoel: Isso! Ótima ideia. Pode vir o Bruno também. Chama a esposa do Mateus.
Vera: E aí já apresento a Lívia também e mostro a barriga dela que cresce a cada dia.
Ellen: Ela está grávida?
Vera: Sim, meu primeiro netinho!
Priscila: Parabéns!
Ellen: Viu, pai, vai virar avô por tabela.
Manoel: Sabe que eu não tinha parado pra pensar nisso? Se é neto da Vera vai ser meu neto também, mesmo não sendo de sangue!
Manoel e Priscila se olham com uma cara de alívio.

Enquanto isso no apartamento de Bárbara, ela bebia todas enquanto Mateus começava a dar seus primeiros goles em um vinho oferecido por ela após o energético.
Mateus: Bárbara, preciso ir pra casa. A Lívia foi num lar de idosos, mas ela não demora muito a voltar e já são quase 21h.
Bárbara: Fica mais um pouco, garotão. Tira esta camisa, tá quente aqui dentro, meu climatizador é bom.
Bárbara parte pra cima de Mateus e o beija na boca.
Mateus: Ficou louca, Bárbara? Está bêbada mesmo! Eu vou embora antes que alguém chegue.
Bárbara: Ninguém vai chegar, foram todos embora. O Manoel deve ter ido pra casa da Iná sentir o cheiro de alvejante com cloro que ela tem e a Ellen foi fazer safadeza com aquela boca de golfinho.
Mateus: Você foi abandonada?
Bárbara: Antes só do que mal acompanhada.
Mateus: Concordo! E eu vou embora...
Bárbara: Espera!
Mateus se vira pra ver o que a Bárbara queria e ela aparece completamente nua em sua frente.
Bárbara: Já foi pra cama com uma M.I.L.F?
Mateus: Não tão bem conservada desse jeito. Como você sabe o que significa M.I.L.F?
Bárbara: Eu sei de muita coisa, garotão. Basta você me dizer se está disposto a sair da sua zona de conforto e aprender comigo! Eu sei que a sua esposa está gravida e não deve mais transar como antes e sua amante morreu, então, terei o maior prazer em te ajudar neste momento difícil pelo qual você está passando.
Sem pensar muito, Mateus jogou Bárbara no sofá e ali os dois tiveram uma longa e intensa transa.

Vânia estava num bar no centro de Curitiba quando foi abordada por um homem um pouco mais velho.
Homem: O que você me recomenda daqui, moça bonita?
Vânia: Quem? Eu?
Homem: Só há você de moça bonita por aqui.
Vânia se lembrou do recado de Mateus e entendeu que aquele era o detetive que a investigaria.
Vânia: Sempre pego o número 17. Mas, pede com bastante gelo.
Homem: Muito bem, farei isso. Vem sempre por aqui?
Vânia: As vezes, depois que saio do trabalho e você?
Homem: Sempre passo na frente, mas hoje foi a segunda vez que entrei. A primeira foi pra usar o banheiro.
Vânia: huuuum. Interessante (dizendo com cara de nojinho).



Conversa vai, conversa vem, Vânia e o homem optaram por irem em um local mais reservado (Motel). Vânia na gana de deixar bem claro que ela tinha tido uma filha e a doou para o hospital Ângela Veríssimo acabou assustando o homem.
Homem: Por que você está me falando sobre isso agora?
Vânia: Pensei que você quisesse saber.
Homem: Por que? Ficou louca?
Vânia percebeu naquele momento que tinha entendido tudo errado e colocou o cara pra correr do quarto do motel.
Vânia: Então com licença, saia daqui. Nojento! Asqueroso!
Homem: Eu, heim. Mulher louca de pedra. Eu aqui todo no fogo e tu vem me querer falar de filha que abandonou. Vai procurar um psicólogo, sua maluca!
Quando estava saindo do motel Vânia foi interpelada pelo atendente.
Atendente: Senhora?! Senhora?!
Vânia: Pois não.
Atendente: A senhora deve pagar o período.
Vânia: Como assim? Aquele homem que me trouxe aqui.
Atendente: Ele saiu daqui dizendo que a senhora pagaria.
Vânia: Que ódio! Além de tudo vou perder dinheiro! Mas eu vou fazer a Bárbara e o Mateus me pagarem em triplo tudo isso! O que a gente não faz por uma graninha extra, meu Deus?!

Mateus chega em casa e é abordado por Lívia.
Lívia: Mateus, são quase meia-noite. O que você estava fazendo? Que cheiro de bebida é esse?
Mateus: Eu estava no bar!
Lívia: No bar? Você nunca foi de dar porre. O que aconteceu?
Mateus: Não enche meu saco, Lívia.
Lívia: Oi? Tudo bem? Você acha que está falando com quem?
Mateus: Desculpa. Eu não estou bem.
Lívia: Não mesmo. Até parece que eu sou mulher de aceitar esse tipo de tratamento!
Mateus: Essa semana meu pai faria aniversário se estivesse vivo.
Lívia: Ok, amor. Tudo bem, já passou. Entendi. Você está mal e...
Mateus: Não, Lívia, você não entendeu! Ninguém entende! Nem minha mãe entende as vezes! Meu pai não merecia ir preso! Meu pai não deveria ter morrido naquela cadeia! Eu cresci sem pai e meus irmãos se quer o conheceram por causa de uma injustiça.
Lívia: Amor, você era uma criança, não tem como saber o que de fato aconteceu.
Mateus: Você está sugerindo que meu pai era bandido?
Lívia: Não, Mateus, eu só estou querendo dizer que...
Mateus: As vezes eu não sei porque levo esse casamento adiante. Boa noite, vou dormir no escritório.
Dizendo estas palavras, Mateus deixa a sala e Lívia fica se sentindo muito culpada por deixar o marido mal, sem saber o que ele estava fazendo horas antes com outra mulher.

No dia seguinte, Bárbara recebe uma ligação logo cedo de Vânia.
Bárbara: Vânia? Isso são horas de me ligar?
Vânia: Quero saber quando que o detetive vai vir atrás de mim.
Bárbara: E eu sei lá? Pergunta pro Mateus. Por que esta pressa?
Vânia: Só não quero correr o risco de confundir as pessoas novamente.
Bárbara: Não se preocupa, flor, quando isso acontecer a gente te fala, nada de ficar se abrindo pra estranhos antes da hora. Segura essa matraca. E agora me dá licença que eu tenho que ir pro escritório e depois pro meu pilates. Beijos e bom desinfetante e álcool em gel pra você, bonita.
Dizendo isso, Bárbara desliga na cara de Vânia e a deixa falando sozinha do outro lado da linha.
Vânia: Alô, Bárbara? Bárbara? Desgraçada desligou na minha cara!

Ao chega ao hospital Vânia aborda Mateus.
Vânia: Mateus, quando o detetive vai me abordar?
Mateus: Bom dia pra você também, Vânia.
Vânia: Bom dia uma ova! Eu quase fui pra cama com um desconhecido pensando ser o detetive.
Mateus: E se tivesse ido? Não teria sido um estranho do mesmo jeito?
Vânia: Ao menos eu teria dado sequência ao plano. Mas desembucha logo!
Mateus: Hoje.
Vânia: Hoje? Tem certeza?
Mateus: Sim. Assim que você sair.
Vânia: A Lívia está sabendo? Ela está ansiosa.
Mateus: Sim e sim. Vou imprimir uma foto dele e deixar com você pra você não errar de novo. Agora, me dá licença que eu vou trabalhar e não estrague nosso plano.
Vânia: Pode deixar.

Lívia invade a sala de Mateus.
Lívia: Precisamos conversar.
Mateus: Sim, mas não agora.
Lívia: Agora sim.
Mateus: Agora não, Lívia! Eu e você temos que trabalhar. Aliás, por mim você não estaria aqui, uma vez que está grávida e seria bom repouso absoluto. Depois falaremos sobre ontem.
Lívia: Não é sobre ontem. O que passou já passou. Sua mãe me ligou, ela disse que você não a atendia.
Mateus: Aconteceu alguma coisa com ela?
Lívia: Ela disse que quer apresentar o namorado dela pra gente. Pensei que você já o conhecesse.
Mateus: Não. Era para eu ir lá estes dias, mas acabei desistindo. Bom, meus irmãos falam bem dele, espero que realmente preste.
Lívia: Então, posso confirmar com ela?
Mateus: Quando será?
Lívia: Domingo.
Mateus: Pode confirmar.
Lívia: Ok, vou te deixar trabalhar agora.
Mateus: Lívia...
Lívia: O que foi, Mateus?
Mateus: Desculpa por ontem.
Lívia: Tudo bem. Já passou. Até depois.

No final da tarde Bárbara pediu um taxi e ficou de tocaia na saída do trabalho de Manoel.
Taxista: A senhora vai ficar aqui muito tempo? Eu preciso fazer mais corridas.
Bárbara: Eu não estou te pagando? Inclusive o tempo de permanência? Então já sabe a minha resposta.
O taxista olha com cara feia, mas continua fazendo a corrida de Bárbara.
Bárbara: Ali, aquele carro. Pode seguir até onde o motorista desembarcar.
O taxi de Bárbara segue o carro de Manoel e eles tem como ponto final a casa de Vera.
Bárbara: Que bairro é esse, motorista?
Taxista: Capão da Imbuia.
Bárbara: É a cara do Manoel se enfiar num bairro assim. Espera! Não pode ser!
Bárbara visualiza Manoel sendo recebido na porta de casa com um beijo de Vera.
Bárbara: O que? Não é a empregadinha? É a mãe do menino PROUNI? É aquela tal de Vera?!

---------------- MÚSICA DE GANCHO: HIGHWAY TO HELL (AC/DC) -------------------------------------

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