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Priscila: Como assim, quem
é a outra filha dele? Sou eu, obviamente!
Ellen: Como assim? Pirou,
Pri?
Priscila: Nós acabamos de
falar sobre isso ali fora. Manoel disse pra mim que mesmo antes de me conhecer
já me tinha como filha dele.
Manoel: Ellen, eu te disse
que eu já sabia da sua sexualidade e já tinha para mim que seria uma segunda
filha a sua namorada.
Vera: Por isso que você
também disse que era complicado explicar?
Manoel: Lógico, imagina
falar isso com alguém que a gente acabou de conhecer? Sem saber das opiniões
dela em relação à homossexualidade fica difícil mesmo falar de primeira.
Vera: Te entendo, amor.
Bom, vou confessar que no passado tive sim meus preconceitos, mas, depois de
tanta coisa ter acontecido na minha vida e com a ajuda, especialmente do Tiago,
que é mente aberta, acho que hoje posso dizer que me curei dessa doença que é o
preconceito.
Manoel: E é por isso que eu
te amo, Vera.
Vera: Aproveitando,
queremos desde já convidar vocês para um almoço no domingo. Vou aproveitar e
convidar o Mateus e exigir a presença da Tatiana, já que ela está mais na casa
do Bruno do que na nossa.
Manoel: Isso! Ótima ideia.
Pode vir o Bruno também. Chama a esposa do Mateus.
Vera: E aí já apresento a
Lívia também e mostro a barriga dela que cresce a cada dia.
Ellen: Ela está grávida?
Vera: Sim, meu primeiro
netinho!
Priscila: Parabéns!
Ellen: Viu, pai, vai virar
avô por tabela.
Manoel: Sabe que eu não
tinha parado pra pensar nisso? Se é neto da Vera vai ser meu neto também, mesmo
não sendo de sangue!
Manoel
e Priscila se olham com uma cara de alívio.
Enquanto
isso no apartamento de Bárbara, ela bebia todas enquanto Mateus começava a dar
seus primeiros goles em um vinho oferecido por ela após o energético.
Mateus: Bárbara, preciso ir
pra casa. A Lívia foi num lar de idosos, mas ela não demora muito a voltar e já
são quase 21h.
Bárbara: Fica mais um
pouco, garotão. Tira esta camisa, tá quente aqui dentro, meu climatizador é
bom.
Bárbara
parte pra cima de Mateus e o beija na boca.
Mateus: Ficou louca,
Bárbara? Está bêbada mesmo! Eu vou embora antes que alguém chegue.
Bárbara: Ninguém vai
chegar, foram todos embora. O Manoel deve ter ido pra casa da Iná sentir o
cheiro de alvejante com cloro que ela tem e a Ellen foi fazer safadeza com
aquela boca de golfinho.
Mateus: Você foi
abandonada?
Bárbara: Antes só do que
mal acompanhada.
Mateus: Concordo! E eu vou
embora...
Bárbara: Espera!
Mateus
se vira pra ver o que a Bárbara queria e ela aparece completamente nua em sua
frente.
Bárbara: Já foi pra cama
com uma M.I.L.F?
Mateus: Não tão bem
conservada desse jeito. Como você sabe o que significa M.I.L.F?
Bárbara: Eu sei de muita
coisa, garotão. Basta você me dizer se está disposto a sair da sua zona de
conforto e aprender comigo! Eu sei que a sua esposa está gravida e não deve
mais transar como antes e sua amante morreu, então, terei o maior prazer em te
ajudar neste momento difícil pelo qual você está passando.
Sem
pensar muito, Mateus jogou Bárbara no sofá e ali os dois tiveram uma longa e
intensa transa.
Vânia
estava num bar no centro de Curitiba quando foi abordada por um homem um pouco
mais velho.
Homem: O que você me
recomenda daqui, moça bonita?
Vânia: Quem? Eu?
Homem: Só há você de moça
bonita por aqui.
Vânia
se lembrou do recado de Mateus e entendeu que aquele era o detetive que a
investigaria.
Vânia: Sempre pego o número
17. Mas, pede com bastante gelo.
Homem: Muito bem, farei
isso. Vem sempre por aqui?
Vânia: As vezes, depois que
saio do trabalho e você?
Homem: Sempre passo na
frente, mas hoje foi a segunda vez que entrei. A primeira foi pra usar o
banheiro.
Vânia: huuuum. Interessante
(dizendo com cara de nojinho).
Conversa
vai, conversa vem, Vânia e o homem optaram por irem em um local mais reservado
(Motel). Vânia na gana de deixar bem claro que ela tinha tido uma filha e a
doou para o hospital Ângela Veríssimo acabou assustando o homem.
Homem: Por que você está me
falando sobre isso agora?
Vânia: Pensei que você
quisesse saber.
Homem: Por que? Ficou
louca?
Vânia
percebeu naquele momento que tinha entendido tudo errado e colocou o cara pra
correr do quarto do motel.
Vânia: Então com licença,
saia daqui. Nojento! Asqueroso!
Homem: Eu, heim. Mulher
louca de pedra. Eu aqui todo no fogo e tu vem me querer falar de filha que
abandonou. Vai procurar um psicólogo, sua maluca!
Quando
estava saindo do motel Vânia foi interpelada pelo atendente.
Atendente: Senhora?!
Senhora?!
Vânia: Pois não.
Atendente: A senhora deve
pagar o período.
Vânia: Como assim? Aquele
homem que me trouxe aqui.
Atendente: Ele saiu daqui
dizendo que a senhora pagaria.
Vânia: Que ódio! Além de
tudo vou perder dinheiro! Mas eu vou fazer a Bárbara e o Mateus me pagarem em
triplo tudo isso! O que a gente não faz por uma graninha extra, meu Deus?!
Mateus
chega em casa e é abordado por Lívia.
Lívia: Mateus, são quase
meia-noite. O que você estava fazendo? Que cheiro de bebida é esse?
Mateus: Eu estava no bar!
Lívia: No bar? Você nunca
foi de dar porre. O que aconteceu?
Mateus: Não enche meu saco,
Lívia.
Lívia: Oi? Tudo bem? Você
acha que está falando com quem?
Mateus: Desculpa. Eu não
estou bem.
Lívia: Não mesmo. Até
parece que eu sou mulher de aceitar esse tipo de tratamento!
Mateus: Essa semana meu pai
faria aniversário se estivesse vivo.
Lívia: Ok, amor. Tudo bem,
já passou. Entendi. Você está mal e...
Mateus: Não, Lívia, você
não entendeu! Ninguém entende! Nem minha mãe entende as vezes! Meu pai não
merecia ir preso! Meu pai não deveria ter morrido naquela cadeia! Eu cresci sem
pai e meus irmãos se quer o conheceram por causa de uma injustiça.
Lívia: Amor, você era uma
criança, não tem como saber o que de fato aconteceu.
Mateus: Você está sugerindo
que meu pai era bandido?
Lívia: Não, Mateus, eu só
estou querendo dizer que...
Mateus: As vezes eu não sei
porque levo esse casamento adiante. Boa noite, vou dormir no escritório.
Dizendo
estas palavras, Mateus deixa a sala e Lívia fica se sentindo muito culpada por
deixar o marido mal, sem saber o que ele estava fazendo horas antes com outra
mulher.
No
dia seguinte, Bárbara recebe uma ligação logo cedo de Vânia.
Bárbara: Vânia? Isso são
horas de me ligar?
Vânia: Quero saber quando
que o detetive vai vir atrás de mim.
Bárbara: E eu sei lá?
Pergunta pro Mateus. Por que esta pressa?
Vânia: Só não quero correr
o risco de confundir as pessoas novamente.
Bárbara: Não se preocupa,
flor, quando isso acontecer a gente te fala, nada de ficar se abrindo pra
estranhos antes da hora. Segura essa matraca. E agora me dá licença que eu
tenho que ir pro escritório e depois pro meu pilates. Beijos e bom desinfetante
e álcool em gel pra você, bonita.
Dizendo
isso, Bárbara desliga na cara de Vânia e a deixa falando sozinha do outro lado
da linha.
Vânia: Alô, Bárbara?
Bárbara? Desgraçada desligou na minha cara!
Ao
chega ao hospital Vânia aborda Mateus.
Vânia: Mateus, quando o
detetive vai me abordar?
Mateus: Bom dia pra você
também, Vânia.
Vânia: Bom dia uma ova! Eu
quase fui pra cama com um desconhecido pensando ser o detetive.
Mateus: E se tivesse ido?
Não teria sido um estranho do mesmo jeito?
Vânia: Ao menos eu teria dado sequência ao plano. Mas desembucha logo!
Mateus: Hoje.
Vânia: Ao menos eu teria dado sequência ao plano. Mas desembucha logo!
Mateus: Hoje.
Vânia: Hoje? Tem certeza?
Mateus: Sim. Assim que você sair.
Mateus: Sim. Assim que você sair.
Vânia: A Lívia está
sabendo? Ela está ansiosa.
Mateus: Sim e sim. Vou
imprimir uma foto dele e deixar com você pra você não errar de novo. Agora, me
dá licença que eu vou trabalhar e não estrague nosso plano.
Vânia: Pode deixar.
Lívia
invade a sala de Mateus.
Lívia: Precisamos
conversar.
Mateus: Sim, mas não agora.
Lívia: Agora sim.
Mateus: Agora não, Lívia!
Eu e você temos que trabalhar. Aliás, por mim você não estaria aqui, uma vez
que está grávida e seria bom repouso absoluto. Depois falaremos sobre ontem.
Lívia: Não é sobre ontem. O
que passou já passou. Sua mãe me ligou, ela disse que você não a atendia.
Mateus: Aconteceu alguma
coisa com ela?
Lívia: Ela disse que quer
apresentar o namorado dela pra gente. Pensei que você já o conhecesse.
Mateus: Não. Era para eu ir
lá estes dias, mas acabei desistindo. Bom, meus irmãos falam bem dele, espero
que realmente preste.
Lívia: Então, posso
confirmar com ela?
Mateus: Quando será?
Lívia: Domingo.
Mateus: Pode confirmar.
Lívia: Ok, vou te deixar
trabalhar agora.
Mateus: Lívia...
Lívia: O que foi, Mateus?
Mateus: Desculpa por ontem.
Lívia: Tudo bem. Já passou.
Até depois.
No
final da tarde Bárbara pediu um taxi e ficou de tocaia na saída do trabalho de
Manoel.
Taxista: A senhora vai
ficar aqui muito tempo? Eu preciso fazer mais corridas.
Bárbara: Eu não estou te
pagando? Inclusive o tempo de permanência? Então já sabe a minha resposta.
O
taxista olha com cara feia, mas continua fazendo a corrida de Bárbara.
Bárbara: Ali, aquele carro.
Pode seguir até onde o motorista desembarcar.
O
taxi de Bárbara segue o carro de Manoel e eles tem como ponto final a casa de
Vera.
Bárbara: Que bairro é esse,
motorista?
Taxista: Capão da Imbuia.
Bárbara: É a cara do Manoel
se enfiar num bairro assim. Espera! Não pode ser!
Bárbara
visualiza Manoel sendo recebido na porta de casa com um beijo de Vera.
Bárbara: O que? Não é a
empregadinha? É a mãe do menino PROUNI? É aquela tal de Vera?!
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MÚSICA DE GANCHO: HIGHWAY TO HELL (AC/DC) -------------------------------------
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