Live The Difference - Um Grito de Liberdade| Cap. 02 - As Raízes do Mal!





Anteriormente em Live The Difference - Um Grito de Liberdade:
Charles e Mew sofrem com a ausência dos pais. Alexandre sente o peso das dificuldades em sua casa. Na hora da inscrição para o concurso da escola, Charles intimida Alexandre para que ele desista de participar.

Fique agora com o cap. de hoje.

NOVA GERAÇÃO:
Um Grito de Liberdade

Capítulo 02

CENA 01|
ESCOLA - MANHÃ/ INT/ PÁTIO

Alexandre rebate Charles.

ALEXANDRE —Olha cara, eu nem te conheço… —Ele é interrompido.

CHARLES —Esteja ciente apenas de que o território que você quer invadir é meu. É melhor você escolher. Vamos, desiste!

ALEXANDRE —Não quero invadir território de ninguém. É natural que se sinta ameaçado, mas eu estou apenas querendo me integrar, participar das coisas.

CHARLES —Ameaçado?! —Gargalha debochando. —Nao mesmo! Desiste cara, vamos facilitar as coisas. Quem sabe eu não te ajude a se integrar?

ALEXANDRE —Tem medo de me enfrentar? —Ele rir ao brincar.

CHARLES —Imagina! Até seu amigo eu faço questão de ser.

ALEXANDRE —Mas não era você que queria que eu desistisse agora mesmo?

CHARLES —Imagina, foi apenas uma brincadeira de boas vindas. —Finge ele dando um sorriso falso, mudando de estratégia. —Só queria ver se já haviam falado mal de mim para você e feito sua cabeça contra o vilão aqui. —Ele aponta pra si mesmo. —Aqui como qualquer outra escola tem panelinhas por todo lado, se é que me entende.

ALEXANDRE —Sendo assim, tudo bem. Pode ficar tranquilo, a opinião alheia não faz minha cabeça contra ninguém, tenho pensamento próprio. Conheço uma pessoa e a partir daí formo meu pensar sobre ela. Aliás quem sou eu para julgar alguém, não é mesmo?

Charles faz sinal de sim com a cabeça e rir fingindo concordar.

Marcelo volta com a ficha de inscrição.

MARCELO —Aconteceu alguma coisa aqui?

CHARLES —Nada demais Marcelo, apenas estava conhecendo o novat… perdão, o nosso novo amigo. Algum problema?

MARCELO —Acho que não né Alex? —Pergunta percebendo o clima.

ALEXANDRE —Tá tudo bem Marcelo, ele só veio socializar mesmo.

Charles que está sentado, levantasse.

CHARLES —Bom, tenho que ir galera. Falou aí! —Ele sai.

MARCELO —E então, vai me contar o que houve? —Pergunta a Alexandre.

ALEXANDRE —Então, foi estranho. No início, ele parecia está querendo de todas as formas que eu não participasse do concurso, até pareceu me ameaçar. Mas depois ele falou que era brincadeira, ainda bem.

Marcelo faz uma cara estranha.

ALEXANDRE —Será que ele falou sério? Será que eu causei um mal estar? —Diz ao ver a cara do amigo.

MARCELO —Comigo pelo menos, ele nunca causou problemas. Por mais arrogante que seja as vezes, ele nunca fez nada de mal ou algo assim. E tem mais, ano passado ele ganhou com facilidade, assim como em todos os anos anteriores desde que entrou aqui, não teria porque temer e ter tal atitude. Acredito que era apenas zueira mesmo.

Alexandre sorri aliviado, porém evita preencher o formulário de inscrição por enquanto.

CENA 02|  MANSÃO CAMARGO - MANHÃ/ INT./ COZINHA

Stella e Armando conversam na cozinha.

STELLA —Um dos meninos deixou um lembrete na geladeira. Acho que era a letra do Charles, nunca sei… também nem prestei atenção. —Demonstra pouca importância.

ARMANDO —Eu também não, mas acho que isso é coisa do Mew.

STELLA —Será?

ARMANDO —O que isso importa? Olha, temos compromissos mais importantes hoje na reunião da empresa, não podemos destinar tempo a outra coisa que venha a nos destrair. Ainda mais tão banais quanto coisas desses garotos. —Faz pouc caso dos filhos.

STELLA — Isso é. Aliás, você já sabe o que fará esse ano para conseguir mais votos e ser eleito, caso se candidate na política?

ARMANDO—Vou “investir” no público jovem. —Ironiza. —Precisamos de ideias para arrancar atenção deles, basta criar boas estratégias. Temos que mirar neles, porque dos eleitores adultos já temos muito mais empatia.

STELLA —Do jeito que são rebeldes, não acho que seja fácil. Mas não é impossível. Juntos ganharemos sem muito esforço.

Sorriem malignamente.

CENA 03| MANSÃO DOS VIELAS/ TARDE/ INT.

Afrodite e Horácio discutem.

HORÁCIO —Por que se incomoda tanto que sua amiga venha se hospedar aqui por uns dias?

AFRODITE —Ela não vem se hospedar, ela vem pra ficar. Não necessariamente aqui em casa, mas ela vem pra ficar. Entende?

HORÁCIO —Se for por mim, fique sossegada. Eu nunca olharia para outra mulher estando casado com você, muito menos sua melhor amiga, quase irmã.

AFRODITE —Não é isso. Você não percebe que ela sempre é melhor que eu em tudo? Ou melhor, ela acha que é. Ela não passa de uma sonsa, mas dessa vez ela não vai entrar na minha casa e causar reboliço não. Assim que ela chegar,eu já expulso ela na porta mesmo. E se ela insistir em ficar, eu tiro ela a força pelos cabelos.

A campainha toca.

AFRODITE —Graçaaaaaaaaaaa! —Grita em alto tom e segue para a porta acompanhada por Horácio.

Graça apressadamente corre e abre a porta.

AMÁLIA —Afrodite minha amiga!

Afrodite fazendo média corre para a porta como se estivesse a morrer de alegria por ver a amiga.

AFRODITE —Não sabe o quanto senti sua falta…

Horácio finge uma tosse e alfineta:
—Mas não era você que estava dizendo agora pouco que… —Afrodite interrompe.

AFRODITE —Ele estava a falar horrores por você está vindo para cá amiga, ele odeia nossa visitas e fala coisas horrendas, você não sabe... Agora pouco mesmo, ele disse que adoraria que o seu vôo caísse e você ficasse presa numa ilha deserta. E se chegasse a vir, ele te expulsaria na porta mesmo.

Amália fica horrorizada.

AFRODITE —Graçaaaaaa, traga um refresco!

Graça vem até a sala.

GRAÇA —Até queria poder trazer, mas será que a senhora poderia vir aqui um instante?

AFRODITE —Estou ocupada, você é cega?

GRAÇA —Já que não quer vir eu vou falar alto daqui mesmo… vou expôr heim.

Antes que Graça fale, Afrodite vai até ela.

AFRODITE —Miserável faladeira

Afrodite segue para a cozinha, empurrando Graça e fechando a porta.

HORÁCIO —Agora que estamos sós, preciso esclarecer. Amália eu não falei esse absurdo que Afrodite disse que cheguei a dizer, nem tampouco odeio você. Pelo contrário.

AMÁLIA —Não se preocupe Horácio, eu sei como a Afrodite é. Ela tem mania de culpar o outro por coisas que ela faz, quando criança ela vivia me culpando por travessuras dela. —Sorri lembrando.

Eles escutam gritos vindos da cozinha.

AFRODITE —Quem é que paga seu salário heim? Sou eu! E na primeira oportunidade você vem e me expõe dessa forma na frente dos outros!

GRAÇA —Na verdade, ninguém tá me pagando minhas horas extras não. Já são 2 meses atrasados. Olha que eu vou atrás dos meus direitos heim…

AFRODITE —Se você ficar caladinha e parar de me expôr eu te dou uma grana além dos atrasados.

Afrodite volta para a sala.

AFRODITE —Mas e então Amália, quanto tempo pretende ficar? —Fala fingindo sorriso simpático.

AMÁLIA —Até você enjoar de mim amiga.

AFRODITE —Então já vai? Não vai nem tomar um cafézinho antes? —Ironiza.

AMÁLIA —Eu vim aqui exercer a minha profissão e recuperar tudo o que me foi tirado.

Afrodite teme.

CENA 04.
ESCOLA - TARDE/ HORÁRIO DE ATIVIDADES EXTRACURRICULARES/ CAMPO DE FUTEBOL

Julián um dos meninos novatos e vindo de outro pais, se põe a manter certa distância do resto da turma, apenas por ser muito quieto e não conhecer ninguém.

Pulga se aproxima.

PULGA —Coé tiozão, geral reunido fazendo os negócio e tu fazendo média? Se junta lá fio. Ou tu se acha mais foda que os menor?

[Durante as falas de Julián os ( ) abrangerão a tradução de suas falas, já que ele ainda não sabe falar português]

JULIÁN —Perdón, no comprendo. Pero la forma que hablas es como se estuviera con rabia. (Tradução: Perdão, não entendi. Mas a forma que está falando, parece estar com raiva)

PULGA —Rabia? Que rabia meu truta? Tá me tirando? Falando da rabia alheia, cê é louco tio? Me respeita fio.

Priscila um pouco longe vê tudo se aproxima.

PRISCILA —Deixa ele em paz Pulga!

PULGA —Agora juntou a nerd e o refugiado, o bagulho virou piada foi? Quando que sai o conto erótico dos dois?

Incomodada com a forma que Pulga trata a amiga, Ária e Atena se aproximam.

Alexandre que estava a jogar corre para ajudar.

ALEXANDRE —Ei cara, por que você não deixa eles em paz? Volta lá pro teu jogo!

PULGA —E quem tu acha que é para se meter nas minhas tretas vacilão?

ÁRIA —Baixa a bola Pulga, todo mundo sabe que você adora causar confusões. Mas com a minha amiga não, deixa a Pri!

PULGA —Não se envolve patricinha fresca.

ALEXANDRE —Cara eles só querem espaço, dá um tempo. Deixa eles quietos, cuida de você e deixa os outros sossegados.

PULGA —Tá me chamando de treteiro seu zé ninguém? —Diz ele enquanto parte para cima de Alexandre que rapidamente se esquiva, deixando-o cair de cara na grama.

Vendo que alguns de seus amigos presenciaram a cena e envergonhado, Pulga sai soltando fogo pelo nariz.

ALEXANDRE —Vocês estão bem?

Ambos sinalizam com a cabeça que sim.

Alexandre percebe que Ária ficou chateada com as palavras de Pulga.

ALEXANDRE —Não liga para ele não moça, ele não sabe o que diz.

ÁRIA —Tá falando comigo? Poupe-se querido, conheço esse “ser” muito antes do que você. Vamos Atena! —Diz ela de forma grosseira e puxando a amiga.

Atena dá uma piscada de olho e assopra um beijo para Alexandre, se desculpando pela amiga.

ÁRIA —Você não vem Pri?

PRISCILA —Desculpe, mas tenho que falar com ele antes.

ÁRIA —Tchau então! —Elas saem na frente.

Alexandre se culpa pela situação.

ALEXANDRE —Me perdoem por causar tudo isso.

PRISCILA —Você não fez nada para ter que pedir perdão, ao contrário, nos defendeu. Obrigado! O que houve aqui, foi claramente preconceito por causa do jeito quieto dele. —Fala indignada. —Ouvi alguns comentários de ódio em relação a ele mais cedo, temo que seja caso de xenofobia já que ele não é daqui, Alexandre. —Se preocupa.

JULIÁN —Gracias por defenderme, tu y ella. (Tradução: Obrigado por me defenderem, você e ela)

PRISCILA —Você fala espanhol? Ai que demais, eu adoro espanhol. Ainda bem que te defendi!

ALEXANDRE —Amo espanhol também.

PRISCILA —É mesmo? Que ótimo. Então o que acha de ensinarmos português a ele então? Assim treinamos nosso espanhol.

Os três entusiasmados e sorridentes com a ideia fazem o papo fluir.

CENA 05|
Dia seguinte|
Manhã|
LOJA DE ARTESANATOS

Laura começa a abrir a lojinha.
Afrodite entra e observa tudo.

Ela se aproxima de uma prateleira e olha com atenção.

LAURA —É do seu agrado senhora? Eu fiz toda a metade dessa faixa de peças da prateleira já hoje.

AFRODITE —Legal pra você. —Diz ela pegando nos objetos e sem dar importância ao que fala Laura.—Que nojo de cor. De que material é feito isso? Que coisa feia! —Desdenha.

LAURA —É material próprio pra esse trabalho senhora.

AFRODITE —Vejo que é o da pior qualidade. Não tem vergonha de colocar essas porcarias mal feitas para venda? Entrei aqui achando que ia encontrar um lugar com boa aparência e objetos de qualidade para adquirir, mas vejo que me enganei. Tudo aqui é um lixo, uma verdadeira loja de porcarias! Mas o que se pode esperar? Claramente se vê que você não tem dinheiro para fazer nada que preste.

Alexandre que acabara de chegar de casa escuta tudo.

ALEXANDRE —Quem a senhora pensa que é para destratar minha mãe assim? Heim? —Grita.



...Continuaaaaaaaa…

Acompanhe o próximo capítulo nesta Segunda-feira, 22:00hs só aqui na WebMundi.

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