uma novela de / escrita e dirigida por / obra original de
FELIPE ROCHA
agradecimentos
WEB MUNDI
ÚLTIMO CAPÍTULO – JUÍZO FINAL
CENA 01 / HOTEL / 8°ANDAR / QUARTO 420 / INTERIOR / DIA
Serena e Lucas chegam ao quarto do hotel e descarregam as malas. A mulher se encanta com os detalhes do hotel como: o banheiro, a cama, os móveis.
SERENA — Ah meu Deus! A hospedagem aqui do hotel tem razão de custar caro. Só tem coisa bonita aqui. Olha essa cama, é muito macia. Se eu pudesse, ficaria um mês aproveitando esse luxo todo.
LUCAS — Confesso que também tenho vontade Serena, (ordena) agora vá tomar o banho que daqui a algumas horas vamos pegar o avião para o monte.
SERENA — Com muito prazer! Quero muito experimentar esse chuveiro.
Serena vai para o banheiro. Lucas, orgulhoso, ri da situação.
LUCAS — Essa é a minha Serena.
CORTA PARA:
CENA 02 / HOTEL / QUARTO 450 - SALA / OITAVO ANDAR / INT / DIA
Atenção Edição: Continuação da cena 01 deste capítulo.
Camila chega com dois copos de vinho. Rafael, impaciente, em pé.
RAFAEL — Demorou hein? Parece que estava até fabricando o vinho, quê que é hein? Isso aqui virou uma fábrica, agora?
CAMILA — E eu tenho culpa queridinho? Custei achar né? Estava bem escondido.
Camila dá o copo para Rafael.
RAFAEL — Só um bom vinho nessa hora para me acalmar, reduzir minha ansiedade...
CAMILA — Eu também. Ah, está chegando a hora que eu vou reinar.
Rafael, com dificuldade de falar, logo com a reação da overdose; problema respiratório.
RAFAEL — Ah... Mas... Que.. Falta de ar... Que estou sentindo.
Rafael se sente mal, com falta de ar... Ele tem várias reações.
Camila o olha, dando uma gargalhada maligna.
Até que o vilão cai no chão de olhos abertos, e depois de alguns segundos, fecha os olhos, já morto.
CAMILA — (dá uma gargalhada) Pronto! Serviço feito, concluído com sucesso! Que Deus o tenha!
Camila tira do bolso um terço e coloca na mão de Rafael.
CAMILA — Tenho que me arrumar. Está chegando a hora que eu acabarei com aquele casal.
Passam-se algumas horas.
CENA 03 / HOTEL / QUARTO 420 / 8°ANDAR / INTERIOR / NOITE
Lucas, pronto para a viagem, admira suas roupas, da maneira em que está vestido. Ele aguarda ansiosamente por Serena.
LUCAS — Serena já está pronta? Temos que ir, chegaremos a dois dias depois! Se não, demorará mais.
No banheiro, se arrumando, Serena diz:
SERENA — Espera só um pouquinho que eu já estou indo, meu amor. Tenho que ficar bonita para a grande viagem!
LUCAS — Ah, mas eu não aguento esperar. Quero ver como você está. Posso ir aí?
SERENA — Não! Mulheres demoram a se arrumar. Já estou acabando. É surpresa, querido.
LUCAS — Tá bom.
Lucas se olha no espelho, a admirar novamente a maneira como está vestido.
LUCAS — Será que minha roupa está amarrotada? Ah, acho que está bom.
Neste momento, Serena, chega ao quarto e diz:
SERENA — Estou prontíssima!
Lucas, que está no espelho, olha para trás... Ele logo se encanta, com olhos para ela... Serena, deslumbrante, com uma bolsa azul no ombro, vestido e salto vermelhos. Lucas, feliz, emocionado, sem reação. Serena, reclama.
SERENA — Nossa não gostou? Fale alguma coisa! Estou nervosa.
LUCAS — (sorri, feliz) Meu amor é que você está completamente linda! Deslumbrante. Olha esse vestido, esse sapato.
SERENA — Tem certeza que gostou mesmo? Olha lá hein? Fale a verdade.
LUCAS — Eu estou sem palavras, minha princesa. A sua beleza é linda por fora, e por dentro, nem se fala! Me dê um abraço.
Serena corre para abraçar Lucas. Os dois, felizes se beijam.
SERENA — Bom, vamos logo que eu estou muito curiosa.
LUCAS — Vamos.
SERENA — Ah, e nossas malas?
LUCAS — Ficarão aí. Na volta para o monte, voltamos para buscá-las.
Lucas e Serena, juntos, dão as mãos e saem do hotel.
CORTA PARA:
CENA 04 / HOTEL / CORREDOR – 8°ANDAR / INT / NOITE
Atenção Edição: Continuação da cena anterior.
Lucas e Serena saem tranquilamente, abraçados do quarto em que estavam. Eles se dirigem até o elevador.
CORTA PARA:
CENA 05 / HOTEL / ELEVADOR / INT / NOITE
Atenção Edição: Continuação da cena anterior.
Lucas e Serena entram no elevador. Porém, lá está Camila, disfarçada de Ivanilde, que se desespera ao estar no mesmo elevador que eles. Ela pensa:
IVANILDE / CAMILA — (pensa) Droga! E agora?
Lucas tenta conversar com a mulher loira que está ao seu lado:
LUCAS — Hoje o tempo está bom não é, senhora? Parece que vai chover! Estou com medo de atrapalhar minha viagem no monte.
Ivanilde / Camila não dá resposta. Lucas olha para Serena, desconfiado.
SERENA — Ei, querida! Meu namorado está falando com você.
Ivanilde / Camila disfarça a voz e responde:
IVANILDE / CAMILA — Olha me desculpe. É que hoje estou um pouco distraída, triste. Meu pai acabou de morrer, estou indo para o velório.
SERENA — A senhora não está com trajes para velório, nem a sua expressão facial!
LUCAS — (corrige) Serena, olha para você ver, coitada da senhora! Perdeu o pai e ainda está duvidando dela?
SERENA — Se ela estivesse perdido o pai mesmo, estava chorando, em prantos. Diga mulher, fale a verdade, por que está mentindo?
LUCAS — Olha, a senhora me desculpe, viu? Minha namorada é assim.
Ivanilde / Camila, nervosa, responde.
IVANILDE / CAMILA — Não, não. De forma alguma. Não vejo problema. Já tive filhas como ela, curiosas. Eu sou uma mulher muito fechada, não gosto de me expressar muito. Eu estava numa festa, e recebi a notícia agora. Isso explica o fato de estar vestida assim.
SERENA — E por que não está chorando? Deveria estar lamentando.
LUCAS — Serena, ela já disse que não gosta de se expressar, pessoas mais velhas são assim!
Ivanilde / Camila pensa:
IVANILDE / CAMILA — (pensa) Me chamando de velha, ah que vontade de atirar nesses dois agora! Acabar com essa porcaria. Não, não. Vou esperar o monte. Será mais emocionante.
Nesse momento, o elevador abre.
LUCAS — Senhora, meus sentimentos, que Deus o tenha!
IVANILDE / CAMILA — Obrigada.
Ela finge chorar, e o trio sai do elevador. Outras pessoas entram nele.
Ivanilde / Camila vai para o mesmo local aonde Serena e Lucas vão (aeroporto), porém, por outro caminho do hotel. Serena, desconfiada.
SERENA — Achei essa mulher estranha! Parece alguém disfarçado.
LUCAS — Ela já está envelhecida Serena. Não notei nada disso.
SERENA — Estou com medo que aconteça algo de ruim, não convenci dessa história do pai dela ter morrido não.
LUCAS — E o que pode acontecer de ruim?
SERENA — Olhe o tempo! Você até falou que vai chover.
LUCAS — Há possibilidades. Já enfrentei várias viagens com esse tempo e mesmo assim estou vivo! Não tema, eu estou ao seu lado para te proteger. Vamos rápido.
Lucas e Serena saem do hotel.
CORTA PARA:
CENA 06/ AEROPORTO DE SÃO PAULO / INTERIOR / NOITE
Atenção Edição: Continuação da cena anterior.
Passaram-se algumas horas... Serena e Lucas chegam ao aeroporto, que tem várias lojas e muitas pessoas esperando seu avião. Lucas se aproxima da recepção e diz:
LUCAS — Boa noite! É um avião particular para o Monte Caburaí, que está reservado!
SERVIÇAL — Lucas Ferrari Marçoni, né?
LUCAS — Isso mesmo!
SERVIÇAL — E Serena Ubirajara Dias, dois adultos. Já está pago. É só esperar. Você tem a notinha né?
LUCAS — Sim, comprei pela Internet, obrigado.
SERENA — Obrigada.
Serena e Lucas sentam nos bancos e aguardam o avião.
Todavia, Ivanilde / Camila disfarçada, chega ao aeroporto pelos fundos, e observa o casal, sem que eles vejam.
SERENA — É hoje que eu vou voar! Como um passarinho.
LUCAS — Nós dois meu amor. Você vai adorar, eu tenho certeza. Está com fome?
SERENA — Não estou não. Obrigada.
LUCAS — Então espere um pouco, que o avião já deve estar chegando.
Depois de algum tempo, uma voz anuncia: Atenção! Lucas Ferrari Marçoni e Serena Ubirajara Dias, partindo um avião particular para Roraima, agora. Atenção!
LUCAS — Vamos? O avião chegou.
SERENA — Vamos.
Camila, a escutar, o que foi dito os segue. Serena e Lucas saem da recepção do aeroporto.
CORTA PARA:
CENA 07 / AEROPORTO SP / GOL 45 / LINHA DE VOO / INT / NOITE
Atenção Edição: Continuação da cena anterior.
Lucas e Serena se dirigem ao avião. Em seguida, a comissária diz:
COMISSÁRIA — Podem aguardar que a nossa pilota já está chegando! Vou buscar comida para vocês.
LUCAS E SERENA — Obrigado (a).
Em seguida, começa a cair algumas gotas de chuva.
Enquanto a comissária vai buscar comida no avião, é abordada.
SERENA — Meu Deus, então a chuva veio mesmo?
LUCAS — Sabia. Mas é bom viajar com chuva, relaxa a gente. Eu já acostumei.
SERENA — Ah, não. Tenho medo de que aconteça algum acidente.
LUCAS — Não se preocupe com isso, eu já te disse que estou ao seu lado. Deve ser só uns pinguinhos mesmo, talvez nem venha aquele chuvão forte.
SERENA — Deus te ouça!
CORTA PARA:
CENA 08 / AEROPORTO SP / LINHA DE VOO / INT / NOITE
Sem que ninguém veja, Ivanilde / Camila a observar o avião em que eles estão com uma arma no bolso. Em seguida, a pilota chega e a vilã a aborda com a arma.
IVANILDE / CAMILA — Parada aí, quietinha. Vou te levar para o banheiro e você me passa as roupas. Entendeu?
PILOTA — Não, não posso. Por favor, não me mate. Eu preciso desse emprego, e não vou deixar um avião nas mãos de uma desconhecida. E os passageiros que estão lá dentro? A responsabilidade da vida deles, é minha!
IVANILDE / CAMILA — Querida, meu pai era da aviação. Não se preocupe, ele me ensinou tudo, e eu sei dirigir. Agora, vamos para o banheiro e você me passa as roupas. Entendido? Ou eu te mato.
CORTA PARA:
CENA 09 / AEROPORTO DE SP / BANHEIRO / INT / NOITE
Não há ninguém no banheiro... Camila veste as roupas da pilota e se olha no espelho.
CAMILA — É agora! Consegui! Vamos lá Camila, coragem para pilotar o avião.
Camila sai do banheiro.
CORTA PARA:
CENA 10 / AEROPORTO DE SÃO PAULO / AVIÃO GOL 45 / INT / NOITE
No avião, Lucas e Serena brindam vinho. A pilota / Camila chega e diz:
PILOTA / CAMILA — Cheguei! Agora podem ficar tranquilos!
LUCAS — E cadê a comissária?
PILOTA / CAMILA — Ela teve alguns problemas. Vamos que a viagem é longa.
Depois de alguns segundos, o avião sai da linha de pouso e começa a voar, seguindo seu destino para Roraima.
CORTA PARA:
CENA 11 / CÉU / INTERIOR / NOITE
Tempo seco, sem chuvas. O avião segue em seu destino para Roraima. Durante a viagem, Lucas e Serena se divertem bebendo vinho, e se beijam.
SERENA — Viajar de avião é melhor que ônibus! Ah, estou adorando voar! Nem acredito que estou passando por tudo isso.
LUCAS — Seu sonho se tornou realidade, estou me divertindo muito nessa viagem!
SERENA — Eu também meu amor, eu te amo.
LUCAS — Eu também te amo!
Lucas e Serena se beijam.
CORTA PARA:
CENA 12 / PASSAGEM DE TEMPO 02
Dois dias depois. Lucas e Serena chegam ao seu destino.
CENA 13 / RORAIMA (BOA VISTA) NORTE / MONTE CABURAÍ / INT / DIA
O avião sobrevoa o Monte Caburaí. Serena e Lucas a apreciar a beleza do monte.
LUCAS — Chegamos, finalmente!
Os dois, encantados.
SERENA — Meu Deus! Eu quero chorar, dar as mãos para o céu. Esse monte é lindo!
LUCAS — Você viu pouco, tem mais meu amor!
SERENA — Eu nunca vi uma coisa tão linda em minha vida.
LUCAS — Foi aqui que meu pai me trouxe, quando era pequeno.
SERENA — Já vamos descer? Eu estou doida para colocar os pés nesta terra, deitar nessa pedra.
Serena e Lucas se beijam.
O avião pousa no monte, e eles descem.
CORTA PARA:
CENA 14 / MONTE CABURAÍ RORAIMA – BOA VISTA / INT / DIA
Atenção Edição: Continuação da cena anterior.
Lucas e Serena colocam os pés no monte. Serena aprecia a beleza do local, olha em sua volta. Os dois chegam à beirada do monte.
SERENA — Ah, se eu pudesse ficava uma semana nessas terras, com meu pé aqui!
LUCAS — É muito lindo mesmo né? Tamanha beleza para um local desses!
SERENA — E o que justifica o fato de seu pai ter lhe trago aqui?
LUCAS — Eu sempre fui apaixonado pela arqueologia, estudei muito. E, de qualquer forma, seu estava louco para conhecer os índios também, ver a cultura deles. Mas só que não encontrei aqui, nessas terras. Meu pai também participava do exército, na aeronáutica. O meu pai e o da Camila. Desculpe estar lembrando-se dessa infeliz agora, é que veio na minha cabeça.
SERENA — Não há problema, meu amor. Eu estou sendo muito feliz ao seu lado, neste passeio.
LUCAS — Eu também. Você é a mulher que eu mais amei neste mundo.
SERENA — Você é um homem perfeito, o meu porto seguro.
LUCAS — Só um casamento para celebrar nossa união mesmo.
Neste momento, Camila aparece atrás deles, com suas roupas normais, apontando uma arma:
CAMILA — E esse amor, queridinhos! Vai acabar agora! Com vocês caindo desta pedra.
CORTA PARA:
CENA 15 / MONTE CABURAÍ RORAIMA – BOA VISTA / INT / DIA
Atenção Edição: Continuação da cena anterior.
Camila, a apontar a arma para Lucas e Serena, que estão na beirada da pedra. Ela dá uma gargalhada maligna.
CAMILA— Vocês acharam mesmo que eu iria desistir? Nunca! Eu vou até o fim, acabando com vocês.
Lucas e Serena, desesperados.
LUCAS — O que você quer agora hein? Deixe-nos viver em paz.
CAMILA — Nunca! Essa aí destruiu minha vida, roubou você de mim. Ela é a minha inimiga. A melhor maneira de resolver isso é acabando com o casal.
LUCAS — Você não tem coração não é?
SERENA — Não diga isso, minha irmã. Você não pode se tornar a vilã desta história. Renove sua vida, é melhor se arrepender antes do que seja tarde.
CAMILA — E você acha que eu estou me preocupando com isso, é? Não tenho sangue de barata não, queridinha... Vocês não sabem o quanto eu persegui vocês, movi céus e terras para tentar encontrá-los. Agora que eu encontro, vou desistir de matar? Nunca! Sabem aquela velhinha no elevador que perdeu o pai? Era eu. E sabe a pilota do avião? Era tudo eu! Estava no mesmo hotel que vocês, seguindo os seus passos. Tudo não passou de uma farsa.
SERENA — Eu sabia que aquela velha era estranha para mim, só podia ser você.
LUCAS — E eu bobo, acreditei nessa história toda.
SERENA — Eu te avisei!
LUCAS — Olha você não quer parar com essa loucura não? Se disfarçar de velhinha, dizendo que vai para um velório. Isso é demais!
CAMILA — Mas como vocês são idiotas né? Ninguém me impede de fazer isso.
LUCAS — Você ainda gosta de mim, e está com ciúmes, eu sei!
CAMILA — Gostar de você? Ah me faça o favor. (dá uma gargalhada maligna) Eu já gostei de você, mas desperdicei minha vida ao seu lado. Já te esqueci há muito tempo, está enterrado para mim! Nosso amor acabou depois que você se envolveu com essa indiazinha pelada.
LUCAS — Como ousa ofender minha mulher assim? Sua desclassificada!
CAMILA — Sua mulher? (ri) Então, quer dizer que o casal planeja casar? Ah, mas que maravilha! Ninguém irá assistir esse casamento, sabe por quê? Ele vai acontecer lá no céu, com vocês dançando valsa juntos. Desejo felicidade para o casal e que em outra vida, casem novamente, se conseguirem.
LUCAS — Eu já não aguento isso mais.
Serena, sendo humilhada, chora.
SERENA — Eu nunca fui tão humilhada assim... Minha irmã, eu não consigo entender... Depois de tudo que a gente passou o sequestro da máfia, todos aqueles arrepios que vem na minha cabeça... Tem coragem de acabar com a minha vida? Somos irmãs de sangue! Quer matar a própria irmã?
CAMILA — Irmã de uma figa! Quantas vezes eu vou ter que repetir para você que eu não sou sua irmã? Eu não gosto de você, dá para entender?
Serena, chora, sendo bastante humilhada.
Lucas, chocado.
LUCAS — Nem eu queria ter uma irmã como você... Olha, eu fui tão burro! Burro de me envolver com você. Sem coração, não é um ser humano.
CAMILA — Ah, para com esse drama. Essas histórias para boi dormir. Eu já disse que quero matar vocês e pronto! Não vou voltar atrás das minhas ações.
SERENA — Será que você não se lembra daquele dia que passamos presas? Quantas aventuras vivemos juntas? É incapaz de lembrar?
Lucas e Serena choram, desesperados.
LUCAS — Nunca pensei que fosse capaz de matar uma pessoa. Minha vida acabou completamente.
SERENA — Nossa vida, meu amor. Nossa vida.
LUCAS — Se é a mim que você quer, pois então me mate. A Serena não tem culpa de nada! O jogo é entre mim e você...
Camila a apontar a arma.
Lucas, impaciente, diz:
LUCAS — (agressivo) Anda, me mate. Você é corajosa para isso ou não? Mate-me.
SERENA — Nunca! Eu quero morrer ao teu lado meu amor, estou envolvida nessa história.
LUCAS — Serena, afaste-se! Por favor, não queira fazer isso.
SERENA — Não meu amor. Somos almas gêmeas, igual ela disse, nosso casamento será no céu. Vamos dançar valsa juntos.
Lucas e Serena choram, desesperados.
LUCAS — Serena! Afaste-se! Você é muito nova para morrer, tem que viver! Por favor, eu te peço.
SERENA — (insiste) Não!
Serena, irredutível.
LUCAS — Anda, atira logo infeliz! Tem coragem ou não tem? Olha aqui, ó. Para você parar com isso e atirar logo.
Lucas tira a camisa e joga pelo monte.
LUCAS — (agressivo) Pronto! Tirei a camisa, agora pode atirar no meu peito. É bom que eu vá embora logo. Anda! Sabe mexer com essa arma ou não?
Camila a apontar a arma para Lucas. Ela tem alucinações, que a perturbam. Lembranças de quando ficou presa no galpão da máfia, vem à tona e de seu romance com Lucas. Camila segura o gatilho. Serena, desesperada, chora e tenta impedir.
SERENA — Não, não! Não!
Serena parte para cima de Camila.
LUCAS — Serena, não!
As duas brigam na beirada do monte. Serena e Camila disputam pela arma, até que chegam à beirada do monte. Camila a empurra da pedra, e ela segura nas pontas, com suas duas mãos.
LUCAS — Serena! Meu amor. Não!
CAMILA — É agora que eu mato você sua infeliz!
SERENA — Por favor, não faça isso.
Serena olha para baixo e se assusta com o mar que corre.
Lucas grita:
LUCAS — Serena! Não olhe para baixo! Serenaaaaaaa!
Lucas, desesperado, chora.
LUCAS — Não, não. Meu Deus do céu! Não leva minha Serena, eu tenho que impedir.
Lucas corre para impedir, mas Serena grita.
SERENA — Lucas, meu amor. Afaste-se! Ela pode jogar nós dois da pedra. É perigoso!
Camila empurra com o pé uma mão de Serena, e ela segura na pedra com uma só mão.
CAMILA — É agora que você morre irmãzinha! Que Deus a tenha no céu! Descanse em paz.
Camila prestes a empurrar a outra mão de Serena no monte, que desesperada, chora... Lucas parte para cima de Camila e a segura com o braço e a empurra no chão. Ele logo corre para salvar Serena.
LUCAS — Serena, vamos! Dê-me as mãos.
Serena dá as mãos para Lucas e ele a puxa. Serena consegue subir para a pedra. Em seguida, Camila tenta levantar-se e Lucas pega a arma e começa a apontar a arma para ela. Camila afasta-se, quase na beirada da pedra. Serena e Camila logo saem no tapa.
SERENA — Sua infeliz!
Elas trocam surras. E Camila, na beirada da pedra, quase cai, mas segura com uma mão e diz:
CAMILA — Agora vou ser levada por essas águas. (aponta para baixo) Muitas pessoas me falaram que o amor de vocês era eterno, e eu enxerguei agora. Vocês venceram, e eu sou a derrotada. Eu admito! Sejam felizes um ao lado do outro.
Camila solta à mão e cai da pedra. Serena e Lucas, a observarem a cena, apavorados. Lucas joga a arma da pedra.
LUCAS — Calma, meu amor. Está tudo bem, agora! Estamos juntos, vivos!
Os dois choram. Lucas joga as mãos para o céu.
LUCAS — Obrigado meu Deus! Obrigado por nos dar mais uma oportunidade de vida. Eu te amo!
Eles choram bastante.
SERENA — Eu também te agradeço muito meu Deus!
LUCAS — O pesadelo acabou! Ah, fica tranquila, agora vamos poder viver felizes!
SERENA — E agora como vamos sair daqui?
LUCAS — Tentarei ligar para o aeroporto, vir nos buscar.
Lucas pega o celular e liga para o aeroporto.
LUCAS — Pega sinal! Por favor, tem que dar certo.
Até que o sinal pega, e a ligação é bem sucedida.
CORTA PARA:
CENA 16 / RIO DE JANEIRO / INTERIOR / DIA
O pesadelo acabou... No Rio de Janeiro, o clima é favorável, destacando a segregação espacial, principais pontos turísticos e algumas belezas naturais.
CORTA PARA:
CENA 17 / MANSÃO FERRARI MARÇONI / INTERIOR / DIA
Atenção Edição: Continuação da cena anterior.
Lucas e Serena chegam à mansão e todos apavorados: Valentina, Ariovaldo e Regina.
REGINA — Ah, meu filho! Graças a Deus, você chegou! Nossa, eu estava tão preocupada.
Ariovaldo, triste.
LUCAS — O pesadelo acabou Dona Regina. Ah, estou sem palavras para expressar o que estou sentindo.
Serena, emocionada, abraça o pai.
SERENA — Pai!
ARIOVALDO — Filha!
Os dois se abraçam.
ARIOVALDO — Agora eu só tenho você, uma pena que a sua irmã escolheu o caminho da maldade, eu não compreendo.
SERENA — Nós temos que ser fortes, agora.
ARIOVALDO — É isso mesmo minha filha.
Todos choram, apavorados.
VALENTINA — Eu estava pressentindo de alguma forma, que essa infeliz iria voltar para atrapalhar vocês! Mas graças a Deus estão vivos!
LUCAS — Tivemos sorte. Por poucos, batíamos as botas... Serena, vamos descansar, faltam três dias para o nosso casamento.
SERENA — Eu não sei se eu tô com clima para casamento.
REGINA — Eu compreendo o sofrimento de vocês... Mas vamos animar né? Agora poderão viver livres, sem ninguém para atrapalhar! E, aproveitando, esse momento. Eu queria pedir perdão para vocês... Quer dizer / Eu e a Valentina.
VALENTINA — Perdão, por ter atrapalhado a vida de vocês.
REGINA — Eu não sabia que iria causar tão mal assim.
LUCAS — Ô, mãe! Não se preocupe, tá tudo bem viu?
SERENA — O passado já está enterrado, Dona Regina.
Eles dão um abraço coletivo.
LUCAS — Bom, vamos Serena?
SERENA — Sim, meu amor.
Serena e Lucas vão para o quarto.
Ariovaldo se aproxima de Regina, desajeitado e diz:
ARIOVALDO — Bom... É... Muito obrigado por ter me avisado, Dona Regina.
REGINA — Dona Regina, não. Não gosto que me chamem de velha.
Os dois trocam olhares, num clima de paixão.
Ariovaldo, desajeitado. Eles riem.
ARIOVALDO — Bom, tenho que ir. Vamos nos encontrar no casamento.
REGINA — Pode ter certeza disso. Tchau.
Eles sorriem um para o outro.
ARIOVALDO — Tchau!
Os dois se abraçam e vão embora.
Regina, apaixonada, suspira.
VALENTINA — Não demora sair outro casamento nessa casa.
REGINA — E esse é o meu sonho, minha filha.
CORTA PARA:
CENA 18 / PASSAGEM DE TEMPO
TRÊS DIAS DEPOIS... É hora do casamento.
CORTA PARA:
CENA 19 / IGREJA / INTERIOR / DIA
Todos choram, emocionados, presentes no casamento de Serena e Lucas. O padre celebra a união das almas gêmeas. Lucas coloca a aliança no dedo de Serena.
LUCAS — Serena, recebo esta aliança em sinal do meu amor e de minha fidelidade. Em nome, do pai, do filho, do espírito santo. Amém! Eu prometo amar-te, respeitar-te na alegria, na tristeza, na saúde, na doença por todos os dias da minha vida, até que a morte nos separe.
SERENA — Lucas, meu amor grandioso... Eu te amo tanto, que seria capaz de mover céus e terras para ficar ao teu lado. Prometo te amar muito e respeitar, na alegria, na tristeza, na saúde, na doença por todos os passos que a nossa vida percorrer, iremos ficar juntos!
Serena coloca a aliança no dedo de Lucas.
Após isso, o padre diz:
PADRE — Lucas Ferrari Marçoni pode beijar a noiva!
Ele olha para Serena e diz:
LUCAS — É agora, né? Mas vamos lá!
Serena sorri.
LUCAS — Eu te amo, meu amor.
SERENA — Eu também te amo!
Os dois se beijam e todos comemoram.
CORTA PARA:
Há outra passagem de tempo... Um ano depois...
CORTA PARA:
CENA 20 / HOSPITAL / MATERNIDADE / INTERIOR / DIA
Desesperado, Lucas chega à maternidade e fala com as enfermeiras.
LUCAS — Cadê minha mulher? Nasceu? Deixe-me, entrar, para ver.
ENFERMEIRA 1 — Seu Lucas tome um copo d’água. Deseja entrar?
LUCAS — Não, prefiro ficar aqui fora mesmo! Ou eu hei de passar mal, ah Nossa Senhora! Deus nos acuda!
ENFERMEIRA 1 — Quando nascer, eu te chamo. Acalme-se.
Lucas vai até o bebedouro e pega um copo d’água e senta em uma das cadeiras.
À sua frente, está Duende esperando o seu filho nascer. Os dois conversam.
LUCAS — Difícil né?
DUENDE — Nem me fale. Quis entrar não?
LUCAS — Nem, se não iria passar mal. Não iria aguentar.
DUENDE — Eu também.
LUCAS — E aí: menina ou menino?
DUENDE — Menina, de novo!
LUCAS — Menino! É bom que vou poder levar ele para os jogos de futebol, para qualquer lugar. Hei de morder as unhas de tanta ansiedade.
Nesse momento, a enfermeira se aproxima de Duende e diz:
ENFERMEIRA 2 — Senhor Duende, a sua filha acaba de nascer!
LUCAS — Boa sorte, aí!
DUENDE — (sorri) Obrigado.
A enfermeira conduz Duende até o quarto.
CORTA PARA:
CENA 21 / MATERNIDADE / QUARTO 90 / INTERIOR / DIA
Duende entra no quarto, e Laura na cama da Maternidade, com sua filha. Ele passa álcool nas mãos e se aproxima de Laura.
DUENDE — E aí? Quem é a menininha do papai, hein?
LAURA — Esse aí é o seu papai filha!
Laura mostra a bebê a Duende.
LAURA — Aqui vai para o colo dele!
DUENDE — Meu amor, eu hei de irradiar de felicidade! Olha como nossa menina é linda. Ah, esqueci-me de te cumprimentar.
Duende dá um beijo em Laura.
LAURA — Ela é muito linda mesmo. A Aninha vai adorar o fato de ter uma irmãzinha.
DUENDE — E o parto foi bem sucedido?
LAURA — Parto Normal sofri muito, meu amor. Mas essa coisa linda tá formada.
DUENDE — Sabe de uma coisa? Eu sou muito feliz com você!
LAURA — E eu mais ainda!
Os dois brincam com a filha.
CORTA PARA:
CENA 22 / MATERNIDADE / INTERIOR / DIA
Lucas, nervoso, morde as unhas.
LUCAS — Que demora!
Em seguida, a enfermeira chega e diz:
ENFERMEIRA 1 — Seu Lucas, agora pode ficar calmo! Nasceu!
Lucas, feliz, comemora.
LUCAS — Nasceu?
CORTA PARA:
CENA 23 / MATERNIDADE / QUARTO 92 / INT / DIA
Atenção Edição: Continuação da cena anterior.
Lucas entra no quarto da maternidade, e Serena, brinca com o filho na mão.
LUCAS — Cheguei! Para ver, essa coisa linda! Cadê meu menininho?
SERENA — Tá aqui, ó meu amor.
Lucas pega o seu menino e brinca com ele.
LUCAS — Deus te abençoe meu filho, que você tenha muita sorte neste mundo... Olha como ele é gordinho né?
SERENA — (ri) Nosso filho, nasceu sadio meu amor! Graças a Deus.
LUCAS — Já disse que te amo?
SERENA — Deixe-me pensar... Sim, eu te amo, mais do que tudo!
LUCAS — Pois eu repito minha palavra.
Os dois se beijam.
CORTA PARA:
Há doces, salgadinhos e um bolo de chocolate na mesa... Casa enfeitada de balões, e uma faixa escrito: “Feliz Aniversário Mariana”. Elisinha, Moacir, e Natália aguardam a chegada de Mariana.
ELISINHA — Ah, meu Deus! Será que ele tá chegando? Não aguento de tanta ansiedade.
Moacir olha no celular, e diz:
MOACIR — Sim, sim, Elisinha! Vamos nos posicionar. Ela já está estacionando o carro.
Eles se posicionam.
Natália come salgadinhos e Elisinha repreende:
ELISINHA — Natália deixa para a hora da festa! Calma!
NATÁLIA — Ah, mãe. Eu tô morrendo de fome.
ELISINHA — Espera sua irmã chegar.
MOACIR — (repreende) Elisinha, para! Deixa a menina comer a vontade.
Em seguida, Mariana abre a porta e todos dizem:
TODOS — Surpresa! Feliz aniversário.
Mariana sorri, emocionada.
MARIANA — Vocês lembraram! Ah, estou tão feliz.
Todos desejam parabéns para Mariana.
MARIANA — Aproveitando essa hora, eu queria aproveitar vocês meu namorado: Bruce.
Mariana apresenta Bruce à família.
CORTA PARA:
Passam-se algum anos...
CENA 25 / PRAIA / INTERIOR / DIA
(Última Cena)
Na praia, há somente, a família Marçoni. Todos brincam no mar, felizes, com Cauã, filho deles, já crescido (três anos). Serena e Lucas se beijam.
SERENA — É agora, vamos recomeçar a nossa vida, juntos! Família formada.
LUCAS — É isso mesmo, meu amor! Eu sempre estarei ao seu lado.
CAUÃ — Papai, mamãe! Deixa de conversa, e vamos brincar!
Todos riem. A família dá as mãos.
CORTA PARA:
FIM