Capítulo 6:
Cena 1: Avião/
Interior/ Noite.
Camila e Helena
se apavoram.
Helena: Moço, não faça isso, pelo amor de Deus, tem que
haver um jeito de desviar esse avião, de fugir, sei lá, está de noite.
A força aérea
entra em contato novamente e ameaça atingir o avião.
Piloto: Não podemos arriscar, se você quer encontrar sua
filha, vamos pelo menos dar um jeito para que você fuja.
Camila: Eu acho uma ideia brilhante, melhor do que a gente
morrer antes de encontrar a Dudinha.
Helena: Certo, então fala com eles que você vai aterrissar
em uma pista mais próxima.
Piloto- rádio
comunicador: Vou aterrissar em uma
pista próxima.
Militar: Ok, iremos manter contato e daremos algumas
direções.
Camila e Helena
saem da cabine e sentam-se nos seus devidos lugares.
Helena: Seja o que Deus quiser, porque se for a minha
vontade, eu vou conseguir fugir desses homens e achar a minha filha.
Cena 2: Mansão
Chermont/ Quarto de Jordânia/ Interior/ Noite.
Jordânia entra
em seu quarto e se depara com seu pai, que está sentado em sua cama.
Jordânia- fria: Papai, se você veio aqui à pedido da mamãe, pode
desistir.
Jorge- fingindo:
Calma, filha, não precisa disso
tudo, eu vim em missão de paz, afinal de contas, eu não estou gostando dessas
brigas que você e sua mãe estão tendo e já estão se tornando rotineiras.
Jordânia-
arrependida: Me perdoe, papai, -abraça o pai- eu não tenho que ficar
descontando no senhor.
Jorge: Não se preocupe, filha, mas eu quero conversar sério
com você.
Jordânia: Sobre o Olavo?
Os dois
sentam-se na cama, frente a frente.
Jorge: Jordânia, eu estou muito preocupado, você parecia
que estava tão apaixonada pelo Olavo e de uma hora pra outra, parece que não se
importava mais. Eu sei que o que ele fez foi errado, mas não paramos de gostar
da outra pessoa tão rápido. Você está jogando muito tempo de relacionamento no
lixo.
Jordânia-
indecisa: Pai, eu não sei o que
te dizer, mas acho que eu não gostava do Olavo, talvez eu estivesse enganada,
eu sempre ficava encantada com o jeito do Benício, eu queria negar, mas sabia
que eu sentia algo maior do que um carinho de amigo.
Jorge- rude: Mas isso não pode ser possível, acho muito feio da
sua parte ter iludido o Olavo por todo esse tempo, por mais errado e canalha
que ele tivesse sido.
Jordânia-
vergonhosa: Sim, papai, é por isso
que aproveitei essa deixa e não quero mais voltar com o Olavo, não quero
continuar iludindo ele.
Jorge: Acho que a melhor forma de você reparar o seu erro,
é se casando com ele!
Jordânia-
surpresa: O quê?
Jorge: Filha, nota-se que o Olavo ama muito você e que ele
não vai conseguir te esquecer, ele vai ao meu escritório quase todos os dias e
me inferniza pedindo para que eu tente fazer com que vocês dois reatem esse
compromisso.
Jordânia-
desacreditada: Isso não pode
ser possível.
Jorge-
pressionando: Mas é, e você provocou
isso. Dê um jeito de reparar o seu dano.
Jorge dá um
beijo na testa de sua filha e sai do quarto.
Jordânia-
lagrimejando: Meu Deus, o que eu faço
agora?
Jorge, com muita
cautela, está atrás da porta e solta um sorriso sarcástico.
Cena 3: Boate
Sexy Body- Paramaribo/ Quarto/ Interior/ Noite.
Maria Eduarda
está com seus olhos tampados e Ronald expulsa o casal que estava transando do
local.
Ronald: Está feliz com a sua chegada, Maria Eduarda?
Maria Eduarda-
chorando: Você é um monstro,
Ronald. Pra que você me trouxe pra cá?
Ronald-
malicioso: Ainda me pergunta? (t) Sabe o que aquela mulher estava
fazendo?
Maria Eduarda: O que eu tenho com isso?
Ronald: Daqui alguns meses, vai fazer o mesmo que ela.
Maria Eduarda-
grita: Jamais eu vou fazer
isso. A minha mãe vai me achar.
Ronald- grita: A sua mãe nunca vai te achar, sua palhaça. Você sabe
quanto tempo as meninas da sua idade estão aqui? Algumas estão aqui desde
quando nasceram!
Maria Eduarda-
assustada: O quê?
Ronald- diabólico:
Isso mesmo, Dudinha, e não vai ser
aquela retardada da sua mãe quem vai te tirar daqui, aquela ali foi uma das
mais fáceis que já consegui enganar, então tire logo essa ideia tosca da sua
cabeça.
Clara entra no
quarto e fica chocada ao ver Maria Eduarda chorando.
Clara-
preocupada: O que está acontecendo?
Clara olha para
Ronald com desprezo.
Ronald- com
Clara: Quem te chamou aqui,
sua intrometida?
Clara-
enfrentando: Se estiver achando
ruim, vai reclamar com o James, ele quem me pediu pra te chamar aqui, seu
nojento.
Ronald pega
Clara pelo braço, apertando.
Ronald- furioso:
Mas você nunca deixa de ser abusada
mesmo, né garota? Você e essa daí são iguais, mas eu acabo com essa ousadia de
vocês!
Clara-
provocando: Sabe qual é o maior
medo de vocês? É que eu não tenho medo de morrer.
Ronald solta o
braço de Clara.
Ronald: Aproveita e ajuda sua nova amiguinha a encontrar o
alojamento.
Clara provoca
Ronald e manda um beijo para ele, que bate a porta. Maria Eduarda e Clara riem.
Clara: Eles me odeiam.
Cena 4: Mansão
Chermont/ Quarto de Jorge e Isabel/ Interior/ Noite.
O casal está com
as luzes apagadas e deitados.
Jorge: E foi isso, ela está sentindo-se culpada e tenho
certeza de que vai procurar o Olavo para reatar o romance com ele.
Isabel: Deus te ouça, mas acredito que ela faça isso mesmo,
a Jordânia é uma menina compreensiva.
Jorge: Falar em compreensiva, você tem que usar essa tática
com ela, porque você está deixando bastante evidente seu ódio pelo negrinho.
Isabel: Não consigo controlar minhas emoções, amor, mas o
bom é que você está se comportando bem, porque a Jordânia não pode estar
brigada com nós dois.
Jorge: Isabel, sabe o que eu estava pensando?
Isabel: No quê?
Jorge: Que talvez meu dever é ser amigo desse menino,
porque a maior forma de se vencer um inimigo, é se juntando à ele.
Isabel: Sim, você deve ir ao hospital e dar todo o seu apoio
moral à ele.
Jorge: E você trate de fazer as pazes com a nossa filha o
mais rápido possível.
Isabel: Eu não faço mesmo, todas as vezes eu acho uma coisa
pra chamar a atenção dela, acho melhor você ficar com a bandeira branca na mão.
Jorge: Você quem sabe, só não quero que atrapalhe nossos
planos e queime a minha imagem com a nossa filha.
Isabel: Ai, Jorge, não consigo esconder esse ódio que tenho
desse tal de Benício,-diabólica- mas
amanhã ele vai se ver comigo.
Jorge-
intrigado: O que você está
tramando?
Isabel: Aguarde notícias nos jornais.
Jorge: Eu exijo saber o que você vai fazer.
Isabel: Apenas vou esmagar aquele tição com minhas próprias
mãos.
Jorge-
assustado: Você vai assassinar
ele?
Isabel sorri e
dá um beijo na boca do seu marido.
Isabel: Boa noite, meu amor.
Cena 5: Londrina-
Paraná/ Pista de avião/ Noite.
O avião está
prestes a aterrissar, Camila e Helena estão aflitas.
Helena: Assim que o piloto fazer a aterrissagem, a gente
pica o pé, senão nós vamos ser presas.
Camila: Tomara que o piloto consiga se safar, coitado, ele
não está nem ligando para sua prisão, a gente vê a vontade dele para que você
salve sua filha.
Helena: Deus queira que nós vamos conseguir fazer isso e
esse piloto também.
O avião
aterrissa e as portas são abertas rapidamente. Logo atrás aterrissa o avião da força aérea.
Camila e Helena correm com muita agilidade, puxando suas malas. Os militares saem do avião e notam duas pessoas
correndo, dois deles vão atrás. Camila e Helena percebem e se desesperam.
Helena-
desesperada: Tomara que não peguem a
gente, eu não posso ser presa, não posso deixar a minha filha um dia sequer
naquele inferno de lugar.
A tensão aumenta
quando os dois militares estão alcançando as duas mulheres.
Camila: Acho melhor a gente se render, eles vão acabar
atirando.
Militar 1-
grita: Parem, se rendam!
Os militares
conseguem alcançar Helena e Camila, as duas caem no chão juntamente dos dois.
Helena e o Militar 2 trocam de olhares.
Helena- grita: Sai de cima de mim.
Todos se
levantam.
Militar 2- com
Helena: Sua maluca, o que
estava pensando?
Helena: Olha aqui, seu desgraçado, você não vai me impedir
de fugir, eu tenho que ir pro Suriname resgatar a minha filha!
Militar 1: Conta outra, senhora, essa já ouvimos por muito
tempo.
Helena- furiosa:
Eu não estou mentindo, seu abusado,
qual é o seu nome? Você sabia que posso te processar?
Militar 2: Calma, senhorita, nós só estamos fazendo o nosso
trabalho.
Camila: Gente, pelo amor de Deus, vamos resolver isso de uma
forma agradável.
Militar 2: Também acho.
Helena fica
encantada com o olhar penetrante e azul do militar.
Militar 1: Eric, nós devemos levar as senhoritas algemadas ou
podemos confiar?
Helena: Não precisam me algemar, eu vou sem problema nenhum,
-falando com o soldado Eric- soldado
Eric.
Camila e Helena
vão na frente, o militar 1 dá um sorriso e um empurrão em Eric assinalando
que está perceptível o encantamento dele e de Helena.
Cena 6: Casa de
Dionísia/ Quarto/ Interior/ Noite.
Dionísia está
dormindo e vira-se de um lado para o outro. A mulher está tendo um pesadelo.
Pesadelo:
Dionísia
chega no aeroporto de Caxias do Sul, a mulher coloca a mão em sua barriga.
Dionísia:
Eu jamais vou me envolver
nesse lugar imundo, ainda mais com você aqui dentro.
Dionísia
olha para sua barriga e deixa lágrimas escorrerem. A mulher é avistada pela polícia
e é capturada para ser levada
à delegacia. Dionísia entra no carro.
à delegacia. Dionísia entra no carro.
Dionísia-
pensamento: Como eu
gostaria de apagar todo esse passado.
Dionísia
olha para trás e vê um carro seguindo-a, ela reconhece a mulher que estava espionando
ela no dia de sua fuga.
Dionísia-
pensamento: É aquela
desgraçada da Rosilene.
Rosilene
dá um sorriso maléfico.
O
sonho de Dionísia a leva na chegada em sua casa, a mulher é deixada pelos
policiais no local. Dionísia assusta-se ao entrar e
ver Rosilene dentro da casa.
Rosilene-
diabólica: Olá, querida,
que saudades.
Dionísia:
O que você quer? Eu não
entreguei você e nem ninguém.
Rosilene:
Não fez isso porque você
também seria descoberta, ou você acha que não sei que você mentiu que foi
traficada?
Dionísia-
assustada: Como você
sabe disso?
Rosilene:
Sabe, nós temos amigos da
polícia em Paramaribo. Você foi tão cínica que fez sexo com um dos nossos
empregados apenas para dizer que estava sendo obrigada a se prostituir.
Dionísia:
Isso não faz diferença,
apenas quero que me deixe em paz, eu dei um endereço falso para a polícia, com
certeza você já sabe disso.
Rosilene:
Quem me garante que você
não vai dar com a língua nos dentes?
Dionísia:
Eu já dei a minha
palavra, eu nunca menti pra vocês.
Rosilene:
Já sim, meu bem, você
disse que continuaria na máfia para sempre.
Dionísia:
Mas eu não quero ficar
lá, eu estou grávida.
Rosilene:
Uau, que legal, hoje
teremos uma morte dupla.
Rosilene
aponta uma arma para Dionísia, que fica chocada.
Dionísia:
Você não vai ter coragem
de fazer isso, o que aconteceu com todos aqueles anos de amizade e parceria?
Rosilene:
Engraçado, queria te
fazer a mesma pergunta!
Dionísia
leva um tiro e cai no chão. Rosilene se aproxima do corpo e debocha.
Rosilene:
Desgraçada, traidora,
você não vale nada!
Rosilene
é surpreendida quando leva uma rasteira. Dionísia é rápida e consegue pegar a arma
de Rosilene.
Dionísia:
Acha que eu seria tão
burra à ponto de vir sem colete?
Dionísia
dá dois tiros na cabeça de Rosilene, que morre. Dionísia chora compulsivamente.
Dionísia:
Isso não precisava ter
acontecido.
Fim do
pesadelo.
Dionísia acorda
suada e fica paralisada na cama, a mulher chora.
Dionísia- com
dificuldade: Eu sou uma assassina,
meu Deus, como eu pude fazer isso?
A imagem
escurece.
Cena 7:
Amanhece/ Lanchonete/ Interior.
Jordânia e Olavo
sentam-se à mesa. Olavo aproxima sua mão da mão de Jordânia, mas ela se
esquiva.
Jordânia: Olavo, eu estou aqui e quero te pedir um favor
enorme.
Olavo-
esperançoso: Sim, vamos voltar, meu
amor, eu espero que você tenha se arrependido dessa história louca de acabar
com o nosso casamento.
Jordânia-
sincera: Me perdoe, por favor,
mas eu não posso continuar com essa decisão, não posso me casar com você.
Olavo- arrasado:
Por favor, diz que isso é uma
brincadeira, isso não pode ser verdade!
Jordânia: Eu sinto muito, ontem eu tive mais certeza de que eu
te iludi esse tempo todo, mas não foi intencional, eu estava relutando contra o
amor que tenho pelo Benício.
Jordânia assusta
quando Olavo joga todos os objetos da mesa no chão.
Jordânia-
horrorizada: Mas o que é isso?
Olavo-
escandaloso: Desgraçada, vagabunda,
você me traiu esse tempo todo com aquele filho da puta!
Todos que estão
na lanchonete ficam escandalizados.
Jordânia-
chorando: Isso não é verdade, eu
jamais faria isso, Olavo. Não faça esse escândalo, pelo amor de Deus.
Olavo: O que eu não fiz antes, eu vou fazer, vou naquele
hospital e matar aquele maldito!
Olavo sai com
raiva, Jordânia deixa algumas notas na mesa e sai desesperada.
Cena 8: Paramaribo/
Boate Sexy Body/ Salão/ Interior/ Manhã.
Maria Eduarda e
Clara estão limpando o salão da boate, enquanto Ronald e James observam-nas.
James- malicioso: Essa Dudinha é bem
gostosinha, acho que dá pra fazer um teste com ela.
Ronald-
sarcástico: Nem pense em tocar
nela, foi eu quem consegui, a sua enteada é a Clarinha.
Maria Eduarda-
inocente/ falando com Clara:Eu
não estou entendendo do que eles estão falando.
Clara: Ai, Duda, eles estão sendo maldosos, estão falando
sobre fazer sexo com você.
Ronald-
intrigado: Do que elas estão
falando?
James: Vamos ver.
James
aproxima-se das crianças.
James: O que vocês duas estão cochichando?
Clara: Não te interessa, seu maldito, mas não se preocupe
porque não estamos planejando uma fuga.
James: Fico feliz, Clarinha, meu amor, você sabe que você é
meu tesouro.
Maria Eduarda
olha para James com asco quando ele passa a mão na bunda de Clara.
Maria Eduarda: Você é nojento igual o Ronald.
James- grita: E quem te perguntou sua intrometida?
James pega Maria
Eduarda pelos cabelos e ela geme de dor.
James: Vê se aprende a calar a boca, principalmente quando
não estiver sendo chamada na conversa.
Ronald vai até
James e solta Maria Eduarda.
Ronald: Vamos com calma, amigo, temos que ser muito
bonzinhos para amansar a fera, não é Maria?
Ronald apalpa a
bunda de Maria Eduarda.
Ronald-
malicioso: Não está nada mal,
Maria. Hoje você vai ficar com a Clarinha, e amanhã fará o seu primeiro
programa!
Clara e Maria
Eduarda se surpreendem.
Cena 9:
Piraquara- PR/ Penitenciária Feminina no Paraná/ Cela/ Interior/ Manhã.
Camila e Helena
estão conversando.
Helena: Eu não vou ficar aqui esse tempo todo, minha filha
não pode ficar sofrendo nas garras daquele desgraçado.
Camila: Peça ajuda para o soldado Eric, acho que ele gostou
de você.
Helena: Ai, nem me fale daquele patife, ele me colocou atrás
das grades, se não fosse por ele, estaríamos quase chegando em Paramaribo.
Camila: Ele parece ter gostado de você, quem sabe vocês não
fazem uma amizade?
Helena: Aqui dentro? Não tem nem como, e mesmo que tivesse,
eu não quero nada daquele ali.
Camila: Pois eu acho que você gostou dele sim.
Helena: Pare de falar besteiras, pelo amor de Deus.
Helena é surpreendida
quando Eric chega nas grades da sua cela.
Eric- feliz: Helena?
Helena-
surpresa: Eric? Você conseguiu me
tirar daqui?
Eric: Infelizmente não, apesar de não te conhecer, eu
acredito que você esteja falando a verdade.
Camila: Graças a Deus alguém acredita na gente.
Helena-
implorando: Por favor, me deixa
sair daqui? Me ajuda fugir? Eu não posso deixar a minha filha se prostituir.
Eric e Helena se
olham tensos.
Continua...
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