Capítulo 5:
Cena 1- Casa de
Dionísia/ Sala/ Interior/ Manhã.
Diana: Vamos, mamãe, eu mereço uma explicação. -Olha para Ronald- O que você e a
minha mãe escondem?
Ronald olha com
sarcasmo para Dionísia.
Ronaldo: Acho que não vamos precisar revelar isso agora, não
é, Dionísia?
Dionísia: Vá pra rua, Diana, você e a Marília!
Diana: Eu não vou embora!
Dionísia-
furiosa: Vai logo, você não está
em condições de escolher nada, lembre-se de tudo o que aconteceu ontem.
Diana olha com
fúria pra sua mãe e Marília puxa a amiga, saindo para a rua. Ronald e Dionísia se
encaram.
Ronald: Eu preciso do número da minha mãe agora.
Dionísia: Pois é, Ronald, eu não queria te contar o que
aconteceu, mas você quer saber.
Ronald-
preocupado: O que aconteceu?
Dionísia: A sua mãe morreu naquele acidente de avião.
Ronald-
desacreditado: O quê? Não pode
ser... Quer dizer, isso não é verdade. Você está mentindo pra mim, sua
cachorra.
Dionísia lança
um tapa no rosto de Ronald.
Dionísia- grita:
Desgraçado! Você não queria saber o
que estava acontecendo?
Ronald-
intrigado: Quem matou a minha mãe?
Dionísia: Infelizmente eu não sei.
Lágrimas
percorrem sobre o rosto de Ronald e ele senta-se no sofá, colocando as mãos na cabeça.
Dionísia: Agora vai embora da minha casa e nunca mais volte
aqui.
Ronald levanta-se e enforca Dionísia, prensando-a na
parede.
Ronald- furioso:
Se eu descobrir que você está
mentindo pra mim, eu te mato!
Dionísia: Não estou mentindo, vá ao cemitério e abra o túmulo
dela.
Ronald ignora
Dionísia e vai embora da casa da mulher.
Dionísia: Desgraçado, tomara que você passe o resto da sua
vida no inferno!
Cena 2- Mansão
Lambertini/ Quarto de Helena/ Interior/ Manhã.
Camila: Pois é, querida, eu te avisei sobre o Ronald, mas
você resolveu tampar os seus olhos e fazer a egípcia.
Helena-
sofrendo: Por favor, eu te
imploro para que me ajude, você é a única pessoa que pode fazer isso.
Camila- fria: Saiba de uma coisa, coleguinha, só vou lhe ajudar
por causa da sua filha, acho que uma criança não mereça isso.
Helena: Muito obrigada, eu não tenho palavras para te
agradecer.
Camila: Pois engula todas. Daqui a pouco estou chegando na
sua casa.
Camila desliga o
telefonema. Helena olha para o seu espelho e lembra-se do momento em que Maria
Eduarda contou toda a verdade.
Flashback:
Maria
Eduarda- abraçando sua mãe: Mamãe,-apontando para Ronald-
ele tirou a minha roupa e tentou fazer um monte de coisas horrorosas comigo.
Maria
Eduarda chora correndo para seu quarto. Helena encara Ronald.
Helena-
gritando: Me responde,
Ronald: isso é verdade?
Ronald levanta-se da cama e vai até
Helena, encarando-a.
Ronald:
Acredite no que quiser,
eu sei da minha inocência.
Helena:
Você ainda não me
respondeu, e pelo visto, não negou!
Ronald-
falso: Negar pra
quê? Isso vai fazer você acreditar em mim?
Ronald
troca de roupa e sai, Helena vai atrás do homem e pergunta onde ele vai, mas
ele a ignora. Helena vê sua filha do alto da
escada.
Helena-
sofrendo: Filha, por
favor, eu preciso de uma resposta sua, você está falando a verdade?
Helena
chora inconsolavelmente e Maria Eduarda vira as costas, frustrada.
Fim do
flashback.
Helena- chora
compulsivamente: Ela me avisou e
eu deixei de acreditar nela por causa daquele homem. Eu sou um lixo de mãe.
Cena 3- Hospital/ Quarto de Benício/ Interior/
Tarde.
Jordânia está conversando com Benício, os dois
trocam olhares e sorrisos.
Jordânia: Bom,
eu preciso ir trabalhar, tenho uma sessão de fotos marcada as 15 horas.
Benício- vergonhoso:
Assim que acabar, fica aqui comigo?
Você é a única pessoa que me alegra e eu não tenho família, você conhece a
minha história.
Jordânia-
sorridente: Sim, mas eu não posso
passar a noite com você, Benício, meus pais vão me xingar, vão ficar falando na
minha cabeça e eu prefiro evitar, sem contar que o Olavo pode vir aqui e te
atazanar por causa do que ele acha que temos.
Benício-
compreensivo: Tudo bem, você quem
sabe.
Jordânia dá um
beijo no rosto de Benício e vai embora, quando ela chega na recepção, encontra sua
mãe esperando-a.
Isabel: Como ele está? Não morreu não, né?
Jordânia: Que horror, mamãe. E te respondendo, ele não morreu.
Isabel: Menos mal, assim o Olavo não corre o risco de ser
preso.
Jordânia: Mãe, o que a senhora quer? Não vai me dizer que veio
aqui visitar o Benício? Será muito cômico.
Isabel: Você está completamente enganada, o motivo da minha
vinda foi pra te buscar. Escuta aqui, você não tem vergonha na cara não? Com
certeza está aproveitando toda essa situação para assumir o seu relacionamento
com esse indigente.
Jordânia: Olha, mamãe, não levante esse tipo de calúnia à
minha pessoa, eu jamais faria isso.
Isabel-
exaltada: Pois eu estou me
surpreendendo com o tipo de mulherzinha que você se tornou, você é uma baixa,
hipócrita, deveria ter vergonha em ser assim. Eu e seu pai não te criamos para
ficar com um...
As lágrimas já
estavam caindo dos olhos de Jordânia, que encara sua mãe com muita tristeza por
cada palavra que ela havia dito.
Jordânia- farta:
Fala, mamãe! Fala o que o Benício
é, (t) um pretinho? Ou talvez um
asfalto, não, melhor, um tição, não é assim que a senhora chama as pessoas da
nossa raça?
Isabel: Maldita, cale essa sua boca imunda, já estou cansada
dessa sua cisma em me chamar de racista.
Jordânia: É o que a senhora é, e por mais que a senhora tente
mudar, a senhora nunca vai conseguir, porque a senhora odeia a todos os negros
e vai continuar odiando, porque a senhora não tem amor nem por você mesma.
Isabel dá uma
bofetada em Jordânia, que vira as costas e deixa a mulher sozinha.
Cena 4- Avião/
Interior/ Tarde.
Ronald está
sentado ao lado de Maria Eduarda, que está com os olhos cheios de lágrimas.
Ronald-
debochando: Está gostando do
passeio, querida?
Maria Eduarda: Que dia você vai me levar para a casa?
Ronald: Isso eu não sei, mas acho melhor você tirar essa
ideia da sua cabeça, creio que você não vai voltar pra mais para sua casa.
Maria Eduarda-
agoniada: Por que você está
fazendo isso, Ronald? O que eu te fiz de mal?
Ronald: Não tente me comover com suas lágrimas de
manipulação, eu não caio nessa.
Maria Eduarda
chora mais ainda e Ronald não liga.
Ronald: A parte boa de estar na onde vou te levar é que você
vai chegar lá e vai estar cheio de crianças.
Maria Eduarda: Eu não quero saber de nada, eu só quero a minha mãe.
Ronald- furioso:
Pare de ser mal criada ou te dou
uma surra aqui mesmo.
Maria Eduarda
vira o rosto para Ronald e chora lembrando-se da sua mãe.
Maria Eduarda-
pensando: Onde está você, mamãe?
Uma lágrima
escorre do olho da menina.
Cena 5- Casa de
Dionísia/ Quarto/ Interior/ Tarde.
Dionísia está
deitada na cama, encostada na cabeceira, ali ela lembra do seu passado.
Flashback:
Paramaribo-
Suriname/ Rua/ Noite.
Dionísia,
com 25 anos, está em um beco fugindo de alguns bandidos, ao sair, ela consegue
achar um policial, os bandidos se escondem.
Policial-
percebe o afobamento: Wat is
er aan de hand? (O que está acontecendo?)
Dionísia:
Ik had verhandeld, moet
ik om terug te gaan naar Brazilië. (Eu tinha sido traficada, preciso voltar
para o Brasil.)
Policial:
Was je weglopen? (Você
estava fugindo?)
Dionísia:
Ja, ik was, maar gelukkig
ik je gevonden. (Sim, eu estava, mas ainda bem que te encontrei.)
Policial:
Kom met me, je zal worden
uitgezet. (Venha comigo, você vai
ser deportada.)
Dionísia
sente-se aliviada, mas ela fica aterrorizada ao ver uma mulher bisbilhotando-a.
Fim do
flashback:
Dionísia chora
compulsivamente.
Dionísia: Isso não precisava ter acontecido, eu não precisaria
me tornar uma assassina.
Dionísia é
surpreendida com a chegada de Diana.
Diana-
boquiaberta: O que a senhora disse?
Cena 6-
Aeroporto/ Interior/ Tarde.
Camila e Helena
vão até uma atendente.
Helena-
desesperada: Moça, quando sai o
próximo vôo para Paramaribo?
Atendente: O vôo foi cancelado, só têm passagens para depois de
amanhã.
Camila: O quê? Quer dizer, isso é um absurdo, a filha dela
foi seqüestrada.
Atendente: Eu sinto muito, senhoritas, mas eu não posso fazer
nada.
Helena- chora: Droga! Eu não acredito nisso, eu não posso deixar a
minha filha um dia nas mãos daquele desgraçado.
Camila: O que você está pensando em fazer?
Helena: É a única forma de ir buscar a minha filha.
Camila-
intrigada: Então me diga logo!
Helena puxa
Camila para um canto.
Helena: Vou ter que fazer um vôo clandestino para o
Suriname.
Camila: Você está louca? Você pode até morrer.
Helena-
decidida: Pela minha filha, eu
faria tudo, eu não vou deixar que ela seja uma vadia.
Camila: Eu não estou acreditando nessa sua ideia.
Helena: Mas ela é real e se você não quiser, não precisa ir.
Eu sei que eu posso morrer, mas quantas vezes o Ronald viajou pra lá e nunca
foi preso e nem morreu?
Camila permanece
pensativa.
Helena: E aí, você vai ou não vai?
A imagem
escurece.
Cena 7- Casa de
Dionísia/ Quarto/ Interior/ Tarde.
Dionísia está
paralisada.
Diana: O que é pior? Ser uma piranha ou uma assassina?
Dionísia-
marejando: Filha, não fale assim.
Diana: Não fale assim? Isso nunca vai mudar, a senhora é
uma assassina. Só de pensar no que a senhora fez ao descobrir o que eu fazia. A
senhora me julgou enquanto é mais imunda do que eu.
Dionísia: Pelo amor de Deus, Diana, o que eu fiz ficou no
passado e foi pra me defender.
Diana- gritando:
Não tente inventar mentiras e
reverter a situação ao seu favor, se seu passado fosse tão limpo assim, você
não teria escondido ele de mim por tanto tempo.
Dionísia: Não me julgue, você pode se arrepender!
Diana: Me arrepender do que, mamãe? De ouvir suas mentiras
e achar que está certa? Eu pelo o menos nunca prejudiquei ninguém, mas você,
está com as mãos sujas de sangue, é uma assassina.
Dionísia- farta:
Vá embora do meu quarto.
Diana-
enfrentando: Eu não vou enquanto não
falar o que eu quero, sua raposa em pele de cordeiro.
Dionísia: Se você não sair daqui, vou te expulsar dessa casa!
Diana-
debochada: Mas o que pode se
esperar de uma assassina? Tudo, né?
Dionísia: Tá bom, se você não sai, eu saio.
Dionísia sai do
quarto e Diana segue ela.
Diana: O que aconteceu com a história de me expulsar de
casa?
Dionísia: Você querendo ou não ainda continua sendo minha
filha, e se viver debaixo do meu teto, ainda me deve respeito.
Diana- gritando:
Assassina, assassina, assassina!
Dionísia dá uma
bofetada na cara de Diana com todas as suas forças. As duas se encaram com
ódio.
Cena 8- Avião
clandestino/ Interior/ Noite.
Helena e Camila
estão sentadas em seus respectivos lugares.
Camila: Ainda estou sentindo que não foi uma boa ideia
atravessar para outro país como clandestinos.
Helena: Têm pára-quedas, se quiser dá tempo de continuar no
Brasil.
Camila: Eu disse que te ajudaria e vou até o fim, eu quero
me vingar daquele desgraçado do Ronald, ele não vai ficar impune.
Helena: Com certeza, vou acabar com a raça daquele maldito,
ele vai se arrepender do dia em que se meteu comigo.
Camila: Deixa eu te perguntar uma coisa, querida: como vamos
entrar na tal boate?
Helena: Isso eu ainda não sei, mas vamos entrar, esteja certa
disso.
Camila: Não tem medo de morrer?
Helena: Se morrer, vai ser por dignidade, assim eu terei
feito algo pela minha filha, mas não ache que se eu morrer, ela vai continuar
naquele lugar, porque vou deixar pessoas encarregadas de ajudá-la.
Camila: Eu confesso que estou começando a ficar com medo,
estamos falando de uma máfia expert no que faz, pois já estou há anos casada
com o Ronald e ele fala dessas viagens.
Helena: Tenho um ódio só de ouvir esse nome.
Um grande
alvoroço começa na cabine do piloto, as mulheres vão pra lá intrigadas. O piloto está
falando no rádio comunicador.
Helena-
preocupada: O que está acontecendo?
O piloto tampa o
microfone com a mão.
Piloto: A força aérea brasileira acabou de comunicar que se
não decolarmos, eles vão atingir o avião.
Helena e Camila
fica desesperadas.
Cena 9-
Paramaribo- Boate Sexy Body/ Exterior/ Noite.
Um carro para em
frente a boate. Maria Eduarda e Ronald descem do veículo e a menina fica
assustada.
Maria Eduarda: Isso daqui é uma boate?
Ronald: Sim, por quê? Está parecendo um parque de diversão?
Maria Eduarda: Crianças não podem entrar em lugares assim.
Ronald:
Você só não vai entrar, como também
morar. (t) Vamos parar de conversa
fiada e entrar.
Cena
10- Boate Sexy Body/ Salão/ Interior/ Noite.
Maria
Eduarda fica assustada ao ver aquele monte de homens olhando aquelas mulheres e meninas
dançando de roupa curta no palco.
Maria
Eduarda- com medo: Mas o que é
isso?
Ronald:
Cale a boca, vamos logo.
Ronald puxa a garota e a leva para um
quarto onde há um casal transando aos gemidos, Maria Eduarda fica perplexa com a cena.
Ronald-
malicioso: Seja bem-vinda, Maria.
As
lágrimas dos olhos da menina são inevitáveis.
Continua...
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