Ninguém na vila de Santa Luzia comemorou a vitória de Henrique todos olhavam assustados para Joaquim, o rapaz estava caído no chão, Isabel queria correr para ajuda-lo, mas mãos fortes a seguravam, ela olhou por cima do ombro e viu o rosto preocupado de seu irmão Inácio. -Fique aqui eu vou ver como ele esta. - Dizendo isso Inácio correu para ajudar o rapaz, mas Isabel não o obedeceu e foi atrás do irmão. Com dificuldade o rapaz se levantou, coberto de poeira, o joelho ralado, ele mancou até chegar ao lado de Ventania que permanecia deitado, o cavalo fez menção de se levantar, mas a pata dianteira estava quebrada retorcida de forma anormal, o animal relinchou de dor. Joaquim se sentou no chão pegou a cabeça de ventania em seu colo, acariciando o focinho do cavalo para ele se acalmar.
-Você esta bem ? - Perguntou Inácio, se agachando ao lado do rapaz, Joaquim se limitou balançar a cabeça e olhou novamente para seu cavalo. -Joaquim. - Isabel se sentou ao lado dele, viu a pata quebrada de ventania, seu estomago se revirou com a cena, ela respirou fundo e olhou para o irmão. - Inácio o cavalo quebrou a pata faça alguma coisa você é medico. - Inácio a olhou com tristeza. -Não há nada que eu possa fazer. - Disse Inácio. Joaquim fungou, se controlando para não chorar, então sussurrou baixinho, suas palavras foram ouvidas apenas pelo cavalo. - Eu prometo que você não vai mais sentir dor, você foi meu melhor companheiro por tanto tempo. - Joaquim beijou o focinho do cavalo, alisou a crina com carinho, se levantou, Isabel e Inácio fizeram o mesmo, Joaquim levou a mão ao cinto pegando a arma, olhou nos olhos de seu fiel companheiro pela ultima vez e atirou pondo fim ao sofrimento do animal.
Henrique desceu de seu cavalo e foi ver como Joaquim estava, ele não queria derrubar o rapaz do cavalo, ele não imaginou que o animal fosse cair, algumas pessoas foram ver como Joaquim estava, aparentemente bem, Henrique observou com pesar quando Joaquim sacrificou seu cavalo.
-Joaquim me desculpe. - Falou Henrique se aproximando. Quando Joaquim ouviu a voz do filho do Jacinto de Andrade, a raiva subiu para sua cabeça, Joaquim ainda com a arma na mão apontou para Henrique.
-Seu trapaceiro, me empurrou. - Joaquim falou com ódio praticamente cuspindo as palavras. -Joaquim, não faça isso, este sujeito não vale apena. - Disse Zé tentando apaziguar a situação, Joaquim engatilhou a arma.
-Vou matar esse infeliz e fazer um favor para o mundo. - Disse Joaquim, antes que ele pudesse puxar o gatilho, Isabel se colocou na frente da arma, para impedir que Joaquim matasse seu irmão.
-Por favor Joaquim, abaixa essa arma, eu lhe peço. - Implorou Isabel com lagrimas escorrendo pelo rosto, o rapaz recobrou o juízo, pelas suplicas de sua amada guardou a arma na cinta. Sem dizer uma palavra Joaquim pegou o chapéu que estava no caído no chão, limpou a poeira, colocou na cabeça e foi embora sem olhar para traz.
Isabel queria segui-lo lhe pedir perdão, queria consola-lo pela perda de seu cavalo, mas Inácio a segurava pela mão. -Vamos embora – Falou seu irmão mais novo, sem outra opção a moça seguiu seu irmão, os três seguiram em silencio, então se sentindo culpado Henrique tentou se explicar para a irmã. -Isabel eu não tive a intensão de machucar ninguém eu... - Antes que ele pudesse dizer mais alguma coisa a moço o interrompeu. -Mas você fez, e eu o odeio por isso, agora pode por favor não falar mais comigo. - Disse a moça, Henrique ficou ressentido, nunca imaginou que a irmã viria odiá-lo.
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