Presas-Capítulo 5

Capítulo 5:

Cena 1: Hotel/ Apartamento de Fernando/ Sala de jantar/ Interior/ Noite.

Naomi e Fernando estão jantando, o homem a olha fixamente, deixando-a sem graça.

Naomi (sem graça): O que foi, Fernando?

Fernando: Sabe, eu vou falar pra você o que eu sempre quis, não vou deixar nada pra trás.

Naomi: Acho justo você ser sincero.

Fernando: Eu não sei qual é a forma que você tem visto a nossa relação, mas eu estou gostando de você de verdade, como mulher, toda vez que eu fico perto de você, quando conversamos, eu sinto vontade de te abraçar, te beijar, de acordar do seu lado, mas não apenas por diversão, eu te respeito muito, mas eu não posso evitar o que eu sinto.

A cada palavra que saía da boca de Fernando, Naomi ficava surpresa.

Naomi (boquiaberta): Nossa, eu não sei nem por onde começar.

Fernando olha profundamente nos olhos de Naomi e segura nas mãos dela.

Fernando: Diga tudo o que você sente, tudo o que tiver vontade, eu espero que seja recíproco.

Naomi: Olha, Fernando, eu não estou gostando de você, mas eu me sinto atraída, eu já tive vontade de te beijar, de te abraçar, porque você esteve do meu lado todos esses dias que eu estava procurando minha mãe, me ajudou a colar cartazes em postes e entregar folhetos com a foto da minha mãe para o povo, mas gostar de você, ter aquele sentimento forte, eu ainda não consegui ter, mas creio que não será muito difícil. Toda mulher quer ter um homem assim como você: amigo, companheiro, prestativo, leal, amável e muito carinhoso.

Fernando levanta-se e Naomi também, os dois se beijam apaixonadamente.

Fernando (sorridente): Eu vou te fazer a mulher mais feliz desse mundo.

Naomi (feliz): Vai?

Fernando: Sim, você quer ser a minha namorada?

Naomi: Sim, eu quero ser a sua namorada.

Fernando beija Naomi novamente.

Cena 2: Apartamento de Marta/ Sala/ Interior/ Noite.

Reinaldo chega na casa de Marta, desesperada, ela abraça-o.

Reinaldo (preocupado): O que foi que aconteceu de tão grave pra você me chamar aqui?

Marta (preocupada): Eu matei uma menina e deixei o corpo dela numa praça, jogado. Estou com medo da polícia achar o corpo dela ou encontrar alguma prova de que eu assassinei ela.

Reinaldo (chocado): O quê? Como você pôde, Marta? Você deu um tiro no pé, agora. O que deu em você? Por que matou essa menina?

Marta: Aquela desgraçada é amiga da Luana, ela com certeza seguiu o meu filho e escutou toda a nossa conversa, ela ouviu tudo o que eu disse que iria fazer com a Luana e o Otto, ela ameaçou contar toda a verdade, eu corri atrás dela e cravei o meu canivete no ombro dela, daí eu deixei ela lá no chão escorrendo sangue.

Reinaldo (intrigado): Alguém viu isso? Você pegou o seu canivete, né?

Marta: Ninguém viu nada, até porque a praça estava deserta, e sim, eu peguei o meu canivete.

Reinaldo: Menos mal, eu espero que você não tenha encostado nela, pois se isso acontecer, você pode ser presa, pois irão identificar suas digitais.

Marta fica aflita e não fala nada.

Cena 3: Igreja/ Interior/ Noite.

Daniel espera Luana no altar, as portas da igreja se fecham, a marcha nupcial toca e ele fica nervoso. Luana entra com um belo vestido de casamento, a mulher está impecável e a maquiagem, o vestido o penteado a deixava mais linda do que era, Daniel fica tão encantado, que naquele momento parece que havia despertado um sentimento profundo nele, o seu coração acelerava a cada passo que Luana dava.

Daniel (pensativo): Como Luana está linda, nunca senti tanta vontade em tê-la como agora.

Luana continuava andando até o altar com seu braço entrelaçado no de seu pai. Luana e Otto param, Daniel vai até Luana e entrelaça o seu braço no dela. Otto vai para o lado de Valéria.

Daniel (olhando para Luana): Como você está linda, meu amor.

Luana (apaixonada): Você também está lindo, meu amor.

os dois chegam até o altar e a cerimônia começa, eles ficam apreensivos à cada detalhe. Valéria olha para o casal.

Valeria (pensando): Eu não posso parar de ganhar a minha graninha extra, se a Marta não me der dinheiro, eu vou contar toda a verdade para o Otto.

Cena 4: Hospital/ Quarto de Belinda/ Interior/ Noite.

Mário e Belinda conversam, enquanto o homem mede os batimentos cardíacos dela.

Mário: Amanhã mesmo você receberá alta, você vai me passar seu número antes de ir pra casa?

Belinda: Sinceramente, eu não tenho pra onde ir, eu já tentei ligar pra minha filha, mas o telefone só dá ocupado, o celular dela não chama, eu não posso ir pra minha casa, tentaram matar eu e ela, eu não posso voltar de forma nenhuma e eu não tenho pra onde ir.

Mário (surpreso): Sério? Eu te ofereceria minha casa, mas acho que você ia considerar isso como um desrespeito, achando que vou fazer alguma coisa com você.

Belinda (vergonhosa): Eu não sei, eu tenho medo, primeiro eu ficaria sem graça de ficar numa casa com um homem, sozinhos, sem contar no risco que você pode correr, acho que o Claudio deve estar lá fora me vigiando.

Mário: Eu irei te proteger de tudo e de todos, se quiser morar comigo, eu prometo que não farei nada com você, eu jamais te desrespeitaria, só quero te ajudar.

Belinda (confusa): Eu não sei, eu vou pensar. Estou muito confusa agora.

Mário sente-se incomodado pelo convite que fez à Belinda.

Mário (impulsivo): Olha, me perdoe por te fazer esse convite constrangedor, eu sinto muito mesmo se ficou sem graça, deixe isso pra lá.

Belinda: Não, não tem problema, Mário, o que mais me preocupa é seu bem estar, eu não poderia suportar se o Claudio fizesse algo com você.

Mário (esperançoso): Por quê? Você se preocupa tanto assim comigo?

Belinda (sem graça): Sim, nós somos amigos, você cuidou de mim, me ajudou, me protegeu, já ficou aqui em horas que não devia, pra me escutar.

Mário: Eu gosto muito de te escutar, de estar com você, é a minha paciente preferida.

Belinda fica sem graça.

Belinda: Agora eu irei dormir, amanhã conversamos mais.

Mário: ok, até amanhã. Boa noite!

Mário dá um beijo na testa de Belinda.

Belinda (agradecida): Muito obrigada por tudo, Mário.

Mário dá um sorriso para Belinda e sai do quarto.

Cena 5: Igreja/ Interior/ Noite.

Daniel e Luana trocam alianças, eles ficam felizes e se beijam.

Daniel: Te amo muito, esposa.

Luana (sorridente): Eu te amo mais, meu esposo.

Valéria sorri, mas dentro dela há uma grande culpa por ter deixado aquele casamento acontecer.

Valéria (sorrindo/gritando): Viva os noivos.

Todos: Viva!

O casal corre, enquanto eles corriam, as pessoas jogavam arroz para o alto e neles também. Luana corre até seu pai e o abraça.

Luana: Pai, eu vou sentir sua falta, eu te amo muito.

Otto (emocionado): Também te amo muito, filha, vou sentir muita saudades de você.

Daniel abraça Valéria e depois vai até Luana, o casal dá as mãos e entram na limousine, partindo para a lua-de-mel.

Cena 6: Mansão Gonzalez/ Quarto e Claudio/ Interior/ Noite.

Claudio está em seu quarto e queima vários panfletos e cartazes que Naomi tinha espalhado pela cidade.

Claudio (sorrindo): Espero que não tenha mais nenhuma dessas merdas espalhadas pela cidade, que Belinda morra de fome na rua assim que sair daquele maldito hospital, ou que ela morra em minhas mãos.

Claudio fica pensativo, ele vai até o guarda roupa, pega uma pasta e se lembra de algo.

Flashback:

Hospital/ Sala de Cirurgia/ Interior/ Noite.

Muitos médicos estão em volta de uma mulher, ela está muito nervosa.

Médico cirurgião (com o anestesista): Pega a anestesia e vamos começar logo com a cirurgia, estamos atrasados.

Mulher: Depois que eu fizer essa cirurgia, eu vou ter uma vida como qualquer pessoa normal?

Médicos: Sim, nós já conversamos sobre todos os procedimentos da cirurgia, não precisa ficar nervosa, acalme-se.

Mulher (mais tranquila): Ok, doutor, muito obrigado, espero que essa cirurgia tenha sucesso.

Médico: E terá, você vai conseguir alcançar o seu objetivo.

Fim do flashback.

Claudio está chorando muito, suas lágrimas são tantas que parece estar chorando a morte de alguém, mas ele limpa suas lágrimas.

Claudio: Ninguém jamais vai descobrir o que eu fiz, Belinda vai morrer e jamais vai revelar esse segredo a ninguém.

Cena 7: Amanhece. Hospital/ Quarto de Belinda/ Interior.

Mário entra no quarto e Belinda está descendo da cama, a mulher já está arrumada para ir embora.

Mário: Não vai aceitar mesmo o meu convite?

Belinda: Sim, eu estava indo te procurar pra falar que aceito, eu não tenho pra onde ir, mas eu vou te ajudar, vou me comunicar com meu gerente e pedir vias de meus cartões de crédito e débito.

Mário: Espero que cozinhe bem, hoje mesmo irei almoçar em casa. Risos.

Belinda: Bobo! Mas deixa eu te falar uma coisa, você pode me emprestar dinheiro pra pegar um taxi? Prometo que vou te pagar assim que arrumar dinheiro.

Mário: Então quer dizer que você é rica?

Belinda: Sim, quando meu marido morreu, ele deixou uma herança pra mim e pra minha filha, vou tentar localizar ela por alguma das empresas, agora que tive uma boa noite que eu pensei melhor e reorganizei situações. O medo nos faz esquecer de coisas simples.

Mário: Isso é verdade, mas eu estarei sempre pronto pra te ajudar.

Belinda: Assim que eu conseguir pelo o menos um dos meus cartões, eu saio de sua casa, vou arrumar um apartamento pra mim.

Mário: Você quem sabe, mas enquanto precisar, fique em meu apartamento.

Belinda: Não tenho como eu te agradecer.

Belinda vai até o médico e abraça-o. Mário pega sua carteira e entrega dinheiro para Belinda pagar o táxi.

Mário: Vou te levar até a saída, para me certificar de que minha paciente vai sair daqui em segurança.

Belinda e Mário vão juntos até a saída, Belinda acena para um táxi e ele para, ela entra no veículo e se surpreende ao ver que o motorista tira os óculos, ela vê Claudio.

Claudio: Oi, Belinda.

Belinda fica desesperada.

Cena 8: Apartamento de Naomi/ Quarto/ Interior/ Manhã.

Naomi acorda e sorri, ela lembra-se do momento em que Fernando e ela se beijaram.

Naomi (extasiada): É incrível como parece que um sentimento brota de repente, mas com um homem tão lindo, tão encantador, quem não ficaria apaixonada?

Naomi pega seu celular e lê uma mensagem que acabou de chegar, é de Fernando e diz a seguinte frase: “Um bom dia para a namorada mais linda do mundo, abre a porta e veja o que te espera.”

Naomi corre até a porta e vê um buquê de flores na porta.

Naomi (maravilhada): Que lindo.

Naomi surpreende-se quando Fernando aparece na porta, ele a cumprimenta com um beijo.

Naomi: Seu fofo.

Fernando: Sua linda, eu disse que te faria feliz.

Naomi: E está conseguindo isso, estou tão encantada.

Naomi vai beijar Fernando, o telefone toca e ela vai atender.

Naomi: Alô?

Delegado: Naomi, aqui quem fala é o delegado Mattos, eu queria te informar que conseguimos ouvir a ligação do dia da explosão, estamos emitindo uma ordem de prisão para Claudio Gonzalez.

Naomi esbanjou um sorriso imenso naquele momento, pois aquela notícia acabava de alegrar o seu dia mais ainda.

Cena 9: Cafeteria/ Interior/ Manhã.

Marta está tomando um café com Valéria, as duas sorriem enquanto conversam.

Valéria: Foi tudo muito bem interpretado, o Otto e todos acreditaram em todo o teatro.

Marta: Não tenho dúvidas de que você foi a escolha perfeita pra se passar por mim.

Valéria: Eu sou boa no que me propõe. Mas eu te chamei aqui porque queria resolver a situação.

Marta: Que situação? Já estamos quase no final do nosso plano.

Valéria: Eu não posso ficar sem o meu dinheiro, desde quando o Daniel e a Luana começaram a se relacionar, eu nunca mais tive um emprego para poder ficar o tempo todo disponível e me passar por você.

Marta (indignada): Você está me chantageando?

Valéria: Não exatamente, mas acho que você deveria ter uma consideração e me ajudar enquanto não arrumo nada.

Marta: Eu vou te pagar uma fortuna, se você não arrumar um emprego depois que tudo acabar, que você se dane.

Valéria: Eu não queria partir para a chantagem, mas já estou vendo que você vai me obrigar à fazer isso.

Marta: Tome cuidado com suas palavras.

Otto senta-se em uma mesa ao lado de Valéria e de Marta, ele vê Valéria e fica paralisado ao ver Marta, as duas ficam desesperadas por não terem percebido a entrada do homem, que vai até a mesa delas, ele não cumprimenta Valéria.

Otto (olhando para Marta): Eu não acredito, não pode ser você!

Marta (encurralada/fingindo): Não pode ser o quê? Eu não te conheço.

Otto: É você, Francine, você é a minha filha.

Foco em Valéria indignada, Marta em desesperada e Otto chocado.