Capítulo
3:
Cena 1: Mansão Lobato/ Quarto de Naomi/ Interior/ Manhã.
Naomi e Claudio seguem se encarando, mas Naomi decide tomar uma
atitude.
Naomi (falando alto): Desgraçado!
Não era a minha morte e da minha mãe que você queria? Não conseguiu.
Claudio (cínico/envergonhado): Você só pode
estar ficando louca, sabia que eu poderia te processar por danos morais?
Naomi: Se você não é homem de me
enfrentar, eu vou aí pra gente ter uma conversinha.
Naomi vai até Claudio e ele fica surpreso.
Claudio: Não é possível que você esteja
viva, pensei que ia morrer naquele hospital.
Naomi (debochando): Fiquei
sabendo de suas visitas, papai. Por acaso estava tentando me matar?
Claudio: Oportunidade foi o que faltou,
você teve muita sorte.
Naomi (ameaçando): Tome cuidado,
Claudio, eu tenho um coração maravilhoso, mas quando se mete com quem eu amo,
você não sabe com quem mexeu.
Claudio (enfrentando): Ah é, e o
que você vai fazer?
Naomi (determinada): Quem muito
fala, nada faz, eu prefiro ficar calada e te mostrar que vou fazer.
Cena 2: Mansão Montemayor/ Quarto de Luana/ Interior/ Manhã.
Luana entra furiosa e bate a porta, ela se joga na cama e começa a
chorar.
Luana: A Safira não sabe com quem ela
mexeu, aquela ordinária me paga, se é como inimiga que ela me queria, é como
inimiga que ela vai ter.
Luana lembra-se do momento em que Safira e ela discutiram, ela
chora muito e depois joga o travesseiro contra a porta. Luana começa a pular e
gritar como uma menina mimada.
Luana: Ai como eu te odeio Safira, sua
vagabunda, puta, desgraçada!
Marinete a empregada vai olhar o que está acontecendo.
Marinete (preocupada): Está
acontecendo alguma coisa?
Luana (furiosa): Sai daqui
sua fedelha, vai pro quinto dos infernos que você vai me ajudar!
Luana pega um vidro de perfume e atira em direção à Marinete, que
consegue fechar a porta e sai correndo. Com muita raiva, Luana chora contra a
parede e cai no chão.
Luana (diabólica): Amanhã você
vai se ver comigo, Safira, você vai se arrepender de ter nascido.
Cena 3: Restaurante/ Interior/ Tarde.
Marta e Reinaldo estão sentados à mesa e conversam.
Marta: Você sabe as devidas providências
que deve tomar, eu terei o prazer de matar o Otto, mas você sabe que na minha
conversa com ele, não deve ficar absolutamente ninguém na hora.
Reinaldo: Sim, mas eu insisto que você me
diga porque esse interesse todo nele. Não vamos dividir essa herança?
Marta: Sim, mas isso não significa que
você tenha que conhecer os meus segredos.
Reinaldo: Então quer dizer que é um
segredo? E se é um segredo, é algo relacionado ao passado, certo?
Marta: Sabe, querido, quanto mais você
descobre, mais rápido cava sua própria cova.
Reinaldo: Não me ameace, você sabe que eu
posso acabar com toda essa palhaçada.
Marta: Que palhaçada? A única pessoa que
tem um dedo nisso tudo é você, porque eu sim tenho tantas provas que podem te
levar para trás das grades, e qual prova você tem contra mim?
Reinaldo: Não brinca com fogo, Marta.
Marta: Você sabe muito bem que não está
falando com qualquer pessoa, por isso não tem nada o que dizer ou fazer, porque
eu sim sou a melhor.
Reinaldo: Viemos aqui pra ficarmos com
ameaças?
Marta: Claramente que não, eu apenas
quero que você me mostre os papéis que vão deixar a Luana louquinha.
Reinaldo pega alguns papéis em sua pasta e entrega para Marta, que
olha sorridente.
Reinaldo: E então, o que achou?
Marta: Perfeito, o fim daquela
familiazinha está chegando, principalmente o fim do Otto, ele vai ser
arrepender do que fez comigo.
Cena 4: Delegacia/ Sala do delegado/ Interior/ Tarde.
O delegado chega e senta-se, ficando frente a frente com Naomi.
Delegado: Diga-me, o que te traz aqui?
Naomi: Não sei se o senhor sabe, mas eu
sou aquela jovem que estava envolvida na explosão daquele carro.
Delegado: Sim, estamos em buscas por sua
mãe e também investigando quem colocou aquela bomba no carro.
Naomi: Mas isso é muito fácil de
descobrir.
Delegado (intrigado): Você sabe
quem colocou aquela bomba lá?
Naomi: Mas é claro que sim, como um mais
um é dois. Foi o ex-namorado da minha mãe.
Delegado: Você tem provas do que está
dizendo?
Naomi: Não, mas eu sei como vocês vão
encontrar essas provas.
Delegado: Pois diga.
Naomi: Como vocês sabem, vocês podem
pedir uma ordem para que as ligações daquele dia no celular da minha mãe, sejam
liberadas em caso de qualquer suspeita, naquele dia o ex dela ligou e falou
sobre a bomba.
Delegado: Você tem certeza do que está
dizendo.
Naomi: Sim, e isso é uma suspeita, vocês
não podem ignorar hipóteses.
Delegado: Claro que não, vou entrar com um
pedido agora.
Naomi: Lhe garanto que vocês vão chegar
à fundo nessa investigação.
Delegado: E posso saber porque ele tentou
matar a sua mãe?
Naomi: Não sei, mas espero que nessa
investigação, vocês descubram, porque isso é o que mais quero saber. Eu só sei
que a minha mãe sabia algo muito bafônico sobre aquele moço e eu pretendo
descobrir com ou sem a ajuda de vocês.
Cena 5: Construtora Montemayor/ Sala da Presidência/ Interior/
Tarde.
Luana invade a sala de seu pai, que levanta com raiva.
Otto: Já disse pra não chegar assim,
deixa de ser mal-educada.
Luana: Vim te avisar que à partir de
semana que vem, você terá que me dar metade de tudo que essa empresa receber,
vou me casar.
Otto: Você não pode fazer isso, o
casamento está marcado pra menos de um mês, não tem porque adiantar.
Luana: Quem vai me casar sou eu, e chega
dessa pensãozinha mixuruca que minha mãe estipulou até que eu me casasse.
Otto: Você não sabe o que está fazendo.
Luana: Eu sei muito bem o que estou
fazendo, me livrar das garras de uma pessoa como você é a melhor coisa.
Otto levanta-se com raiva.
Otto (gritando): Você é uma
impertinente, Luana, eu te dei todo amor que tinha e você me trata assim.
Luana (zombando): Eu te dei
todo amor que eu tinha e você me trata assim? (Sorrindo)- Que papo mais brega, parece até aqueles velhos roceiros.
Otto: Você me respeita, mocinha.
Luana: Que respeito você merece? Já que
fica se envolvendo com aquela vagabunda da minha sogra?
Otto desfere um tapa na cara de Luana.
Luana (enfurecida): Eu te odeio,
pai, você é um velho nojento. (Gritando)-
Eu te odeio!
Luana vai embora com raiva, deixando seu pai naquela sala, ele
senta-se e começa a chorar.
Cena 6: Apartamento de Marta/ Sala/ Interior/ Tarde.
Marta chega e seu filho está vendo TV.
Marta: Meu bebê, está tudo certo para
dar o bote na Luana e no pai dela, só falta esperar esses dias passarem rápido.
Daniel: Mãe, eu queria te fazer uma
pergunta.
Marta: Pode fazer quantas quiser, meu
lindo.
Daniel: Quando nós tomarmos a herança da
Luana, onde nós vamos deixá-la?
Marta: Certamente a colocaremos na rua,
ela não merece a nossa pena.
Daniel: Mas ela nunca fez nada com a
gente. Você não acha que devemos ao menos dar um barraco na favela pra ela?
Marta: Claro que não, ela já desfrutou
muito dessa herança, agora é a minha vez de desfrutar do que eu mereço.
Daniel (intrigado): É sua vez?
Como assim?
Marta: Estou querendo dizer que eu
mereço essa herança. Não fique fazendo perguntas inúteis. E deixe-me fazer uma?
Daniel: Faça, mãe.
Marta: Você está gostando dessa sujeita?
Daniel: Não, por quê?
Marta: Porque seria a maior burrice de
sua vida, você poderia fazer coisa que não iria agradar a mamãe, e você sabe o
que acontece quando ela não fica satisfeita.
Daniel (indignado): Mãe, a
senhora está me ameaçando?
Marta: Não, eu só estou lhe avisando, por
enquanto!
Cena 7: Anoitece/ Rua/ Noite.
Uma mulher está andando pela rua com um cobertor envolvendo seu
corpo, ela treme de frio e está indo para debaixo de uma ponte. A mulher chega
e senta-se, escorando em uma parede. Uma mulher chega e fala com ela.
Mulher: E aí, você conseguiu comida? Você
tem um rostinho mais bonito, vai provocar pena, nós somos feias, desdentadas e
não provocamos pena em ninguém.
A mulher permanece calada.
Mulher: Você não vai me responder não?
A mulher cai desmaiada no chão, a que estava falando se desespera
e começa a gritar por ajuda.
Mulher: Socorro, alguém me ajuda!
Alguns mendigos se aglomeram em volta da mulher desmaiada, ela
acorda e está muito fraca, a mulher que estava conversando com ela, se
aproxima.
Mulher: Você está bem? Como é seu nome?
Belinda (com dificuldade): Meu nome é
Belinda!
Cena 8: Mansão Montemayor/ Quarto de Otto/ Interior/ Noite.
Otto está descansando em sua cama, Luana adentra o local.
Luana: Pai, eu preciso de dinheiro.
Otto: Ah é? Você precisa? Pois vai
ficar precisando.
Luana: O quê? Você não pode fazer isso,
eu preciso de dinheiro pra comprar uma roupa, vou ir em uma festa amanhã.
Otto: Você tem vestidos que usou apenas
uma vez, pois vá com eles, dinheiro do meu bolso é o que você não vai ter.
Luana: Viu, pai, eu tento ficar bem com
você, mas você não ajuda.
Otto: Luana, você só tenta ficar bem
com as pessoas quando te convém, todos temos sentimentos, e quando você não
precisa de ninguém, você simplesmente pisa.
Luana: Você não sabe de nada.
Otto: Você sabe que eu não estou
mentindo, tanto que não tem argumentos. E você vai viver esse resto de mês com
sua pensão medíocre que você desprezou.
Luana: Mas ela já acabou.
Otto: Pouco me importa, você vai ver
como é bom economizar nesses casos.
Luana fica com raiva e vai embora do quarto de seu pai, ele fica
pensativo.
Otto: O que eu vou fazer com essa
menina, meu Deus?
Cena 9: Mansão Lobato/ Exterior/ Noite.
O taxista deixa Naomi na porta da mansão e ela é surpreendida por
Claudio chamando-a do outro lado da rua, ela vai.
Claudio: Hoje a noite está tão bela.
Naomi: Realmente está sim, você não sabe
de onde eu venho, querido.
Claudio: Você não sabe o que aconteceu.
Naomi (curiosa): Fala logo o
que aconteceu.
Claudio: Olha, eu dei um trato na sua
casa, eu não sei se prefere ela do jeito que está agora ou como estava antes.
Naomi olha
para a mansão e fica chocada ao ver o local em incêndio.
0 Comentários