Romeu e Julieta do Sertão - Capitulo 7

A tão esperada noite de São João chegou, a vila de Santa Luzia estava decorada para a festividade, as pessoas aos pouco iam se aglomerando na praça principal,  havia uma grande fogueira como era tradição da festa, bandeirolas, barracas vendendo comidas típicas, pamonha, pipocas, milho cozido, galinhada, algodão doces e doces de todos os tipos. 
Joaquim fez a barba, cortou os cabelos e se vestiu com sua melhor roupa para a ocasião apesar de estar com a aparecia calma se sentia um pouco nervoso para ver Isabel, ele sabia que ela viria na festa, andando por entre as pessoas, Joaquim viu Inês ao longe, ela estava bonita, usava um vestido verde, com um decote vantajoso, a cintura fina, os lábios volumosos pintados de vermelhos, os cabelos estavam perfeitamente presos na parte de traz da cabeças, cachos dourados caiam pelos seus ombros, quando o viu Inês abriu um sorriso charmoso, depois desviou os olhos fingindo timidez, ele sabia que nela não havia nem um pingo de timidez ou vergonha, se as coisas fossem diferentes Joaquim gostaria de tê-la em sua cama, não como esposa, mas como amente. 
Joaquim foi até uma barraca e pediu uma pinga, para melhorar os ânimos, a pinga desceu queimando sua garganta, ele escolheu um canto escuro para ficar a espreita, não queria se perturbado por ninguém, ficaria apenas a espera de sua morena. 
*** 
família Andrade chegou na festa fazendo alvoroço entre as outras pessoas, por onde eles passavam, paravam de falar, viram as cabeças para observar, os motivos de tudo  isso, primeiro Jacinto é o fazendeiro mais rico e temido da região, ficou conhecido por matar os desafetos, nestas terras sem lei, Jacinto reinava, segundo todos da vila de Santa Luzia estava curiosos para ver os filhos de Jacinto principalmente Isabel que ficou fora por tanto tempo.  
Pouco depois, Jacinto e Teodora foram conversar com outros fazendeiros, enquanto Isabel foi andando por entre as pessoas escoltadas pelos irmãos. 
– Esta procurando por alguém ? Perguntou Henrique. 
– O que disse ? – Isabel falou assustando olhando para o irmão. 
– Você esta olhando para os lados como se procurasse por alguém. – Explicou Henrique. 
– Ora não seja bobo, só estou olhando a espera de reconhecer alguém, estou longe a tanto tempo que estes rosto não são mais familiares. – Henrique estreitou os olhos e avaliou a irmã. 
– Este alguém que você gostaria de reconhecer não seria o Joaquim ? – Isabel ficou pálida, nada foge de seu irmão. 
– Não... Claro que não – Isabel gaguejou, Henrique ficou sério.  
– Isabel sabemos quando esta mentindo – Disse Inácio. – Você sempre gagueja.  
– Não tem nada haver com Joaquim, parem de me perturbar– Os irmãos se entre olharam. 
– Isabel sabe que nosso pai não gosta deste rapaz, é melhor para você ficar longe dele.  – Disse Henrique.  
– Eu sei o que é melhor para mim Henrique já sou uma mulher. – Rebateu Isabel um pouco irritada com Henrique.  
– Para mim ainda é uma menina que corria pelos pastos com os cabelos cheios de carrapichos e o vestido sujo de poeira. – Henrique apertou a bochecha de Isabel, ela não se afastou do irmão apenas sorriu para ele, escondendo sua irritação 
–  Por dentro ainda sou essa menina, e sabe o que minha menina interior deseja nesse momento ?  
– O que é ? Perguntou Joaquim. 
– Um milho cozido, me de dinheiro para comprar um ? – Henrique sorriu e deu o dinheiro para a irmã. – Vocês também querem um milho posso pegar pra você ? 
– Não obrigado.–  respondeu Henrique, um grupo de moças passou sorrindo para Henrique e Inácio, enquanto seus irmãos se distraiam Isabel, escapuliu.  
A moça se perdeu por entre as pessoas na expectativa de encontrar Joaquim, havia um curral, cheio de gente em volta, ali estavam apostando quanto tempo um homem conseguiria ficar em cima de uma mula,ela imaginou que Joaquim estaria por perto.  
Isabel sentiu um formigamento percorrer seu corpo,  seus pelos da nuca se arrepiaram, algo estava errado olhou em volto a procura de algo ou alguém, notou que havia um homem a observando em um canto escuro, próximo a igreja,  este homem a olhava perigosamente, havia fogo em seus olhos cor de caramelo, Isabel reconheceu esses olhos no mesmo instante. 

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