A participação de estrangeiros no Mais Médicos será reduzida depois das eleições municipais. A ideia do Ministério da Saúde é renegociar, no próximo ano, o contrato feito com a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), para o recrutamento dos profissionais. Hoje, 73% dos que atuam são estrangeiros. A maioria é de cubanos. A mudança não será de uma só vez. O ministro Ricardo Barros, ao assumir, afirmou apenas que iria incentivar a participação de brasileiros. A ideia de anular o contrato, recentemente prorrogado pela presidente afastada, Dilma Rousseff, foi descartada, a princípio. Ele preferiu adotar uma regra de transição. Com isso, agrada ao mesmo tempo associações médicas, críticas do projeto, e prefeitos --favoráveis. A intenção é fazer um ajuste programado, até que o número de profissionais trazidos pela Opas se reduza de forma expressiva. Só ficariam aqueles que têm vagas consideradas de difícil preenchimento, como as dos distritos sanitários indígenas e das cidades afastadas. Lançado há três anos em uma resposta às manifestações de rua que reivindicavam melhorias nos serviços de saúde, o Mais Médicos somente foi adiante em virtude da contratação de estrangeiros. Para driblar a resistência de médicos brasileiros, o governo permitiu que formados em outros países atuassem no Brasil sem a necessidade da validação do diploma. Essa era a maior crítica de entidades de classe, que chegaram até mesmo a romper com o Ministério da Saúde.
Fonte: Estadão
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