Afastada do mandato de presidente da República desde
13 de maio, Dilma Rousseff afirmou que “as razões do impeachmentestão ficando
cada vez mais claras” e que o governo interino deMichel Temer é comandado pelo
presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). “Podem
falar o que quiserem: o Eduardo Cunha é a pessoa central do governo Temer. Isso
ficou claríssimo agora, com a indicação do André Moura (líder do governo na
Câmara). Cunha não só manda: ele é o governo Temer. E não há governo possível
nos termos do Eduardo Cunha”, afirmou em entrevista à Folha de São Paulo. De
acordo com Dilma, na negociação com o peemedebista, ele dá as cartas. Não tem
meio termo. Ela disse que não aceitaria indicações feitas por ele se em um
governo dela. Na gestão de Temer, Cunha foi responsável por emplacar Alexandre
de Moraes como Ministro da Justiça, Gustavo do Vale Rocha como subchefe para
assuntos jurídicos da Casa Civil e Carlos Henrique Sobral como chefe de
gabinete do ministro da Secretaria de Governo, além de Moura. Moraes e Rocha
advogaram para o peemedebista. Sobral trabalhava com assessor especial de Cunha
na presidência da Câmara. Segundo a petista, a partir de seu primeiro mandato,
a ala de centro do PMDB passou a adotar uma tendência de direita, sob
influência do presidente afastado da Câmara. “A situação do Brasil, se isso não
for desmontado, é gravíssima”, disse. Para Dilma, as condições para o
impeachment foram criadas pela condução dos trabalhos na Câmara, com a criação
de um ambinte de impasse durante as votações das pautas-bomba. Segundo ela,
Cunha agiu em retaliação ao avanço das investigações da operação Lava Jato.
Fonte: Yahoo
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