O regime sírio foi atingido por uma série de ataques
que mataram mais de 148 pessoas em seus redutos na região costeira e que foram
reivindicados pelo grupo jihadista Estado Islâmico (EI). Os ataques que
atingiram Tartus e Jableh são inéditos nessas cidades relativamente poupadas
pela guerra que devasta a Síria há cinco anos. Também são os mais violentos em
30 anos nestes redutos de alauitas, uma comunidade minoritária à qual pertence
o chefe de Estado Bashar al-Assad. Os ataques ocorrem num momento em que o EI
enfrenta uma pressão crescente na Síria e no Iraque, onde as forças do governo
lançaram nesta segunda-feira a batalha para expulsar os jihadistas da cidade de
Fallujah. O EI também reivindicou um duplo atentado no Iêmen, que matou pelo
menos 41 pessoas, em sua maioria jovens recrutas do exército em Aden. Em
Tartus, a série de ataques começou por volta das 9h00 (3h00 no horário de
Brasília), quando dois suicidas detonaram explosivos dentro de uma estação
rodoviária, seguidos pela explosão de um carro-bomba do lado de fora, de acordo
com uma fonte da polícia. "Esta é a primeira vez que ouvimos explosões em
Tartus e que vemos mortos e corpos desmembrados", testemunhou Shadi
Othman, um bancário de 42 anos que visitou o local das explosões. Quinze minutos
depois, outras explosões simultâneas ocorreram em Jableh, 60 km ao norte, em
frente a uma estação rodoviária, na companhia de energia elétrica e em dois
hospitais, segundo uma fonte policial. "No Hospital Nacional, um suicida
detonou seu cinturão de explosivos no setor de emergência, enquanto no
Al-Assaad um carro-bomba explodiu na entrada", informou a fonte. A
televisão estatal síria exibiu imagens de veículos incendiados, sangue, fumaça
e vidro. No total, a polícia relatou quatro carros-bomba e três atentados
suicidas, enquanto o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH) citou dois
carros-bomba e cinco ataques suicidas. A ONG estabeleceu um balanço de pelo
menos 148 mortos e dezenas de feridos, quase todos civis. Segundo a agência de
notícias oficial SANA, os ataques deixaram pelo menos 78 mortos.
Fonte: AFP
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