Capítulo 4
EU NÃO QUERO DEVER NADA
ESCONDA-SE BEM/NOITE
Em um barracão fechado, Marla e Jean falam sobre, Carlos:
Jean – Ele gostava muito da senhora.
Marla – E eu dele. Mas neste negócio a amizade e as
carícias nunca vem em primeiro lugar.
Jean – Preciso que me deixe fugir.
Marla – Há! Jean, você teve a maldita sorte de
conhecer, Carlos. Eu já não posso fazer nada por você, filho. Já está morto,
Jean Ribeiro, já está morto.
Jean, se aproxima de Marla
e diz:
Jean – Eu não sabia de nada dos negócios do Carlos.
Marla – Pois, hoje em dia já não perdoam ninguém,
meu querido.
Em frente ao barracão
fechado, Marcel diz a Fera.
Marcel – Ela vai deixar ele fugir. Esse maldito,
matou o Augusto e a chefa vai deixar ele vivo.
Fera – Pois ela é quem manda, Marcel.
Marcel – Pois… E se ela morrer? logo você seria o
chefe, não?
Fera – É mesmo um imbecil, Marcel. Marla Mendonça,
é e sempre vai ser a nossa chefa. E não importa o que você faça.
Marcel – Está com medinho, Fera? É isso que tá
parecendo – risos
Fera – Qual é seu problema babaca? Tá querendo
amanhecer com a boca cheia de formiga é?
A portas fechadas, Jean
implora a ajuda de Marla:
Jean – Eu preciso que me ajude, a senhora é minha
única esperança, por favor. (chorando)
Diante de Marla,
ajoelha-se.
Jean – Eu lhe imploro.
Marla – Jean, por favor, levante-se, não faça isso,
meu filho.
Marla, o ajuda
levantar-se, e Jean, pede:
Jean – Não me mate, por favor.
Marla – Acalme-se, meu querido. Não sou eu que
quero te matar, e também não fui eu que mandei matar o Carlos, nesse negócio
Jean, eu sou quase um zero à esquerda,unicamente por ser mulher.
Jean – Mas a senhora pode dizer a eles que eu não
tenho nada a ver com o Carlos, que eu não sei de nada.
Marla – Você só tem uma saída. Tens dinheiro?
Jean – Tenho, dez mil dólares e uns quantos reais.
Marla – Então fuja. Desapareça de São Paulo.
Jean – Eu vou voltar para casa.
Marla – Não! Se voltar agora vai colocar sua gente
em perigo, e se tu ir pro Mato Grosso? Tenho alguns contatos por lá que me
devem alguns favores, certamente não vão se negar a te ajudar.
Jean – Sim.
Jean, beija a mão de
Marla.
Jean – Obrigado, Dona Marla.
Segurando a mão de Jean,
Marla, avisa:
Marla – Se esconda bem. Tá me ouvindo? Só desta vez
que vou ajudá-lo. Eu não quero dever nada a ninguém, mas se alguém deve a mim,
eu sempre vou cobrar. Compre a passagem no primeiro voo de amanhã e quando
chegar me faça uma ligação e te darei as coordenadas. Depois terá que se
virar sozinho, entendeu? Se lá tenho amigos, meus inimigos também.
Jean – Sim.
Marla, passa no rosto de
Jean.
Marla – Que Deus te proteja meu filho.
Marla sai e Jean,
agradece mais uma vez:
Jean – Obrigado! Obrigado! Jamais vou esquecer
desse favor.
Em frente ao barracão,
Marcel, saca a arma para matar, Jean:
Marcel – Já vamos dar um jeito nele é?
Marla – Você não vai fazer nada!
Fera – Chefa, não seria o caso de discutirmos isso?
Me preocupa o que ele possa falar.
Marla – Ele não vai falar nada. Não sabe de nada.
Ponha-se no seu lugar, Fera, quem manda aqui sou eu. Agora vamos.
Olhando para Marcel, diz:
Marla – Jean Ribeiro, não vai morrer e ponto.
A FUGA/ DIA
Jean, troca de roupa atrás de um carro em um
estacionamento. Coloca um boné e segue para o aeroporto, caminhando, se
misturando entre as pessoas.
NOS PORÕES DO TRÁFICO/
DIA
Fera, fala ao celular
com André, um de seus guarda-costas.
Fera – E como ele está?
André – Pois, o médico me disse que de hoje,
Augusto não passa.
Fera – Vai morrer por culpa do maldito, Jean
Ribeiro.
Desliga o celular e chama
por Marcel.
Fera – Marcel (grita).
Marcel – Chefe?
Fera – Augusto vai morrer. E eu quero a cabeça do
Jean Ribeiro.
A FUGA/DIA
No guichê do aeroporto Jean, compra uma passagem:
Jean – Oi, eu quero uma passagem para Cuiabá que
embarque o mais rápido possível e não importa o preço.
Atendente – Documento de identificação, por favor.
Jean, entrega o documento
para a atendente e olha para todos os lados. Carlos, permanece consigo.
Carlos: Eles podem estar por todos os lados, não
importa a cara, a cor, nem se te dizem bom dia ou se sorriem pra você.
Atendente – Senhor, Portão 06 embarques em 10
minutos. Boa viagem.
Jean – Obrigado.
A CAÇA CONTINUA/DIA
Marcel, e André, procuram por Jean, dentro do Aeroporto. Da fila do check in, Jean, os vê e passa entre algumas pessoas que reclamam por ele cortar a fila, saindo por uma porta lateral, Marcel e André, o veem e começam a persegui-lo.
Marcel – Maldito desgraçado.
Jean, corre escadaria
abaixo em direção a uma saída. Marcel, armado atrás, seguido por André.
Marcel – Saiam da frente. – Diz às pessoas.
Jean, corre para fora do
aeroporto, Marcel e André vão atrás e começam a atirar.
Marcel – Lá está. Corra.
Jean, joga sua mochila
para outro lado da cerca e escala o portão, Marcel, tenta pegá-lo a balas, mas
os seguranças do aeroporto os detém.
Marcel – Cachorro, Maldito, eu te pego, aonde quer
que vá.
Em fuga, Jean, pega um
táxi que vai passando próximo ao aeroporto.
Taxista – Está fugindo rapaz?
Jean – Tem umas pessoas que querem me matar.
Taxista – Isso é ruim, pois uma hora ou outra vão
conseguir.
Jean – Preciso fugir dessa cidade o mais rápido
possível antes que consigam.
Taxista – E o que posso fazer por você?
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