Jornal britânico "The Independent" teve sua última edição impressa neste sábado
O jornal britânico The Independent, cujas vendas
desabaram nos últimos anos, aparece este sábado pela última vez em papel - a
partir de agora apostará exclusivamente numa versão digital para enfrentar a
crise da imprensa. Na sexta à noite, os jornalistas enviaram a edição para a
gráfica pela última vez e, em seguida, postaram fotos nas redes sociais com
suas equipes batendo a mão na mesa, uma tradição para saudar a saída de um
colega. Em sua última edição impressa, o The Independent afirma que as pessoas
vão lembrar sua "transição ousada" para o formato 100% digital como
um "exemplo para outros jornais ao redor do mundo".
"Hoje, as prensas pararam, a tinta está seca e
logo o papel vai deixar de ser amassado (...). Um capítulo se encerra, mas
outra se abre, e o espírito do The Independent continuará a florescer",
acrescentou. O proprietário do jornal, o britânico de origem russa Evgeny
Lebedev que havia anunciado no mês passado o abandono da edição impressa,
escreveu que o jornalismo "foi completamente transformado", de modo
que o The Independent "também teve que mudar". Como muitos jornais, o
The Independent - nascido em 1986 - teve de enfrentar um forte declínio do
número de leitores da sua edição impressa. No final, vendia cerca de 40.000
cópias, o diário nacional com menos vendas no país. No seu auge, em 1989, o
jornal de centro-esquerda, conhecido pelas manchetes politicamente engajadas e
pela importância que dava às imagens, chegou a vender mais de 420.000
exemplares diários. Em 2003, realizou uma campanha sangrenta contra a
intervenção britânica no Iraque ao lado dos Estados Unidos, ao lado de outro
jornal de centro-esquerda, o The Guardian. Em editorial, o Guardian presta uma
homenagem ao The Independent, chamando-o "de um jornal verdadeiramente
excepcional", observando que sofreu com as mudanças profundas no mercado
da publicidade, com uma mudança na receita para sites como o Facebook.
Fonte: Yahoo Notícias
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