uma webnovela de JAIR VARGAS
produção de LABIRINTO RADICAL
CENA 1: OURO VERMELHO | FIM DE TARDE / NOITE
Algumas pessoas notam mais uma vez o lindo pôr-do-sol que se faz presente, outras seguem apressadas pelas calçadas ou param nos pontos de ônibus. O fluxo de veículo aumenta, é hora da volta pra casa. O sol se põe lentamente e à medida que a claridade dele desaparece, as luzes da cidade se acendem. Um carro preto para em frente da mansão Real Lima, Heitor sai do carro, apressadamente.
CENA 2: OURO VERMELHO | MANSÃO REAL LIMA | SALA | INTERIOR | NOITE
Heitor entra na casa com uma pasta em mãos, assim que adentra à sala, olha para Nilza que está lendo um livro, ela imediatamente tira os olhos do escrito e volta seu olhar para Heitor que se aproxima devagar com um pequeno sorriso.
HEITOR: – Desculpa vir essa hora, não sei se é o momento certo, mas mesmo assim aqui estou. – Diz, visivelmente mexido. Nilza deixa o livro de lado então se levanta curiosa para saber o que trouxe Heitor até ali.
NILZA: – Estou curiosa, Heitor. – Afirma, olhando para a pasta que ele tem em mãos. Heitor estende a pasta para Nilza, que por sua vez a pega ficando ligeiramente intrigada.
HEITOR: – Eu sei que demorei demais para descobrir o que a senhora havia me pedido, mas antes tarde do que nunca, não é mesmo?! – Comenta, sorridente. – Eu finalmente descobri quem era aquela criança, dona Nilza… abra a pasta e veja a senhora mesma. – Pede, um tanto ansioso. Nilza olha para a pasta já com lágrimas nos olhos, ela então a abre e olha para os documentos que ali estão. Nilza pega um deles, especificamente o que está escrito o nome da pessoa que ela tanto procurava.
NILZA: – É uma menina mesmo! – Diz, um pouco surpresa, abrindo um sorriso logo em seguida.
HEITOR: – Nós a encontramos, Dona Nilza. – Afirma convicto, então abraça a senhora que está à sua frente. Nilza por sua vez se permite chorar no ombro de Heitor, descarregando toda a tensão que se fez presente por tanto tempo.
CENA 3: VIDEIRA | CASA DE TAÍS | QUARTO | INTERIOR | NOITE
Taís retira de uma das gavetas, uma pequena caixa, logo abre sua tampa, revelando ser uma caixinha de música toda delicada que começa a tocar um som já bastante familiar para ela. Ela se senta na cama passando a olhar com muita atenção o objeto.
TAÍS: – Quem me abandonou naquele lugar? Quem poderia ter feito isso? Será que foi minha própria mãe? – Se pergunta enquanto ouve o ‘tilintar’ do som que sai da caixinha de música. Algumas lágrimas escorrem. – Quem será minha família? – Pergunta mais uma vez, enxugando as lágrimas que insistem em cair.
Taís coloca a caixinha sobre a cama para então se deitar, olhando para o objeto com grande fascinação e curiosidade de saber quem deixou isso com ela.
CENA 4: OURO VERMELHO | EDIFÍCIO NEVADA | APARTAMENTO DE VITÓRIO | INTERIOR | NOITE
Vitório está sentado esparramado no sofá, se levantando apenas quando a campainha começa a tocar de forma insistente. Sem nenhuma vontade, caminha devagar até a porta, ele a abre.
VITÓRIO: – Que bela surpresa! – Comenta sorrindo e abrindo totalmente a porta.
ARIANA: – Eu tive que vir, Vitório… mesmo contra a minha vontade. – Diz entrando no apartamento. Vitório se vira, olhando de maneira séria para Ariana.
VITÓRIO: – Contra sua vontade? Contra outra história, Ariana. Você gosta de mim que eu sei. – Ele fecha a porta e se aproxima dela, então volta com seu sorriso faceiro. – Você não tem como negar isso, não tem. – Ele envolve Ariana em um abraço sensual. Ariana sai do abraço, um pouco desconcertada, mas ainda sem se esquecer do que veio fazer ali.
ARIANA: – Não é hora pra isso, Vitório! – Ela se afasta. – Se tudo o que você descobriu espionando aquele tapado do Heitor for realmente verdade, logo bate com o que minha vó me disse… eu não posso deixar que ela encontre quem quer seja. – Diz, decidida.
VITÓRIO: – E o que você fará para impedir isso? – Pergunta, curioso.
ARIANA: – Simplesmente fazer com que minha vó nunca encontre quem ela deseja encontrar, e eu sei muito bem como fazer isso. – Responde com um olhar ligeiramente rápido. – Descobriremos direitinho onde está ela e agiremos. – Conclui, sorrindo. Vitório volta a se aproximar de Ariana e dessa vez ela permite ser beijada de maneira intensa.
CENA 5: OURO VERMELHO | MANSÃO REAL LIMA | SALA | INTERIOR | NOITE
Nilza se encontra sentada de frente para Heitor. Ela olha para o documento que contém o endereço de onde a pessoa está.
NILZA: – Eu tenho que ir até lá, Heitor. – Diz, levantando o olhar.
HEITOR: – Não! Eu jamais deixaria a senhora sair daqui para ir até outra cidade ainda mais com a sua saúde tão debilitada, Dona Nilza. – Ele protesta, olhando diretamente para a senhora. – Se a senhora permitir, irei até esta cidade e farei até mesmo o impossível para trazê-la até você.
NILZA: – Você faria mais isso por mim?
HEITOR: – Com certeza, dona Nilza… a senhora é como uma mãe para mim e farei de tudo para vê-la bem. – Responde, segurando na mão dela.
NILZA: – Eu nem sei como agradecer você por tudo isso, Heitor… você é mais do que um filho pra mim, e ficarei ainda mais grata se você fizer mais isso por mim. Eles se abraçam com muito carinho.
CENA 6: OURO VERMELHO
As avenidas movimentadas vão ficando cada vez mais sem movimento com o avançar da noite. A madrugada chega rapidamente. Imagens aéreas mostram a imensidão de luzes por toda a Cidade, luzes essas que vão se apagando com o chegar de mais um dia.
CENA 7: OURO VERMELHO | CONDOMÍNIO CONTESLAÇÃO | APARTAMENTO DE HEITOR | SALA | INTERIOR | MANHÃ
Rodrigo vem do quarto, assim que chega na sala estranha ao ver uma mala próximo da porta. Ele caminha até a mala bastante intrigado.
RODRIGO: – Heitor, de quem é essa mala aqui? – Pergunta quase gritando. Rodrigo se assusta ao se virar e ver Bernardo ali na sala.
BERNARDO: – Seu irmão saiu assim que eu cheguei… disse que precisava resolver uma última coisa sobre a busca que ele estava fazendo. – Explica, se sentando no sofá.
RODRIGO: – Ah bem! Mas é você, não acha que está muito adiantado para o voo da tarde?
BERNARDO: – Um pouco, mas é que eu precisava ver você. – Responde, fazendo com que Rodrigo fique encabulado.
CENA 8: OURO VERMELHO | AEROPORTO | INTERIOR | MANHÃ
Heitor caminha pelo saguão do aeroporto esperando o horário do voo, ele pensa em Ariana.
HEITOR: – Quando eu voltar dessa viagem direi à ela tudo que sinto e seja o que Deus quiser. – Afirma, sorridente.
Heitor pega o celular no momento em que anunciam o voo, distraído ele não percebe que está sendo observado por um homem, esse homem é Vitório. Heitor segue para o embarque. Vitório sorri, retirando os óculos escuros. A imagem congela na expressão enigmática de Vitório, logo a imagem se despedaça com o surgimento de uma serpente vermelha.
CONTINUA
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