Resumão da História e dos capítulos anteriores:
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Cap. 22
CENA 01.
Noite -
MANSÃO VIELAS/ INT./ SALA
ALEXANDRE —Me diz que isso não é verdade, que você só falou por impulso mãe. Por favor!
LAURA —Filho, eu não deveria ter escondido isso de você. Há muito tempo, conheci o Horácio na escola e depois de muito tempo estudando juntos, fomos ficando cada vez mais próximos. Aos poucos e com muita insistência por parte dele, começamos a namorar.
AFRODITE —Laura é melhor você ir logo embora da minha casa, agora! —Exije.
LAURA —Agora é que começa a parte em que você entra, querida! —Fala mais alto afrontando. —Afrodite era minha melhor amiga há anos, quando eu descobri que estava grávida logo contei pra ela. Outras amigas sempre me diziam que ela olhava estranho pro Horácio e eu defendia ela…—Ela olha com desprezo e arrependimento para Afrodite.
AFRODITE —Já chega! —Aumenta o tom.
LAURA —Ela já havia me dito dias antes que achava que estava grávida, antes que eu contasse sobre mim. Acontece que eu acabei descobrindo dias depois que ela é Horácio, tinham ficados juntos. Foi como um tiro no peito!
ÁRIA —Meu Deus! —Incrédula.
LAURA —Eu não queria esse homem na minha vida e nem saber de nada que estivesse relacionado a ele, então eu te levei para longe meu filho. Você não merecia ter um pai tão nojento e traidor, só quis te salvar desse hipócrita e dessa mulher podre e cruel.
ALEXANDRE —Eu preciso de um tempo! —Diz saindo correndo dali completamente sem chão.
LAURA —Filho… —Sofre.
HORÁCIO —Ele vai precisar de um tempo para digerir tudo isso. Deixe-o! —Aconselha.
AFRODITE —Já deu seu showzinho? Pode ir embora agora.
HORÁCIO —Não Afrodite, agora ela vai saber a verdade. Verdade essa, que eu só consegui ligar os pontos agora. —Enfrenta-a.
LAURA —Vai falar mais mentiras?
HORÁCIO —Laura, logo depois que você foi para o terminal para ir embora, Amélia sua amiga visando que eu impedisse você de ir, se viu obrigada vir até mim e me contar a verdade. Ela me contou que você estava grávida e me contou também que eu não devia confiar na Afrodite, porque ela não era uma boa pessoa.
Laura escuta.
HORÁCIO —Eu quis correr pra te buscar, ficar com você e meu filho, mas Afrodite também estava grávida. Ela havia me contado que descobriu aquele dia!
LAURA —Bom, você fez sua escolha aquele dia. —Responde. —E quanto a você Afrodite, me responde uma coisa: como é que é possível uma mulher descobrir duas gravidezes diferentes em dois meses sendo que não teve parto e você não abortou o anterior? Por que você falou e nos confirmou estar grávida um mês antes de tudo acontecer. Enfim, espero que vocês sejam muito felizes. Mas bem longe de mim e do meu filho! —Encerra com um K.O.
Laura sai dali revoltada.
ÁRIA —Esse filho era eu, não era mãe? Você me usou num golpe da barriga pra ficar com meu pai, foi isso?
HORÁCIO —Minha filha, isso não importa. Eu te amo da mesma forma, independente de você ser ou não minha filha de sangue. Mas é minha filha e só minha!
ÁRIA —Você sabia?
HORÁCIO —Descobri depois de um tempo, mas continuei aqui por você e seu irmão. Vocês são os amores da minha vida.
ÁRIA —Me tira daqui pai. Me leva pra qualquer outro lugar, eu preciso assimilar tudo isso. Por favor! —Implora.
Horácio põe o braço no pescoço de Ária e eles saem dali deixando Afrodite só e destruída.
CENA 02.
Noite -
CASA DE ARIEL/ EXT./ PORTA
Após muito bater na porta e vendo que a porta está destrancada, Bernardo entra.
BERNARDO —Ariel? Você está ai? —Diz andando pela casa que esta como deserta, sem presença alguma além da sua.
Ele se aproxima do quarto de Ariel e bate na porta.
Ao escutar um barulho estranho e sem ser atendido na porta, ele a derruba e entra imediatamente.
BERNARDO —Meu Deus, Ariel! —Fala vendo-o no chão e várias caixas de diversos medicamentos abertos e cápsulas vazias. —Você não pode ter ingerido tudo isso não, pelo amor de Deus! Vou te levar pro hospital. Resista! —Desespera-se.
Bernardo o leva imediatamente para o hospital.
|HOSPITAL - ALGUMAS HORAS DEPOIS|
Ariel começa a mexer a mão.
BERNARDO —Vamos, acorda!
ARIEL —O que aconteceu? Onde eu tô? —Diz desnorteado.
BERNARDO —Ingeriu uma alta quantidade de medicamentos e quase morreu. Felizmente eu cheguei a tempo de trazer você pra cá, pro hospital. Mas eu preciso que você me fale, por que você tentou se suicidar? Depressão?
ARIEL —Eu não tentei. Depressão? Claro que não. —Tenta desconversar.
BERNARDO —Você sempre se mostrou muito ansioso, toda vez parecia sentir culpa, nada te fazia sorrir ou te agradava, suas mudanças de humor, perda de interesse pelas coisas, perda de interesse ou prazer nas atividades, solidão, tristeza, tédio e expressões como sofrimento emocional… são alguns sinais de depressão. Além de também nunca querer ou se abrir para alguém.
ARIEL —Bernardo para…
BERNARDO —Eu te trouxe até aqui porque me importo, me perdoa por ter sido idiota e não ter percebido antes. Talvez se eu tivesse sido um amigo melhor e tivesse te entendido, observado e te acolhido de uma forma mais atenciosa e fosse menos egoísta, você não teria feito isso… porque você no fundo talvez só precisasse se sentir amado.
ARIEL —Bernardo, por favor! A culpa disso tudo é só minha. Tudo é culpa minha! Eu sou uma péssima pessoa, sou a vergonha dos meus pais, nunca consigo fazer nada direito e só faço mal as pessoas. E o principal: eu sou gay! O que tem que escutar piadinhas nas refeições em família e diversas vezes comentários preconceituosos por onde eu passo, olhares tortos, e ser a chacota das pessoas.
BERNARDO —Já chega! —Fala alto e em forte tom. —Nunca te disseram que o amor próprio é o principal? Se você não tivê-lo não adianta buscar que os outros te dêem se nem você mesmo consegue se aceitar e querer tal como é. Nós não escolhemos o que somos quando se trata de sentimentos, então ser gay não é motivo de culpa. E enquanto LGBTs, pessoas de culturas, religiões e costumes diferentes aos seus, pessoas de etinias diferentes e qualquer outro tipo de diferença baixar a cabeça e aceitar que outras pessoas te machuquem e oprimam, muitos suicídios acontecerão.
Ariel abraça Bernardo chorando.
CENA 03.
Noite -
MANSÃO DOS VIELAS/ INT./ SALA
Charles chega em casa e imediatamente vai para a casa de hóspedes para falar com Mew.
CHARLES —Mew? Você tá aí? Mew? —Grita repetidas vezes enquanto caminha antes de chegar a porta.
Cansado de gritar em vão, Charles ao chegar perto da porta percebe que ela está entreaberta.
CHARLES —Mew? —Entrando. —Meu Deus o que aconteceu aqui? —Diz observando que a casa está revirada, a geladeira aberta e uma jarra de vidro quebrada no chão.
Charles se despera mais ainda ao perceber que tem manchas na parede como se alguém estivesse segurado com força ali para se salvar de algo.
CHARLES —Teve luta corporal aqui sim! Meu Deus, Mew! Meu irmão! —Fica totalmente desesperado.
Charles corre para a mansão e ao ver o pai na sala principal vai até ele.
CHARLES —Onde está o meu irmão?
ARMANDO —Como posso saber? —Responde grosseiro.
CHARLES —Você passou a noite toda aqui, estranho seria não saber. Aconteceu alguma coisa muito séria, a casa de hóspedes tá revirada. Meu irmão pode tá correndo perigo! —Esbraveja.
ARMANDO —Diferente de vocês, não sou um vagabundo. Trabalhei a noite toda e cheguei agora, estou tentando relaxar. E você onde estava? Num bar? Numa boate? Bebendo descontroladamente? Se você não tem utilidade nenhuma nessa casa e não acrescenta em porcaria nenhuma, deixe quem tem, descansar. É a única coisa que eu peço! —Diz indo para a cozinha e deixando Charles sozinho.
Charles vai até a casa vizinha e toca a campanhia.
Maria Fernanda sai.
CHARLES —Fer, desculpa eu aparecer essa hora. Eu precisava vir aqui. —Diz nervoso.
FERNANDA —Aconteceu alguma coisa? —Estranha.
CHARLES —Meu irmão sumiu. O quarto está muito bagunçado, como se ele estivesse sido tirado contra sua vontade. Você viu alguma coisa? —Fernanda nega com a cabeça. —Foi o que eu pensei. Suas câmeras de segurança podem ter pego alguma coisa. A lá de casa queimou hoje.
FERNANDA —Vamos ver! —Ela o leva a sala de segurança e abre o computador.
Ao abrir Fernanda e Charles se chocam ao ver alguns homem de branco arrastando Mew à força e ao vê-lo resistir muito, lhe aplicam uma injeção adormecendo-o.
CHARLES —Aproxima a imagem naquele símbolo, por favor! —Diz ao ver a imagem na blusa do homem. —Uma clínica para jovens com transtornos. Meu Deus! Foi o meu pai, é claro. Maldito!
Charles bate a mão na mesa e Fernanda segura sua mão para acalmá-lo.
FERNANDA —Vamos buscá-lo. Agora! —Diz decidida e implacável.
CENA 04.
Dia Seguinte - Manhã
EDIFÍCIO DO APARTAMENTO DE PRISCILA/ INT./ CORREDOR
Priscila se dirige ao seu apartamento.
Atena que está no corredor esperando-a tenta falar com ela.
ATENA —Priscila, isso não pode acabar assim. Por favor me dá uma chance de explicar tudo, de mostrar qual era no meu objetivo. —Tenta.
PRISCILA —Você já me explicou tudo e quer saber? Você só se tornou igualzinho a ele e ainda traiu minha amizade. Você nunca ouviu aquele ditado que amiga não pega ex de amiga? —Atena baixa a cabeça. —Agora me deixa em paz, não quero te ver nunca mais na minha vida!
Priscila bate a porta na cara de Atena que fica chorando no cantinho da parede. Enquanto do outro lado, Priscila chora deslizando na porta.
Felipe envia uma menagem para Atena.
Eu mereço uma explicação.
Fala comigo, seja verdadeira uma vez na vida.
CENA 05.
Tarde -
CASA DE PULGA (Luciano)/ INT./ QUARTO DE MARIAN
Ao limpar a casa, Pulga começa a varrer o quadro de Marian.
PULGA —Só tô fazendo isso por que não posso deixar ela fazer tudo sozinha. Isso não faz de ninguém menos homem, pelo contrário acho até “dahora” homem que ajuda mulher. Vou fazer isso se um dia eu casar… que mané é casar? Mano que neura, já tô falando besteira… melhor eu fazer isso aqui sem falar nada. —Fala sozinho.
Pulga lembra de quando ajudava sua mãe e começa a mexer no armário que ela guardava suas coisas.
Um papel fechado cai.
Pulga pega.
PULGA —Tem o nome da Marian nele… é de hospital!
Ele abre rapidamente e se choca ao ler.
Marian chega e se enfurece ao vê-lo em seu quarto.
MARIAN —O que você faz no meu quarto? Quem te deu permissão de mexer nas minhas coisas garoto? —Fala com grosseria e bem alto.
PULGA —Você tá doente Marian? —Lendo o papel.
MARIAN —Você não tinha que mexer nas coisas dos outros sem permissão garoto. —Continua com sua postura grosseira.
PULGA —Você não precisa se fazer de brava, eu sei que você precisa de tranquilidade nesse momento. —Diz se aproximando.
Pulga abraça Maria impulsivamente e temendo que ela tenha o mesmo fim que sua mãe.
Maria congela.
PULGA —Eu tô aqui, por você e por minha irmãzinha. Eu cuidarei de vocês e farei o meu melhor pra que tudo termine bem e você saia disso curada e mais forte do nunca. Eu não vou permitir que a Aninha perda você e fique órfã como eu. Não vou! —Aperta ainda mais o abraço.
Marian não consegue ter reação alguma, apenas começa a chorar descontroladamente.
Marian retribui o abraço com força e bastante emocionada.
CENA 07.
Noite -
SALÃO ESPECIAL/ INT.| COMITIVA DE ARMANDO E DOS APOIADORES DE SUA CAMPANHA COM ACOMPANHAMENTO DA IMPRENSA
ARMANDO —Boa noite a todos. É com alegria que eu venho falar pela primeira vez com meu público e aos que possam vir a ser parte. Nosso governo visa fundamentalmente preservar os valores da família, a moral e lutar por um país menos desigual, onde possamos viver num país de respeito e próspero em todos os sentidos. Preparamos um vídeo que explica melhor nossas propostas e detalhadamente traz os principais planos para nosso governo. —Explica. —Pode soltar! —Ordena.
O vídeo abre —Na imagem o que se vê são fotos de Armando em bordéis com diversas prostitutas. Áudios de cunho preconceituosos e um vídeo no qual ele agride fortemente uma prostituta deixando-a completamente machucada, com grandes hematomas e ferimentos graves no corpo.
REPÓRTER 1 —O que tem a dizer sobre isso senhor?
REPÓRTER 2 —Isso vai de contra todas as suas principais propostas, o que o senhor fará? Senhor?
Armando amparado por seguranças sai dali sendo perseguido pela população e repórteres.
Flashback|
AFRODITE: Se você não ficar do meu lado, Alexandre saberá o que você fez. E acredite, ele sabe muito mais sobre você do que você imagina. Eu acho inclusive que ele tem algo contra você, algo concreto. Ou você se alia comigo e derrubamos ele juntos e de forma inteligente, ou ele derrubará nós dois sozinho. Qual sua decisão?
ARMANDO: Ele não tem nada contra mim. E qualquer coisa que ele disser não valerá nada diante da minha palavra. Eu não vou fechar acordo nenhum com você e nem ninguém. Não volte a me ligar!
ARMANDO —Eu tenho certeza que foi aquele maldito Alexandre! Ele sabe que fui eu quem queimou a maldita loja da mãe dele. Eu tenho certeza!
CENA 08.
EMPRESA DOS ANGELÍS (FAMÍLIA DE CHARLES)/ INT./ SALA DO CHEFE/ NOITE
ALEXANDRE —Você me chamou aqui… Precisa de algo?
CHARLES —Olha, ultimamente eu tenho sido um escroto sabe? Julguei o próximo sem conhecer e fiz coisas que eu jamais pensei que seria capaz e me arrependo. Não vou colocar toda a culpa dizendo que meu pai me manipulou porque isso seria justificar algo que não tem justificativa e eu estaria me transformando em vítima, sendo que eu não sou.
ALEXANDRE —Todos nós erramos. Somos seres humanos!
CHARLES —Todas as mentiras que te separaram da Ária, foram de certa forma culpa minha. Eu que induzi a Fernanda a mentir e criar um conflito entre vocês. —Conta arrependido.
ALEXANDRE —Como é que é? —Diz confuso.
CHARLES —Aquele dia eu menti. Eu não estava realmente depressivo, inventei aquela história e culpei a Ária porque eu sabia que de alguma forma eu conseguiria resultados.
ALEXANDRE —Você estragou nosso namoro, Charles. Que espécie de ser, você é? Fingir passar por algo tão sério e tudo por despeito e capricho, para separar um casal?
Armando revoltado e desequilibrado entra na sala armado.
ARMANDO —Então os dois estão aqui? Juntos? Não poderia ser mais perfeito, assim não precisarei ir atrás dos dois em lugares diferentes. Me poupa um trabalhão! Quais suas últimas palavras? —Diz puxando a arma é apontando preparando-se para disparar.
… CONTINUA…
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