DESTINO - Capítulo 50: A Teia do Destino (ÚLTIMO CAPÍTULO)


ÚLTIMA CENA DO CAPÍTULO ANTERIOR DE DESTINO:

Lucas conduz Bárbara até dentro da casa de Vera sem saber que estava sendo enganado pela vilã, achando que ela era uma amiga de sua mãe e sua tia.
Lucas: Tia Vera, surpresa pra senhora.
Vera, que estava conversando com Iná e Terezinha, se vira.
Vera fica assustada. Bárbara tira uma arma de dentro da bolsa.
Vera: O que esse demônio está fazendo aqui?
Bárbara: Olá, família. Acredito que meu convite para o natal em família tenha se extraviado pelo correio. Mas agora que eu cheguei a festa vai começar de verdade!

FIQUEM AGORA COM O CAPÍTULO FINAL



Lucas corre para fora de casa e Bárbara tenta atirar nele, mas erra o alvo.
O restante do pessoal que estava na cozinha ouve o barulho e se assusta.
Tatiana: Que tiro foi esse?
Ellen: Veio lá da sala.
Manoel: Vamos ver o que aconteceu.

Todos vão para a sala.

Manoel se surpreende com a presença da ex.
Manoel: Bárbara?
Ellen: Mãe, o que você está fazendo com essa arma?
Bárbara: Acharam que eu ia perder o tempero da marmiteira? Hoje eu quero ver todo mundo comendo na minha mão!
Lívia: Gente, o Bernardo acordou com esse barulho...
Bárbara: Olha só se não é a bastardinha! Venha pra este canto da sala e nem pense em fazer alguma gracinha ou eu estouro os miolos dos seus papaizinhos.
Lívia assustada vai com Bernardo para um canto isolado da sala.
Bárbara: Agora eu vou começar a festa!

Lucas corre o máximo que pode e de posse do celular liga para a polícia.
Lucas: Alô. É da polícia? Tem uma louca dentro da casa da minha tia apontando uma arma pra todo mundo. Não eu não sei quem é! Eu corri de lá. Sim, ficarei num lugar seguro. O endereço é rua professor Benedito Conceição, 700. Venham logo, por favor!

A polícia se desloca para a casa de Vera. Enquanto isso a notícia se espalha pelos noticiários policiais da capital paranaense. Mateus que estava no hospital e ouvia rádio acaba estranhando uma notícia.
- Polícia está a caminho do que parece ser uma espécie de sequestro. Uma mulher de pouco menos de 50 anos entrou em uma casa no bairro Capão da Imbuia em plena noite de natal e está apontando armas para uma família que comemorava a data. Nenhum ferido até o momento. A qualquer instante voltaremos com mais informações.
Mateus fica chocado com a notícia.
Mateus: Lá no bairro... tomara que a mãe esteja bem. Se eu pudesse saber de algo...

Bárbara: Vocês achavam que eu era carta fora do baralho, não é? Mas eu vou acabar com a alegria de vocês hoje mesmo.
Ellen: Mãe, larga esta arma. Vamos conversar?
Bárbara: Conversar o que, filha ingrata?! Você se bandeou para os lados dessa ralé. Traiu sua própria mãe e alimentou a minha separação com o seu pai.
Manoel: Não bote a culpa na Ellen pelos nosso problemas!
Bárbara: Você me humilhou se juntando com essa marmiteira! Eu tenho ódio de você, Manoel! Ódio!

Enquanto Bárbara falava, Lívia de maneira discreta mexia no celular e mandava mensagem pra primeira pessoa da lista de contatos, no caso a atendente Ângela, do hospital. Bárbara percebe a movimentação e vai em direção à Lívia e a dá um tapa na cara.
Bárbara: Bastardinha insolente! Me dá esse celular! Mandando mensagenzinha de socorro? Por tua causa alguém vai sofrer agora! Você, sapatona (apontando para Priscila) vá na cozinha e pegue a farinha de trigo e uma colher. Nem pense em fugir pelos fundos porque se não eu atiro no espanador ambulante (olhando para Iná).
Priscila com medo vai e volta da cozinha.
Iná: O que você vai fazer, Bárbara?
Bárbara: Vitor, não é? Coma uma colher cheia de farinha de trigo, se não eu acabo com a vida da sua mãe.
Iná: Não! Você vai matar o meu filho! Ele não pode comer glúten!

Ângela fica assustada com a mensagem que lê no celular e vai falar com o policial que estava cuidando de Mateus, sem se tocar que o antigo patrão estava ali.
Ângela: Senhor policial, com licença. Eu recebi esta mensagem da minha patroa, a dona Lívia. Ela disse que está sendo mantida refém por uma mulher chamada Bárbara. Eu não sei o que fazer. Acho que ela queria que eu pedisse ajuda, ela não terminou de me explicar.
Policial: Espera, vou ligar para o comando e vou passar essa informação. Sabe onde ela está?
Ângela: Aqui na mensagem ela diz que está na casa da sogra dela, mas eu não sei onde fica.
Policial: Ok, espere aqui que vou ver isso.

O policial sai do quarto e Mateus fala com Ângela.
Mateus: Ângela, por favor, vem aqui.
Ângela: Esqueci que você estava aí, Mateus.
Mateus: Ângela, o policial esqueceu as chaves das algemas ali. Me liberta, por favor. Eu preciso ir salvar a minha família!
Ângela: Você está louco? Você salva sua família e eu vou pra cadeia!
Mateus: Ângela, a vida do meu filho está em risco e da minha mãe também. Eu sei quem é essa Bárbara e ela não bate bem da cabeça, ela vai matar se tiver que fazer isso pra se vingar por ter sido abandonada pelo ex-marido.
Ângela: Mateus, não me peça...
Mateus: Por favor! Depois eu mesmo digo pra polícia que dei um jeito de me livrar sem sua ajuda e que ainda te ameacei.
Ângela: E você depois vai ter sua pena aumentada!
Mateus: Foda-se a minha liberdade, o que importa agora é a segurança da minha família!
Ângela pensa por um instante e aceita.
Ângela: Ok, mas eu não quero confusão pro meu lado.
Mateus: Apenas me liberte daqui, eu sei como sair do hospital. Pegue as chaves sem deixar suas digitais, para que não te incriminem, apenas isso.
Ângela liberta Mateus e ele pede um dinheiro para pegar um taxi até a casa da mãe. Ângela dá 50 reais a ele e ele foge do hospital.

Minutos depois o policial volta ao quarto e nem Ângela e nem Mateus estão mais lá. Ele desce até o andar de baixo e pergunta por Mateus.
Policial: Cadê o prisioneiro que eu estava vigiando?
Ângela: Eu...eu não sei, eu vim pra cá assim que o senhor saiu. Eu não podia deixar os pacientes esperando.
Policial: Merda! Mais um problema pra resolver! Não bastasse isso lá embaixo tava acontecendo uma briga por causa de vez em atendimento. Na noite de natal, meu Deus!
Ângela: O que a polícia disse?
Polícia: Já estão cercando a casa, parece que já tinham pedido ajuda antes. A mulher pelo jeito é louca, não tem medo algum de ser presa, apenas quer botar medo em todo mundo.

Mateus pega o taxi e o taxista apesar de estranhar as roupas que Mateus estava vestindo, acaba por levar ele ao local desejado.
Mateus: Toma, moço. Pode ficar com o troco.
Taxista: Deus lhe pague, meu filho.
O taxista ouve na rádio sobre a fuga de um prisioneiro que estava no hospital e acaba ligando as roupas de Mateus com as informações da polícia e denuncia que o fugitivo estava em um dado endereço no Capão da Imbuia.

Bárbara aterroriza Vitor:
Bárbara: Está esperando o que, moleque? Quero ver você comer uma colher inteira dessa farinha!
Vitor começa a chorar de desespero e Iná de aflição. Vitor come a colher de farinha de trigo e quase instantaneamente começa a passar mal.

Tiago se desespera em ver o amigo naquela situação e sem querer corre para segurar Vitor que ia desmaiar, quando no susto, Bárbara dá um tiro que acerta Tiago.
Vera: Nãããão! Meu filho!

Tiago é acertado no braço.
Bárbara: Eu falei pra ninguém se mexer! Pobreza é sinônimo de surdez agora?

Mateus percebe a movimentação policial e entra pelos fundos de casa através da casa de uma vizinha. Mateus ouve gritaria e choradeira vindo de dentro da casa.

Vera começa a rir e Bárbara não entende nada.
Bárbara: Tá rindo do que, suburbana?
Vera: Você é ridícula. Ninguém te quer! Teu marido te largou, tua filha saiu de casa, ninguém quer você por perto e você está aqui agora fazendo todo esse teatrinho pra ganhar atenção. Por que no fundo você é alguém desprovido de amor, Bárbara. Você nunca experimentou o verdadeiro amor ou nunca quis experimentar. Nunca viu o amor da sua filha, o amor do seu ex-marido ou de qualquer outra pessoa. Você pode fazer o teatro que quiser, mas você é vazia, Bárbara.
Terezinha: Comadre, não faz isso, ela está armada.
Bárbara começa a surtar e gritar.
Bárbara: Eu vou acabar com você, Vera!
Bárbara saca a arma e atira em direção à Vera que consegue se abaixar.

Manoel tenta pegar a arma de Bárbara, mas leva um tiro na perna. Todos correm para outros cômodos, exceto Lívia, Bernardo, Manoel, Tiago e Vera.
Bárbara: Imbecil! Por que se meteu onde não foi chamado.
Manoel: Minha perna. Eu preciso de um médico!

Tatiana tenta sair pelos fundos e dá de cara com Mateus.
Tatiana: Mateus? O que você está fazendo aqui.
Mateus começa a tossir muito, pois ainda estava com a saúde fragilizada.
Tatiana: Você está bem?
Mateus: O que a Bárbara está fazendo com vocês?
Tatiana: Ela tentou atirar no Lucas, já atirou no Tiago e acabou de acertar a perna do Manoel. Ela está louca. Ela vai acabar matando alguém!
Mateus: Eu vou lá dentro. Preciso proteger o Bernardo e a mãe.
Tatiana: Mateus, não!

Mateus adentra a casa e chega até a sala.
Mateus: Bárbara para!
Bárbara: Garotão? O que faz aqui? Veio passar o natal em família também?

Enquanto isso a polícia anunciava que a casa estava sendo cercada e que era para Bárbara se render.

Lívia: Mateus, como você veio parar aqui?
Vera: Você não deveria ter vindo, Mateus! Você vai complicar sua situação.
Mateus: Bárbara, para com isso. Larga essa arma.
Polícia: Bárbara se renda ou vamos invadir a casa.
Bárbara começa a ficar desesperada.
Mateus: Bárbara a polícia vai entrar. Você vai se dar mal se continuar...
Bárbara: Eu vou presa mas antes eu vou acabar com essa família! Você vai pro inferno agora, bastardinha e esse ranhentinho do seu filho!
Bárbara mira em Lívia e Bernardo (que estava no carrinho), Mateus se desespera e se joga na frente de Lívia e leva o tiro por ela.

A polícia invade a casa logo na sequência e imobiliza Bárbara.

Vera corre desesperada em direção a Mateus.
Vera: Mateus, meu filho. Fala comigo, meu amor. Por favor, resista. Chamem um médico!
A polícia chama uma ambulância para atender Mateus, Manoel, Tiago e Vitor.
Vitor começa a vomitar sem parar até que sai sangue do estomago e Iná se desespera e grita por uma ambulância, mesmo já tendo sido acionada pela polícia.

Mateus começa a ficar com a voz embargada.

Lívia: Mateus, vamos te levar pro Ângela Veríssimo de novo. Nós vamos te salvar, assim como você salvou eu e o Bernardo.
Mateus: Eu não te escuto direito, Lívia.
Vera: Mateus, acorda meu filho. Não dorme, Mateus...Mateus...
Mateus: Deixa eu pegar o Bernardo.
Lívia deixa Bernardo no colo de Mateus, que estava semi-caído no chão.

Mateus olha para Bernardo e diz sua última frase.
Mateus: Eu te amo, meu filho.
Mateus morre com o filho no braço.

- MÚSICA DE AMBIENTAÇÃO: ODE TO MY FAMILY (THE CRANBERRIES) -

Vera grita. Lívia começa a chorar. Tatiana e Tiago ficam desesperados.

Vera sai de casa e vai em direção ao carro da polícia em que Bárbara estava entrando no camburão. Vera puxa Bárbara de dentro do camburão e a joga na rua e começa a estapear a vilã.
Vera: Meu filhoooooo! Sua vagabunda! Eu vou acabar com você!
Os políciais contem Vera e colocam novamente Bárbara no camburão.

Vera chora no colo dos policiais. 

Vera desmaia.

Manoel é colocado na ambulância.
Manoel: Minha esposa. Ela está mal..ela precisa de mim.
Socorrista: Nós vamos atendê-la também. Calma, o senhor precisa cuidar da sua perna antes.

Ellen acompanha Manoel.

Tatiana acompanha Tiago.

Terezinha acompanha Vera.

Iná acompanha Vitor.

Priscila fica junto com Lívia, Lucas e Bernardo para o recolhimento do corpo de Mateus.
Bernardo chora.

O IML chega à casa de Vera e recolhe o corpo de Mateus.
Lívia chora e é consolada por Lucas e Priscila.
Lívia: O Mateus morreu pelo filho dele. Eu nunca vou esquecer esta cena.
Priscila: Lívia, tente se acalmar, fique forte para o Bernardo.
Lucas: Eu vou acompanhar vocês até o IML.

Ângela liga para Lívia.
Ângela: Dona Lívia, eu já vi a notícia. Eu sinto muito
Lívia: Obrigada, Ângela.
Ângela: Foi culpa minha! Eu que deixei o Mateus sair do hospital.
Lívia: Ele protegeu a mim e ao Bernardo. Foi escolha dele.
Ângela: Eu estou com medo da polícia me pegar. Eles podem ver que fui eu quem libertou o Mateus.
Lívia: Ângela, eu prometo que nada vai acontecer com você. A primeira coisa que você tem que fazer é entrar na câmara de segurança do hospital e excluir as gravações das câmeras de hoje. A chave está no cofre da minha sala. A senha está na gaveta da minha mesa dentro de uma pasta roxa.
Ângela: Obrigada, dona Lívia. Eu não sei como te agradecer.
Lívia: Chega de injustiças. Chega de sofrimento. Eu quero que esse dia passe logo.

Vera acorda no hospital.
Vera: Cadê todo mundo?
Terezinha: Cada um foi pra um hospital diferente. Na verdade o Manoel e o Tiago foram para o Trabalhador. O Vitor foi pro Marcelino Champagnat. Você está no Ângela Veríssimo e a Lívia foi reconhecer e liberar o corpo do Mateus no IML.
Vera: Meu menino, Terezinha. Meu Mateus...
Terezinha: Eu sei, comadre. Eu não sei o que dizer. Eu estou tão triste. Eu vi esse menino crescer.
Terezinha abraça Vera.

Manoel e Tiago são submetidos a cirurgia. Tiago sai antes e vai ao encontro de Manoel que estava com Ellen.
Tiago: Ele está bem?
Ellen: Está sim. Não perdeu tanto sangue quanto pensávamos.
Tatiana: Eu ainda não acredito no que aconteceu. É o pior Natal da minha vida.
Tiago: Eu vou ficar aqui com ele. Ele é como se fosse um pai pra mim.
Ellen: A Lívia foi para o IML liberar o corpo do Mateus. Como eles ainda eram casados oficialmente, ela tem poderes de fazer isso.
Tatiana: Que bom, minha mãe não teria condições de fazer isso e como meu irmão está machucado seria eu quem iria ter que fazer isso.
Ellen: Minha ficha não caiu ainda. Minha mãe foi abominável. Eu estou com tanto medo e tristeza. E vergonha...
Tiago: Você não é a sua mãe. Não se sinta culpada por algo que você não teve culpa.
Ellen: É difícil, Tiago. É difícil...

Bárbara é levada direto para a penitenciária e é praticamente jogada na cela.
Bárbara: Me tirem daqui! Eu sou Bárbara Pierini e não mereço esse tratamento!
Enquanto ela grita as outras presas dão risada dela.
Bárbara: Estão rindo do que? Vão tratar esses dentes cheio de cáries que vocês tem.
Presidiária 1: Olha só, a madame está cantando de galo sendo que mal chegou.
Presidiária 2: Vamos dar as boas vindas pra ela.
As presas cercam Bárbara e dão uma surra nela. Ela fica caída no chão da cela e é atendida apenas na manhã do dia seguinte. Bárbara perde dois dentes e fratura uma costela nesta surra.

Na manhã seguinte Mateus é liberado e seu enterro é preparado.
Mateus é velado no cemitério vertical onde também seria enterrado.

- MÚSICA DE AMBIENTAÇÃO: RESPOSTA (Skank) –

No enterro Vera se desespera novamente e chora sob o corpo do filho.
Tiago e Tatiana se abraçam e choram.
Iná e Terezinha abraçam Vera.
Lívia joga uma flor para Mateus.
Lívia: Apesar de tudo, descanse em paz, Mateus.
Mateus é enterrado e enquanto isso passava-se um filme na cabeça de Vera.
A câmera focada em Vera e ela lembrando dos primeiros passos de Mateus, de quando ele se machucou andando de bicicleta aos 8 anos, de quando ele entrou na faculdade, do dia em que ele a ajudou a embalar marmitas com os irmãos do lado e do dia em que ele se tornou pai.

Vera chorava, mas num rompante de segundo ela sorriu e imaginou que a alma tão perturbada do filho teria definitivamente um descanso.

*HÁ UMA PASSAGEM DE TEMPO DE QUASE CINCO ANOS.*

Na pentenciária:
Ellen: Mãe?
Bárbara: Ellen? O que você veio fazer aqui? Essas instalações não estão a altura de uma menina tão bem educada como você.
Ellen: Mãe, eu sei que faz anos que não nos vemos, mas eu queria saber como você está e...
Bárbara: Já casou, filha? Acredito que seja um homem da alta sociedade de Curitiba. O filho da Lucinha Gulin? Ele gostava tanto de você na época da escola.
Ellen: Mãe, a senhora não se lembra que...
Bárbara: O Manoel tem que ver o seu casamento. Mas ele é sempre um avoado, eu que vou ter que ver isso pessoalmente. Assim que eu sair desta clínica de repouso eu vou ver isso pessoalmente.
Ellen: Clínica?
Bárbara: Essa clínica é tão decadente, minha filha. Eu quero ir pra outra mais próxima do que eu mereço. Eu sou uma Pierini, mereço algo melhor.
Ellen: Mãe, vou chamar o carcereiro.
Bárbara: Filha, aproveita e veja para onde vamos este ano. Seu pai adora o Caribe, mas acho que umas férias na Suécia para vermos um inverno frio de verdade seria tão legal. Ou no Canadá, dizem que lá neva bastante.
Ellen se desespera com o estado de sua mãe e o carcereiro confirma que já há alguns meses Bárbara age como se não estivesse presa.

Ellen vai embora arrasada. Apesar de Bárbara ser quem é, ela não esperava que a mãe chegasse a este ponto.

Vera está na cozinha ao lado de Tiago e Bernardo.
Vera: Tiago, raspa aquela tigela de bolo e divide com o Bernardo.
Tiago: Sim, dona Vera. Bernardo, vem aqui.
Bernardo: Tio Tiago, posso brincar com sua maquina?
Tiago: Aquilo lá é a minha calculadora científica. O tio usa aquilo pra trabalho. Vem cá que o tio vai te mostrar um brinquedo mais legal que o tio tem no armário.
Tiago leva Bernardo para o seu quarto.

Tatiana e Vitor chegam.
Tatiana: Mãe?
Vera: Minha filha! Vocês chegaram da clínica?
Vitor: Exatamente.
Vera: E aí? Já sabem?
Vitor: Eu conto ou você conta?
Tatiana: Dona Iná, vem cá!
Iná corre para cozinha.
Tatiana: É uma menina! Vocês serão avós de uma menininha desta vez!
Iná: Meu Deus, Vitor. Que benção!
Vera: Mais um neto em comum, Iná! Desta vez uma menina!
Iná: Eu já tenho um presente pra você, Tatiana.
Tatiana: Mas já?
Iná: Tome. (Iná entrega um pacote)
Tatiana: Que lindo estes sapatinhos. A senhora já tinha feito antes de saber que eu tava grávida? Por que parece mais antigo.
Iná: Era da Lívia. Quer dizer, eu fiz quando estava grávida dela. Mas eu lavei antes de te dar. Eu nunca cheguei a usar, mas acho que agora ele terá o uso que merece.
Vitor: Poxa, mãe. Obrigado.
Vera: Que vocês sejam muito felizes, Vitor e Tatiana. Que vocês sejam ótimos pais. Estou muito feliz por vocês.

Pela porta da casa de Vera entra Manoel, Priscila, Ellen e mais alguém.
Priscila: Mãe, chegamos.
Iná: Olá, minha filha.
Iná observa que tem um menino tímido, de mais ou menos uns 7 anos, atrás de Ellen.
Iná: É quem eu estou pensando?
Ellen: Ele mesmo, dona Iná. É o Igor. Diz oi pra ela, Igor.
Igor se esconde, desta vez atrás de Manoel, com medo da situação.
Iná: Ei, Igor. Vem cá. Vem me dar um abraço.
Igor vai todo assustado e desconfiado, mas quando é abraçado por Iná logo solta um sorriso e não esconde sua alegria.
Igor: Como é o seu nome?
Iná: Você pode me chamar de vovó, que tal?
Igor: Mas eu já chamo o Manoel de vovô. Você não tem outro nome?
Iná: Me chame de vovó Iná.
Priscila: Hoje começa a valer o prazo que o juiz deu. Se tudo correr bem, daqui um ano já teremos registrado o Igor no nosso nome.
Iná: Vai dar tudo certo.

Manoel vai conversar com Vera e é recepcionado com um beijo pela agora esposa e por uma dúvida da mesma.
Vera: Eu percebi uma cara meio abatida da Ellen. Nem parece que está finalmente formando a família que queria.
Manoel: Ela tomou coragem e foi visitar a Bárbara.
Vera: Imagino que a Bárbara deve ter feito escândalo.
Manoel: Não. A Bárbara está louca. Ela simplesmente mistura coisas do presente com coisas do passado. Ela não está raciocinando. Pra você ter uma noção, ela acha que a prisão é uma clínica tipo esses spas para se recuperar do estresse.
Vera: Que horrível. Olha, não quero falar mais desta mulher. Gente, já está quase na hora do bolo. Cade a Lívia?

No quarto de Tiago.
Tiago: Olha, Bernardo. Pode pegar para você.
Bernardo: Que carrinho é esse, tio Ti?
Tiago: Era do seu pai. Ele me deu quando eu tinha sua idade e agora eu estou te dando.
Bernardo: Meu pai era legal, não é, tio?
Tiago: Era sim, Bernardo...era sim.

Lívia finalmente chega.
Vera: Até que enfim, minha filha!
Iná: Onde estava, filha?
Lívia: Minha hora no salão atrasou e depois ainda tive que comprar o presente do Bernardo. A Priscila me contou que o Igor seria apresentado hoje à família e então quis comprar um presentinho pro meu novo sobrinho também.
Iná: Então vai ter que comprar outra pra sua nova sobrinha.
Lívia: A Tatiana está esperando uma menina? Ai que tudo!
Vera: Isso mesmo. Vamos aumentar o exército das meninas da nossa família!
Lívia, Iná e Vera dão risadas.
Lívia: Onde está o Ber?
Vera: Lá no quarto com o Tiago.

Lívia vai até o quarto de Tiago.
Lívia: Licença.
Bernardo: Mããe! (pula no colo ce Lívia)
Tiago: Tudo bem, Lívia.
Lívia: Tudo. Bernardo, vai lá com a vovó rapidinho.
Bernardo: Por que?
Lívia: A mamãe tem coisa de adulto para falar com o tio Tiago.
Bernardo: Tá bom...obrigado, tio.
Tiago: De nada, Bernardo. Cuida bem do carrinho.

Bernardo sai.
Lívia: O que você deu pra ele?
Tiago: Um carrinho que ganhei do Mateus quando eu era criança.
Lívia: Ele ama o pai mesmo sem ter conhecido. Espero que ele não fique remoendo mágoa com a assassina do pai assim como o Mateus fez com o Eugênio.
Tiago: O Bernardo vai ter um destino diferente.
Lívia: Eu fiquei sabendo que você vai para a Alemanha fazer seu mestrado.
Tiago: Sim, eu vou usar a parcela da herança que você me deu e...
Lívia: Eu não te dei. É sua por direito. E você fez certo, investiu nos seus estudos. Eu fico bem feliz que o Bernardo vai crescer com uma figura masculina como você. Tenho orgulho de ser, de alguma forma, sua irmã.
Tiago: Nós não somos irmãos, Lívia. Até o nome do seu pai na minha certidão não foi incluso.
Lívia: Você entendeu. Enfim, quero que você seja feliz. É uma pena que vai ficar três anos longe.
Tiago: Por que você e o Bernardo não vem comigo? Assim você faz aquela especialização em pediatria que você queria. A Alemanha pode ser uma ótima oportunidade.
Lívia: Será? Eu tenho que administrar o hospital e...
Tiago: Venha, fique comigo por uns meses e se você não se adaptar vocês voltam assim que der.
Lívia: Vamos fazer o seguinte, vou pensar com calma.
Tiago: Pensa com carinho. Seria ótimo ter você e o Bernardo ao meu lado.
Lívia dá um sorriso e promete pensar na proposta.

Vera chama todos na sala.
Vera: Pessoal, eu queria rapidinho dar umas palavrinhas. Eu fico muito feliz com a presença de todos vocês aqui. Queria dizer que, apesar de momentos tristes, em geral os momentos que passei com vocês foram muito bons e hoje é mais um dia feliz em nossas vidas. Nosso Bernardo completa cinco anos e eu não poderia estar mais feliz. Esse bolo eu fiz com a ajuda da Iná e da Terezinha.
Iná: Mentira, ela fez tudo, eu ajudei só com os salgadinhos e a Terezinha com a decoração.

Todos riem.

Vera: Nada a ver, você que sugeriu o recheio do bolo. Mas enfim, eu quero dizer que a comemoração pelo aniversário do Bernardo também é uma comemoração pela vida de todos nós. O Bernardo talvez seja o principal elo nosso aqui. Alguns são tios, outros avós, a Lívia é mãe.
Bernardo: E o Tio Tiago vai ser meu pai!
Lívia: Filho, para! Ai que vergonha, meu Deus!
Vera (desta vez olhando para a câmera): Enfim...quando nos tornamos pais sempre idealizamos muitas coisas em nossos filhos. Algumas coisas se concretizam, outras não, mas o mais importante é que aprendamos com nossos pais as coisas boas e que corrijamos os seus erros e nos tornemos pessoas cada vez melhores. O destino é algo tão incerto, mas todos os dias podemos tentar fazer um destino melhor. E que o Bernardo, o Igor e a minha netinha que está vindo aí seja melhor do que todos nós. (Neste ponto do discurso de Vera todos estavam lacrimejando).
Vera para de discursar e todos começam a cantar parabéns para Bernardo.
Todos: Parabéns pra você. Nesta data querida...

A última imagem é de Bernardo assoprando a vela com toda sua família em volta e a cena congelando.

------------------------------------------------------------------ FIM --------------------------------------------------------

------------------ ENCERRAMENTO: DON’T LOOK BACK IN ANGER (Oasis) ---------------------------



AGRADECIMENTOS

- Leonora Lammar pela revisão e supervisão de todo o texto.
- A.B pela produção da capa de CD e confecção da playlist no Spotify
- Canal Tonary pela excelente chamada de elenco produzida para a trama
- Canal WebMundi e seu administrador Will por todo o suporte desde o auxílio com o blog até a confecção da abertura
- Blog do Gabriel Farac pelo espaço para a divulgação
- A todos os meus amigos e amigos de amigos que via whatsapp sempre entraram e deram sua força para Destino ter audiência elevada
- A todos os fieis leitores que fizeram DESTINO valer a pena

Quem gostou do meu texto aguarde, pois em 2019 (Janeiro) voltarei com uma trama de mistério para o WebMundi que será ambientada na Grande São Paulo. Conto com vocês e até lá.

ABRAÇOS!

Ass.: Luciane Leitão (Pseudônimo de GRS)

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