DESTINO - Capítulo 30: Ligando os pontos




Lívia de maneira totalmente emotiva começa a chorar ao ver Maria do Socorro.
Vânia: Dona Lívia, tudo bem? Algum problema com o bebê?
Lívia: Não, está tudo bem... Está tudo ótimo.
Vânia sai correndo da sala de Lívia e vai até Mateus.
Vânia: É agora.
Mateus: Agora o que, criatura?
Vânia: Aquele detetive já está lá na sala da Lívia e pelo jeito já disse que eu posso ser mãe dela, pois a mesma me olhou e começou a chorar..
Mateus: Era pra ele vir mais tarde, mas eu vou lá.

Mateus sai de sua sala e adentra a sala de Lívia.
Mateus: O que foi amor? A Maria do Socorro me disse que você estava chorando. Detetive Fragoso? O senhor não viria mais tarde?
Lívia: É ela, Mateus! Nossas suspeitas se confirmaram. Tudo indica que a Maria do Socorro é a minha mãe.
Mateus: É sério isso, Fragoso? Eu não quero mais uma mentira na vida da minha esposa.
Fragoso: Tudo indica que sim, Mateus. Mas, vocês devem fazer um exame de DNA para terem certeza, claro.
Lívia: Cadê ela? Ela saiu daqui assustada com o meu estado.
Mateus: Ela foi me avisar que você estava mal.

Vânia adentra a sala de Lívia com a desculpa de levar embora o carrinho do café e do chá.
Vânia: Com licença, só preciso levar esse carrinho embora, pois tenho que servir as outras salas ainda neste andar.
Lívia: Você teve uma filha aqui neste há 25 anos?
Vânia: Desculpa, dona Lívia. Eu não sei o que a senhora está falando.
Mateus: Amor, calma. Você vai assustar a Maria!
Detetive Fragoso: Lembra que eu a abordei na rua para fazer uma pesquisa sobre ser mãe jovem a senhora me respondeu que tinha engravidado, mas não conseguiu levar a diante a maternidade?
Vânia: O senhor está expondo minha vida para os outros? Isso é crime, não é?
Lívia: Eu e o Mateus contratamos o detetive Fragoso para tentar coletar informações sobre sua vida pessoal no passado, pois tínhamos uma suspeita e ela se confirmou.
Vânia: Suspeita? O que eu fiz de errado?
Lívia: Não fez nada.
Vânia: Então que suspeita é essa?
Lívia: Tudo indica que você é a minha mãe, biológica, Maria do Socorro. Eu sou a menina que você deixou neste hospital em 1992 quando entrou em depressão pós parto.



Tatiana chega muito atrasada ao trabalho e chama a atenção de Bruno.
Bruno: Eu falei pra você sair comigo e que mesmo de Uber chegaria atrasada.
Tatiana: Eu sei, mas não estava bem pra sair da cama aquela hora e ainda não estou bem.
Bruno: Então trate de ficar bem, pois não quero ver nem seu irmão e nem sua família daqui a pouco me enchendo o saco.
Tatiana: Não se preocupa, em breve eu volto pra casa da minha mãe.
Bruno: Vai voltar o escambau! Você já sabe o que te acontece se tu fizer algo.
Tatiana com medo sai da sala de Bruno e vai se “refugiar” na cabine do banheiro.
No banheiro estava Ângela, a atendente do hospital.
Ângela: Você está chorando novamente, Tatiana.
Tatiana: É só uma cólica.
Ângela: Eu tenho remédio, você quer?
Tatiana: Não precisa, eu já tomei.
Ângela: Se precisar de mais é só me pedir. Vou lá voltar pro atendimento, porque pedi pra sair rapidinho pra usar o banheiro.
Tatiana: Até mais, Ângela. Obrigada pela atenção.
Ângela: De nada, Tati.
Ângela sai do banheiro e fala para si mesma:
- Essa menina não está bem faz algum tempo.

Enquanto estava no restaurante cuidando da comida, Vera algumas vezes deixou o arroz queimar e errou a dose de sal em outros pratos, o que despertou uma irritação em Terezinha.
Terezinha: Vera, já é a segunda panela de arroz que vamos ter que jogar fora. Você sabe melhor do que eu quanto custa cada coisa aqui no restaurante.
Vera: Desculpa, comadre. Estou sem cabeça hoje.
Terezinha: Brigou com o Manoel?
Vera: Manoel não me dá trabalho algum. O problema são meus filhos.
Terezinha: Tatiana ou Mateus? Sim, porque o Tiago nunca é.
Vera: Desta vez é o Mateus, mas eu estou sentindo a minha filha meio estranha também. Olha, parece que aquele ditado faz todo sentido: “Filhos criados, trabalho dobrado”.
Terezinha: Com certeza, até porque sem a gente por perto eles fazem mais “cagada” do que com a gente junto deles. Ainda bem que o Lucas soube se virar fora da cidade.
Vera: E ele não volta mais, Terezinha? Estou com saudades do meu sobrinho. Sabe que apesar do Mateus ser parecido com o Marcos, eu acho que o Lucas é que puxou mais a família do Marcos e do Marcelo.
Terezinha: Aquele piá é um xerox do pai dele, dá até raiva, parece que eu pari um clone do falecido.
Vera: Ai, comadre, você não existe. Fala cada coisa.
Terezinha: Mas não é? E o Mateus é quase a mesma coisa também. Se colocar uma foto do Marcos, do Mateus, do Marcelo e do Lucas com a mesma idade, não dá pra saber quem é quem. Aquela família tem sangue forte. Não sei como a Tatiana e o Tiago não pegaram isso. Bom, desculpa...
Vera: Não, tudo bem. Eles realmente são mais parecidos comigo. Pena que não tanto o Tiago, que por sinal é tão correto, né? Acho que a parte meio torta ficou com a Tatiana. Mas, apesar de tudo, eu amo aquela destrambelhada. Deus me livre acontecer algo como aconteceu com a Iná. Ter uma filha tirada dos braços, sabe? Não ver ela dando os primeiros passos, indo no primeiro dia na escola. Olha, apesar da Iná ter tido outros filhos, um filho nunca é igual ao outro.
Terezinha: Com certeza. Quem fez esta maldade tem que pagar muito caro.
Vera: Mas foi a tal da mãe do Manoel que arquitetou tudo e ela já morreu faz anos.
Terezinha: Sabe uma coisa que pensei?
Vera: O que?
Terezinha: Do jeito que aquela Bárbara é tinhosa, não duvido que ela sempre soube disso e não contou pra não perder o Manoel.
Vera: Será? Olha, me dá arrepios só de pensar.
Terezinha: Tem cada monstro que vive com a gente. Mesmo comendo um quilo de sal com a pessoa nós descobrimos coisas horríveis dela. Comadre, estou sentindo cheiro de queimado de novo.
Vera: Ai meu Deus, de novo o arroz. Desisto. Eu fico com a salada e as sobremesas hoje.
Terezinha: Melhor, por que se não serão semanas pra cobrir este prejuízo.

Alguém toca a campainha de Bárbara.
Bárbara: Já vaaaaai. Espera, caramba!
Bárbara abre a porta.
Bárbara: Manoel? A que devo a honra da visita?
Manoel: Eu quero saber o porquê de você não retornar as ligações sobre o nosso divórcio.
Bárbara: Não estou sabendo de nada.
Manoel: Não seja cínica.
Bárbara: Não me estressa, Manoel.
Manoel: Então vamos partir para o litigioso.
Bárbara: Já devia ter começado com o litigioso antes.
Manoel: Já que é guerra que você quer ter, então é isso que você terá.
Bárbara: Nossa, que lindo a luta pra ficar com a família de comercial de margarina. Agora com a filhinha amada vai ficar “oh” uma beleza!
Manoel acha estranho a última frase da ex esposa e coloca Bárbara contra a parede.
Manoel: Filhinha amada? A quem você está se referindo?

Vânia (Maria do Socorro) sai correndo da sala de Lívia e se trancafia numa sala de dispensa, fingindo estar assustada com a situação.
Lívia: Espera, Maria...
Mateus: Amor, eu falei que se esse dia chegasse você teria que ser sutil. Ela se assustou. Ela teve depressão pós parto e por isso te abandonou, fora outros motivos.
Fragoso: Concordo com o Mateus. Acho que você se precipitou, dona Lívia.
Lívia: Eu sei, mas eu não pude segurar a emoção. E agora? Como será que ela está?
Mateus: Eu vou vê-la e já te informo. Me espera aqui.

Mateus vai em direção à dispensa onde Vânia está.
Mateus: Muito bem, melhor que a Fernanda Montenegro, heim? A Globo está perdendo um Emmy de melhor atriz sem você no Elenco deles.
Vânia: Obrigada, Mateus. O que eu faço agora?
Mateus: A gente finge que conversamos longos minutos e voltamos pra lá e você desenrola toda a história que combinou com a Bárbara. Você lembra certinho, não é?
Vânia: Lembro sim. Sabe, estou me sentindo naquela novela, qual o nome mesmo? Ah sim, Vale Tudo. Sou a própria Maria de Fátima.
Mateus: Nem estava neste Mundo ainda quando passou. Você é velha mesmo.
Vânia: Velha não, você que é moleque demais. Voltamos já pra sala da sua esposa?
Mateus: Não, espera um pouco. Temos que dar a entender que estou tentando te convencer a falar com ela.
Vânia: E o que fazemos enquanto isso? Vou morrer de tédio aqui.
Mateus: Sei lá. Olha, vou te mostrar uns vídeos engraçados que recebi no whatsapp. Olha esse, o gato anda de lado.
Vânia: Esse eu já vi. Olha esse da ovelha.
Mateus: “hahahaha” muito engraçado.

Bárbara fica sem reação por segundos, mas logo inventa uma desculpa.
Bárbara: A Vera tem uma filha, não tem? Então, já deu uma irmãzinha pra Ellen, olha que beleza.
Manoel: Como você sabe que a Vera tem uma filha?
Bárbara: E você acha que depois que aquele projeto de mulher selvagem me atacou na minha própria casa eu não iria pesquisar pra saber quem ela é? Faça meu favor, parece que não me conhece.
Manoel: Pior que eu conheço. E muito bem, infelizmente. Bom, espere uma intimação do juiz. Tchau, Bárbara.
Bárbara: Tchau, falecido!
Manoel fica de boca aberta com o termo usado por Bárbara para se referir a ele.


Depois de dez minutos Mateus e Vânia voltam à sala de Lívia.
Mateus: O detetive Fragoso já foi embora?
Lívia: Já, ele tinha outros compromissos. Podemos conversar, Maria do Socorro?
Vânia: Podemos, dona Lívia (diz Vânia de cabeça baixa).
Lívia: Por favor, só me chama de Lívia. Eu só quero entender o que aconteceu naquele dia em 1992.
Vânia: Você não vai querer saber.
Lívia: Olha, eu sei que você teve depressão pós parto, mas eu gostaria de saber se é só isso. Quem é o meu pai? Eu tenho mais irmãos.
Vânia: Eu não sei te responder...
Lívia: Não sabe nem quem é o meu pai?
Vânia: Não.
Lívia: Como não sabe? Que tipo de mulher não sabe quem é o pai da sua filha?
Vânia: EU FUI ESTUPRADA! NÃO TEM COMO EU SABER QUEM É O SEU PAI (Diz Vânia em voz altíssima).

Lívia fica pasma com a revelação da zeladora.

------------------------------------ GANCHO: EYE OF NEEDLE (SIA) ---------------------------------------------------------------

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