Live The Difference - Um Grito de Liberdade| Cap. 03- Caminhos Cruzados, Cupidos Trabalhando!




Capítulo 03.

CENA 01.
MANHÃ -
LOJINHA DE ARTESANATO| INT.

Alexandre continua o embate para defender a mãe.

ALEXANDRE —Em momento algum, ninguém a obrigou a entrar aqui senhora. Mas se veio até aqui, apenas para difamar e humilhar, lhe convido a se retirar.

LAURA —Ela não falou por mal filho, deve ser por falta de costume mesmo com o material. —Tenta amenizar.

ALEXANDRE —Ela chamou seu trabalho de lixo mãe. Sendo que você é uma das mulheres mais talentosas que eu já vi e que mais se esforça pelo que faz. —Emocionado. —Agora eu volto a pedir com toda educação, retire-se senhora. Aqui não é lugar para a senhora. —Fala na humildade.

AFRODITE —É melhor eu ir mesmo, você é tão mal educado que eu tenho até medo de ser agredida. Deus me livre. —Debocha com maldade.

A cruela sai bufando de raiva.

LAURA —Mas filho…

ALEXANDRE —Nunca irei permitir que alguém te diminua, nem tampouco te humilhe mãe. Nunca! —Decreta.

CENA 02|
ESCOLA - MANHÃ
SALA DE ARTES/ INT./ AULA DE ARTES PLÁSTICAS

Pedro dá sua aula e apresenta novidades.

PEDRO —Hoje logo após a quarta aula, quando for revelado o desafio surpresa,  se iniciarão os ensaios. Preparem-se, porque vocês começarão a mostrar tudo o que sabem!

Alexandre que conversa com Marcelo pede que o amigo fique em silêncio para escutar o que Ária estar a dizer, mesmo sabendo que lhe causará revolta pela forma como ela fala.

ÁRIA —Hoje minha mãe foi num muquifo de artesatos pobrinho para fazer caridades e ainda foi destratada. A mulher surtou junto com o filho mal educado dela.

ATENA —Onde foi?

ÁRIA —Numa de um bairro inferior, logo mais abaixo no fim da rua. Claramente de gentinha.

Alexandre percebendo que Ária fala da lojinha de sua mãe, chateado se levanta e bate de frente.

ALEXANDRE —É assim que você se refere aos outros?

ÁRIA —Quem você acha que é para ficar se metendo na conversa dos outros?

ALEXANDRE — A gentinha a qual você se refere, faz parte do que eu sou e o ambiente de gentinha que você tanto diminui é onde minha mãe exerce seu talento.

Ária fica em choque e rebate.

ÁRIA —Ah então foi você? Agora vendo você aqui, percebo que você tem mesmo a cara de barraqueiro que minha mãe descreveu. Sua mãe não podia ser diferente…

ALEXANDRE —Não ouse ofender minha mãe menina, pois o único que reagiu a sua mãe fui eu. Mas a única mal educada é ela, que chegou destratando a minha (mãe). Chegou a usar palavras como “lixo”. Minha mãe porém se manteu calada e quando eu enfrentei sua mãe, a minha simplesmente a defendeu. Tem certeza de que quer mesmo pesar o caráter das duas em uma balança?

Toma essa menina.

ALEXANDRE —Esteja presente num ocorrido para evitar repassar informações erradas e vergonhosas e sair destilando sua maldade com poucas verdades, porque quando a verdade vem a tona, a vergonha recai apenas sobre você.

Finalizou com um K.O bem dado.

Vendo que todos estão a olhar para Ária e que ela se sente humilhada, Alexandre se sente culpado.

ALEXANDRE —Olhe, me perdoe. Você não tem culpa, nem foi você que causou tudo isso. Você só precisa tomar mais cuidado antes de sair falando certas coisas e como você trata e se refere as pessoas...

Ária envergonhada e com ódio sai da sala depressa.

Alexandre tenta segui-la.
Charles o impede.

CHARLES —Não faça isso! Deixe ela respirar. —Diz ele bloqueando a passagem.

Priscila chama Alexandre e pede que o amigo sente-se.

PRISCILA —Ela precisava disso faz tempo. Relaxa! Pode ser que a partir de agora ela te odeie muito, ou pode ser que ela reconheça o próprio erro e tente evoluir. Mas a primeira opção é bem mais provável, infelizmente.

Alexandre fica triste e arrependido, ele teme ter causado mal estar e consequentemente uma má impressão.

JULIÁN —Se ella tiene bueno corazón, vas a comprender que no has hecho por mal, pero por su madre. Nadie lo creo, dejarías que alguién hablaste cosas tan horribles de su madre y se quedaria sin reaccionar. El remédio es tiempo al tiempo. (Tradução: Se ela tem um bom coração, vai entender que você não fez por mal, mas por sua mãe. Ninguém, acredito eu, deixaria que alguém falasse coisas tão horríveis de sua mãe e ficaria sem reagir. O remédio é dar tempo ao tempo).

Bernardo o irmão de Ária se aproxima e para não assustar Alexandre ele não dá bandeira de ser irmão dela.

BERNARDO —Essa moça é complicada. Aliás, você está muito nervoso. Vem comigo, vamos beber um pouco de água. Você precisa. —Alexandre aceita. —Podemos professor? —Pede a Pedro.

PEDRO —Sim, mas que isso não se repita, não quero confusões aqui. Eu deveria mandar ambos para a diretora Carlota, mas isso não faz parte da minha condução. Resolvo tudo aqui mesmo, e assim que ela voltar mais calma, falarei com os dois a sós.

O clima pesa.

Bernardo leva Alexandre.
Eles caminham conversando até o bebedouro.  

BERNARDO —Sinceramente, eu achei bem bonita a sua atitude. Você defendeu sua mãe com uma garra…

ALEXANDRE —Eu a amo e jamais permitira ouvir e não reagir a tal coisa. Aliás aquela mulher é uma ignorante, foi ela quem começou a falar coisas horríveis contra minha mãe. —Diz ele se referindo a Afrodite.

BERNARDO —Imagino, do jeito que ela é…

ALEXANDRE —Você já a conhece?

BERNARDO —Eu… é… eu… —Gagueja quase se entregando.  —Eu já fui fazer um trabalho na casa da Ária e conheci a peça.

ALEXANDRE —Ah sim! —Sorriem.

BERNARDO —Vamos a biblioteca? Tem um livro que eu quero ler faz tempo e quero ver se lá tem. —Na verdade o que ele queria era saber se alguém não achou o seu livro. Mas não queria dizer ter um livro como “xodó”.

ALEXANDRE —Não sei se é uma boa ideia. O professor já está chateado comigo, se eu não voltar então…

BERNARDO —Tudo bem. Enrola ele até eu voltar, tá?

ALEXANDRE —Ok, não demore amiguinho.

Alexandre sai e Bernardo vai a biblioteca.

Ao chegar na porta Bernardo dá de cara com Mew que está com uma pilha de livros.

MEW —Aaaaaaaaa! —Grita ele enquanto derruba.

Bernardo tenta segurar a pilha no mesmo momento em que Mew tenta pegá-lo e os dois caem juntos.

BERNARDO —Desculpa!

MEW —Desculpa eu, dessa vez foi minha culpa. Admito! —Diz levantando-se e ajudo Bernardo.

Eles conversam enquanto recolhem o material.

BERNARDO —Não se culpe, acontece. Mas afinal, para quê tantos livros?

MEW —O professor pediu.

BERNARDO —Hum! Fiquei curioso, que tipos de livros você curte ler? Tem algum preferido?

Eles voltam juntos para sala conversando.

Ao entregar os livros, Bernardo continua conversando com Mew sobre temáticas preferidas de livros e autores.

Julian se aproxima de Marcelo.

JULIAN —¿Estás a escribir una trama de amor? Sabes que algunas historias ficticios acaban por tornarse real a veces, si?
(Tradução: Está escrevendo uma história de amor é? Sabia que algumas histórias fictícias acabam por se tornar real as vezes?)

Marcelo fica sem entender,  mas rebate.

MARCELO —O que eu escrevo, não tem vínculo com a realidade. Nada a ver cara.

JULIAN —Mira, estás escribiendo una história sobre uno estudiante, pero uno chico distinto. El protagonista por lo que veo es diferente, muy bien hecho. No hay como ser solo un personaje. Lo creo que es baseado en una persona real y los conflitos, esto no sé... (Tradução: Olha, você está escrevendo uma história sobre um estudante, mas é um garoto distinto. O protagonista pelo que vejo é diferente, e muito bem feito. Não tem como ser só um personagem. Acredito que foi baseado numa pessoa real, quanto aos conflitos… não sei).

Marcelo fica intrigado e chateado com a curiosidade e intromissão de Julián.

CENA 03.
CASA DE MAURÍCIO - MANHÃ/ INT./ SALA DE ESTAR

Rodrigo e Karola conversam.

KAROLA  —Me atordoa só imaginar que o Maurício siga sua profissão.

RODRIGO —E por que? Ser policial é algo ruim?

KAROLA  —Você não imagina o quão preocupada eu fico toda vez que você sai por aquela porta, ou quando demora a voltar, quando não liga pra dizer que está tudo bem… —Emociona-se.

RODRIGO —Vem aqui meu amor! —Diz se aproximando e abraçando-a.

Maurício e Charles chegam.

MAURÍCIO —Oi!

KAROLA  —Filho, que bom que veio para o almoço. Aliás, temos um convidado de honra é isso mesmo? —Anima-se.

MAURÍCIO —Charles veio fazer um trabalho comigo.

RODRIGO —Mas vai ficar para o almoço não é? Charles, você sabe que é como um filho para nós. Sua amizade com meu filho, é uma amizade forte de irmão, eu admiro muito!

CHARLES —Obrigado senhores, vocês são parte da minha família também. Vocês são sempre fod...maravilhosos. —Sorri.

MAURÍCIO —Bom, vamos subir e fazer o trabalho. Quando terminar descemos imediatamente. —Fala subindo as escadas.

KAROLA —Está bem. Ótimo trabalho pra vocês! —Grita.

Charles e Maurício entram e fecham a porta.

MAURÍCIO —Olha amigo, percebi hoje na aula que depois da briga da Ária com o Alexandre, você olhava para ele com muita raiva. O que passou na sua cabeça?

CHARLES —Já pensou se essa discussão deles, aproxima-os? Já pensou? —Indaga demonstrando muita raiva.

MAURÍCIO —Você acha? Mas se isso vier a acontecer, você não pode ficar só assistindo. Não pode deixar um novatinho roubar sua garota. Então, o que pensa em fazer?

CHARLES —Se acontecer eu farei algo para afastá-los, aliás tenho uma ideia já. Você vai me ajudar!

CENA 04.
PRAÇA DA CIDADE - NOITE

Por casualidade Bernardo encontra Mew ao passar ali.

BERNARDO —Oi!

MEW —Oi. Olha a gente se encontrando de novo. —Sorriem.

BERNARDO —Sim! —Aos risos. —Você mora por aqui?

MEW —Moro a algumas quadras daqui, mas sempre venho aqui relaxar. Até porque é a praça principal né? Sempre muito alegre e boa vibe esse lugar. —Ele rir.

BERNARDO —Entendi. Mas então, ví que você segurou desesperadamente um livro em específico ao se desequilibrar e deixar a pilha cair hoje a tarde. Acho que queria protegê-lo mais que qualquer outro. Fiquei curioso. Que livro era? O que ele tem de especial?

Mew retira o livro da mochila e entrega a Bernardo.

MEW —Isso é seu! Deixou cair ontem…

BERNARDO —Poxa, você guardou! Obrigado, eu amo esse livro. Eu já até estava sem esperanças de tê-lo de novo. Você guardou! —Extremamente feliz ele abraça Mew inesperadamente, surpreendendo-o.

Eles ficam sem graça e para desfazer o clima Mew continua a falar, porém só intensifica.

MEW —Eu também amo esse livro!

BERNARDO —Sério? —A expressão em seu rosto é de um sorriso único.

MEW —Sim. Eu tinha lido a sinopse pela internet mas não cheguei a tempo de comprar. Era edição limitada, até hoje eu me culpo por ter perdido a oportunidade de adquirir imediatamente quando saiu. Aí quando o vi, não resisti e li todo ontem mesmo, pra te entregar já hoje.

BERNARDO —Que legal! Você é bem diferente do que eu imaginava… —Olha fixamente para Mew.

MEW —Você também. —Retribui o olhar fixo.

BERNARDO —Me perdoe pela grosseria na escola no primeiro dia…

MEW —Desculpe, não sei do que o senhor está falando… —Faz piada fingindo ter esquecido. —Estávamos estressados, ninguém teve culpa. Hoje foi que começamos a nos conhecer de verdade. E que bom que conhecemos um lado melhor do outro. Espero que sejamos amigos.

BERNARDO —Já somos!

Bernardo dá a mão a Mew e ele aperta, como comprimento. Eles trocam sorrisos.

CENA 06.
NOITE -
Apartamento da PRI e ATENA/ INT/ SALA.

Atena percebe que sua amiga está triste e se aproxima.

ATENA —Pri, não me diga que está pensando nisso de novo…

PRISCILA —Não consigo parar de pensar no Felipe. Nosso relacionamento acabou sem uma explicação dele, como se eu não fosse nada! —Chora.

ATENA —Desculpa falar isso, mas você já parou para pensar que pode ter sido só um passa-tempo para ele? Ele parou de te responder, te atender e te ignora. Acorda Pri!

PRISCILA —Sim, tenho esse pensamento. Ele só me usou, assim como deve ter feito com várias. Mas eu amo ele, amo de verdade! E ele só brincou comigo, Atena.

ATENA —Eu não suporto ver minha melhor amiga sofrendo assim por um infeliz que não soube valorizá-la. —Atena se mostra cansada de encontrar a amiga se martirizando por culpa de Felipe.

PRISCILA —Eu sou tão chata e pegajosa que as pessoas não podem me amar? Eu sou realmente alguém que não o merece?

ATENA —Nunca mais repita isso! Ouviu? Ele é quem gosta de brincar com os sentimento alheios, você foi só uma vítima desse escroto. —Ela começa a ter uma série de imaginações. —Você gostaria que ele passasse pela mesma situação? Que sofresse com alguém que só o usasse e depois o deixasse apaixonado, totalmente destruído?

PRISCILA —Pelo menos ele sentiria na pele o que eu estou sentindo… —Ela chora praticamente confirmando um “sim”.

ATENA —Hum! —Atena põe a mão no queixo fazendo um olhar típico de vilã.

CENA 07.
NOITE -
RUA|

Alexandre volta de um mercado, quando de longe avista Ária e se aproxima para tentar conversar e se desculpar.

Ária atravessa a rua na faixa.

Ao chegar no meio da faixa, o sinal abre e um carro surge em alta velocidade.

ALEXANDRE —Cuidado senhoritaaaaa! —Grita ele enquanto pula contra ela para salvá-la, caindo sobre o corpo dela quase beijando-a.
Eles se olham fixamente.




...Continuaaaaaaaaaa...

Acompanhe o 4° capítulo nesta Quarta as 22:00 só aqui na Web Mundi.

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