Reveja Web Mundi: Águas de Março - Capítulo 12 (PENÚLTIMO CAPÍTULO)


(Cena 01 - Galpão/Exterior/Dia)
Rodolfo: E agora, Karina? O que a gente vai fazer?
Karina: Se existe uma possibilidade de não ter sido alguém da família dele que o levou embora, a gente tem que descobrir agora.
Rodolfo: E como a gente vai fazer isso?
Karina: Deixa de ser burro, Rodolfo! Vamo ligar pedindo o resgate.
(Karina pega o celular e liga para Pedro)
(A cena vai cortando entre a casa de Augusto e o galpão enquanto  eles se falam)
Pedro: Fala onde tá o meu filho, sua vadia.
Karina olha contente para Rodolfo e diz: Calma, Pedrinho. Eu vou te dar um endereço e a gente se vê lá daqui a duas horas. Mas presta atenção, hein? Nada de polícia nomeio, NADA. Tá me ouvindo?
Pedro: Ok, eu já entendi. Quanto é que você quer?
Karina: 2 milhões.
Pedro: Isso é muito!
Karina: Você prefere dar essa merda dessa merreca, ou que seu filhinho leve um tiro na cabeça?
Pedro: Tá bem, me diz onde é que você tá.
Karina: Você sabe onde é a fazenda de Bri não sabe? É uma fazenda abandonada que era de um ricaço, e acabou ficando pro Governo. Fica a umas duas horas do Rio.
Pedro: Sim, eu sei.
Karina: No fim da propriedade tem uma área com bastante mato queimado e um cheiro horrível de cana de açúcar. E no centro dessa zona queimada um galpão. Eu tô aqui com seu filhinho.
Pedro: Então tá bem, eu vou providenciar a grana pra amanhã, pode ser? É uma quantia muito grande, a que você tá me pedindo...
Karina: Tá bem, amanhã às 20:00, ok? E mais uma vez, hein: NADA de polícia, tá me ouvindo.
Pedro: Tô, tô. Você pode passar pro Antônio pra eu falar com ele?

(Cena 02 - Restaurante/Interior/Dia)
(Gustavo se aproxima de Cida)
Cida: Bom dia, filho!
(Cida dá um beijo na bochecha de Gustavo)
Gustavo: Bom dia, Mãe. Eu queria te fazer um pedido.
Cida: O que é?
Gustavo: Eu queria visitar meu pai.
Cida: Olha, agora não dá pra você ir. Eu tenho que pedir uma ordem judicial e isso leva alguns dias.
Gustavo: Você poderia ir lá por mim?
Cida: O que você não me pede chorando que eu não faço sorrindo, hein?
(Cida abraça Gustavo, faz cócegas nele e os dois riem)

(Cena 03 - Galpão/Exterior/Dia)
Karina: É claro que não! Você só vai ter contato com o seu filhinho se der o dinheiro! Sem dinheiro, sem filhinho! Entendido?
(Karina desliga o celular)
(Corta para: Casa de Augusto/Interior/Dia)
Pedro: Desligou na minha cara!
Augusto: Vadia! Vou avisar a Cecília.
(Augusto sobe as escadas para o quarto de Cecília, e fica do lado de fora)
Augusto: Cecília? Cecília?
Cecília: QUE FOI?!
Augusto: Calma, boas notícias! Os bandidos nos ligaram e nós vamos pegar o Antônio amanhã!
Cecília: Vocês já ligaram para a polícia?
Augusto: Claro que não! Isso chamaria atenção da polícia!
Cecília estapeia a porta e grita: SE ALGUMA COISA ACONTECER COM O ANTÔNIO, VOCÊ ME PAGA! TÁ ME OUVINDO SEU CACHORRO? EU TE MATO! PENSE BEM PORQUE VAI SER MUITO PIOR A MÍDIA CAIR EM CIMA DE TUDO QUE EU SEI SOBRE A ÔMEGA E SOBRE SAN MARTÍN!
Augusto: Acho melhor VOCÊ não me desafiar, Cecília! Como se não fosse suficiente ficar sem comida, você também vai ficar sem água! Adeus.
(Cecília grita e chora dentro do quarto)

(Cena 04 - Presídio/Interior/Dia)
(Cida se senta em frente a Gabriel)
Cida: Oi.
(Gabriel não responde)
Cida: Eu só tô aqui pelo Gustavo, ok? Ele me pediu pra te dizer que sente saudade de você. E mandou te dizer que te ama muito.
(Gabriel não responde)
Gustavo: Você não vai falar nada?
Gabriel fica um tempo em silêncio e diz: Eu te detesto, e detesto aquele pirralho. Você é INÚTIL. E diz pra ele não me chamar mais de "Pai", ele não é meu filho.
Gabriel se levanta e diz: Policial, eu quero ir embora.
Cida: Eu já sabia que você era um monstro. Agora o Gustavo vai saber também.

(Cena 05 - Imagens do anoitecer no Rio de Janeiro)
(Corta para: Galpão/Interior/Dia)
(Karina e Rodolfo estão terminando de se amar)
Karina (gemendo): Só assim pra ficar quente aqui.
(Se beijam)
(Karina leva um susto ao ver uma sombra)
Rodolfo: O que foi?
Karina: Tema alguém aqui. Olha aqueles vultos lá do outro lado naquela árvore, tem umas cabeças aparecendo de trás da árvore, olha com cuidado pra eles não perceberem.
Rodolfo: Karina...é polícia!
Karina: Anda, pega a roupa e vamos sair pelos fundos. A gente vai ter que correr muito.
(Karina e Rodolfo vão saindo e veem um carro da polícia)
"Anda, entra!"
(Karina e Rodolfo entram no carro. Uma arma aparece ao lado de Rodolfo)
Policial: Parados. Os dois vão sair e voltar ao galpão. Não se atrevam a fazer nada. Estão armados?
(O policial revista os dois e só encontra a arma de Karina no seu bolso)
Policial: Ora, ora! Que belezura, não?
(Karina e Rodolfo obedecem. Karina leva uma queda quando chega no galpão. Mas ela levanta novamente, e dispara contra o policial com uma arma que Rodolfo tinha esquecido)
Rodolfo: É isso minha princesa!
(Karina dispara contra Rodolfo quando eles estão juntos)
Karina: Desculpa, meu amor. Eles precisam pensar que o bandido foi pego.
(Karina dá partida no carro da polícia e vai embora, deixando uma arma com as digitais de Rodolfo, sem as dela)
Karina: Que trágico! Policial e bandido trocam tiros e acabam ambos mortos!
(Karina ri)
(Karina faz uma ligação)
Karina: Alô? Eu quero fazer uma denúncia. É contra Pedro Brandão e Augusto Mendonça.

(Congelamento em Karina)


(Cena 06 – Casa de Augusto/Interior/Dia)
(A campainha toca e Pedro vai abrir a porta)
Policial: Bom dia, Sr. Prefeito, nós temos um mandato de cadeia contra o sr. e seu sogro.
Pedro: Como assim? Eu não fiz nada de errado!
Policial: Chegaram a nós mensagens que comprovam que o sr. armou o sequestro do próprio filho, se o sr. puder provar onde ele está...
Pedro: Eu não lhe devo satisfação.
(Pedro tenta fechar a porta, mas o policial impede)
Policial: Isso pode piorar a sua ficha, Sr. Pedro.
Augusto chega e diz: O que está acontecendo aqui?
Pedro: Querem nos prender! Me ajude a fechar a porta!
(Augusto corre para o andar de cima para tentar pular pela janela)
Cecília: QUE PASSOS SÃO ESSES? O QUE ESTÃO ACONTECENDO? EU QUERO SAIR DAQUI! PEDROOOO, ME DEIXA SAIR!
Policial: Sr. Prefeito, nós também queremos saber quem está gritando lá em cima!
(O policial consegue abrir a porta de vez e sobe até o andar de cima, e abre a porta de onde vêm os gritos)
Cecília: Obrigada! Obrigada! Cadê meu filho?

(Cena 07 – Rua/Exterior/Dia)
(Karina entra no carro com uma peruca)
Karina sorri e diz: Vida, vida! Agora eu vou ser Isabelle Teodora da Silva Bezerra na sua história.
(Karina segura uma identidade falsa na sua frente. Ela vai colocar algumas compras no banco de trás e ouve uma barulho de tic-tac, e vibrando, uma bomba escorrega até o banco. Ela vê que só tem 5 segundos para sair do carro. O carro explode, e Karina é arremessada 10m no ar, caindo em uma caçamba de lixo, muito ensanguentada)

(Cena 08 – Imagens do Rio de Janeiro)
(Corta para: Casa de Marcos/Interior/Dia)
(Janaína entra e se depara com Marcos sentado no sofá)
Janaína: O que você quer comigo?
Marcos: Eu estou aqui há três horas, sentado e nervoso. Eu fiz o exame de DNA.
Janaína: Que bom, Marcos! Que bom! Agora finalmente teremos respostas!
(Marcos se levanta e fala sério com Janaína)
Marcos: Que resposta? Isso não trará resposta nenhuma. Eu já considero o Amir meu filho, independente desse exame de DNA. E você? Você acha que o fato de ter ou não o sangue dele vai mudar a sua relação com ele? Uma pena! Isso com certeza não é uma relação de mãe e filho, claramente não. E se ele não for meu filho, o que é mais importante pra você? Uma mancha na sua vida que você conseguiu enfrentar ou uma grande felicidade que pode vir com a vida com esse menino?
(Os dois fazem silêncio por um tempo)
Marcos: Eu vou visitar o Amir. Talvez visita-lo seria o melhor jeito de achar a resposta que você tanto quer.
(Marcos fecha a porta e vai embora. Janaína começa a chorar descontroladamente)
“Meu Deus, me ajuda!”

(Cena 09 – Hospital/Interior/Dia)
(Marcos está andando quando escuta alguém falando os dados de Karina)
Marcos: Com licença, você tá falando da Karina Alves?
Enfermeira: Sim, por quê? Você a conhece?
Marcos: Sim, ela é minha ex mulher. O que aconteceu?
Enfermeira: A Karina foi atropelada.
Marcos: Eu posso ver ela?
Enfermeira: Me acompanhe,
(A enfermeira conduz Marcos ao quarto de Karina)
Marcos: Karina!
Karina: Marcos!...fo...foi a...trabalha co...comigo...Jur...Jurem...
(Karina começa a ter uma convulsão)
Médica: Fibrilação! Afastar! Fibrilação! Afastar!
(Os batimentos cardíacos de Karina cessam definitivamente)
Médica: Eu lamento a sua perda.
(Corta para: Hospital/Quarto de Amir/Interior/Dia)
Amir: Nossa, Marcos, que trágico.
Marcos: Pois é...parece que nada de bom acontece na vida da gente, né pequeno? Mas pelo menos você sai daqui amanhã.
Amir: Na verdade, uma coisa boa aconteceu ontem.
Marcos: Sério? O quê? Me conta.
Amir: Aquela mulher que veio com você aqui ontem de manhã voltou mais tarde.
Marcos: Sério, Amir? O que vocês conversaram?
Amir: Ela me disse que me conhece de muito tempo atrás, mas eu não me lembro dela...
Marcos: E...
Amir interrompe Marcos: Ela me chamou pra morar com ela, estranho né?
Depois de um momento em silêncio, Marcos diz: É.

(Cena 10 – Imagens do Rio de Janeiro)
(Corta para: Casa de Augusto/Jardim/Exterior/Dia)
(Cecília está sentada no balanço da sua casa, solitária, e vê Antônio se aproximando com uma pessoa)
Cecília: ANTÔNIO!
(Cecília e Antônio se abraçam, e as lágrimas correm soltas)
Cecília (falando com a pessoa): Quem é você?
(O celular de Cecília começa a tocar. É um número desconhecido)
Cecília: Alô.
(Corta para: Presídio/Cela/Interior/Dia)
Pedro: Olá, Cecília. Sou eu, Pedro.
(Corta para: Casa de Augusto/Interior/Dia)


(A expressão no rosto de Cecília muda bruscamente ao longo da ligação: Primeiro, da 
alegria vai à raiva, em seguida, um aspecto de pavor)
CONTINUA...

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