Romeu e Julieta do Sertão - Capitulo 22

Joaquim seguiu para  casa a pé, excomungando o maldito Henrique de Andrade, culpando a se mesmo pela morte de seu cavalo, se ele não tivesse o ego tão inflamado Ventania estaria vivo agora, chegou em casa no começo da noite, sua tia estava esperando por ele, Angelina ficou preocupada quando viu os ferimento de Joaquim, o rapaz não disse o que houve falou apenas que caiu do cavalo.  Ernesto havia saído a procurar Joaquim, retornou a par das noticias, depois que o rapaz havia tomado banho e se alimentado o tio foi falar com ele. O rapaz estava sentado na varanda, a luz de lampião, com seu violão na mão, tocava para espantar os males, quando notou a presença do tio parou de tocar, Ernesto se sentou ao lado de Joaquim em uma cadeira de balanço.  
-Joaquim eu lhe avisei para ficar longe daquela família, veja no que deu, de agora em diante se mantenha longe deles para não ter o mesmo fim que o seu pai. - Não vou ficar longe de Isabel, e meu pai não tem nada haver com isso. - Falou o rapaz com raiva. 
-A verdade Joaquim é que seu pai tem tudo haver, seu pai foi assassinado pelo próprio Jacinto. -Vendo o espanto no rosto do rapaz, Ernesto continuou a falar. - Sua mãe era uma mulher muito bonita, meu irmão caiu de amores por ela, logo eles se casaram e tiveram você, certo dia Jacinto viu a beleza de sua mãe, ele a queria como amante, tanto infernizou que acabou conseguindo o que queria, Maria ficou gravida, carregava um filho bastardo de Jacinto, quando Jacinto ficou sabendo mandou ela se livrar da criança, ela se recusou Jacinto a espancou, naquele dia Maria perdeu a criança e quase perdeu a vida, Antero seu pai soube o que houve e foi tirar satisfação com o fazendeiro, antes que seu pai disse qualquer coisa, Jacinto o matou, acertando uma bala em seu peito, eu o amo como um filho não quero que tenha o mesmo fim que seu pai. 
-Por que não me contou a verdade antes ? -Exigiu o rapaz. 
-Não é bom para uma criança crescer com ódio no coração, o que ficou no passado dever permanecer no passado. -- Com relutância Joaquim concordou, afinal que diferença iria fazer pra ele, seu pai já estava morto, sua mãe já tinha outra vida, quanto a Jacinto de Andrade, este homem é a própria encarnação do mal, ele deve pagar por seus atos, seja no céu ou na terra.  
 -Há tantas moças no mundo por que tinha que gostar justamente dessa ? - Falou Ernesto tirando Joaquim de seus pensamentos. 
-Não sei dizer o porque tio, tudo que sei é que eu a amo, e nada mais importa.  
-Então será melhor que você vá embora como sua mãe fez, ela ficara feliz em lhe receber, Maria mora no interior de São Paulo, trabalha em uma fazenda de café, deve partir o quanto antes, para esquecer essa moça. 
-Eu não vou embora, não sem Isabel comigo, eu prefiro morrer do que viver sem ela. - Disse o rapaz convicto.  
-Não diga isso Joaquim, me ouça filho isso vai acabar em tragédia, por que não percebe que é melhor viver do que morrer por amor. - Joaquim se levantou, não queria mais falar com o tio. 
-O senhor é que não percebe que vida sem amor não é vida. - Dizendo isso Joaquim se retirou levando seu violão, o rapaz se deitou na cama apesar de estar cansada não conseguiu esquecer as palavras do tio, sobre a tragédia de seus pais vida poderia ser bem diferente se Jacinto de Andrade não existisse.

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