uma webnovela de JAIR VARGAS
produção de LABIRINTO RADICAL
CENA 1: MONTES ALTOS | CASA DE ALBERTA | SALA | INTERIOR | NOITE
Diego se aproxima da mãe, querendo entender o motivo por ela ter ficado no estado em que está. Alberta abaixa o olhar diante do filho. Diego segura a mão da mãe.
DIEGO: – O que houve, mãe? A senhora está pálida. Eu sei que você não gosta muito que eu fale do meu pai, mas é que isso que aconteceu, foi muito estanho.
ALBERTA: – Não houve nada, filho. – Ela levanta o olhar. – Esse assunto não me deixa muito feliz… desculpa. – Diz, levantando e soltando a mão de Diego.
Alberta sobe degrau por degrau, pensando seriamente no relato que ouviu do filho, que por sua vez fica mais intrigado ainda quando vê a mãe um tanto que dispersa.
CENA 2: CASA DE ALBERTA | QUARTO | INTERIOR | NOITE
Alberta adentra ao seu quarto, fechando a porta em seguida. Ela caminha até a cama e se senta, colocando a mão na cabeça.
ALBERTA: – Não pode ser! O que será que ele está querendo de mim depois de tanto tempo? O que ele quer aqui novamente? – Ela se pergunta, olhando para a janela.
Flashback
1987
Alberta caminha por um corredor, logo entra em uma sala, que tem uma vista privilegiada. Ela fecha a porta, seguindo até um homem que parece estar muito concentrado em alguns documentos. O homem é Sebastião, ele levanta o olhar assim que percebe a presença de Alberta.
SEBASTIÃO: – Alberta?! O que faz aqui? – Pergunta, parecendo estar assustado.
ALBERTA: – Eu tentei ligar pra você, mas você não atendia, então por isso vim aqui hoje… E trouxe uma coisa. – Responde, desviando o olhar apenas para pegar um envelope da bolsa.
Alberta coloca o envelope em cima da mesa de Sebastião, que por sua vez fica sem entender.
SEBASTIÃO: – O que seria isso? – Pergunta, intrigado.
ALBERTA: – Eu estou grávida, Sebastião. Eu estou esperando um filho seu! – Responde, encarando o homem à sua frente.
Fim do Flashback
Alberta agora olha para o espelho, chorando.
ALBERTA: – Você me abandonou no momento em que eu mais precisei… me abandonou sem olhar para trás, fingindo que não sabia da existência do nosso filho. – Ela diz, nitidamente abalada com a remexida do seu passado. – Mas isso não vai ficar assim, Sebastião… você quem quis sair da minha vida, então vou cuidar para que você continue bem longe dela. Que seja feita sua vontade. – Conclui, enxugando as lágrimas.
CENA 3: MONTES ALTOS | EDIFÍCIO PORTAL | APARTAMENTO DE MARCELO | SALA | INTERIOR | NOITE
Marcelo parece ter acertado os ponteiros com Daiana. Ambos estão sentados no sofá, conversando quando ouvem a porta do quarto de Júlio bater com força. Logo Júlio aparece na sala, Yana vem atrás.
JÚLIO: – Vai embora Yana, por favor! – Ele diz assim que se aproxima da porta. Daiana e Marcelo observam tudo bem atentamente.
YANA: – Você tem outra, não é mesmo, Júlio? Com certeza deve ter.
JÚLIO: – Depois a gente conversa. – Ele abre a porta. – Agora vai embora. – Diz, olhando nos olhos de Yana, que cede. Assim que ela sai do apartamento, ele bate a porta.
Júlio olha para o irmão e para a mulher do irmão que o encaram. Ele não liga muito, seguindo de volta para o quarto. Daiana olha para Marcelo, que fica perdido sem saber o que dizer.
DAIANA: – A Yana deve ter tirado seu irmão do sério, eu nunca vi o Júlio assim. – Comenta, voltando o olhar para o corredor.
MARCELO: – Eu realmente espero que isso tenha acontecido. – Diz, deixando Daiana intrigada.
DAIANA: – Não entendi, Marcelo!?
MARCELO: – O Júlio nos últimos meses tem andado muito dependente dessa garota, que pra mim, só quer se divertir com ele. Eu já tentei dizer isso pra ele, mas de uma forma não tão direta, porém não consegui. Essa Yana não me desce. – Diz, segurando a mão de Daiana. – Mas isso não quer dizer que eu não queira o bem do meu irmão, quero e quero muito.
DAIANA: – Não quer ir lá falar com ele? – Indaga, pensativa.
MARCELO: – Uma outra hora, pois tenho certeza que a cabeça dele está explodindo agora.
Marcelo olha para o corredor que leva para os quartos. Ele fica pensativo.
CENA 4: MONTES ALTOS | CASA DE ISAQUE | SALA | INTERIOR | NOITE
Isaque está sentado no sofá, ele olha para a porta, esperando a mulher da ligação enquanto beberica um pouco do vinho da taça que tem nas mãos. De repente, a campainha toca, ele deixa a taça sob a mesa e segue para a porta. Isaque abre a porta, ficando de frente com Sabrina.
ISAQUE: – Eu já estava acreditando que você não viria. – Diz a puxando para perto. Ambos se olham com olhares cheios de desejos.
SABRINA: – Quando foi que eu te deixei na mão?! – Indaga, sorridente antes de beijar Isaque.
Isaque corresponde ao beijo. Ele fecha a porta e continua a beijá-la com grande intensidade. Eles param de se beijar. Isaque pega a taça de vinho e toma mais um gole. Sabrina pega a taça da mão dele e também bebe um pouco do vinho, abrindo um sorriso enorme, enquanto é abraçada por Isaque.
ISAQUE: – Já faz um bom tempo desde que nos vimos, então vou procurar uma forma de compensar você por isso. – Diz, beijando o canto da boca de Sabrina.
SABRINA: – Eu também compensarei você, Isaque… pode ter certeza disso. – Afirma, cheia de desejo.
Isaque pega Sabrina nos braços e começa a subir pela escada, levando ela para o quarto.
CENA 5: MONTES ALTOS | CASA DE JULIANA | COZINHA | INTERIOR | MANHÃ
O dia amanhece belíssimo. O céu está limpo. Juliana passa a manteiga no pão, distraidamente, ela não percebe a chegada da mãe na cozinha. Heloísa percebe que a filha parece ter um olhar vago, parece presa em algum pensamento. Ela toca o braço da folha.
HELOÍSA: – Tudo bem, filha? – Pergunta, curiosa, fazendo Juliana despertar de seu ‘sonho’.
JULIANA: – Ah… sim, sim, tudo bem, mãe. – Responde, voltando o olhar para o pão.
HELOÍSA: – Você está me parecendo um tanto distraída… aconteceu algo? – Torna a perguntar, preocupada.
JULIANA: – Graças a Deus não aconteceu nada, mãe… acho que é só o trabalho mesmo. – Responde, esboçando um pequeno sorriso. – E estive pensando em voltar a vender aqueles doces que a senhora faz tão bem, mãe… o trabalho na galeria já está no fim, então tenho que arrumar logo um novo jeito de conseguir dinheiro. – Diz, fazendo Heloísa encarar ela.
HELOÍSA: – Não precisa disso, filha… você sabe que a minha pensão dá muito bem pra nós duas.
JULIANA: – Mãe… a gente já conversou sobre isso, então não o que discutir. Eu vou ajudar a senhora, faço questão! – Diz, firme.
Heloísa se aproxima um pouco mais da filha, tentando disfarçar o orgulho que sente dela. Ela beija a testa de Juliana com muito carinho.
CENA 6: MONTES ALTOS | CASA DE ALBERTA | EXTERIOR | MANHÃ
Diego sai da casa, seguindo devagar até a garagem. Ele fica observando o motorista por alguns minutos até que se aproxima.
DIEGO: – Paulino, preciso falar com você. – Diz se aproximando do motorista, que por sua vez para o que está fazendo.
PAULINO: – Diga patrão. O que precisa?
DIEGO: – Bom, eu espero que você possa me ajudar. Você se lembra daquela mulher que você foi levar em casa anteontem depois da chuva?
PAULINO: – Aquela que salvou você do acidente, patrão?
DIEGO: – Essa mesma, Paulino. Então, você se lembra?
PAULINO: – Claro que eu me lembro, patrão. – Responde, esboçando um leve sorriso.
Diego também sorri diante da afirmação do motorista.
CENA 7: MONTES ALTOS | CASA DE ISAQUE | QUARTO | INTERIOR | MANHÃ
Isaque e Sabrina estão entre os lençóis. Isaque beija o pescoço dela com muito carinho, fazendo com que ela se arrepie. Sabrina abre os olhos, sorrindo.
SABRINA: – Já sei que você quer que eu vá embora. – Afirma, demonstrando já conhecer um pouco das vontades de Isaque.
ISAQUE: – Se eu pudesse, ficaria muito mais tempo com você aqui, mas meu irmão chega hoje de viagem, e eu não sei como ele pode reagir à isso tudo.
SABRINA: – Eu acho que seu irmão não é mais uma criança, Isaque… mas tudo bem. – Diz, sorridente. – Sei muito bem o que acontece entre nós.
ISAQUE: – Acontece o que deve acontecer, Sabrina. – Diz, beijando a boca dela em seguida. – E me mantenha informado sobre aquele pato que você anda enrolando. – Pede, sorrindo.
SABRINA: – Eu ainda vou ter ele completamente na minha mão, você vai ver. – Afirma, segura do que quer conseguir.
ISAQUE: – Eu não duvido disso. – Afirma. Ele beija Sabrina com uma intensidade maior do que das outras vezes. – E se precisar de mim, saiba que não vou deixar de ajudar.
Sabrina continua sorrindo, pensando no que Isaque acabara de dizer.
CENA 8: CASA DE ALBERTA | EXTERIOR | MANHÃ
Alberta cuida do Jardim que fica bem em frente a casa, é uma de suas coisas preferidas. Ela não percebe em um primeiro momento que está sendo observada por um homem, que por sua vez cobre o rosto com parte do chapéu. A mãe de Diego olha para as flores próximas do portão, momento em que percebe a presença do homem do outro lado da rua. Alberta fica olhando, assustada.
CENA 9: CASA DE JULIANA | EXTERIOR | MANHÃ
Juliana se despede com um abraço caloroso da mãe. Ela sai de casa, fechando a porta em seguida. Assim que Juliana coloca o pé na calçada, um carro preto com o vidro completamente escuro, para ao lado dela, a porta se abre, então Diego sai do veículo, ficando frente a frente com ela.
DIEGO: – Juliana, não é mesmo!? – Indaga, abrindo um pequeno sorriso.
JULIANA: – Sim?! – Responde, intrigada ao rever Diego.
Ambos se olham com uma intensidade maior. Juliana olha de forma tímida para Diego.
Frente a frente, a imagem deles se congelam em um tom azul fosco, ela se parte em diversos pedaços.
CONTINUA


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